Nimbus e os Cavaleiros de Cen...

Oleh RodrigoMataro

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Em um mundo onde os continentes flutuam em nuvens corrosivas e os recursos naturais são escassos, a tecnologi... Lebih Banyak

Obrigado, este Livro tem os melhores Leitores
Prólogo (Primeira Parte)
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24

Prólogo (Parte Final)

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Oleh RodrigoMataro

"Em Cenferum é assim, o nevoeiro vem acompanhado da morte, então tome cuidado quando se encontrar em um"

Ditado Popular 

Alguns segundos depois, da escuridão da neblina, um estrondo muito forte, como se uma montanha estivesse se abrindo ao meio, quase estourou os seus tímpanos e, furando a densa bruma, um pedaço enorme de pedra caiu do céu sobre um dos casebres ali ao lado, "pelo amor de Deus, que a casa estivesse vazia", o soldado pensou e, pelo formato da pedra, o guarda sabia a sua origem, era uma parte da muralha que protegia a cidade, muito provavelmente a criatura agora se encontrava dentro da cidade. Um segundo de silêncio se passou e, de repente, um tentáculo espinhoso, quase da altura de uma casa, caiu, rasgando a neblina e a escuridão, ficando ali atrás deles, atravessado no meio da rua. Suas proporções eram tamanhas que era impossível saber onde ele começava e onde terminava, parecia apenas um pedaço de carne pulsante semitransparente como gelatina, que agitava os espinhos que cobriam toda a sua extensão à medida que se movimentava pelos destroços da casa.

— Deus nos ajude — Hereni exclamou em um tom de desesperança.

O tentáculo do monstro se ergueu lentamente, espinhos de mais de um metro de comprimento e da largura de um galho de árvore brotavam da parte de baixo do membro para, segundos depois, desaparecer novamente nas brumas tão repentinamente quanto apareceu.

Aproveitando a oportunidade, várias pessoas saíram dos seus esconderijos e começaram a correr pela rua em meio à cerrada neblina, eles nem sequer olhavam para a senhora idosa e o soldado que estavam parados perplexos diante da cena, infelizmente nesses momentos de desespero os jovens esquecem os seus velhos, pensou o soldado. Por último, um casal surgiu de dentro da névoa corrosiva à sua frente, apesar de ali o éter estar mais forte, eles não aparentavam estar feridos nem com a pele avermelhada e muito menos com as roupas queimadas ou rasgadas pelo gás mortal. O soldado notou que ambos estavam envoltos em capas, assim como a que Dona Zeliudes usava, certamente confeccionadas de pele de monstros do éter abatidos, peças extremamente raras e caras, usadas especialmente por quem se aventura em expedições além da beirada. Quando se aproximaram, para a surpresa de ambos, a moça carregava sob a capa um bebê nos braços. Ao avistarem a dupla parada no meio da confusão eles tentaram puxar dona Zeliudes e o soldado, entretanto sem sucesso, porque a senhora idosa se livrava tão rapidamente quanto a seguravam.

— Vamos! Não podem ficar aqui, o monstro do éter está castigando a muralha, logo vai rompê-la totalmente.

Instantes depois, das profundezas da neblina, gritos apavorados ecoaram do lugar de onde o casal havia vindo e, logo após, estrondos como se algo grande e pesado estivesse sido destruído e arremessado, era como se as casas humildes do local estivessem sendo esmagadas, e sem aviso nenhum, outra pedra enorme caiu sobre a casa ao lado da senhora idosa, era outro pedaço da muralha, dessa vez ainda maior do que o anterior.

— A muralha deve ter caído, olha o tamanho dessa pedra — Hereni disse, assustado.

— Ainda tem muita gente lá. Não posso deixar esse monstro entrar na cidade, não agora. — O homem olhou para a moça.

— Você não vai voltar pra lá — a moça ralhou, chorando.

— Não se preocupe, você sabe que eu posso resolver isso. — O homem sacou uma espada que trazia sob a capa de couro, Hereni não sabia se era uma ilusão causada pela neblina, mas a lâmina parecia estranhamente avermelhada sob a luz do luar. — Vocês vão ficar bem, aqui o éter está menos intenso. Tenho que ajudar essas pessoas, você sabe que eu sou o único capaz. — O homem olhou fundo nos olhos da moça enquanto colocava uma das mãos sobre o seu rosto.

Então, ele beijou a moça delicadamente nos lábios e a luz bateu no seu rosto, e não era medo o que aquele semblante revelava, apenas serenidade, com feições exóticas, certamente um estrangeiro, com olhos vermelhos como fogo. O homem correu de volta às brumas mortais e a moça ficou ali parada chorando por uns instantes.

— Ele não vai conseguir fazer isso sozinho — a moça falou enquanto secava as lágrimas. Depois ela olhou para a idosa ao seu lado e lhe entregou o bebê. — Eu tenho que ir ajudá-lo, cuide do Nimbus até eu voltar. — Ela fitou a senhora idosa profundamente nos olhos e secou mais uma lágrima que teimava em escorrer do seu olho.

Depois ela beijou demoradamente a testa da criança:

— A mamãe vai voltar logo, você ficará bem, estou lutando, fazendo isso para você não precisar lutar um dia — Depois ela olhou fundo nos olhos da dona Zeliudes. — Cuide do meu bebê até eu voltar. E eu vou voltar.

Ela puxou de debaixo da sua capa, um arco, e nele colocou uma flecha com a ponta esverdeada. Instantes depois correu em direção às brumas, mas não antes de dar uma última olhada no filho que havia deixado para trás.

A Tenente Zeliudes parecia estar um pouco desconfortável com a criança nos braços, não sabia como o segurar e se esforçava para o agarrar o mais delicadamente possível, algo um pouco difícil para uma guerreira habituada à brutalidade.

— Nossa que bebê lindo, eu e o Ancon sempre quisemos ter um filho assim. Pena que seus pais vão voltar logo. Não é bebê? — Ela voltou a caminhar para longe da neblina observando a criança aninhada nos seus braços.

— Senhora, acho que eles não vão voltar.

A idosa parou e olhou para o soldado parecendo não entender o que ele disse.

— Do que você está falando soldado? Eles estão indo em direção à guarda da cidade, com certeza todos estão atacando o monstro com os canhões nesse momento.

— Dona Zeliudes, a senhora está escutando barulho de canhões? — Hereni falou e a idosa aguçou os ouvidos em direção às muralhas.

— Verdade — a senhora exclamou, após observar no vazio. — O que aconteceu? Porque a guarda não está lutando contra a criatura?

— Senhora, eles provavelmente não irão voltar, nem há sons de canhões porque não existe mais guarda na cidade, pelo menos não no portão principal.

— Como assim Hereni? Meu marido está lá.

— Tenente, eu fui enviado aqui para escoltá-la a um local seguro por ordem do senhor comandante da guarda dessa noite, o seu marido. Ele me deu essa ordem segundos antes da sala da guarda ser destruída e ele ser arrastado por um tentáculo espinhento para dentro da neblina.

Dona Zeliudes ficou sem palavras, mas depois explodiu.

— Malditos ossos moles! — A criança começou a berrar assustada com os gritos da mulher, com isso ela ajoelhou no chão e começou a socar a perna com que mancava.

— Senhora, nós não tivemos chances. O monstro parece que sabia onde atacar, ele destruiu o portão principal e pegou a guarda de surpresa. Seu marido liderou o contra-ataque com maestria, mas a criatura era muito poderosa, eliminou todos um por um, somente eu sobrevivi e o Tenente Ancon, como sua última ordem, exigiu que a levasse para o abrigo mais próximo, logo depois esse tentáculo que estava enrolado no seu corpo o arrastou para a escuridão.

— Ma...mas porque você não o ajudou, soldado? Não a perseguiu, nem tentou cortar o tal tentáculo.

— A senhora sabe o que acontece com um corpo quando um tentáculo com espinhos daquele tamanho se enrola sobre o tórax de uma pessoa?

A idosa ficou alguns instantes em silêncio, em um martírio digno de dó.

— Não era para ele estar de serviço hoje — a voz não mais alto do que um pio. — Essa noite era para eu estar no comando da guarda, ele se ofereceu para trocar comigo porque eu não estava me sentindo muito bem, minha perna doía muito. — Ela ficou alguns segundos quieta enquanto a criança chorava sem parar. — Era para eu estar morta hoje, não ele.

— Sinto muito pela sua perda senhora, mas eu tenho uma missão, tenho que levá-la para um local seguro.

Quando ele falou isso a tenente lançou um olhar de ódio para o soldado.

— Sua missão? Local seguro? Você acha que eu vou para um local seguro com uma criatura dessas arrasando a minha cidade? E você? O que ainda está fazendo aqui, soldado? Até os civis estão indo lutar contra o monstro do éter. A sua missão é defender a cidade não me levar para um local seguro. Vá combater a criatura na muralha, isto é uma ordem!

— Mas e a senhora?

— Eu não sou uma donzela indefesa que precisa ser salva, vá reunir todos os que ainda estão vivos e rume para os canhões no topo da muralha. Eu vou convocar os soldados da reserva e liderar a ofensiva. Vá agora.

Quando Hereni saiu correndo em direção à muralha a Tenente Zeliudes ficou ali, parada por uns instantes na rua deserta e destruída, observando um bebê que não lhe pertencia, nos braços. Depois largando sua bengala de apoio no chão para segurar a criança com as duas mãos ela desapareceu, coxeante, porém decidida, em meio à neblina tóxica e foi na direção do castelo.

Hereni depois de muito correr e encontrar apenas cadáveres de seus colegas pelo caminho, rumou em direção ao topo da muralha que ainda permanecia intacto, onde uma fila de canhões estava direcionada para defender a cidade. Quando chegou no topo ele viu a verdadeira destruição, havia um rombo de mais de um quilômetro na muralha, bem onde havia o portão e justamente o ponto mais frágil do paredão, tudo estava arrasado num raio de mais de seiscentos metros. No entanto, o que mais assustava era a enorme massa gelatinosa com centenas de tentáculos multiformes e espinhentos que se debatia freneticamente e varria o chão em busca de formas de vida. Simplesmente tudo que era orgânico, desde pessoas, animais pequenos ou de grande porte e até árvores e plantas, eram sumariamente arrancados do chão, formando vórtices por entre a neblina e levados para debaixo do monstro, o local onde estava localizado o seu estômago. E uma vez lá dentro, tudo era bombardeado de substâncias paralisantes e digestivas, para servir de alimento para a criatura.

O soldado se esforçou para voltar o pesado canhão abastecido com lanças e gás hidrogênio para dentro da cidade. Então ele apontou a arma para a criatura e disparou. A lança, com mais de um metro de comprimento, disparou com velocidade supersônica e desapareceu no dorso gelatinoso do monstro. O acertar era uma tarefa muito fácil, afinal como errar um alvo daquelas dimensões? No entanto matar aquela criatura era praticamente impossível, sua capacidade de regeneração era impressionante. Onde há poucos segundos ele havia feito um rombo na massa gelatinosa daquela besta, agora havia apenas uma pequena perfuração e em instantes até aquilo desapareceria. A única forma de matá-la realmente, era acertando a lança no seu cérebro principal, uma pequena massa encefálica do tamanho de um cérebro humano, que ficava aproximadamente no centro da besta, apenas um pontinho preto dentro da massa gelatinosa, exatamente onde Hereni havia feito o disparo. E com toda a certeza ele não havia acertado o cérebro.

O soldado se apressou e posicionou outra lança no bocal do canhão, depois acionou a válvula que pressurizava o hidrogênio dentro da câmara e efetuou o segundo disparo, dessa vez ele mirou num pequeno ponto escuro numa das laterais do monstro, novamente a lança viajou mais rápido que o som e acertou o dorso da criatura formando ondas de choque na sua carne glutinosa. Dessa vez o monstro urrou com tanta intensidade, que tudo em sua volta tremeu. Vidros quebraram, paredes racharam e os tímpanos de Hereni quase se romperam. Finalmente ele havia acertado um dos cérebros auxiliares, o ponto escuro que ele havia mirado, mas ainda faltava muito, apenas algumas dezenas de tentáculos haviam parado de se mover devido ao seu cérebro de controle ter sido destruído, mas o cérebro principal ainda estava intacto.

Nesse momento ele notou que um homem de capa estava correndo sobre as costas da criatura, ele portava apenas a espada e cortava, apenas com um golpe, todos os tentáculos que se aproximavam. Ao mesmo tempo, uma mulher em uma posição elevada, incansavelmente lançava flechas nos tentáculos que o homem não conseguia dar conta de decepar. O soldado sorriu "o cara não estava de brincadeira quando falou que iria ajudar", depois Hereni começou a abastecer novamente o canhão. No entanto, sentiu uma dor aguda na sua perna, instantes depois estava sendo erguido no ar e quando olhou para os seus pés, a ponta de um tentáculo gelatinoso estava enrolada na sua coxa, e a estava dilacerando sem piedade com seus espinhos escuros e nada gelatinosos. Desajeitado e superando a dor, sacou a faca e começou desesperadamente a cortar o tentáculo. Apesar de o membro ter aparência gelatinosa, era extremamente duro ao corte. Nesse instante ele escutou o som de trombetas. Era o sinal para iniciar um ataque de carga da infantaria, certamente a Tenente Zeliudes estava comandando um contra-ataque juntamente com os soldados da reserva, dessa vez o monstro iria se dar mal, aquela senhora estava muito furiosa. Nesse instante Hereni conseguiu finalmente se livrar do abraço mortal daquele tentáculo, no entanto, ele havia calculado mal, não estava mais perto da muralha, mas sim sobre a cidade e a uma altura considerável.

A queda foi realmente feia, com sua perna muito ferida o soldado despencou e caiu diretamente sobre os destroços de uma casa, a pancada foi tão violenta que ele só notou que estava novamente sendo arrastado por um tentáculo quando, à sua frente, uma cratera recheada com várias fileiras de dentes pontiagudos se agigantava sobre ele. Nesse instante, ele deixou de lutar, a dor foi embora e seu corpo se entorpeceu quando entrou em contato com aquela substância viscosa e malcheirosa, o torpor foi tamanho que ele não sentiu mais nada.

***

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Atenção: Essa história é a tradução de uma novel chinesa. Título original:我怀了全球的希望 Título Inglês:I'm Pregnant with the Hope of the Entire Planet Auto...
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Ja pesará ser o slenderman saiser da mansão por 1 semana ,lê e veja o quer aconteça.