Os Eternos

By Luana_Bastos

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O que fazer quando seu destino é se tornar aquilo que mais teme? A vida de Elari é regida pelo medo, medo dos... More

Entenda um pouco de Corea
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Guia de Pronúncia
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Wattys 2018
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Comentários da autora
🎊ANIVERSÁRIO!🎊
Entrevista
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Aestethic
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Quadro de Avisos
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Final
Curiosidades
Corea
COMPETIÇÃO!
Capitulo Extra (Aniversario de 2 anos)

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By Luana_Bastos

A mente de Elari não poderia estar mais absorta em si mesma que enquanto a Conselheira, treinadora carrasco, gritava com as duas pelo desastre que causaram no quarto no alto da torre, mais especificamente, a mente dela se concentrava no ardor latejante que sentia na perna de quando aquele machado quase a amputou, era uma tola por ainda salvar escândalo e sair ferida no lugar dela. Ao menos não seria acusada de assassinato o que poderia levar a sentença de morte. A maldita escandalosa ao seu lado não pronunciava uma palavra o que ia contra as expectativas de Elari, quando esperava por um escândalo, ela ficava quieta, desgraçada ingrata.

- O que eu deveria fazer? Não cumpriram a ordem e ainda fazem isso!

Elari espiou Jasti e viu que a garota também tinha ganho um corte, mínimo e incomparável ao dela pelo qual sangue escorria em linhas finas e grossas na perna coberta de pó e teias, um pequeno prazer para Elari, deve ter sido por causa de suas unhas finas e irregulares naquele rostinho perfeito. A verdade era que Jasti Marest tinha provocado aquilo, Elari já não aguentava mais as reclamações e insultos simultâneos dirigidos a ela até explodir quando ela insinuou algo sobre sua irmã. Ela sequer conhecia Kath, como ousava falar algo dela? Elari tinha ficado calada quando escândalo falou da família Arostoth e Varhalarom, quando disse que estavam caindo à desgraça, mas quando ela começou a falar dos irmãos de Elari... ela voou direto no pescoço da loira e as duas iniciaram a briga que teve de tudo: puxões de cabelo, unhas, tapas e jogaram o que agarravam uma na outra. Elari sabia que tinha feito exatamente o que a Marest queria, levando a um escândalo que poderia realizar o desejo dela de encontrar alguém importante, afinal discussões entre discípulos não eram benquistas.

- O que há entre vocês? Que eu saiba, não se conheciam. De onde veio essa hostilidade?

As duas ficaram caladas, a conselheira suspirou e ficou silenciosa. Quando a olhou para entender viu que ela observava mais acima e seguindo seu olhar Elari viu Steve, ele congelou por um segundo depois se virou e seguiu andando sumindo em cinco segundos.

- Tenho uma punição para as duas, já que não se suportam irão ficar juntas e compartilhar tudo no campo de treinamento. Não irei falar sobre esse deslize das duas, mas não quero escutar mais nada sobre vocês brigando.

Ela esperou por respostas, porém nenhuma das duas garotas iria falar, não quando uma estava mordendo a língua para não xingar a Conselheira e a outra estava se contorcendo de raiva.

- Hoje vocês irão ajudar na cozinha como punição temporária, limpem-se antes.

Ruilara Golynda virou as costas para as duas garotas e deu dois passos até parar e olhar sobre o ombro.

- Entendido?

- Sim, Conselheira.

As duas se curvaram, Elari sentiu uma pontada na perna por esticar o músculo e amaldiçoou a guerreira e escândalo por a colocarem naquela situação. Vinha se controlando desde que pisou naquele barco e as duas a levaram a cortes e brigas e agora teria que suportar Jasti Marest por um bom tempo. Obrigada, pensou com ironia.

- Irei pedir que o curandeiro a visite, Varhalarom.

Um músculo do rosto dela se contraiu involuntariamente, apenas seis dias ali e já teria recebido a visita do curandeiro mais vezes que em toda a vida, Negra a estava ferindo demais.

- Agradeço, Conselheira.

A mulher branca voltou a andar, a armadura que usava fazendo barulho a cada passo. Quando o eco deixou de ressoar pelo salão em que estavam, Elari se virou para Jasti e cuspiu as palavras que tinha guardado para si.

- Sua maluca descontrolada desgraçada.

Jasti se virou com um movimento do pescoço exagerado entortando a boca e cuspindo mais palavras ofensivas.

- A maluca aqui é você! Se não tivesse pulado em cima de mim nada disso teria acontecido.

Elari deu um passo na direção da escândalo e se arrependeu quando a perna reclamou por se apoiar nela e quando teve que erguer o rosto por ser, minimamente, mais baixa. A garota não deixou por isso e empinou o nariz também.

- Se você não tivesse abrido a maldita boca grande eu não teria pulado em cima.

A loira abriu um sorriso ardiloso.

- Quem está de boca grande agora?

O sangue de Elari ferveu nas veias e suas unhas cravaram nas palmas. Quem ela pensava que era para ousar jogar as palavras de volta?

- Ora, sua...

- Sua o quê? - desafiou escândalo - Quero ouvir a resposta. Vai me chamar de quê? Hein!

Elari estreitou o olhar e percebeu o que a garota estava fazendo mais uma vez. Dessa vez não, espertinha. Elari deu um passo para trás e aliviou o peso na perna ferida.

- Você ainda me deve o pescoço. - Ela se afastou da garota problema, ficar perto demais poderia eventualmente levar a mais tapas e não queria ganhar outros hematomas, mesmo que também colocasse uns naquela carinha perfeita - Quem sabe quando eu vou cobrar?

Voltando a andar e ignorando os gritos de Jasti, Elari tentava manter o orgulho se controlando para não mancar e não pensar no que a Conselheira tinha dito. Compartilhar tudo com aquela garotinha mimada certamente seria insuportável, já tinha perdido o controle da língua e das mãos graças a ela, o que aconteceria se ficasse amarrada a ela durante dois anos? Provavelmente atearia fogo nas coisas dela e dançaria ao redor para ser punida logo depois. Ela balançou a cabeça, melhor não pensar nessas coisas ou teria ideias demais, tentadoras a serem postas em prática, e ela não queria ficar de frente a um monstro ameaçador tão cedo.



Mal tinha entrado no quarto e o curandeiro irrompeu pelas portas, graças aos deuses que havia tirado apenas as botas. Acompanhando o velho estavam Marjeana e Steve. Elari quase derreteu ao o ver, um pedaço de casa, já estava cansada daquilo tudo de ter que ser uma menina boa a recatada, de ter que controlar a boca e os movimentos, de estar cercada de ameaças.
Ele avançou na frente dos outros dois e parou, os passos dele haviam sido intensos e suas narinas estavam dilatadas.

- Como isso aconteceu?

Ela apontou exaltado para a perna dela que a olhou por um instante sem compreender até que viu qual a perna, quase a cobriu com a mão, uma mania que tinha antiga de esconder seus ferimentos para não receber visitas de curandeiros com olhos azuis.

- Um acidente enquanto limpavamos a sala das lâminas...

- Uma briga, você quer dizer.

Os olhos de Elari quase saíram das órbitas depois do que ele falou e ela olhou desesperada para a empregada e para o curandeiro, Steve sequer notou sua expressão.

- Faz ideia do que você fez? Tem que controlar mais seus impulsos se quiser continuar viva por aqui. Eu não sei o que faria se...

Ele passou a mão pelos cabelos loiros e desfez a arrumação se virando para dar as voltas dele e tentar descontar a raiva em alguma parede, mas congelou e olhou para o curandeiro e a empregada os percebendo apenas naquele instante. O velho limpou a garganta e andou em direção à sua paciente.

- Não se preocupe, general, o acidente não parece ter sido grave, ou teríamos muitos curiosos à porta. Agora, dê-me licença para tratar o ferimento para que não se torne um grande problema.

Steve deu dois passo para o lado deixando que o curandeiro cumprisse seu papel. Ele se ajoelhou de frente para a garota e desatou o nó da faixa que Elari havia improvisado para estancar o sangramento.

- Vejo que é uma jovem espirituosa, senhorita Varhalarom.

Aquilo não soou nem de perto como um elogio o que a fez se encolher. Marjeana se aproximou com sua bandeja oferecendo um tecido úmido ao velho que deu início à limpeza. Elari se encolheu e mordeu a boca com a ardência e dor. Corta-se com ferro já não era bom, muito menos quando ele estava morrendo.
Terminada a limpeza, o curandeiro mandou que ela se lavasse e orientou Marjeana a enfaixar a perna de sua senhorita, se despediu entregando mais um frasco a Elari. Steve a olhou com cara de quem ainda tinha um sermão a dar e disse que voltaria mais tarde, quando estivesse limpa.

- Venha, senhorita, seu banho já está pronto.

Elari se levantou e sentiu a dor na perna. Se não fosse por Jasti Marest ela jamais teria tido algum problema. Nem mesmo teria recebido críticas da Conselheira Golynda, ela não teria com quem a comparar.
Mas receberia ainda mais atenção de presas longas, um calafrio a percorreu. Bem, um corte não era grande coisa, certo.

Durante o banho, Elari teve a vergonhosa e incômoda companhia de Marjeana que insistia em lavar suas costas e cabelos. Elari quase se recusou a banhar com ela ali, mas a empregada lhe lançou um olhar mortal que jamais poderia ter esperado e falou em tom doce.

- Prefere que eu chame o curandeiro, senhorita?

Ela engoliu em seco e tentou afastar qualquer imagem que aquela pergunta poderia levar sua mente a formar.

- Ao menos, vire de costas.

Marjeana sorriu doce e obedeceu, um segundo depois de entrar na água turva um banco foi colocado ao lado da banheira e os cabelos de Elari estavam nas mãos da surpreendente empregada.

- Espero que entenda e aceite, senhorita, que é meu dever cuidar do seu bem estar.

Por que aquilo soava como uma ameaça?

- Não posso permitir que se lave ou vista ou coma sozinha quando está debilitada.

Elari não gostou daquilo, nunca gostou de ficar exposta demais a alguém nem de ter qualquer pessoa tomando suas responsabilidades pessoais, muito menos alguém com presas.

- Sabe que estarei partindo amanhã para o campo de treinamento e não vai poder me acompanhar, certo?

Estava louca para fugir daquela gorgan influenciadora, Elari também não gostava quando alguém conseguia a manipular usando um mero olhar. Aquela garota era uma ameaça, de algum jeito.

- Oh! Perdão, senhorita. Mas devido ao seu tratamento esqueci de informar-lhe. - Elari sentiu que dali vinha algo doloroso - A senhorita e a senhorita Marest foram convidadas a permanecer no Palácio sobre Rocha durante seu treinamento.

Elari quase se levantou da banheira, mas lembrou que o que escondia sua nudez era apenas a água com ervas e apenas se virou para olhar Majeana.

- O que você está dizendo?

Ela abaixou as mãos pousando a escova no colo e piscou algumas vezes.

- O comunicado oficial está sobre sua mesa. A Conselheira Golynda pediu por sua educação e o Senhor Negro a concedeu. Como ela deve permanecer próxima do Senhor, vocês também irão ficar.

Não. Não. Não. Aquilo estava errado, muito errado. Se fosse ficar, os outros iriam partir e ela não teria muitos humanos por perto, apenas sua nada simpática colega de treino. Poderia ir à loucura com aquilo, já estava prestes a explodir.

- Ele não pode fazer isso. Os Hetar são treinados com os miren, é assim há séculos, nem mesmo os nobres recebem tratamento especial porque devem servir ao...

- Ele pode fazer isso com a aprovação do Conselho, senhorita. E vocês duas não são simples Hetar, há décadas não temos fêmeas em sua classe, certamente serão as espos-

Elari gritou.

- Não me diga que vou ser a droga de uma esposa!

Marjeana ficou espantada. Ela não sabia que, para Elari, pior que se tornar um monstro seria ser vendida e trocada como mercadoria de valor. Não iria ser uma geradora de coisinhas puras.

- Perdão.

Marjeana falou baixinho. Elari piscou e viu que tenha perdido bem além do controle. Mas que droga!

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