Rei Das Cinzas. (Livro 01)

By Loreanne2

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E se você descobrisse que o lugar onde vive possui um portal para um mundo paralelo? Uma profecia começa... More

Rei Das Cinzas
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41 - parte final

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By Loreanne2

Casser sabia que não tinha escolha agora que a rainha havia se transformado a não ser usar seus dons. Ele ainda tinha uma carta na manga: a chave. Bastaria girá-la e liberar seu pulso daquela pulseira idiota que privava-o de seu poderes. Mas deveria ser cuidadoso,a rainha não poderia desconfiar de que sua sobrinha lhe entregara a chave...que praticamente a traíra.

-NÃO DEVERIA LHE DAR ESCOLHA,MEU CARO REI. -Disse a rainha,em um tom desconfiavelmente calmo. -MAS LHE DAREI.

Casser permanecia imóvel,mas há uma boa distância da rainha. A pequena chave estava em suas mãos,as mesmas estavam para trás. Clair e seus homens permaneciam no chão,num vão esforço para ficarem de pé. Ele precisava agir...que diabos o povo de Clair estaria fazendo lá fora para ajudá-los? será que sequer estavam se esforçando para isso?

-Eu não vou ficar e me casar com você! Prefiro morrer a isso. -Casser cuspiu.

Ele lançou uma olhadela para Clair no chão,esta implorava para que ele usasse logo a chave em sua posse; sua boca formando as palavras silenciosas. O rapaz engoliu em seco e voltou a tenção para a rainha,a mulher parecia furiosa; ou melhor,estava furiosa. Quando ela ergueu um dos braços pesados,Casser soube que estragos viriam. A rainha apontou na direção de seus dois guardas: Dennis e Lucca e aniquilou-os com a mesma força invisível,fazendo com que os homens se sentissem sufocando. Casser sentiu a raiva ferver seu sangue e o fogo agitar-se em suas veias.

-LHE DAREI UMA ESCOLHA,COMO DISSE. -Quando a rainha sorriu ironicamente,Casser sentiu uma vontade incontrolável de acabar com ela. -VOCÊ REJEITOU E EU ESTOU LHE FAZENDO OUTRA VEZ A OFERTA...AH,VOCÊ SABE QUE NÃO QUERO QUE FIQUE AQUI FORÇADO. VOCÊ DEVE FICAR PORQUE QUER...

Casser pensou em responder um "Qual parte de eu.não.quero.ficar. você não entendeu?" Mas pensou melhor e se limitou a cerrar os dentes apenas. Se respondesse mal á Rainha áquela altura,a vida de Clair poderia ser estinguida; e ele sabia que a rainha a estava poupando-a e deixando-a para o último caso,porque ela percebera a cumplicidade maior entre os dois.

-VOU PERGUNTAR NOVAMENTE,MEU CARO REI. -Insistiu a mesma.

Aquilo já estava ficando chato,pensou o rapaz.

-Tia...-Gritava a garota de cabelos azuis no chão. -Por favor,deixe-os.

A rainha não se virou para ela ao sorrir para o rei.

-VOCÊ VAI ACEITAR MINHA PROPOSTA DE CASAMENTO?

-Por quê inferno você quer se casar comigo? -Questionou Casser. Ele precisava ganhar tempo.

Por um momento a rainha piscou e Casser viu naqueles olhos amarelos uma fragilidade que não pensara existir no coração da rainha.

-ISSO NÃO É DA SUA CONTA. -Ela apontou a mão pesada na direção de Clair,Casser girou a chave na pulseira. -OU VOCÊ ACEITA SE...

Foi então que algo inesperado aconteceu: pedras enormes explodiram do alto das escadas do grande salão do castelo,destruindo tudo no andar de cima. A mulher se voltou atordoada para cima,a fim de fiscalizar o que acontecia e então Casser se aproveitou de sua distração para usar os poderes mentais. Ele utilizou dos escombros de pedra que as aves haviam lançado ali para construir uma maior,e então arremessou na rainha; esta,por sua vez ficou imóvel sob a pedra no chão.

Clair se levantou rapidamente e correu na direção da garota de cabelos azuis e arrastou-a para cima,onde já podia ver uma das aves de seu povo disponível para ela. Montada sobre a mesma,estava a jovem encapuzada que fora lançada para fora do castelo momentos antes. Clair subiu o pouco que restava das escadas e empurrou a garota escada acima,então olhou para Casser.

-Temos que sair daqui! -Gritou -Não temos tanto tempo.

Não havia mais sinal dos homens da Rainha de pedra,Casser agradeceu.

Mas foi quando o rei saltou para seguir Clair,que foi arremessado para longe. A rainha já se reerguia com um braço estendido,mantendo-o no chão por uma força invisível.

-NINGUÉM DIZ NÃO PARA MIM,REIZINHO. -Falou,aproximando-se do rapaz. - SE EU DISSE QUE VOCÊ IRÁ FICAR,ENTÃO DEFINITIVAMENTE IRÁ.

Casser sentiu o impacto do arremesso em uma de suas pernas,que latejava de dor; além disso,havia um pequeno corte no canto de sua boca e ele estava fervendo de ódio por aquela mulher de pedra. Olhou para cima,mas não vira sinal de Clair e da ave que estava ali há poucos minutos; excelente,elas haviam ido. Ele se remexeu e se esforçou para levantar,mas não obteve sucesso; a mulher o prendia ali.

O que a rainha parecera ter esquecido,era que não podia controlar sua mente. Então ele a usou para lançar outra pedra sobre a rainha,a mesma foi jogada para frente e perdeu o controle sobre Casser no chão. O rapaz foi ligeiro e se levantou rapidamente,mas ao se virar viu Clair surgir atrás da rainha de pedra com um enorme martelo especificamente para quebrar pedras. Ela sorriu mortalmente e deu de ombros.

-Meu pessoal pensou em todos os detalhes. -E então desceu o martelo sobre as costas da rainha de pedra,quebrando-a em pedacinhos.

Tudo pareceu ir muito bem aos olhos de Casser,até que homens gigantes de pedras começaram a surgir em defesa de sua rainha parcialmente aniquilada. Droga!

-Precisamos ir! -Gritou Casser.

Clair se virou e xingou ao ver tantos homens de pedra surgirem. Ela e o rei subiram correndo pelo que sobrara da longa escada do castelo,os pedras urrando ao encalce deles. Ao chegar no topo da escada,Clair assoviou alto; um pedido de ajuda ao seu povo,e então Casser viu uma ave enorme emergir das nuvens e descer na direção deles. Ele olhou para trás,os homens já os alcançavam; precisava agir. Ele ergueu as mãos e os atirou escada abaixo,mas eles não desistiam. Clair montou a ave e fez sinal positivo para Casser,que montou atrás dela.

-Agora vamos dar o fora daqui. -Falou a jovem.

E voaram. Voaram para longe das terras da Rainha de pedra.


A tarde já havia caído e ao terminar de se lavar Oliver viu o sol anunciar sua partida. A mulher que cuidara de seus ferimentos havia saído em algum momento para buscar algo,que Oliver não se lembrava o que era. Não percebera que sentia fome até aquele momento,Justina havia lhe dado um tecido grande e limpo para que ele pudesse se secar. Suas roupas estavam arruinadas,mas ela lhe cedera roupas masculinas simples; que dissera ser de seu falecido marido. Na realidade,Oliver não se sentia muito bem usando as roupas de um falecido; mas era isto ou permanecer com as suas ensanguentadas e rasgadas.

A camisa branca de linho que usava estava um pouco aberta na frente,ele havia puxado o barbante para deixar o ferimento pouco acima do peito respirar. Seu braço continuava dolorido devido aos pontos que Justina fizera,mas diminuíra um pouco ao ser desinfetado. Oliver olhou ao redor da pequena casa de madeira,não podia permanecer ali...mas também não podia sair sem agradecer aquela mulher pela grande ajuda; então se sentou em um banquinho e aguardou que ela retornasse.

O sol já estava quase se pondo e Carol ainda não tivera nenhum sinal do pai de Luid,ela começava a se preocupar. O rapaz estava suando demais,os cabelos castanhos dele grudados á têmpora- e vez ou outra,ela o ouvia alucinar. Estava desesperada por não poder fazer nada...mas pensando bem...tinha que haver alguma forma de ajudá-lo ao menos um pouco. Ela não tinha nenhum um pouco de experiência com doentes,mas talvez um tecido úmido na testa dele ajudasse a conter a febre. Então ela alcançou o cantil que ainda continha um pouco de água e tateou o cinto de Luid em busca das facas que ele carregava. O rapaz se mexeu e com esforço abriu os olhos azuis,estavam fundos e quase sem brilho.

-Ca...Carol. O que está fazendo? -A voz dele soava longe.

-Procurando por suas facas.

Luid esforçou-se para se sentar,mas a fraqueza que sentia no corpo não o permitiria - Carol notou.

-Não se preocupe,já encontrei uma. -Disse a jovem.

Luid apenas a encarava preocupado.

-O que... o que vai... Carol,o que vai fazer? -Perguntou o rapaz.

Mas antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa,a moça já cortava a barra do próprio vestido e então umideceu-o com o resto de água de um dos cantis. Carol ignorou a careta de desaprovação de Luid e torceu um pouco o tecido,antes de colocá-lo sobre a testa do mesmo.

-Me dê licença. -Pediu a moça ao afastar os cabelos castanhos do rapaz da testa,para que pudesse pousar o tecido úmido.

Luid recostou a cabeça no chão e com um suspiro,fechou os olhos. Até mesmo permanecer de olhos abertos parecia muito esforço para ele,Carol notou.

-Acho que deve aliviar um pouco a febre. -Falou a jovem,baixinho- pois desconfiava que ele já não ouvia.

Luid estava muito quente. O sol se punha,mas ainda sim fazia calor; o que era estranho dado que quando saíram da casa deles,fazia um pouco de frio. Luid se moveu um pouco e virou o rosto na direção dela,a pouca brisa ajudaria a refrescá-lo um pouco.

-Está um pouco melhor?

Carol sabia que não,mas não encontrou nada que ocupasse o silêncio. Luid apenas engoliu seco. A jovem olhou na direção por onde Tom havia desaparecido há algumas horas e rezou para que ele retornasse logo,se Luid ficasse pior...ela se sentiria péssima.

-Seu pai já deve estar a caminho. -Tranquilizou Carol. - Já vai vir.

Ela viu o rapaz sorrir e rir um pouco,seus olhos ainda fechados.

-Está me tratando feito um menino de oito anos adoentado. -Falou o jovem.

Mas ele sorria,o que significava que não poderia estar achando totalmente ruim. Carol se remexeu onde estava,olhava a todo momento na direção da mata,esperançosa de que Tom aparecesse.

-Eu...não sou muito boa em cuidar de doentes... -Ela deu uma risadinha nervosa. -Como está sua perna? a dor...diminuiu?

Luid arfou e levou uma mãos instintivamente á coxa.

- No momento sinto muitas coisas ao mesmo tempo. -Falou o rapaz. -Calor,tensão,tremor...

Carol virou o tecido úmido na testa do rapaz e olhou novamente na esperança de que Tom aparecesse,mas nada. Ela começava a se preocupar,e se escurecesse e ele ainda não houvesse retornado? E se outras criaturas surgissem? Ela e Luid morreriam ali,tinha certeza disso.

-Carol...Carol...

Perdida em suas próprias preocupações,a jovem não percebeu que o rapaz falava com ela.

-Ham...o quê?

Ele havia abrido os olhos e olhava para ela com uma expressão divertida,o que não era típica dele. O veneno já devia estar fazendo um efeito poderoso,pensou a jovem.

-Meu pai vai chegar logo,se é isto o que a preocupa. -Luid falou.

Ela o olhou um pouco aliviada por ele ainda estar lúcido.

-Eu...

-Não se preocupe,vou ficar bem. -Disse Luid. -Preciso que me ajude a me sentar.

O jovem se esforçou para se levantar,mas expressou uma careta de dor; e assim que o fez,levou a mão á perna.

-Ah! -Reclamou.

Carol se apressou.

-Não faça esforço,continue deitado até que seu pai chegue. -Ela pediu.

-Não posso continuar deitado a vida toda. -Rebateu Luid. -Além disso,estou pensando em ir atrás dele.

-Não vai continuar deitado aí a vida toda. -Carol irritou-se. -Só mais alguns...algumas...só algum tempo.

Ele olhou para ela carrancudo,já havia se sentado com dificuldade.

-E é melhor que esperemos aqui. -Carol prosseguiu,a voz trêmula. -Aliás,você não vai conseguir andar desse jeito.

Luid apenas encarou a coxa rasgada,a carranca permanecia. O tecido que Carol usara em sua testa a fim de afastar um pouco a febre havia caído no colo dele ao se levantar. Ela engoliu seco.

-Me desculpe,Luid. -Falou baixinho.

Aquilo fez com que ele a encarasse e a expressão mudasse repentinamente.

-Pelo quê?

Ela suspirou.

-Eu sei que a culpa disso tudo é mi...

-Já basta,Carol. -Cortou o rapaz. -Tudo vai se resolver. O que não pode acontecer é você cair nas mãos do rei.

Ela o encarou por um longo momento,antes de reunir coragem e questioná-lo.

-Porquê? eu não tenho absolutamente nada de especial que possa interessá-lo. -Atirou a moça,Luid a olhou perplexo. -Acho que poderia muito bem ir para o palácio,já que o rei se decepcionaria quando notasse que eu não tenho nada para oferecê-lo. nada.

Luid engoliu em seco,por um momento esqueceu-se da dor e do calor que o veneno causava. Ele não podia contar a Carol sobre a profecia,não naquele momento. O olhar dela se tornou triste.

-Seria melhor que eles me encontrassem...aliviaria o lado de vocês. -Comentou.

Ele baixou os olhos.

-Já decidimos ajudá-la.

-Mas nunca é tarde para voltar atrás.

-Não!

Ela engoliu seco,os olhos dele eram tão determinados quanto frios ao olhar para ela.

-Não vamos desistir de ajudá-la e colocá-la em segurança agora,e...-Ele contorceu-se e suavizou a voz. -As vezes sinto minha pele repuxar. Droga!

-Já vou aliviar isso. -Era Tom,Carol sentiu-se relaxar.

O homem se abaixou diante do filho e estudou o ferimento,Arabelle no seu encalce.

-Por que demoraram tanto? -Perguntou o rapaz.

Tom o olhou brevemente enquanto enfiava algumas ervas dentro de uma casca de...coco? Carol se perguntou o que era aquilo.

-Tive que me dedicar á alguns outros detalhes no caminho. -Respondeu Tom. -Como fazer algo que pudesse servir de agulha,afinal esta ferida terá que fechar.

Luid jogou a cabeça para trás quando o pai segurou sua coxa.

-Ah não, -Reclamou o rapaz. -Isso vai doer.

Carol sorriu.

-Agora sim você está parecendo um menino de oito anos. -Comentou,a fim de aliviar a tensão.

Tom a olhou divertido.

-Um menino de oito anos?

Ela entendeu,seria bom distraí-lo da dor. Seu pai fizera aquilo diversas vezes quando ela se machucava e ele tinha de cuidar dos ferimentos,muitas delas pelo pior método.

-Eu estava dizendo a ele há pouco que você chegaria logo e que não era para se preocupar,e ele disse que eu o estava tratando como um menino de oito anos. -Contou a moça.

-Luid já está muito passado. -Comentou Arabelle.

Carol riu alto enquanto Luid lançava um olhar suave para a irmãzinha.

-Não estou tão velho assim,tenho apenas 21. -Ele apoiou o corpo nas mãos atrás das costas,enquanto o pai umedecia o ferimento.

-21 já está muito velho. -Arabelle insistiu.

-Creio que quando você fizer 21 como eu,estará muito velha também. -Um sorriso torto.

Arabelle pareceu pensar no assunto,mas não disse nada.

-Acho que estou quase velha também. -Carol disse,brincalhona. -Vou lhe contar uma história que aconteceu comigo quando tinha a sua idade,Bell.

Tom parecia agradecido por aquilo,seria bom que Luid se mantivesse distraído e acordado. Claro que ele já era um homem e não precisava daquilo como uma criança precisaria,mas o corte havia sido profundo demais e ele levaria tempo para unir a pele de novo; Sem contar que Tom suspeitava que o veneno o fizesse adormecer e causar algum mal. enquanto Carol contava sua história,Luid ria e vez ou outra fazia um comentário; apesar de sua expressão febril,ele se mantinha atento a cada palavra da jovem. Ela teria que mantê-lo assim até que Tom terminasse o trabalho em sua coxa.

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