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Após ser acordada quase aos solavancos,Carol seguia Luid pelas trilhas da floresta. Sentia-se revigorada após aquela noite de sono,e por algum motivo ou fio de sorte a doença não a incomodara durante o sono. O sol do fim da manhã não era suficiente para aquecer-lhe e corar a pele,mas ela se sentia agradecida por pelo menos um pouco de calor. Havia prendido os longos cabelos em um rabo de cavalo alto,com um elástico que encontrara no armarinho. O rapaz estranho havia dito seu nome á ela e ela á ele,mas não se falavam muito.

Ela notou a mudança de humor dele enquanto falava com o dono do armarinho,ele adquirira uma mais relaxada. Mas logo Luid retomara a expressão fechada e arisca com ela,ele caminhava a passos firmes e cuidadosos na mata. Vez ou outra,se virava para verificá-la. Carol se sentia grata por tê-lo encontrado para guiá-la pela mata,mas ainda não havia depositado toda a sua confiança nele. Queria voltar para seus amigos,e Luid não a estava levando a lugar nenhum. Ela apressou os passos para alcançá-lo.

-Luid, -Disse -Vai mesmo me ajudar?

Ele a olhou de esguelha,os olhos pareciam verde-água naquela manhã.

-Não pareço estar fazendo isso? -Ele perguntou com a voz grave.

-Sim,mas..-Carol se esforçava para manter o mesmo ritmo do rapaz. -Poderia por favor me levar de volta á entrada da floresta,que por algum motivo não consigo encontrar? -Ela parou . -Simplesmente este lugar não se parece em nada com a antiga... -Carol se interrompeu,os olhos escuros fixos na expressão de Luid.

Ele iria taxá-la de louca por dizer o que estava prestes a dizer,mas era verdade. Carol buscava uma explicação para os últimos acontecimentos: Estava na companhia dos amigos minutos antes de ter um desmaio e acordou em um lugar diferente. Ela sabia que algo havia mudado,pois a pedra de centro não se encontrava mais há poucos passos atrás dela. Mas Luid acreditaria?

-Não posso te levar até lá,seria arriscado. -O jovem respondeu. -Temos que chegar em casa o mais rápido possível e te deixar em segurança.

-Em casa? na sua casa?

Luid ajeitou a alça do arco,sua boca se torcendo um pouco.

-Sim. Temo que meu pai não irá agradar de minha atitude abrupta em te ajudar e te esconder lá,mas não vejo outra saída. -O jovem soltou. -Então vamos.

-Mas, -Carol se esforçava para manter os passos no mesmo ritmo que os do rapaz. -Porque é arriscado? tentar me levar de volta?

-Porque não sei de onde você veio. -Respondeu Luid asperamente,enquanto seguia com urgência pela mata.

-Mas eu acabei de dizer que preciso encontrar a entrada da floresta,é lá que meus amigos estavam. -A moça disse impaciente. -Eu..eu começo a pensar que fui trazida para o meio da mata enquanto estava desmaiada,e sabe-se lá o que podem ter feito comigo.

Se Luid a ouviu,não demonstrou. O rapaz seguia com olhos atentos lançando-se para todos os cantos da floresta,como se esperasse algo ou alguém a qualquer momento. Carol sabia que ele devia ter a prática de um caçador,pela forma como atentava-se com os olhos ligeiros por todos os lados; a precisão dos passos silenciosos,a forma como se movia.

-Olha, -Insistiu a moça. -Eu só quero que me ajude a chegar onde...

-Shhhh!

Luid a tomou por um pulso e a arrastou com ele para trás de uma árvore,os olhos azuis sondando a mata ao redor.

-O que foi? -Ela perguntou em um cochicho,mas ele a repreendeu com um dedo sobre a boca e os olhos furiosos,um pedido silencioso para que ela fizesse silêncio.

Carol o ouviu suspirar pesadamente.

-Droga! -Praguejou.

-O que foi? -Ela isistiu.

Rei Das Cinzas. (Livro 01)Where stories live. Discover now