Meu Carma

Oleh Lyvthechaos

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Andrew apaixonou-se por uma humana, o que logo custou-lhe muito caro, já que esse amor é meramente proibido p... Lebih Banyak

Prólogo
1. Karma Meum
2. Solstício de Inverno
3. Charlotte
4. Olhos Vendados
5. O Castelo
6. Demônios
7. Homens das Sombras
9. Memórias
10. Sessão Profana
11. Projeção
12. Primos
13. Irmão
14. O Quadro
15. Explicações
16. Crime
17. Diretrizes
18. Ceia
19. Desafio
20. Conversa
21. Resquícios de Memória
22. Abraço
23. Viagem
24. Hotel
25. Castas
26. A Praia
27. Meia-noite
28. Reencontro
29. Confissões
30. Bagunça
31. Caos
32. Futuro
33. Meu
34. Troca
35. Retorno
36. Início
Notas Finais
Capítulo especial: Dia dos Namorados

8. Estufa

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Oleh Lyvthechaos

*Andrew On*

Pedi para que Charlotte escolhesse algumas roupas velhas minhas, para que eu pudesse reconstruir a antiga estufa. Vesti as que ela escolheu: uma camiseta branca larga e uma calça de moletom já gasta.

Pedi também para que alguns empregados me trouxessem ferramentas. Ok, eu poderia pedir para que alguém fizesse isso por mim, afinal, empregados em meu castelo é o que não falta. Mas acho que preciso sair um pouco do escritório e respirar novos ares, mesmo que isso signifique respirar um pouco do cheiro de enxofre que pode ser sentido em todo o submundo.

- Sr. Andrew, sei que não é de meu interesse saber de suas atividades - disse Charlotte - mas de qualquer forma, zelo por sua segurança quando está no território do castelo e digo que é muito perigoso para o senhor ficar lá fora, já que o cão do sr. Lúcifer fica solto por aí e...

- Charlotte, eu já conduzi um exército de querubins para o submundo com Gabriel ao meu lado. - interrompi tentando acalmá-la - e no momento, estou apenas querendo reformar uma estufa. Que por o acaso, está no meu jardim. Então está tudo bem.

- É que aquele cachorro me dá nos nervos. E ele tem quase três metros de altura. Já vi ele tirando a cabeça de um dos empregados fora!

- Espera... de qual empregado você está falando?

- David. - respondeu Charlotte - pobre alma. Agora deve estar perambulando como alma desamparada por toda a eternidade!

- David?! Ok, preciso falar a respeito do Cérbero falso com Lúcifer. Pois não dá para ele ficar matando meus empregados... novamente.

- O que quer dizer com "novamente"? - indagou uma voz conhecida.

Olhei rapidamente para trás e deparei-me com Amy ali. A roupa estava amarrotada e o cabelo estava amarrado em um coque desgrenhado. Em suas mãos, carregava um balde com várias outras coisas. Produtos de limpeza, pensei.

- O que está fazendo aqui, srta. Mayhew? - perguntei enquanto terminava finalmente de arrumar a gola de minha camiseta - não deveria estar trabalhando?

- Para sua informação, querido chefe, já terminei minhas obrigações - respondeu enquanto jogava o balde no chão - aliás, há outra tarefa ou posso finalmente voltar para casa? - perguntou com sua atenção totalmente direcionada a Charlotte, que ainda permanecia ao meu lado.

- Acho que já pode voltar para su...

- Na verdade, há uma sim. - interrompeu-me Charlotte - sr. Andrew estará lá fora reformando a antiga estufa e com certeza ele precisará de sua ajuda.

Encarei Charlotte em busca de respostas, afinal, o que ela estava planejando?

*Andrew Off*

Confesso que queria ficar mais próxima de Andrew, por isso não pestanejei quando Charlotte pediu para ajudá-lo na limpeza de uma estufa, a qual até exato momento, não fazia ideia de que existia.

Peguei uma pá para tirar a crosta de sujeira do chão. Andrew fez o mesmo. Ficamos jogando conversa fora por alguns minutos. Andrew explicou-me sobre os empregados mortos que habitavam seu castelo, para obedecer tudo que lhes eram imposto. Fiquei por alguns minutos pensando nisso. E então pensei em mim.

E mais uma vez aquela maldita questão sem explicação alguma: por quê eu estava ali? Convenhamos que Andrew não precisava de mim, já que havia um par de empregadas gêmeas, Ivy e Vee, que já davam conta do recado. Aparentavam estar mais tempo ali do que o próprio Biersack.

Parei minha tarefa de imediato e larguei a pá de lado.

- Eu não acredito em você, Andrew. - disparei sem pensar.

- Do que está falando? - perguntou ele, fitando-me.

- Dessa história mal contada de trazer-me para cá. Você mente em relação a isso. - eu disse dando um passo à frente. Queria mostrar que eu era mais confiante e corajosa do que aparentava. Talvez mais para mim mesma do que para Andrew.

Andrew largou a pá também e aproximou-se. Eu não ousei afastar-me. Queria respostas e não queria mais ser privada da verdade.

- Você saberá da verdade logo - disse ele - Katherine.

Um choque percorreu o meu corpo ao ouvir o nome proferido. Senti minhas pernas ficarem bambas e sabia que poderia cair ali a qualquer momento.

- Do que você me chamou? - perguntei incrédula e um tanto psicótica perdida ainda nos meus pensamentos e em como aquele nome havia me afetado.

Eu reconhecia aquele nome e uma dor consumiu o meu peito, como se uma lâmina afiada e invisível estivesse atravessando-o no exato momento. Minha respiração escapou-me dos pulmões, mas ainda assim, tentei manter-me de pé.

- Me desculpe - disse Andrew claramente preocupando-se com minha reação - quis dizer Amy, mas Katherine acabou por escapar dos lábios. Está tudo bem?

- De onde você conhece esse nome?

Andrew parecia vacilar e procurar as palavras certas a serem usadas.

- Esse assunto de empregados acabou por me fazer lembrar de uma empregada que tive, o nome dela era Katherine. Por isso acabei chamando você por esse nome. Peço desculpas novamente.

Eu conseguia ver a mentira escorrendo de suas palavras. Andrew era um péssimo mentiroso, mas no momento, não estava pronta para uma discussão em busca de respostas.

- Me leve daqui, Andrew. Por favor! - minha voz carregava súplica.

Então não pude mais aguentar meu próprio peso e logo meus joelhos curvaram-se, mas os braços de Andrew apararam meu corpo me carregando em seguida.

Percebi quando passamos depressa pelo salão do castelo. Charlotte estava por ali e perguntou com a voz exasperada o que havia acontecido comigo, se eu estava bem. Andrew respondeu brevemente que eu precisava deitar imediatamente. Não lembro exatamente quando apaguei, mas apenas lembro que um sono profundo pegou-me de surpresa e simplesmente acabei sonhando.

***

Encontrei-me correndo em direção à alguém, não sabia bem quem exatamente era, mas sabia que era uma silhueta conhecida. Eu segurava com força o vestido pesado e espalhafatoso enquanto passava apressadamente pelos galhos secos que pisava vez ou outra fazendo barulhos que no silêncio do local, pareciam altos demais. Aparentava estar anoitecendo.

Alguém estava de costas para mim e por conta da pouca claridade, eu não conseguia ver o rosto ou algo que me fizesse adivinhar de quem se tratava. Meu coração estava acelerado e as palmas de minhas mãos começavam a suar. Continuei a aproximar-me e aos poucos, um sorriso começou a surgir em meus lábios. Uma sensação boa invadiu cada lugarzinho do meu corpo, reconfortando-me.

- Andrew! - gritei, e percebi que estava em mais um daqueles sonhos que não podia controlar meus movimentos ou falas.

Andrew virou-se de imediato para me olhar. De repente um sorriso pintou seus lábios fazendo seus olhos azuis estreitarem-se levemente devido ao sorriso. Seus cabelos pretos que sempre estão despenteados, dessa vez estavam impecavelmente penteados para trás, irritantemente alinhados, sem nenhum fio fora do lugar.

Ele deu exatamente dois passos para frente, para que finalmente pudéssemos ficar próximos. Senti mesmo com essa aproximação mínima, o calor do corpo dele sob minha pele.

- Katherine. - disse ele de forma e com expressão serena, fazendo meu coração acelerar mais uma vez - achei que você não iria vir. Estava preocupado.

Sorri ao ouvir a palavra "preocupado".

- Não precisa se preocupar. Tive alguns imprevistos com meu pai, mas nada que não me fizesse sair de casa.

Dessa vez, Andrew sorriu.

- Vamos entrar, não quero correr o risco de sermos pegos aqui fora.

Olhei para o lado onde ele estava indicando. Era uma estufa, idêntica a qual eu estava limpando com Andrew no inferno. Então dei uma olhada em volta; há poucos metros de distância encontrava-se uma mansão, a qual reconhecia de outro sonho que tive há um tempo atrás.

- Castle Combe não está mais tão segura como antes - disse Andrew de imediato assim que entramos na estufa - precisamos sair daqui o quanto antes.

- O que quer dizer? - indaguei nervosa - não quero viajar. Não quero deixar minha mãe e Molly aqui. Sem contar que meu pai iria atrás de nós, você sabe disso.

- Confie em mim! - exclamou ele pousando as mãos em meus ombros - viajaremos, mas voltaremos logo, até porque não posso ficar muito tempo afastado do Céu. O clero sentiria minha falta.

- Eu acho isso uma péssima ideia, Andrew.

- Apenas confie em mim, Katherine.

***

Acordei em um sobressalto, pois senti algo sedoso passar pela sola do meu pé. Meus olhos demoraram a focar em Charlotte, que me observava com atenção.

- Acordei você? - perguntou ela - desculpe, acho que meu vestido acabou por esbarrar em você. Está tudo bem?

Minha boca estava seca e não queria ter que responder nada tão cedo. Minha cabeça girava. Dei uma breve olhada em volta e percebi que estava no escritório de Andrew. A superfície acolchoada a qual eu estava deitada aparentava ser o divã.

- É, acho que estou bem. - respondi.

- Que bom! - exclamou Charlotte sentando-se em um pequeno espaço vago no divã - sr. Andrew pediu para que você tomasse um pouco desse chá.

Olhei para a xícara que Charlotte agora segurava. Sentei-me com um pouco de dificuldade e bebiriquei um pouco do líquido.

- Onde Andrew está? - indaguei.

- Teve que sair para resolver algumas coisas no segundo círculo. - respondeu ela.

- Segundo círculo? - perguntei encarando o chá na xícara. Aquilo soava como algo conhecido, mas não tinha tanta certeza.

- É um pouco complicado - disse Charlotte fazendo beicinho enquanto apoiava o braço esquerdo no joelho, aparentando estar pensativa - com certeza não sou boa em explicar certas coisas.

- Estou disposta a ouvir tudo - eu disse incentivando-a.

- Bom, já que insiste - disse ela enquanto remexia-se um pouco - primeiramente, precisa saber que o inferno tem nove círculos. Eu nunca conto com o limbo, então são oito.

- Limbo... - murmurei parecendo uma psicótica enquanto minhas memórias conectavam-se aos poucos - isso soa como... como o livro divina comédia.

- Exatamente! - exclamou Charlotte sorrindo - já leu esse livro?

- Sim. Quer dizer, quase nada. Tive que ler para uma pesquisa para a escola, mas no fim, apenas pesquisei o resumo do livro na internet.

- Que coisa errada, Amy...

- Charlotte, continue!

- Desculpe! Onde eu estava...? Ah, sim. Cada círculo é governado por um demônio diferente. Mais precisamente por um anjo caído. Lúcifer governa o nono círculo, o mais quente do submundo.

Engoli em seco.

- Como pode perceber - continuou - o livro divina comédia tem vários fundos de verdade. Provavelmente deve conhecer um pouco de cada círculo, então acho que não precisarei explicar tudo, afinal.

Soltei o ar dos pulmões e tentei manter os pensamentos em ordem. Tentei também reorganizar minhas memórias e saber qual exatamente era o segundo círculo.

- Se lembro-me bem - comecei - o segundo círculo é onde ficam os luxuriosos, certo?

- Exato! Posso tomar um pouco do seu chá? Acho que estou precisando.

- Fique à vontade. - eu disse entregando a xícara em seguida.

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Eu queria perguntar algo, mas não estava com tanta coragem assim. Entretanto, eu precisava perguntar o quanto antes, pois se Andrew voltasse, talvez não teria a oportunidade outra vez. E perguntar diretamente a Andrew estava fora de cogitação, já que ele me privava da verdade, seja ela qual for.

- Charlie, posso perguntar algo?

- Claro, Amy.

Encarei a porta por alguns instantes antes de prosseguir.

- Há quanto tempo Andrew tem aquela estufa? - perguntei finalmente.

- Não sei. Vee já comentou que há muitos anos a estufa está abandonada. - respondeu prontamente - o que sei também é que o sr. Andrew gostou tanto de uma estufa que viu certa vez na Terra que mandou contruir uma réplica idêntica a ela aqui mesmo, que é a qual você estava limpando antes de desmaiar. Aliás, você está bem mesmo?

Engoli aos poucos as informações. Torcia para que aquele meu sonho estranho fosse apenas uma coincidência estranha, afinal, nada fazia sentido.

- É, estou bem. - dei um sorriso para enfatizar minha resposta.

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