Vou ao shopping e compro um vestido para mim e um para a Rosalie, já que não tenho muita opção e devo ir à festa.
Chego em casa e sorrio ao ver Débora brincando com Rosalie, ambas sentadas no chão.
- Que horas começa o evento? - pergunta quando nota minha presença.
- Oito e meia.
Coloco as sacolas em cima do sofá e me sento no chão perto delas.
Fico conversando com Débora, mas me lembro a todo momento das palavras que o Carlos proferiu.
- Vai se arrumar, pois já são oito horas. Pode deixar que eu arrumo essa princesa para você.
Dou um beijo em Rosalie, me levanto, pego as sacolas e entrego uma para a Débora. Caminho lentamente até o quarto e fecho a porta. Cerca de vinte minutos depois estou pronta.
Me olho no espelho e sorrio com a imagem que vejo.
Saio do quarto, e franzo o cenho quando me lembro que preciso arrumar alguém para cuidar da Rosalie enquanto trabalho.
Caminho em direção a sala e vejo Rosalie sentada no colo da Débora.
Ela está com um vestidinho vermelho, com detalhes brancos, uma sandália rosa e com os cabelos prendidos com presilhas. Está linda.
Caminho até elas e pego Rosalie o colo, que da um beijo em meu rosto.
- Vamos também, Débora.
- Agradeço o convite, mas terei que recusar. Tenho que arrumar minhas malas querida, pois viajo amanhã.
- Está bem. Logo estamos de volta.
- Vão com Deus, e cuidado!
Chamo um táxi e em cinco minutos ele chega. Falo o endereço para o motorista, que parece ter ficado encantado por minha filha e em poucos minutos chgamos ao nosso destino. Pago o mesmo e respiro fundo antes de sair do táxi.
O local está todo iluminado, tudo parece muito caro, repleto de fotógrafos.
Com certeza essa festa será comentada pelas pessoas pertencentes à elite da cidade por muito tempo.
Sou parada por um fotógrafo, que tira diversas fotos minhas com Rosalie, que sorri inocentemente e logo vejo Klara, que acena para mim e caminha em nossa direção.
- Boa noite, vocês estão lindas.
- Obrigada, você também está linda. A propósito, aquele rapaz moreno não para de te olhar - falo e aponto discretamente para ele, o que faz com que ela revire os olhos.
- É o idiota do Paulo - diz e suspira - Vou ali, nos vemos mais tarde. Aproveite a festa.
Vejo Edgar se aproximando de nós acompanhado de uma mulher muito bonita e que aparenta ter uns 27 anos, embora tenha mais, com certeza.
- Que bom que vieram.
- É um prazer estar aqui e revê-lo novamente, senhor Hildebrand.
- Quero lhes apresentar minha esposa, Yasmim. Yasmim, está é Anne, a representante do nosso novo projeto e sua filha, a pequena Rosalie.
- É um prazer conhecer a senhora.
- Ah querida, o prazer é todo meu, e nada de senhora, por favor, assim eu me sinto velha. Vocês são lindas.
- Obrigada.
- Por que não se sentam conosco?
- Não queremos incomodar.
- Imagina, será ótimo. Assim podemos nos conhecer melhor.
- Está bem.
Caminhamos em direção à mesa e abro um sorriso ao ver um casal. Devo admitir que meus braços começam a doer, já que Rosalie está um pouco pesada.
- Anne, essa é a minha filha Nádia e meu genro, Guilherme - ambos sorriem - Essa florzinha aqui é a filha dela, a Rosalie.
Nos sentamos e começo a me sentir desconfortável, com o olhar de todos na mesa sobre mim e minha filha.
- Você ja morou aqui?
- Sim. Eu mudei à um tempo atrás - respondo sem olhar para a Nádia.
- Desculpe-me a pergunta, mas quantos anos você tem? Você parece tão nova e já tem essa linda menininha!
Suspiro, isso parece mais um interrogatório.
Quando abro minha boca para responde-lá, arqueio minha sobrancelha esquerda ao notar que Rosalie olha pra entrada com um sorriso no rosto.
- O que foi filha? - perguntei seguindo seu olhar.
Todos na mesa parecem curiosos e confusos, assim como eu
Aproveitei bastante minha tarde, se é que me entendem e quando me aproximei do salão de festas, tive vontade de voltar para casa correndo.
Me sinto sufocado dentro desse maldito terno.
- Você e a pequena são muito parecidos. Incrível, não? - comenta logo após eu me sentar ao seu lado, sem tirar os olhos da filha da Anne.
- Sim, é incrível.
O clima na mesa fica um pouco tenso, ninguém profere uma palavra sequer e Anne parece evitar me olhar.
Ela está maravilhosa e ao contrário dela, eu não consigo parar de olhar para ela.
- Vocês dois já se conheciam? - engulo em seco ao ouvir a pergunta da minha mãe.
Anne parece estar calma e toma a frente da situação, me deixando aliviado.
- Sim. Nós estudamos juntos, quando eu morava aqui. Éramos bons amigos.
Suas palavras fazem com que eu estremeça e me encolha quando ela olha para mim.
Não consigo proferir uma palavra sequer e Nádia parece estar se divertindo com a minha situação, pois tem um sorriso presente em seu rosto.