Capítulo Dezesseis

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Acordo com a Rosalie chorando

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Acordo com a Rosalie chorando. Pego ela, que parece assustada e aos poucos ela vai se acalmando, dormindo logo em seguida. Olho no relógio e vejo que são quatro e dez da manhã, e me vem na cabeça a conversa que tive com a Nádia... Ela seria capaz de contar para ele?

Fico observando minha pequena dormir. Um anjo do céu, que Deus me deu para cuidar, amar e proteger...

Tive tanto medo de não ser uma boa mãe e agora sei que fiz bem em tentar, em não desistir como muitas pessoas fazem.

Ouço um barulho vindos lá de baixo, como se fossem batidas na porta e logo a Débora aparece no quarto.

Descemos, um tanto hesitante, e ligamos as luzes. Olhamos em todos os cômodos e constatamos o óbvio. Não há ninguém aqui.

Olho em direção a porta da sala e vejo um papel branco. Pego e vejo que tem meu nome.

Por instinto, corro para o quarto e vejo que esta tudo bem com a Rosalie, o que me faz respirar aliviada.

— O que está escrito? -pergunta apontando para o papel em minhas mãos, logo após entrar no quarto. Entrego o papel para ela, que começa a ler.

"Acredito que tudo tem sua hora certa, a de nascer e a de viver, a de matar e a de sofrer. Fazemos escolhas sem pensarmos no preço que iremos pagar. Seus pais foram assim. Em breve nos veremos, pequena mulher."

— Eu não entendo... O que isso quer dizer? O que meus pais fizeram?

— Eu realmente não sei, Anne. Talvez seja melhor eu adiar minha viagem. Não quero deixar vocês duas sozinhas.

— Vai ficar tudo bem, Débora. Você não precisa fazer isso.

Olho mais uma vez para Rosalie, que dorme tranquilamente e por fim saímos do quarto.

Nos escoramos na parede do corredor e conto a ela tudo o que aconteceu na festa, como eu me senti quando ouvi sua voz, quando senti seu perfume e vi seu maldito sorriso.

— Eu não sei o que fazer – murmuro, olhando para ela.

—— Siga o seu coração, tente se for necessário, se arrisque.

— E se não for o melhor? E se não for o certo?

— Você só saberá se tentar - diz e caminha em direção ao seu quarto.

As horas parecem se arrastar, e quando não conseguimos dormir, os segundos parecem horas. Acordo Rosalie as seis e meia, arrumo-a e depois de colocar um desenho para assistir, caminho até o banheiro, a fim de tomar um banho gelado.

Me arrumo, desço com ela pra cozinha e tomamos café da manhã. Débora já nos espera para nos despedirmos e observo ela sair de casa, parecendo estar ansiosa e muito nervosa.

Meu telefone vibra e vejo que é uma mensagem da Nádia, o que faz com que eu suspire.


"— Minha mãe fará um jantar especial hoje e me mandou convidar você e a Rosalie. Começa às oito. "

"— Não sei se dará para irmos então não conte com a  nossa presença, Nádia."

"— Tenho certeza que daráAté a noite. "


Rosalie me encara, atenta e isso me faz sorrir.

Coloco meu telefone em cima da mesa, sem desviar meus olhos dela.

— O seu papai continua muito bonito e você é a cópia exata dele - falo, ciente de que ela não está entendendo nem metade das palavras proferidas por mim. — Um dia ele saberá que é seu pai e tenho muito medo do que ele possa fazer. Você é meu mundo, meu sustento e não sou capaz de ficar longe de você nem por um momento sequer.

Me escoro na cadeira e coloco Rosalie no chão.

Penso em ligar para Cathy, mas não vou em frente. A essa altura, ela deve estar fazendo as pazes com o seu "docinho de coco", apelido carinhoso dado por ela ao Daniel.

Não consigo tirar as palavras proferidas por Nádia da minha mente e uma onde de culpa toma conta de mim.

Sei que estou errada em esconder o parentesco do Carlos com a minha filha, que ela não tem culpa do nosso passado, mas sei também que ele não agirá calmamente e da maneira correta quando souber de toda a verdade.

Carlos Hildebrand mostrará seu pior lado e sei que eu sairei prejudicada, de uma forma ou de outra.

Não permitirei que ele tire minha filha de mim, que pise em seus sentimentos como ele pisou nos meus. Se depender de mim, ele jamais saberá que tudo aquilo foi mais que uma aposta.

Foi Apenas Uma ApostaWhere stories live. Discover now