Capítulo Dezenove

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Acordo ao ouvir o barulho incessante do despertador e vejo que a Rosalie ainda está dormindo do meu lado

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Acordo ao ouvir o barulho incessante do despertador e vejo que a Rosalie ainda está dormindo do meu lado.

Pego meu celular em cima do criado mudo e vejo que não passa das seis e dez da manhã.

Me levanto lentamente, saio do quarto e desço as escadas percebendo que as luzes estão acesas, o que me faz estranhar pois sei que apaguei todas ontem à noite.

Abro a porta da sala e olho para todos os lados, mas não vejo ninguém. Caminho até a cozinha e vejo que tem uma caixa em cima da mesa.

Abro-a de imediato e me deparo com um monte de fotos do acidente dos meus pais, outras minhas em Londres e uma minha entrando em casa ontem à noite com a Rosalie. Engulo em seco. Devo confessar que isso está começando a me assustar.

Volto para o quarto e acordo a Rosalie, dou um banho nela e arrumo-a. Tranco a porta do quarto e deixo ela brincando com as bonecas enquanto tomo um banho rápido. Visto uma roupa simples e coloco um sorriso em meu rosto, desejando que tudo corra bem.

 Visto uma roupa simples e coloco um sorriso em meu rosto, desejando que tudo corra bem

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Pego a Rosalie no colo, algumas coisas dela e desço. Tranco tudo e coloco ela no meu carro. Em vinte minutos chegamos na creche.

Deixo ela com uma senhora já de idade e deixo claro que não é pra deixar ninguém levar minha filha, que apenas eu virei buscar ela.

Me despeço de Rosalie com um beijo e sigo para a empresa. Para meu azar encontro-me com Carlos logo na entrada. É inevitável ignorar as marcas presente em seu rosto.

— Bom dia

Não pronuncio nada, sem querer brigar.

— Você não vai falar comigo? - pergunta cético e olho pra ele com cara de poucos amigos.

— O Ruan já chegou?

— Estou à seu dispor - falou se aproximando de mim.

— Vamos começar logo. Tenho que resolver algumas coisas.

Caminhamos em direção ao elevador e subimos até o terceiro andar. Entramos em uma sala de reuniões e nos sentamos.

Confesso que estou preocupada com tudo que têm acontecido, com medo que algo em meio a tudo isso chegue a machucar minha filha.

— Está tudo bem? - Ruan pergunta, sem desviar seu olhar do meu.

— Sim. O que já temos para o projeto?

— Apenas o local e iremos fazer tudo baseado em conforto e segurança.

— O lugar é realmente grande - Carlos diz, animado — Iremos construir uma escola dentro de um hospital.

Cerca de três horas depois, após dar uma boa adiantada em tudo, saio da empresa e vou ao shopping. Compro algumas roupas pra Rosalie e alguns brinquedos.  Ligo para a Débora mas ela não atende, então sigo para a casa da Calissa.

Toco a campainha e logo uma senhora aparece e me pede gentilmente para acompanhá-la.

É uma casa bem grande, com um jardim de rosas e tulipas. Possue um estilo vitoriano com inúmeros detalhes em seu exterior. Entramos e caminhamos até a sala onde os vejo. Nos comprimentamos e nos sentamos logo em seguida.

— Acredito que você tenha muitas perguntas. Deve estar confusa também, mas iremos te contar tudo.  Quando eu engravidei de você estávamos passando por um momento muito difícil. Os seus avós, pais do seu pai nunca aceitaram nosso casamento, afinal eles vinham de uma família rica da Itália e eu era uma pobre coitada que a um ano atrás havia engravidado do nosso primeiro filho, o Sam, e que para a segurança dele eu o havia deixado com minha tia, em Londres, por um tempo. Surgiram muitas ameaças contra você, até mesmo dos pais do Juan, então conheci a Alice e o Caique.

— Eles, descobri anos depois, eram primos distantes meus e já haviam ficado sabendo da história pela Calissa. Como a Alice não podia ter filhos, se ofereceu para cuidar de você. Ela nos prometeu que te contaria, mas não contou — diz Juan, com um semblante triste.

— Depois de quase sete anos, as ameaças pararam já que não encontravam vocês e nós sempre visitávamos vocês. Os seus avós morreram e enfim poderíamos ficar com vocês de uma vez por todas. Busquei o Sam e quando fui te buscar pra morar conosco a Alice não deixou. Disse que você era filha dela e que nada tiraria você de perto dela.

— Não havia nada o que poderíamos fazer nada, já que estava em tudo que ela era de fato sua mãe. Ficamos mais alguns anos aqui e então decidimos voltar pra Itália. Sempre tentávamos manter contato mas ela só dificultava as coisas para nós.

Vejo os olhos de Juan brilharem e sinto um aperto dentro de mim.

— Sou amiga da Yasmim desde de pequena, então contei tudo a ela e ela falou que tentaria me ajudar. Ela foi falar com a Alice e ela garantiu que te falaria toda a verdade. Por não mantermos contato facilmente, ela sempre procurava saber como você estava e mandava fotos para nós. Yasmim me ligou, falou da morte da Alice e do Caique, falou também que não tinha te visto mais. Voltamos para cá à três anos e começamos a procurar por você, até que ela me ligou novamente e falou que estava em um evento com a minha filha. Quando vi suas fotos tive certeza que era você e não pude conter a minha felicidade.

— Você é idêntica a ela quando jovem - falou com a voz embargada me entregando uma foto de uma mulher parecida comigo e nesse momento eu tive a certeza que é verdade tudo isso e que agora eu estou frente a frente com a minha verdadeira família.

Foi Apenas Uma ApostaWhere stories live. Discover now