Capítulo Vinte e Três

9.9K 619 51
                                    

— Qual é o problema? Por que não posso ficar perto dela? O que eu preciso fazer pra você acreditar que eu mudei?

Ups! Tento obrázek porušuje naše pokyny k obsahu. Před publikováním ho, prosím, buď odstraň, nebo nahraď jiným.

— Qual é o problema? Por que não posso ficar perto dela? O que eu preciso fazer pra você acreditar que eu mudei?

Carlos, eu não quero e não vou deixar você machucar minha filha. Ela é uma criança e se ilude fácil, se apega fácil demais e você é um babaca que pode machuca-lá, coisa que não quero que aconteça.

— Mas como eu posso te provar que mudei se você não me dá uma chance? - murmura e suspira. — Eu quero poder ficar perto de vocês, quero que você confie em mim.

— Então faça isso, mais não faça por mim e sim por minha filha. Ela gosta de você, mesmo te conhecendo a pouco tempo.

— Eu ainda vou te provar que posso ser melhor do que fui à três anos atrás...

Ficamos nos encarando por alguns segundos e então, sem que eu pudesse prever, sou puxada por ele que segura meu rosto e me dá um beijo demorado. Tento resistir, mas aos poucos vou retribuindo.

Por fim, ele solta meu rosto e se afasta. Noto que seu olhar está um pouco perdido, seus ombros flexionados para baixo e isso tende a me confundir.

— Se cuida.

Observo ele se virar e então se afastar. Quando ele entra no carro, abro a porta de casa e caminho lentamente até a cozinha.

— O que aconteceu aqui? - pergunto ao ver que tem farinha em toda a bancada e um monte de vasilhas sujas. Eles me olham e apontam um para o outro, me fazendo balançar a cabeça em negação.

— A gente só queria fazer um bolo - Sam diz, timidamente.

— Na hora do jantar?

— Não seja a mãe chata, não hoje.

— Certo, vão lavar as mãos pra gente jantar.

Dou uma limpada na bancada e então coloco a mesa. Eles se sentam e coloco a comida para Rosalie, depois me sirvo, seguida do Sam que parece faminto.

— Nossa mãe ligou mais cedo e disse que amanhã será o exame.

— Está bem. Sam, e quanto aquele outro assunto?

— Fique tranquila, não contei nada. Eu te prometi que não iria contar e eu não quebro promessas, não facilmente - diz e rimos. — Sabe, hoje mais cedo, quando eu fui em casa, eu conheci uma garota, sabe?

— E aí? Qual é o nome dela? Ela mora aqui? - pergunto animada, logo após engolir a comida que estava em minha boca.

—Ela se chama Melissa. Sem querer a gente se esbarrou e peguei o número dela, mas senti algo diferente quando estava com ela. Não sei explicar.

— Você gostou dela e ela provavelmente não é igual essas mulheres que você pega. Se você acha que podem ter algo, não seja um babaca e jogue tudo pro ar.

Ele da uma gargalhada e olho para Rosalie, que brinca com sua colher e parece sonolenta.

— Você está louca? Eu gostando de alguém? Qual é, sou Sam Hildegard, não me apego a ninguém e nunca vou me apegar.

Ouço Rosalie dizer algo que não entendo muito bem e em seguida dar um gritinho. Me levanto, pego o prato dela e o meu e coloco na pia, em seguida, pego ela no meu colo, lavo a boca e a mão dela e a coloco no chão.

— Sam, para com isso. Você não é mas um adolescente, é um homem. Então se porte como tal, procure alguém que você realmente goste e forme uma família. Essas suas ficantes só querem se divertir e poder falar que ficaram com o advogado Sam Hildegard e não estão ligando para o que está acontecendo, se você esta bem ou não. Agora, quando você achar uma mulher que te ama de verdade, essa sim vai ficar ao seu lado em todos os momentos, você estando feliz ou triste, exercendo advocacia ou sendo um gari. Ela não vai ligar se você é rico ou pobre. Pense nisso.

Pego Rosalie no colo e a levo pro quarto. Coloco ela em cima da cama e lhe entrego a barbie que ela ganhou da Sophia. Pego um álbum de fotos que deixei em cima do criado mudo e me deparo com uma foto do Carlos, sorridente. Sem que eu consiga evitar, uma lágrima escorre pelo meu rosto, seguida de outra e outra.

Amasso a foto, jogo-a dentro de uma das gavetas e limpo as minhas lágrimas.

— Sente falta dele, não é? - pergunta e só então noto sua presença no quarto.

Desvio meu olhar para Rosalie novamente, que parece inerte a tudo o que estamos falando.

— Por mais que me custe admitir, sim, eu sinto falta dele, mas ele só me fez mal. É melhor ficar assim, como está. Ele com uma outra pessoa e eu com a minha filha.

— Você pode se relacionar de novo, você é nova. Não é porque ele foi um babaca com você que todos vão ser.

— Sim, eu sei disso. Mas agora eu tenho uma única meta a seguir, que é proteger minha filha e cuidar para que ela tenha um futuro...

— De preferência longe do pai.

Dou um sorriso ao vê-la se deitar na cama e abraçar a boneca, logo após esfregar seus olhinhos.

— Sim - murmuro, um tanto hesitante, sem saber se essa é realmente uma boa escolha a se fazer.

Eu já não tenho tanta certeza assim...

Foi Apenas Uma ApostaKde žijí příběhy. Začni objevovat