Foi Apenas Uma Aposta

Capítulo Onze

Muita coisa mudou desde que  a Anne sumiu.

Minha irmã está namorando com um cara que ela conheceu em uma balada e mesmo que eu não esteja próximo dela como antes, eu ainda sigo seus passos. Não irei deixar que ninguém machuque ela.

Nádia procurou a Anne pela cidade durante dias, no entanto, ela não a encontrou.

A Celeste ainda continua a mesma de sempre, se portando como uma mau caráter e oferecida. Estamos próximos, mais do que deveríamos.

Não posso falar que mudei muito. Agora estou morando sozinho, já que meu pai me expulsou de sua casa à três anos atrás. Fisicamente não mudei muito. Estou um pouco mais musculoso mas fora isso, não mudei nada. Agora mentalmente...

Um mês depois da bendita aposta, eu não conseguia ficar com ninguém. Toda menina que eu pegava, olhava e beijava era a Anne que eu via. Estava se tornando impossível eu sair de casa para me divertir.

Cada dia ficava ainda mais claro algo que eu, um idiota, não percebia...

Eu tava apaixonado por ela e acredite, fiz de tudo pra mudar isso. Aos poucos consegui colocar na minha cabeça que ela foi apenas uma aposta, uma menina sem valor que passou pela minha vida como tantas outras.

Não vou falar que esse sentimento sumiu, apagou-se. Mas também não é mais como antes...

Hoje meu pai chega de Londres. Ele falou que vai vim com uma pessoa que irá ficar responsável pela EPD. Irei trabalhar nesse projeto com o Ruan e essa pessoa que vai vim.

O Ruan se formou em arquitetura e trabalha na empresa. Ele é responsável por todos os projetos aqui de Nova Jersey e isso faz meu pai ficar extremamente orgulhoso dele.

Sei que meu pai ainda sente um pouco de raiva por eu ter feito aquela aposta, mas é algo que não há como mudar, então é desnecessário isso, mesmo ele não querendo entender de uma vez por todas este fato.

O Edgar não parou de falar em como Rosalie é parecida com o Carlos e a cada palavra que ele proferia, meu coração se apertava ainda mais.

Saio do aeroporto com minha filha no colo, que dorme como um anjo. O rapaz deixou as malas do meu lado e eu peguei um taxi. Dei o endereço da casa da Débora e logo chegamos.

Ainda em Londres, eu liguei para ela e ela falou que eu poderia ficar em sua casa, o que me deixou extremamente feliz.

Toco a campainha e sou atendida por uma morena, de olhos verdes. Débora está ainda mais linda.

- Anne, quanto tempo. Entre - entro em sua casa e noto que ela não tira os olhos da minha filha - Ela é linda. Sente-se, fique a vontade.

Coloco Rosalie deitada no outro sofá e me sento no maior com ela.

Conversamos por um bom tempo, e a mesma logo descobriu que a Rosalie é filha do Carlos.

Contei a ela o motivo pelo qual voltei para cá e ela me deu total apoio, mesmo estando cheia de dúvidas e confusa, assim como eu.

Ela me contou que ja não é mais diretora, pois conheceu um cara, se apaixonou e eles se casaram pouco tempo depois. Segundo ela, ele está fora da cidade a negócios.

Débora têm apenas 31 anos e seu corpo é capaz de fazer qualquer um pensar que ela é mais nova.

- Estou grávida - diz com um sorriso do rosto, me deixando surpresa.

- Que notícia boa. Você está com quantos meses?

- Três. Descobri a pouco tempo. Não consigo conter minha felicidade.

- Um filho é a melhor coisa que tem.

- É, agora eu sei - falou passando a mão em sua barriga - Você deve estar cansada. Venha, irei lhe mostrar o quarto.

Me levanto, pego Rosalie com cuidado para não acorda-lá. Subimos as escadas lentamente e ela abre a segunda porta do corredor, revelando um quarto exageradamente grande.

- Vocês podem ficar aqui o tempo que precisarem -  diz e da um beijo na cabeça de Rosalie, antes de sair.

Caminho até a cama e a deito, colocando os travesseiros ao redor dela logo em seguida.

Fico ao lado da cama, observando minha filha, encantada.

Amanhã será um novo dia e espero estar pronta. Não sei por quantas lutas passarei, mais sei que em todas elas, Deus estará comigo... Até o fim.