Playing With Fire

By leticiaschueler

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Na qual você é a irmã mais nova de Park Jimin e se envolve carnal e romanticamente com Jeon Jungkook em segre... More

Personagens
Prólogo
1. I'm like TT
2. Where it came from?
3. One night stand
4. View
5. I'mma fall in love baby
6. Yo soy masoquista
7. Russian Roulette
9 - Lay in the atmosphere
10. Half moon
11. Everything is blue
12. I got issues, you've got 'em too
13. I'm your toy
14. Never gonna let you go
15. You Never Walk Alone
16. Don't wanna cry
17. Highlight
18. You are the one
Agradecimentos
[EXTRA] What lovers do
[EXTRA] Serendipity

8. My loneliness is killing me

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By leticiaschueler

10 meses antes

Às vezes eu sentia vontade de me jogar da janela, mas desistia quando pensava que daria muito trabalho. Se eu realmente levasse isso pra frente, provavelmente quebraria a perna, pois minha casa tinha apenas dois andares.
Então, pra passar o tempo, eu assistia doramas. A verdade era que eu não tinha nada pra fazer e descontava minha frustração em doramas e doces dos mais variados. Agora, por que?
Digamos que um certo alguém estava levando a faculdade a sério demais, e passando um bom tempo estudando como um condenado. Por isso, eu não parava de encher o saco de Taehyung, que como um ótimo amigo, sempre vinha quando eu o chamava, e sempre com um pote de sorvete diferente.
Na última vez que ele veio, trouxe de morango, e ficamos assistindo pela quinquagésima vez Boys Over Flowers.
O que eu mais gostava nele era que não importava o dia, ou o que ele tinha pra fazer, sempre arranjava um tempo pra vir me ver. Mesmo quando eu passava sorvete na cara dele, ou jogava pipoca no cabelo dele, ou derramava coca cola nas camisas caras dele. A última visita dele foi marcada por sorvete de morango, coreografias da Britney Spears e de Blackpink. Infelizmente, ele tinha prova na faculdade e não pôde ficar.
Problemas de ter um melhor amigo cinco anos mais velho que você.
Naquele dia, entretanto, nada capturava minha atenção o suficiente. Nem mesmo Gu Junpyo. Nem mesmo o sorvete de flocos.
O problema tinha nome e sobrenome, e eu não preciso dizer qual é. Pausei o dorama e peguei meu celular, abrindo o número dele e discando sem esperar mais. Depois de três toques, ouvi a voz do rapaz do outro lado da linha.
- Alô.
- Tá fazendo o que? - Perguntei enrolando meu próprio cabelo.
- Estudando - respondeu. - Que por acaso você também deveria fazer. Não vai prestar o vestibular esse ano?
- Não vamos entrar nesse mérito. Sabia que estudar tanto dá hemorróidas?
- De onde você tirou isso? - Ele perguntou com a voz descrente. Eu podia sentir seu sorriso de lado. - (s/n), eu confesso que adoraria conversar, mas não posso.
- Por favor, estou extremamente entediada!
- Você sabe alguma coisa sobre caquexia?
Franzi minha testa, não entendendo o propósito daquilo.
- Hã... Não.
- Pois é, nem eu. Minhas provas já estão chegando.
Eu provavelmente teria que apelar para o outro lado.
- E se eu disser que quero aquilo?
- Aquilo o que?
- Sexo! - Falei alto na esperança que entrasse na cabeça dele.
Jungkook demorou um pouco para responder.
- Infelizmente essa semana não dá.
- Mas já fazem duas semanas.
- Mentira, olha o trenzinho da mentira passando por Seul.
- Segunda feira não contou como sexo - argumentei.
- Só se for pra você. Foi ótimo, inclusive. Se quiser tentar de novo eu tô apto.
- Grava as minhas palavras: sexo por telefone não é sexo. É no máximo masturbação.
- Você parecia ter gostado bastante.
Se eu pudesse dar um chute nele naquele exato momento, eu o faria.
- Eu vou aí.
- Mesmo se você vier nada vai acontecer. No máximo vamos estudar as maravilhas do sistema ósseo humano.
- Quer apostar quanto?
- Não vou apostar contigo.
- Ótimo.
Desliguei o celular sem mais delongas e fui correndo tomar um banho. Dei um jeito rápido em mim mesma e vesti uma roupa que sabia que ele gostava.
Eu só podia torcer pra que desse certo.
Alguns minutos depois eu estava na porta da universidade, me identificando como a irmã de Jimin. Passei correndo pelos corredores enormes e salas de aula, apenas para descobrir que os dormitórios eram do outro lado do campus. Entrei no caminho certo, quase parando para me esfregar na grama verdinha e brilhante. Finalmente localizei o dormitório dele, subindo as escadarias na velocidade da luz. Antes de entrar no quarto, me olhei no espelho do banheiro para ver se estava no mínimo apresentável. Tendo a certeza de que estava tudo nos confins, pus-me de pé em frente a porta 101. Pensei em bater, mas seria muito passivo e educado. De passiva naquele dia eu não tinha nada. Abri com força a porta, me deparando com os olhos castanhos dele me fitando, com uma caneta esferográfica na mão, apoiada nos lábios entreabertos do garoto.
- Sério? - Ele perguntou erguendo a sobrancelha.
- Seríssimo.
Entrei e me virei de costas, fechando a porta lentamente.
- Eu estava falando sério, (s/n). Não vai rolar.
Sorri, trancando a fechadura.
- (s/n) - ele chamou. - Tá me escutando?
Me virei, tirando meu celular do bolso e o lançando no sofá. Tirei meu casaco, jogando-o no mesmo lugar. Jungkook tinha uma expressão séria no rosto.
Cheguei perto dele, que contraiu os músculos. Observei o livro de medicina aberto contra a escrivaninha e mais um monte de anotações dele.
- Já faz quanto tempo que está estudando sem parar?
- Seis horas e meia.
- Você tá realmente levando a sério. - Dei um beijo estalado na bochecha dele. - Não acha que merece uma recompensa por isso?
Coloquei minhas mãos no cabelo dele, massageando o couro cabeludo. Observei os pelos do braço do garoto se arrepiarem e ele largar a caneta na mesa.
- Talvez.
Me aproximei, juntando meus lábios na parte de trás do pescoço, deixando por um bom tempo. Desci minhas mãos para os ombros dele, continuando a massagem.
- Talvez, não. Eu preciso de uma confirmação, Jungkookie.
Mesmo que pouca, ainda havia relutância naquele garoto. Usando todas as minhas armas, enfiei as mãos dentro da camisa dele, alisando a região abdominal e um pouco mais abaixo.
- Porra - ele gemeu. - Tá bom.
O virei na cadeira giratória imediatamente após aquelas palavras, puxando-o pela camiseta branca sem muitos cuidados, juntando nossas bocas ferozmente.
Apenas duas semanas, mas eu ainda senti falta. Não podia fazer nada, era como uma droga, complemente intoxicante. Já estava me perdendo nele quando me lembrei da minha missão ali. O afastei, o empurrando até que ele estivesse sentado na cama. Fiz com que ele deitasse, ficando por cima, beijando-o mais uma vez. As mãos dele em minha cintura faziam uma combinação perfeita.
E

ntretanto, as afastei, mantendo-as juntas do corpo dele. Insistentemente, ele as pôs de novo ali. Tirei-as novamente.
- Qual o problema?
- Shh, você não pode falar.
- Que?
Coloquei o dedo sobre a boca dele.
- Sem falar. Sem tocar. Sem reclamar.
Ele pareceu me analisar antes de assentir, deitando a cabeça completamente no travesseiro. Sorri porque ele me deixou tomar de vez o controle. Como recompensa, dei um beijo no maxilar dele. Percebi que aquela camiseta inútil ainda cobria ele, não demorando para arrancá-la e começar a distribuir chupões pelo abdome definido dele. Era meu prazer culposo. Desabotoei a calça dele, abaixando-a até os tornozelos, sentando-me sobre o volume crescente no meio das pernas dele.
Jungkook me encarava antecipando o que viria em seguida, por isso, tratei de fazer o oposto. Me levantei, tirando minha roupa, deixando apenas minha lingerie azul - a única que eu tinha.
Sentei-me sobre a coxa dele, o contato fazendo-me arfar. Era uma sensação nova que eu definitivamente queria me aprofundar em. Busquei por apoio no abdome dele, começando a me mexer, buscando fricção. Ele continuava a me observar avidamente. Eu mordia meu lábio inferior para não ser barulhenta. Poderia ser um problema. Após um tempo, senti meu clímax se aproximando, então simplesmente continuei. Eu merecia aquilo. O ponto escuro na cueca verde dele me indicava que ele estava gostando, então prossegui, prossegui, prossegui até me desfazer completamente em cima dele, lutando para permanecer em pé. Pela enorme mancha na roupa íntima, eu podia dizer que ele também tinha atingindo o seu ápice. Sorri, me debruçando sobre ele, ouvindo o coração acelerado contra meus ouvidos. O beijei suavemente por um tempo até sentir que ele dava sinais de vida novamente. Me recompuz, finalmente dando atenção para a necessidade dele, livrando-o de sua prisão de algodão.
Fiz o que ele gostava porque embora tentasse negar, eu era uma boa garota. Não conseguia negá-lo quase nada. Ver a expressão de prazer no rosto dele e suas mãos apertando os lençóis com força valia a pena. Parei, entretanto, quando senti que era a hora. Um Jungkook ofegante estava embaixo de mim.
- Posso dizer uma coisa?
- Não deveria, mas pode.
- Você melhorou bastante.
Dei de ombros, me posicionando sobre ele.
- Se chama prática. Também tive um ótimo professor.
Ele sorriu, seu sorriso quase derretendo meu coração, mas logo se desfez quando me encaixei nele. O olhar de predador pronto para caçar sua presa indefesa voltou aos olhos cor de café dele, que me fitavam impiedosamente. Eu me apoiava nos ombros dele, que mordia meus pulsos e também os beijava. Cansada de ficar sozinha, peguei as mãos dele e as pus onde ele gostava; em meus quadris. Ele respondeu positivamente, me puxando contra si com força, arrancando um gemido animalesco do fundo da minha garganta.
Mais alguns minutos e nós dois nos despedaçamos um no outro, o cansaço comendo nossos corpos sem piedade. Me deitei nele, que acariciava meu cabelo, tentando esconder seus sentimentos, mas falhando miseravelmente. Minha respiração batia na clavícula dele, e eu percebi que não havia outro lugar onde eu preferiria estar. Estávamos atados um ao outro, enrolados por linhas de prazer físico e emocional, presos em um sentimento proibido e viciante. Sem falar mais nada, saí de cima dele, movendo-me para o lado. Ajeitei as alças do meu sutiã, respirando fundo e ignorando a vontade de chorar que de repente me atingiu. Eu tentei engolir aquelas lágrimas, mas não consegui. Pra falar a verdade, eu não fazia a menor ideia do porquê de estar chorando, mas estava. Jungkook percebeu, virando-se com o olhar confuso e preocupado na minha direção.
- (s/a), o que foi?
Não respondi, apenas funguei, sentindo as mãos fortes dele me puxarem pra ele.
- Tá tudo bem?
Assenti, limpando minhas lágrimas no cobertor de super herói dele.
- Por que você tá chorando? Eu fiz alguma coisa de errado? Te machuquei?
- Eu só tô feliz, Kookie.
- Para de chorar, me deixa nervoso. Parece que você está triste. Não gosto de te ver triste.
Sorri, me aninhando contra o braço dele, que aproveitou para me puxar pra mais perto. Era a primeira vez que ficávamos daquele jeito. Ele não me olhou por um bom tempo até desistir de me evitar. Me pegou desprevenida, puxando-me para mais um beijo calmo, que lentamente foi se aprofundando até ficar evidente que haveria um segundo round. Ele desceu os beijos pelo meu corpo, maximizando minha felicidade conforme eu apertava seu rosto contra minha parte sensível.
Daquela vez foi tão delicado.
Tão sensível.
Tão doce.
Era palpável o que se sentia ali, o ar tinha cheiro de nós dois, o quarto para sempre ficaria marcado como um quarto onde dissemos um para o outro como nos sentíamos, mesmo que sem usar palavras. Ele me segurou com força, parecendo que nunca me soltaria, e eu agradeci por isso. Jungkook se apoiou em meu tronco, respirando fundo quando em contato com a minha pele.
- Por que? - Ele perguntou.
Eu o encarei sem entender as palavras repentinas.
- Por que, dentre seis bilhões novecentos e noventa e nove milhões novecentos e noventa e nove mil novecentos e noventa e nove pessoas no mundo, eu fui me apaixonar logo por você?
Embora a fala parecesse cruel, eu entendi o que ele quis dizer. E eu concordava.

- Isso aqui é pra que?
Ergui a folha dura de papel, tão dura que poderia ser usada como porrete.
- Desenho técnico de anatomia.
Ele ainda estava esparramado na cama, embora parcialmente vestido. Eu usava uma camisa dele com estampa dos Beach Boys, que eu tomava como uma forma de carinho extrema.
- Você tem que ficar desenhando com pessoas peladas na sala?
Jungkook riu.
- Infelizmente.
- Credo, eu só consigo imaginar.
- Nem imagine, a imagem pode de deixar sem dormir por oitenta anos.
Quem riu daquela vez fui eu, pegando a pasta de desenhos e observando os traços suaves porém lindos dele. O talento era nato. De repente, meus olhos pararam em uma série de esboços que reconheci imediatamente como sendo partes de mim. Meus olhos estavam arregalados enquanto eu admirava meus traços de formas tão lindas colocadas no papel.
- Eu tenho que ser preciso, me perdoe.
Virei a folha pra ele, que ficou vermelho no mesmo instante e começou a gaguejar.
- Me desculpa, eu... Eu...
- Não se desculpe por isso. São lindos! Eu estou sem palavras.
- Você gostou? - Os olhos dele brilhavam.
- Eu amei. Você é muito talentoso.
Ele sorriu enquanto eu me aproximei, segurando-o pelas bochechas, sacudindo-o.
- Quem diria? Jeon Jungkook é um fofo.
- Aish. - Ele se soltou. - Fofo não, artístico.
- Meninos que são artísticos são fofos. Eu considero uma qualidade e tanto.
- Pelo menos isso. - Eu sentei no colo dele, sem segundas intenções, entretanto. - Imagina só, que horror, não ser uma qualidade aos seus olhos.
- Não consigo dizer se você está sendo irônico ou não.
Ele entrelaçou a mão com a minha, fazendo meu coração disparar a ponto de ser escutado de longe.
- Não estou. Eu realmente me importo com o que você acha.
- Não é tão importante assim.
- Pra mim é.
- Pois bem, na minha concepção, você só tem um defeito.
Era mentira, eu achava que ele não tinha nenhum.
- Qual?
- Você nunca mais me chamou pra ir no McDonald's.
Ele gargalhou, apoiando sua testa na minha, a respiração quente batendo. meu rosto. Obviamente, selou nossos lábios em um beijo suave, como aquele dia estava sendo.
Infelizmente, durou pouco.
Três segundos depois uma voz abrindo a porta se fez presente, não dando tempo de nos separarmos efetivamente.
- Pra que trancar a porta, hein, meu parceiro? Tá com algum...
Taehyung nos notou ali. Nós nos viramos com pavor nos olhos pra ele, que estava boquiaberto.
- Problema? - Ele terminou a frase.
Saí de cima de Jungkook, que se levantou para andar comigo na direção do ruivo.
- Mas... Mas... Que?! - O tom dele foi aumentando conforme chegávamos mais perto.
- Tae, fica calmo - eu pedi.
- (s/n), isso tá mesmo acontecendo ou eu tô delirando?
- Tá acontecendo - Jungkook respondeu, recebendo um olhar furioso meu como resposta. - É melhor falar a verdade do que ficar mentindo.
- Há quanto tempo?!
- Três meses.
Taehyung arregalou os olhos.
- Puta que me pariu, hein. Eu não estava pronto pra enxergar minha melhor amiga e meu melhor amigo se beijando.
Eu mordi meu lábio, sem saber o que fazer.
- Mas não vou julgar - Tae continuou. - Nem interferir em nada. Podem continuar sem problemas. Tem todo o meu apoio.
Respirei aliviada.
- Escuta, hyung, você não pode contar pra ninguém, ok?
- Espera... O Jimin ainda não sabe?
- Não...
- CARALHO QUE ME FODA - ele gritou.
Pulei em cima dele e tapei a boca dele, que se remexeu debaixo do meu toque suave em seu cabelo colorido. Encostei minha cabeça na dele, numa tentativa de fazer ele parar de resmungar.
- Vai ficar tudo bem, TaeTae.
Ele finalmente parou de resmungar e eu pude tirar minha mão da boca dele.
- Não contar pra ele é sacanagem.
- Você conhece o Jimin, sabe como ele é. Imagina o nível da merda se ele soubesse.
- Ah, Deus. Agora eu tô enfiado nisso.
- É só você não comentar com ninguém.
- Eu não vou abrir a boca. Pode confiar. Palavra de escoteiro.
Respirei fundo, aliviada, cruzando o olhar com Jungkook, que sorriu.
- Mas meu silêncio vai custar um lanche.

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