Unpredictable Love

By RayaneMorais1

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Lauren Jauregui acabara de voltar para Miami depois de passar três anos em Los Angeles, onde convivia com pes... More

Previsibilidade
Atletas
Achados e Perdidos
Sueño
Campeonato (Part I)
Campeonato (Part II)
Festa
Acampamento
Ato Inesperado
O Trato
O Encontro
Não minta!
Desculpa!
Sentir-se bem
Você quer?
Mais um dia
Viagem
Diversão
Jogo
TPM?
Calma, Camila!
A Faça Sua
Planos Futuros
Exames Finais
Vida Universitária
Sem tempo
Não dá mais!
Você é minha!
Praia
Inseminação
Lembranças
Aceitação
Cuidados
Tentação
Provação
Olhos
Amigos
Dentinhos
Dia de Lua
Treze Anos
Não consigo evitar...
Casamento
Cumplicidad
Ações
Alexa
Sorrisos
Medos
Crescendo
Decepção
Perder
A Verdade
Juntas
Incrivelmente Maravilhosa
Dificuldades
Surto
Milagre Natalino?
Amor Imprevisível
Bônus

Inseguranças

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By RayaneMorais1

Um mês depois...

Meu corpo estava suado graças às três horas seguidas de exercício que fiz logo após acordar. Tinha deixado Camila dormindo e até a vi me procurar com a mão pela cama em busca do meu corpo para que ela se aconchegasse a ele como estava acostumada, mas ao não encontrar simplesmente voltou a dormir do jeito que fazia antes, sem mim, de bruços com as pernas separadas e os cabelos na frente do rosto, praticamente jogada na cama, mesmo assim linda, porém precisava de um tempo pra mim, principalmente quando se referia a exercícios físicos.

Depois que Dinah me disse que estava acima do peso comecei a pensar no tempo que não tinha feito mais nada pra manter a forma, é claro que Camila me assegurou de que meu corpo continuava lindo do jeito que ela gostava e que Dinah estava apenas sendo ela mesma, implicando comigo sempre que tinha oportunidade, mas isso mexeu com algo em minha cabeça e precisava resolver. Então ao acordar às 8h da manhã, dei voltas por alguns quarteirões e treinei meus movimentos de defesa pessoal na parte de trás da casa.

Agora, assim que entrei pela porta dos fundos que dava na cozinha, me deparei com Camila colocando algo na geladeira, ainda de pijamas, e se virando pra mim com um olhar curioso, naturalmente querendo saber onde eu estava, mas assim que ela me viu de calções de corrida e regata percebeu o que fazia e deu de ombros.

- Bom dia, meu amor, sabe que dia é hoje? – Perguntei lhe sorrindo e a vi cruzando os braços.

- Bom dia... – Disse um pouco triste. – Sim, eu sei... – Ela não parecia tão feliz quanto nos outros dias. Nos nossos outros dias. – Está pensando em seguir nossos planos de antes? – Perguntou com um sorriso forçado no rosto.

- Depende... – Avaliei em minha cabeça. – Você não quer mais sair pra o cinema ou jantar mais tarde? – Perguntei, pois hoje era sábado e mais do que isso, era nosso aniversário de namoro. Cinco anos juntas. Havíamos combinado de pegar um cinema e depois sair pra jantar, um dia de casal, completamente romântico, mas Camila agora não parecia tão animada.

- E-eu... Hm... – Ela me encarou mordendo os lábios. – Eu... Não to muito afim... – Ela fez uma careta esperando que eu falasse algo, mas não me pronunciei. – Mas você quer, não é?!

- Na verdade, eu prefiro fazer qualquer coisa com você, se quiser ir ao cinema, vamos ao cinema, se não quiser, apenas podemos ficar juntas em qualquer lugar. – Camila pareceu analisar se dizia a verdade, mas estava soando completamente sincera. Me aproximei dela, ficando de frente para si enquanto Camila levantava o olhar para me encarar por eu ser um pouco mais alta que ela. – Amor, cinco anos juntas e você ainda duvida de mim? – Ela soltou uma risadinha descontraída. – Não estou chateada, de verdade, fizemos algo parecido no seu aniversário, não foi? Então podemos apenas ficar em casa e relaxar hoje se você quiser. – Dei um beijinho em seu pescoço e a sentir sorrindo.

Tinha sido verdade, Camila agora tinha a mesma idade que eu por completar aniversário no começo do mês de março, 22 anos, enquanto eu fazia em junho. Março também era o mês do nosso aniversário, ela gostava deste mês por esses dois motivos e sempre estava animada para fazer alguma coisa comigo, mas hoje queria apenas ficar em casa e relaxar e como era completamente trouxa por ela, o que fizéssemos pra mim estava de bom tamanho, contanto que estivéssemos juntas.

- Obrigada... – Ela sussurrou quando mordisquei sua orelha e passei meu nariz por seu pescoço. – Agora, sai que você está fedida... – Murmurou tentando me empurrar, mas segurei em sua cintura e dei um beijo estalado em seu ouvido, o que provavelmente incomodou porque Camila me empurrou com força e com uma expressão emburrada. – Ai, Lauren! – Disse fazendo um bico enquanto eu ria. – Isso dói, sua idiota! – Dei língua pra ela que se aproximou e bateu em meu ombro. Nosso relacionamento cada vez mais forte, nossa relação de namoradas e melhores amigas sempre surgia para nos deixar firmes. Um relacionamento duradouro onde temos mais momentos brincalhões do que sérios. – Te amo, Lo... – Ela se aproximou depois de brigar e me deu um beijo na bochecha mesmo estando suada. Um relacionamento onde você pode brincar, ter abraços inesperados e beijos aleatórios. – Agora faça nosso almoço. – Ordenou colocando aquela expressa mandona no rosto. – Porque já fiz a sobremesa, arroz com leche como você gosta. Agora preciso tomar um banho. – Ela piscou encarando-me, seus olhos brilhantes, naturalmente sorri.

- Eu amo arroz com leche! – Falei completamente extasiada por aquela mulher, ela sorriu. Um relacionamento onde vocês se olham com aquele olhar específico e apenas sorriem. – Você quer companhia no banho? – Perguntei maldosamente e ela negou com a cabeça.

- Lauren, faça o almoço que depois vamos assistir filmes juntas, hm?! – Rolou os olhos pra mim e assenti sabendo que não faríamos algo desse tipo agora. Ela soprou um beijo pra mim quando me virei para pegar as panelas que usaria para cozinhar algo para nós. Fiz um coração pra ela com as mãos e a vi subindo as escadas sorrindo boba. Suspirei.

Um relacionamento onde vocês preferem ficar em casa assistindo a um filme, comendo besteiras e fazendo carinhos uma na outra, do que sair no fim de semana. Onde ás vezes você fica acordada a noite toda só pra resolver seus problemas e discussões. Onde você pode agir naturalmente e mesmo assim o outro ainda pode te amar por ser quem você é. Esse sem dúvida é o melhor tipo de relacionamento.

...

Camila e eu já estávamos de banho tomado, já havíamos comido o almoço maravilhoso que fiz, diga-se de passagem, e também a sobremesa de Camila, tudo as mil maravilhas. Agora me encontrava subindo as escadas com um balde de pipoca em mãos e refrigerante para nós duas em um copo grande. Quando cheguei ao quarto, Camila estava deitada na cama com uma careta no rosto enquanto o notebook encontrava-se em seu colo e ela provavelmente escolhia o filme que assistiríamos, a TV ligada, exibindo os comerciais. Afundei no colchão ao seu lado e coloquei o balde de pipoca entre nós duas, um comercial de sandálias passava na TV agora, uma garota bonita saía do mar com apenas um biquíni rosa e falava com sua amiga sobre as suas novas sandálias.

- De repente me deu muita vontade de tomar banho, que bom que temos uma piscina em casa. – Comentei observando a água da praia ao fundo enquanto as duas mulheres conversavam.

- Haha, é claro que deu vontade. – Ela disse parecendo mais resmungar do que falar. Franzi o cenho. Por que ela estava agindo assim? – Aposto que ficou olhando a mulher de biquíni. – Um bico se formou em seus lábios enquanto ela escolhia o filme na Netflix, totalmente concentrada. Linda!

- Você está com ciúmes da mulher do comercial? –Perguntei abafando um riso, Camila me encarou me fuzilando com os olhos. – Camz, eu tava realmente vendo a praia lá atrás... – Apontei para a TV mesmo que o comercial já tivesse acabado.

- Admita que você fica vendo outras mulheres, sua idiota! – Reclamou sentida. Neguei com a cabeça ainda rindo. Ela estava realmente com ciúmes?

- Eu não olhei pra ela. – Admiti sorrindo boba por sua demonstração de amor por mim. Camila com ciúmes era uma coisa linda de se ver, mesmo que um pouco assustadora. – E se tivesse olhado... – Ela estreitou os olhos pra mim, desligando a TV em seguida. – Eu disse... Se... Eu só quero saber da mulher que está agora ao meu lado. Só dela e apenas dela. – Tentei fazer com que ela ficasse mais tranquila. Ela encarou sua barriga que agora já apresentava um volume mais elevado. Cinco meses de gravidez. Ela estava ainda mais linda!

- Sei! – Não pareceu convencida. – Eu até entendo quando você olha pra outra mulher... – Ela suspirou e bufou tentando parecer paciente, afinal, não falei que olhei nada. – Eu estou ficando gorda e... Há tantas mulheres bonitas por ai. – Revirei os olhos. Camila conseguia ser extremamente teimosa, mas isso duplicara por conta da gravidez. Quando ela colocava na cabeça uma coisa ninguém a fazia tirar. Sua instabilidade me assustava ás vezes, assim como as mudanças de humor, mas ela estava com um filho meu na barriga, eu teria que ter calma, afinal, gravidez gera uma transformação geral nos hormônios. Deve ser uma loucura!

- Meu amor, você está linda assim. – Falei sincera. – Sua barriga tá linda com nosso filho ou filha ai dentro. – Ela sorriu minimamente. Ainda não sabíamos o sexo do bebê, Camila queria que fosse surpresa assim como a gravidez acabou sendo pra nós duas. O nome também seria escolhido depois quando o bebê nascesse. Pensando nessas coisas nossas amigas e familiares nos presentearam com coisas para bebês com cores neutras que servisse para ambos. O quarto montado, tínhamos roupas, fraldas, brinquedos. Tudo pra chegada dele ou dela, mas é claro que até nosso filho nascer, Camila teria problemas em aceitar seu corpo, principalmente por sua barriga ter ficado maior, o que eu achava lindo. – Está cansada? – Interrompi meu discurso ao ver uma expressão cansada em seu rosto. – Quer uma massagem nos pés? – Ela assentiu envergonhada. – Bem, onde é que eu estava mesmo? – Perguntei-me após deixar a comida ali de lado um pouco e ir pra ponta da cama, pegando seu pé esquerdo e começando a massagea-lo. Camila soltou um gemido em aprovação. Algumas vezes ela ficava cansada e sempre se deitava pra descansar, reclamava de dor nos pés e pouquíssimas vezes nas costas, então sempre que estava assim eu fazia uma massagem para que ela relaxasse. – Ah é, eu estava falando sobre a mulher mais linda desse mundo.

- Para, Lauren! – Ela disse corando.

- Não paro não. Você precisa entender que não vou ficar por ai olhando pra outras mulheres quando te tenho, porque só você me basta e eu não preciso de mais ninguém. – Ela sorriu e fiz o mesmo. Minhas mãos apertando seus dedos e calcanhar de forma gostosa. – Quando te vi pela primeira vez pensei que você seria o principal motivo para que eu ficasse em Miami, pra que gostasse de estar aqui.

- Achei que você fosse alguém totalmente metida e brigona. – Confessou me fazendo rir.

- Só quando o assunto era você. Juro, te ver sendo judiada por aqueles manés fazia meu sangue subir. – Confessei. – Sempre me perguntava o motivo deles atormentarem uma garota tão linda como você. – As bochechas de Camila ganhando uma coloração mais avermelhada. – Eu fiquei louca por você desde o momento em que te vi, Camz...

- E eu por você, só não sabia ainda. – Ela disse suspirando ao lembrarmos do passado.

- Não sabia se iríamos dar certo porque você era muito brava... – Falei fazendo-a rir. – Ainda é. – Ela me deu língua e ri. – Mas lembro-me que não queria nenhuma outra garota a não ser você, parecia que meu fascínio por você fazia com que eu não enxergasse mais ninguém... – Camila mordeu os lábios, nervosa. Era lindo o modo como ela ainda ficava desconcertada comigo mesmo após cinco anos. Nunca me cansaria dela e estar ao lado dela sempre seria como uma nova aventura. – Ainda não consigo enxergar outra pessoa a não ser você. – Confessei encarando seus olhos intensamente. – Então nunca ache que eu olharia pra outra garota e te "trocaria". – Fiz aspas com as mãos, ela parecia envergonhada por ter dito algo assim antes. – Você é insubstituível, Camila. – Falei séria deixando a massagem em seus pés de lado um pouco e me inclinando sobre ela, de modo que o peso do meu corpo não caísse em momento algum em sua barriga.

- Eu te amo, Lo... – Ela disse antes de me beijar, um demorado selar de lábios. – Feliz aniversário de namoro. – Ela desejou-me e sorri me inclinando para lhe dar outro selinho. – Mas admita... – Franzi o cenho. – Você olhou pra mulher, não foi?! – Perguntou-me com uma expressão sabichona no rosto. Revirei os olhos desistindo. Camila nunca deixaria de achar que estava certa. Ri disso. Feliz aniversário de namoro!

[...]

Um mês depois...

Alisava a perna de Camila em um carinho gostoso, ela estava na minha frente enquanto meus braços a rodeavam. Nos encontrávamos abraçadas na borda da piscina, nossos pés molhados por estarem mergulhados na água enquanto estávamos sentadas. O som alto soava pelo ambiente, pessoas dançavam perto da piscina, outras bebiam, comiam, conversavam, enquanto nós estávamos em um momento só nosso na beira daquela piscina.

- Está confortável amor? – Perguntei em seu ouvido enquanto continuava meus carinhos em suas coxas. A festa rolava bastante animada por ali. Havia sido ideia de Dinah e Veronica, as duas haviam dito que estávamos parecendo duas velhas trancadas naquela casa o tempo todo, porque só saiamos para o trabalho e faculdade.

Camila vivia mais em casa do que eu. Ela tinha colocado um substituto em seus dois trabalhos como professora até que estivesse pronta para voltar a dar aulas e ainda ia pra faculdade a tarde, precisava terminar o curso afinal, quanto a mim, passava o dia todo na JT, com meu pai, ambos liderando aquela empresa que crescia cada vez mais, das 9h da manhã as 5h da tarde. Então, quando chegávamos em casa, ficávamos apenas nos curtindo, falando sobre nosso dia, criando planos para os fins de semana e refletindo como seria quando Camila desse a luz ao nosso bebê. Mas de tanto Dinah e Vero insistirem acabamos vindo para uma festa da Universidade que Vero ficou sabendo por Lucy, já que ambas estudavam lá antes de se formarem. E agora estávamos numa casa com piscina que o pessoal havia alugado para curtimos a festa. Nenhuma de nós bebia nada, Camila por não poder, quanto a mim, apenas por não estar com vontade. Dinah e Vero sumiram por ai pra dançar na primeira oportunidade que tiveram.

- Na verdade não. – Ela respondeu instantes depois com a cara fechada. Que não seja mais uma daquelas suas mudanças de humor! – Aquelas garotas não param de olhar pra você. – Ela direcionou o olhar para um local mais afastado e encarei as duas loiras que me olhavam de volta sem nem piscar.

- Deve ser porque as conheço. – Dei de ombros e Camila se levantou com dificuldade por sua barriga estar um pouco maior, a acompanhei segurando sua mão e olhando confusa porque estávamos numa posição muito boa. Ela me encarou irritada e já entendia sua pergunta muda. – São da minha antiga Universidade. – Expliquei, lembrando-me da conversa que tive no banheiro com elas. Nem recordava seus nomes direito apesar de tudo. – As que queriam uma entrevista comigo. – Falei dando de ombros e tentando não chateá-la, ultimamente ela vivia dando crise de ciúmes sempre que podia.

- Eu vou lá! – Falou soltando minha mão, ainda tentei segurá-la, mas Camila não deixou que a tocasse. – Foram elas que lhe propuseram um ménage, eu preciso ir lá. – Virou as costas e simplesmente saiu dali antes mesmo que pudesse falar alguma coisa. Bufei frustrada sabendo que não tinha jeito mesmo, Camila conseguia ser o cúmulo da teimosia quando queria. A observei andar até as garotas que não pareceram nem um pouco incomodadas com Camila indo até lá, continuavam me encarando. Sentei novamente na borda da piscina e esperei Camila voltar. Observei que algumas garotas por ali olhavam para mim, mas deixei pra lá. Usava uma sunga vermelha com um biquíni na mesma cor. Estava mais acostumada a ir em praias e piscinas e não me incomodava tanto quando as pessoas me olhavam estranho por causa da sunga. Camila voltou instantes depois parecendo incrivelmente satisfeita enquanto deixava as mulheres lá conversando sobre algo. Seu biquíni branco composto deixando seus seios que estavam bem mais volumosos pela gravidez em seu devido lugar, a parte e baixo também bem mais composta, sua barriga maior e seus cabelos jogados pra trás. A gravidez com certeza estava fazendo muito bem para a latina. Ela logo voltou à posição em que estávamos sentadas de frente pra mim. – Resolvi o problema. – Ela pegou em minhas mãos as beijando de leve e fazendo com que eu voltasse a colocá-las envolta de seu corpo como estava antes.

- O que você fez, Camila? – Perguntei um pouco apreensiva. Não conseguia nem imaginar o que ela poderia ter feito. Pelo menos não a vi batendo nas mulheres!

- Marquei uma entrevista com você amanhã à tarde. – Disse como se não fosse nada demais e encarou a água da piscina, onde algumas pessoas jogavam vôlei mais afastadas da gente.

- Você o que? – Perguntei apenas pra checar se não havia entendido errado. Camila assentiu.

- Elas estavam curiosas sobre você, por isso te olhavam tanto... – Mordi os lábios, não parecia ser só isso. – Também falaram que adorariam que você concedesse uma entrevista para elas, não há muitos intersexuais por ai, elas só conheceram alguns que sentiam muita vergonha de falar sobre o assunto ou simplesmente não se aceitavam. Alguns até deram entrevistas que elas postaram em seus blogs, pois as duas são sócias e tem uma ONG pra ajudar pessoas trans e casos diferentes de causas LGBT. – Ela pareceu gostar mais das garotas. Camila sempre se interessava muito por todo esse lance de educação, ajuda para as pessoas, etc.

- Então você marcou uma entrevista sem me falar? – Perguntei apenas por perguntar. Não havia ficado chateada por ela ter feito isso, melhor do que se ela fosse tirar satisfação com as garotas apenas por elas estarem olhando pra mim. Seria estranho!

- Desculpe, mas melhor confrontar o problema, não é?! – Franzi o cenho. – Você cede à entrevista e elas te deixam em paz, assim não vão ficar te comendo com os olhos cada vez que se encontrarem numa festa qualquer. – Rolei meus olhos, mas sorri em seguida, seus ciúmes conseguiam atingir um ponto alto quando queria. – Então dando a elas o que elas querem, nos livramos disso.

- Sabe que vou ter que ficar com elas a sós para a entrevista não é? – Perguntei apenas pra que ela tivesse conhecimento. – Isso não te deixa com ciúmes?

- Não! Vou estar com você amanhã na entrevista. – Piscou pra mim voltando a encarar a piscina e me deixando completamente aturdida pelas atitudes dessa mulher.

...

Encontrava-me dirigindo o carro até a casa onde ocorreria a entrevista. Camila ao meu lado estava quieta desde quando acordou a esta manhã. Seus olhos atentos à estrada, suas feições denunciavam que algo a preocupava. Ela usava um vestido branco soltinho, deixando sua barriga mais a vontade e nos pés seus ankle boots que ela não abandonava por nada. Já eu usava uma blusa cinza acompanhada de uma saia preta e nos pés apenas uma sandália com saltos, uma maquiagem leve no rosto. 

- Camz, tem alguma coisa te incomodando? – Perguntei vendo-a se remexer no banco do carro. Esperei e ela assentiu fazendo-me ficar orgulhosa por interpretá-la tão bem. – Pode me dizer? – Perguntei pacientemente.

- Podemos não dar mais essa entrevista?!... – Ela disse baixo, mas mesmo assim escutei. Franzi o cenho. Tinha ficado apreensiva com o que aconteceria nesse tipo de entrevista ontem e Camila me acalmava a todo o momento enquanto voltávamos para casa e antes de dormir, mas hoje que acordara totalmente pronta pra falar o que quisessem, Camila dava pra trás? – Se por acaso te perguntarem sobre nosso filho, eu... – Ela pensou mais um pouco. – Você nunca fica... Hm... À vontade com isso. – Suspirei. Achei que ela estivesse assim por algum outro motivo, mas quando se tratava do nosso bebê e da minha relação com ele ou ela, Camila ficava tensa.

Isso se dava ao fato de me fechar completamente quanto aos meus medos, minhas inseguranças sobre o futuro, principalmente sobre o fato de ser mãe. Aquilo me fazia tremer na base e Camila temia por mim. Ao longo do tempo que passamos juntas, conversamos algumas vezes sobre minhas inseguranças em ser mãe e como isso veio desde meu antigo relacionamento, meus medos na infância, mas Camila não sabia a história toda. Sobre Alexa, ela só sabia o que Veronica havia contado e que algumas vezes deixei escapar, sobre minha briga com ela depois do término e sobre o motivo dela ter me deixado, mas não com riqueza de detalhes, não queria ter que repetir termos que me deixavam desconfortáveis. "Inútil", "não serve", "imprestável" são palavras que eu não gostava de pronunciar. Minha decisão de deixar Camila a par de tudo havia evoluído, contava muito mais minhas frustrações a ela do que antes, porém, não tudo, isso viria aos poucos e decididamente hoje me sentia confiante para compartilhar coisas assim com ela.

- Isso mexe comigo, mas... – Ela me olhou atentamente. – Estou disposta a falar tudo que perguntarem, exatamente tudo... – Ela arregalou os olhos diante da minha coragem. – A gente perde muito tempo esperando o tempo passar e se eu não deixar que o passado morra, o futuro ao seu lado nunca vai nascer. – Camila assentiu ainda surpresa, mas pareceu se iluminar por dentro ao ouvir minhas palavras. Suspirei, eu precisava ter coragem de enfrentar tudo!

Chegamos á casa de uma das loiras, a tal Érica. Fomos recebidas por ela que falou que sua amiga Mary nos esperava no andar de cima onde havia um estúdio preparado. Nos dirigimos até lá não deixando de notar o quanto a casa era grande. Mary nos cumprimentou assim que chegamos, explicou que a entrevista seria postada nas suas redes sociais, a par que todos pudessem ter contato com o material e assim se informarem sobre casos intersexuais. Em nenhum momento elas deram em cima de mim, mas sentia seus olhares curiosos, Camila também não deixava esses atos passarem despercebidos, ficava ao meu lado a todo o momento enquanto elas nos explicavam que tipo de perguntas fariam e para qual público o material seria alvo.

- Bem, assim que quiser podemos começar. – Disse Mary ajeitando a câmera e apontando para uma cadeira confortável em frente a uma tela preta. Camila se aproximou de mim enquanto as outras ajeitavam os materiais. Sentei-me na cadeira com ela em meu encalço.

- Se você estiver nervosa, eu... – Ela começou pegando em minha mão.

- Olharei apenas pra você e só pra você. – Falei ficando calma. – Tudo que eu falar aqui será pensando em você e pra você. Quero que me conheça por completo e apenas isso. – Ela assentiu sorrindo minimamente, mas procurando mostrar o quanto estava orgulhosa por enfrentar problemas do passado. Camila sabia sobre algumas coisas da minha infância que antes não me fazia aceitar ser quem sou.

- Ligando a câmera... – Érica disse sorrindo pra mim. Camila beijou meus lábios uma ultima vez e saiu dali, ficando próxima as garotas que me agradeceram antes de começarmos a filmar, apenas sorri. – Bom, estamos aqui com Lauren Michelle Jauregui Morgado... – Fiz uma careta diante do meu nome completo e Camila sorriu para mim. Érica explicou um pouco sobre para que seria essa entrevista e os benefícios que ela a trariam, principalmente em questão de informação sobre intersexuais, falou sobre a dificuldade de arranjar alguém que se disponibilizasse a falar e agradeceu novamente minha presença. – Bem, podemos começar com algumas perguntas? – Ela perguntou e assenti, ainda um pouco nervosa pela câmera ali presente, mas percebia o quanto ela tentava me deixar a vontade, afim de que seu material saísse melhor. – Pode me contar sobre sua infância? Como era sua relação com meninos? E com meninas? Ou em casa com a própria família? Coisas desse tipo... – Falou sem medo de usar expressões comuns, pois a entrevista seria pequena e o mais simples possível.

- Bem, minha infância foi um pouco conturbada. – Pigarreei clareando mais a voz. – Nunca entendia muito bem o que era, ficava perguntando aos meus pais o motivo de ter partes do corpo diferentes dos meus irmãos... – Ela assentiu. – Meu pai sempre era mais paciente do que minha mãe, ele tentava me deixar calma, me dizer que eu era normal mesmo que em minha cabeça alguma coisa sobre ser "estranha" sempre me incomodasse. – Pontuei. – Minha mãe no começo não deixava que eu brincasse com meninos, dizia que eles eram perigosos e muitos seriam rudes comigo... – Érica deixou escapar uma risada. – Pois é, é uma ideia ridícula se olharmos agora, mas antes ela queria que eu não contasse as pessoas que era diferente.

- Então foi um processo pra que ela te aceitasse primeiro? – Mary perguntou.

- Basicamente isso. – Esclareci. – Meu pai a ajudou dizendo que eu não deveria temer coisas do tipo e que ela não deveria me privar de esconder coisas assim, apenas se eu quisesse fazer isso e bem, eu não ligava muito. – Terminei. – Sobre as meninas, sempre tive um interesse maior nelas... – Camila soltou uma risadinha. – Mas não me entendia muito bem e minha psicóloga sempre me aconselhava a procurar ir atrás do que eu gostava, meninos, meninas, era uma confusão... – Com base as palavras iam saindo, eu ficava mais relaxada com a câmera a minha frente. – As meninas costumavam ficar curiosas comigo quando descobriam, eu não era muito boa em esconder, minhas roupas sempre denunciavam alguma coisa... – Dei de ombros. – Mas algumas também conseguiam ser maldosas quando queriam... – As três assentiram. – Brincadeiras más quanto aos dois gêneros eram feitas e aprendi a lidar com isso.

- Como aprendeu a lidar com isso? – Érica perguntou interessada.

- Psicóloga, aulas de defesa pessoal, caso eu precisasse... Hm... De ajuda... – Comentei envergonhada. – Essas coisas.

- Certo... E como você lidou com a identidade de gênero? Muitos intersexuais demoram a meio que se encontrar, alguns não aceitam muito bem o que são. – Comentou Mary.

- Eu sou uma mulher, logo me visto como tal. – Expliquei pacientemente. – Mas nem sempre foi assim... – Então contei a elas, contei sobre as dificuldades que sofri pra me adaptar as quais tipos de roupas usar, o uso do short de compressão, o fato de nunca tomar banho em piscinas ou praias, sempre com short jeans ou coisas que escondessem.

Falamos sobre o preconceito que as pessoas geralmente têm, sobre mais aceitação, meus modos de pensar em relação a pessoas intersexuais, minha opinião sobre causas LGBT, meu crescimento como pessoa desde estudos a profissão e até citamos á Jauregui Technology, algumas pessoas talvez nem fizessem ideia de que a vice-presidente pudesse ser alguém intersexual, não me importei quanto a isso. Falamos sobre todo tipo de coisa que podia imaginar, a entrevista já chegando ao fim, quando...

- Precisamos fazer essa pergunta... – Érica saboreou as palavras. – Quanto ao teor sexual, sente dificuldades na hora do sexo ou tudo ocorre normalmente? E seu órgão... Ele é bem desenvolvido?

- Hm... – Senti meu rosto ficar vermelho. Érica e Mary me encaravam com expressões maliciosas, Camila parecia ter ficado com raiva. – Tudo acontece normal, sabe... Hm... – Elas perceberam o quanto fiquei envergonhada com a pergunta. – E sobre ele, bem, ele é... – Encarei o teto tentando buscar melhores palavras. – Super bem desenvolvido... – Falei por falar, mas as garotas apenas aumentaram os sorrisos maliciosos. – Digo, não, não, não nesse quesito... – Tentei me retratar, minhas bochechas corando. – Só digo no sentido... De... Hm... Ter um tamanho relativamente normal. – Pontuei, pois alguns intersexuais podem ter partes menos desenvolvidas, Anne, minha psicóloga me atualizava sobre o assunto. Elas pareceram entender então mudaram de assunto.

- E quanto a seu filho... – Mary pontuou olhando para Camila. A câmera não chegando até ela. – A namorada de Lauren está grávida, seis meses, certo? – Assenti encarando Camila nos olhos, me prendendo aquele mar castanho lindo. – Como lidou com isso? Uma boa parte dos intersexuais não apresenta grande porcentagem de fertilidade, certo? Pode comentar sobre isso? – Suspirei, continuando a me prender á Camila.

- Meus exames só apontaram 1% de chance. – Expliquei olhando para as duas. – A chance era pra praticamente impossível, mas conseguimos e estou muito feliz com essa novidade.

- Você sempre aceitou bem isso de ser pouco fértil? – Mary perguntou fazendo uma careta pelas palavras, mas não me importei.

- Sim, muito. – Fechei meus olhos. – No começo era muito difícil, isso ocupava boa parte da minha mente na infância, sei que nessa idade crianças não costumam pensar sobre isso, mas eu nunca tive esperança de conseguir encontrar alguém... – Abri meus olhos e fitei Camila. – Sempre me diminuÍ e achava que ter um relacionamento seria fora do normal, então me perguntava sempre se um dia eu tivesse alguém como faria para ter relações normais, digo, primeiras experiências, beijos, sexo, família. – Todas assentiram, mas tudo que importava ali era Camila. – Pensar em ser praticamente inútil... – Saboreei as palavras em minha boca, engolindo em seco em seguida. – Nesse quesito era muito doloroso. E você sempre encontra pessoas que te diminuem no meio do processo de te aceitar. – Camila me encarava atenciosamente. – Elas dizem coisas podres sobre você e o pior é que você acredita. Acredita ser uma inútil que não serve pra nada, ora, nem um filho eu poderia dar a minha namorada, certo?! – Me questionei sentindo as lembranças do passado voltarem. – Acredita ser realmente uma imprestável, mas ai... Ai aparecem pessoas maravilhosas pra mudar esse pensamento que você tem sobre você mesma... – Sorri encarando Camila, parecia ter apenas nós ali.

- Você parece ter tido um relacionamento anterior muito complicado. – Comentou Érica com pesar, assenti. – Se arrepende de ter se envolvido? E o que mudou agora em relação ao seu novo relacionamento?

- Não. Nunca deixaria de viver o que vivi. – Respondi. – Se apagasse todos os meus erros do passado, apagaria toda a sabedoria que tenho no presente. – Concluí. – Sobre o que sinto em relação á pessoa com quem estou... – Camila abriu um largo sorriso. – As horas que passo ao lado dela é como uma espécie de jardim perfumado, um crepúsculo obscuro... – As palavras se perdendo em minha boca. – Como uma fonte de música. Só ela me faz sentir viva. – Camila corou tão profundamente quando nunca vi antes. – Alguns homens já afirmaram ver anjos, mas já vi nela arte suficiente. – Senti minhas bochechas corarem quando Érica e Mary não se seguraram e soltaram um coro de "Awwwn". Depois, logo me agradeceram pela entrevista após encerrá-la. Em pouco tempo Camila e eu já estávamos em casa. O caminho sendo tranquilo, com alguns comentários uma vez ou outra sobre as garotas e o bem que elas faziam em tentar ajudar as pessoas.

- Amor, eu vou tomar um banho, tá? – Camila falou subindo as escadas enquanto trancava a casa, já era noite e tudo o que eu queria era relaxar. Contar sobre minha vida, escavar o passado desse jeito tinha se tornado cansativo. Subi para nosso quarto, começando a tirar a roupa ali e me dirigindo até o banheiro. Assim que entrei avistei Camila ainda no boxe, o chuveiro ligado, a água caindo sobre seu corpo latino extremamente perfeito. Seus seios volumosos por conta da gravidez, sua bunda naturalmente grande por aquela genética dos deuses, seus cabelos molhados caindo nas costas, sua boca entreaberta e seus olhos fechados faziam-me sentir quente apenas em observá-la. – Não fique ai me olhando, venha até aqui... – Ela disse de olhos fechados e ainda me perguntava como ela sabia que estava ali, mas assim que pus meus pés dentro do boxe, Camila abriu os olhos e se virou, me empurrando com leveza, fazendo-me encostar-se na parede molhada. – Eu adorei o que falou de mim naquela entrevista. – Seus olhos passeando por meu corpo despido, sua mão alisando minha bochecha num carinho gostoso que logo aproveitei.

- Tudo o que eu disse foi verdade. – Assumi colando nossos corpos, a água caindo sobre as costas de Camila. Segurei em sua cintura, sua barriga impedindo que ficássemos mais grudadas por conta do leve volume. – Eu amo você, Camila, com todas as minhas forças, você acabou salvando alguma coisa dentro de mim, despertando as melhores sensações na minha vida. – Confessei passando meu nariz por seu pescoço, começando a depositar beijinhos ali.

- Você fez o mesmo comigo, Lauren. – Ela falou firme, mas sua voz falhando na ultima palavra por meus beijos. – Com você me sinto a pessoa mais forte do mundo, capaz de fazer qualquer coisa. Eu te amo tanto que chega a doer. – Sorri, ela afundou de leve suas unhas em minhas costas, comecei a distribuir chupões em seu pescoço. - Eu jamais pensaria algo de você como aquilo... – Sabia exatamente ao que ela se referia. Alexa. – Você não é inútil... – Ela pegou em meu queixo, fazendo-me encará-la quando ela colou nossas testas, nossas bocas próximas. – Não é imprestável. Lauren, você é a mulher mais forte que conheço, a mais segura e capaz de sustentar o mundo nas costas. Você vai ser a melhor mãe do mundo, a melhor namorada, assim como já vem sendo. Tudo o que eu mais quero no mundo é poder dizer a todos que sou sua, mas no momento... Quero que... – Ela parou, seus lábios selando o meus. – Você me faça sua... – Sussurrou contra meus lábios os mordendo de leve. Sorri com o gesto e a ataquei seus lábios. A beijei como nunca antes. Como se pudéssemos trocar de alma em apenas um beijo. Camila arranhava minha nuca, apertava sua cintura, corpos colados, respirações tornando-se cada vez mais ofegantes, o calor corporal aumentando, corações acelerados, lábios vermelhos. Desci meus beijos por seu pescoço, vendo Camila se entregar cada vez mais. Seus suspiros aumentando, seu corpo cada vez mais sensível por conta da gravidez. Distribuí chupões desde seu pescoço até sua clavícula. Minhas mãos apertaram seus seios, devagar, sem pressa, apenas apreciando seu corpo com a devoção que ela merecia. Camila gemeu baixo, mas seus gemidos aumentaram quando inverti nossas posições, fazendo-a encostar-se delicadamente na parede, agora sentindo a água descer por minhas costas enquanto me abaixava e capturava um de seus seios com a minha boca, apertando o outro com a mão. – Oh, Lauren! – Ela gemeu arrastadamente quando meus dentes rasparam no bico de seu seio esquerdo.

Logo voltei minha atenção para o direito, fazendo-a suspirar e levar suas mãos aos meus cabelos enquanto com a outra ela fazia um carinho em meu rosto. Fui descendo meus beijos por sua barriga volumosa, dando mais atenção devido ao carinho excessivo que já tinha por meu bebê, Camila me encarou sorrindo a me ver demonstrando amor pela criança que ela carregava em seu ventre.

Meus beijos foram mais além, vendo seus olhos tornaram-se cada vez mais escuros quando cheguei a sua intimidade. Fiquei praticamente ajoelhada no banheiro, sem me importar se machucaria meus joelhos ou não, peguei delicadamente a perna direita de Camila, passando pelos meus ombros e me deixando mais livre pra fazer o que tinha em mente. Minha boca brincou com sua coxa exposta pra mim, deixei beijos ali vendo-a suspirar de excitação, passei delicadamente meus dedos sobre sua intimidade, constatando o quanto ela estava molhada.

Camila ficara muito mais sensível a meus toques durante a gravidez, sua excitação tinha dobrado de tamanho e não posso dizer que estava diferente. Parecia que ver Camila cada vez mais entregue me fazia ficar dura em questão de instantes, exatamente como estava agora, mas me ateria a ela, queria dar todo amor do mundo para aquela mulher a minha frente.

Trilhei beijos de sua coxa até sua intimidade, passando a língua de baixo pra cima delicadamente, Camila gemeu manhosa e quando repeti o gesto ela jogou a cabeça pra trás, encostando-a na parede enquanto fechava os olhos para aproveitar o contato.

- Você é tão cheirosa. – Não pude deixar de dizer quando inspirei profundamente seu cheiro feminino e delicado. Camila me enlouquecia! Ela ronronou quando preguiçosamente passei minha língua rígida sobre seu clitóris inchado, devagar, com calma e sem pressa fiz novamente, ela gemeu. Apertei minha mão em sua coxa enquanto aumentei os movimentos com a língua, vendo-a gemer cada vez mais alto. Esfreguei seu clitóris com meus dedos, de baixo pra cima e Camila estremeceu. Direcionei minha língua para sua entrada, a penetrando em seguida, suas mãos em seus seios tentando se aliviar, seus suspiros audíveis, seus gemidos mais altos, seu corpo se entregando. Uma, duas, três, quatro... Foram as vezes que entrei e sai dela com a língua, logo sentindo-a se derramar pra mim, totalmente entregue. Suguei tudo que ela me ofereceu como se fosse uma bebida presenteada a mim pelos deuses. Quando me levantei, sentindo um pouco de dor em meus joelhos, mas não me concentrando nisso, o corpo de Camila ainda tremia e ela tinha um sorriso lindo nos lábios. Sorri de imediato, vê-la feliz era a coisa mais inspiradora que eu conseguia pensar em dias ruins, ela em si me inspirava. Seu jeito, seus sorrisos, sua delicadeza, sua paixão pela vida. Camila acariciava minha bochecha, colei nossas testas e logo, nossos corpos. – Você fica tão linda depois de gozar. – Ela não se conteve e corou. Suas bochechas ganhando uma coloração vermelha que fazia meu peito arfar só de comprovar que era por minha causa. Eu a tinha feito ficar assim! Um orgulho enorme inflando meu coração completamente trouxa por essa mulher.

- Eu te amo tanto! – Sua confissão escorrendo até meu corpo depois que ela me beijou, me fazendo sentir exatamente tudo que ela sentia. O beijo se tornando mais do que apenas um acariciar de lábios, agora era urgente, precisávamos uma da outra como nunca antes. Suas unhas brincavam de se afundar em minhas costas e agora em minha bunda, trazendo meu corpo mais para o dela. Meu membro completamente duro de excitação e amor por essa mulher.

- Amor, vira de costas pra mim? – Pedi brincando com meu nariz em seu pescoço, ela suspirou. Meu membro já duro entrando em contanto com sua barriga.

- Como uma gata selvagem? – Brincou virando-se de costas pra mim, suas palavras referindo-se ao dia em que tentamos transar na cozinha, mas ela teve uma crise de choro. Seu sorriso inocente deixando aquele momento ainda mais belo.

- Exatamente assim. – Entrei na onda, nós rimos da frase, segurei em sua cintura, a vendo se empinar pra mim. Aquela cena me causando arrepios por todo o corpo. Camila separou um pouco mais as pernas pra mim quando grudei meu corpo ao seu por trás, segurei meu membro e devagar levei até sua entrada, ela suspirou assim que sentiu a cabecinha entrando em contanto com sua intimidade. Esfreguei-me um pouco ali pra que ela se excitasse mais.

- L-Lauren... – Seu tom de voz anunciando o quanto ela desejava aquilo assim como eu, então a penetrei. Ambas gememos quando já estava por inteiro dentro dela. Comecei a me movimentar devagar, minhas mãos firmes em sua cintura e meu corpo se inclinando contra o seu em busca de mais contato, minha boca beijando seu ombro enquanto estocava firme dentro dela. Nossos gemidos aumentando e denunciando o prazer enorme que sentíamos. – Lauren... Eu não vou aguentar muito... – Ela disse com base eu me enterrava mais nela, mesmo entrando e saindo mais rápido, era tudo com muito cuidado, demonstrado quanto aquele momento era especial para nós e não apenas uma foda. Deixava beijos em suas costas e apertava seus seios com firmeza, suas mãos na parede com os dedos agitados pelas vezes que entrava e saía de dentro dela.

- Tudo bem, meu amor... – Sussurrei em seu ouvido, saindo de dentro dela e a fazendo reclamar. Logo a virei, minha boca indo de encontro a sua no mesmo instante. Minha língua dançando contra a sua, a chupando com devoção, suas unhas em meus ombros, minhas mãos em suas coxas, as içando para cima enquanto ela envolvia suas pernas em minha cintura. Sua mão segurou firme em meu membro, o direcionando novamente a sua entrada. Gememos quando a entrei novamente dentro dela e Camila segurou firme em minha bunda quando passei a penetrá-la devagar. Ela rebolava contra meu quadril enquanto lentamente fazia movimentos circulares com os meus, atingindo todos seus pontos sensíveis.

- Loo... Você me deixa... Louca... – Ela gemia cada vez mais alto enquanto segurava em seus seios e bunda, indo cada vez mais fundo dentro dela em estocadas lentas. – Meu Deus! – Murmurou quando rosnei baixo em seu ouvido sentindo minhas bolas se contraírem. – Eu... To... Tão... Perto... – Seus gemidos tornando-se mais audíveis em meu ouvido, fazendo meu corpo estremecer. Suas mãos agitadas passeando por meu corpo, suas pernas me apertando ainda mais contra ela como se tivesse medo que a soltasse, seus lábios chupando meu pescoço, deixando suas marcas.

- C-Camila... – Gemi contra sua boca quando a vi morder meus lábios tentando conter seus gemidos.

Aquela cena tão sexy enquanto a encarava, meus olhos abertos e os seus também, nossas testas coladas enquanto ela brincava com meu lábio superior. Nossos quadris ritmados, respirações pesadas, corações acelerados. Minha mão direita pegou a sua, entrelaçando nossos dedos enquanto continuava a penetrar devagar.

Sabe quando você olha nos olhos de quem você ama e consegue sentir tudo o que já viveu com a pessoa passar em questão de segundos? Era exatamente assim agora. Eu conseguia sentir toda paixão que envolvia nossa história de amor desde que nos conhecemos. Tudo entrando na sincronia do destino enquanto nos desmanchávamos na onda do intenso prazer. Nos olhos castanhos brilhantes de Camila, consegui ver o reflexo dos meus, verdes, intensos, amorosos. Tudo por ela!

- OH LAUREN! – E foi me sentindo exatamente assim que como Camila, me deixei levar. Nos entregamos a forma de amor mais intensa que existia, a de proporcionar prazer inimaginável um ao outro e só conseguir sentir-se bem com isso. Gememos juntas enquanto liberávamos nosso gozo uma na outra. Sua excitação escorrendo por minha coxa conforme ela estremecia com os cabelos molhados na frente do rosto e lábios entreabertos e eu liberava quatro jatos fortes dentro dela, a segurando com força para que ela não caísse já que suas pernas tremiam. – Minha nossa... Isso foi... Incrível! – Ela disse quando finalmente se recuperou e a deixei colocar os pés no chão. Sorri orgulhosamente enquanto pegava sabonete e começava a passar em sua barriga, delicadamente.

- Eu amo fazer amor com você. – Confessei plantando um beijo calmo em seus lábios.

Exatamente isso que era. Fazer amor. Não sexo, não transa, não foda. Era simplesmente a coisa mais bela que existia no mundo: Amor.

Camila me olhou nos olhos quando encerramos o beijo, sua mão acariciando minha bochecha enquanto ela suspirava.

- Eu amo fazer amor com você também.


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