Alarick
Imaginei ela nua, em cima daquele balcão, imaginei como seria a boca dela gemendo meu nome, como seria a sensação de ter a unhas dela entre meus cabelos, tentei imaginar como seria a textura dos dela, qual o seu tamanho e como se movimentaria. Sim, eu imaginei tudo isso em segundos, por que sou um filho da puta pervertido! Notei que ela estava me chamando, mas não como eu realmente gostaria, acordo dos meus devaneios...
- Água. - digo e minha voz me traí, o desejo nela está mais explícito do que eu gostaria, Stuart respira fundo, gira os calcanhares e vai em direção a cozinha eu a sigo, vejo-a colocar para mim e para ela.
- Volto logo! - diz e vai em direção ao que eu acho que seja seu quarto. Sigo para a sala e me sento no sofá branco, e fico à sua espera. Quando foi que eu acabei no meio de um mini apartamento esperando por uma secretária? Aliás, o que está acontecendo comigo? Suspiro tirando minha gravata. Poucos minutos ela vem com apenas uma bolsa de mão maior, tranca a porta e saímos pegando a estrada. Meia hora depois chegamos, entro e como sempre ouço a risada gostosa da minha Luz, encontro-a na sala sorrindo pulando e recebendo os parabéns de Maria, o que faz suas gargalhadas soarem como música para mim. Fico à olhando admirado, me pergunto como um ser pequeno pode me fazer sentir assim, como se eu só transbordasse amor.
- Papi!!! - ela chama quando nota que estou na sala, abro os braços e ela vem se atrapalhando em suas perninhas que ainda estão aprendendo a controlar seu peso, a pego e a giro no ar lhe dando beijinhos - Ai papai. - diz sorrindo sentindo cócegas por conta da minha barba.
- Como você está princesinha? - pergunto
- Bem papai, estava espelando Plá me dá comida! - diz
- Oi senhorita, como Vai? - só quando ouço a voz de Maria é que percebo que esqueci-me de que Eva também está aqui
- Muito bem Maria, e por favor, só Eva! - ela diz sorrindo gentilmente
- Tia Eva!!!! - minha filha explode de alegria quando nota a presença dela, tentando de todas as formas descer dos meus braços e correr para os braços da linda mulher que a recebe com carinho.
- Como está a princesa mais linda desse universo? - Stuart pergunta enquanto beija a bochecha da minha filha, que praticamente a enforca de tanto carinho, quando isso aconteceu? Elas só se viram uma vez!
- Estava com sadade titia, você não gostou de mim? Por isso não voltou? - minha filha pergunta enquanto alisa o rosto da minha secretária
- Não luz, eu amei conhecer você princesa! É que a tia trabalha para o seu pai, não pode vir sempre. - diz enquanto ajeita o cabelo da minha menina
- Por favor titia, vem me ver, eu só vejo a Maria e papi, semple, eu gosto, mas quelia ver você também! - ela fala e eu recebo olhares de recriminação das duas mulheres presentes
- Se o seu pai deixar eu posso vir te buscar para passearmos, o que acha? - Eva pergunta e Luz grita eufórica
- Eu acho que vai ser ótimo - Maria se pronuncia e eu resolvo acabar com aquela cena toda
- Ok, depois resolvemos isso, já pode ir Maria! - tento me sair da situação constrangedora
- O almoço já está servido senhor, até mais crianças! - diz beijando Luz e Eva e saindo
- Vamos almoçar mocinha! - tento pegar minha filha que me rejeita pela primeira vez na vida e estranho completamente
- A tia Eva me dá comida não dá tia? - pergunta encarando a morena dos olhos verdes a sua frente
- Claro! - Eva diz me olhando como se buscasse uma autorização e apenas aponto para cozinha. Nos acomodamos e nos servindo, Luz até come verduras sem reclamar com ela, chego a ter um pouco de ciúmes - Então, Luz irá com conosco? - questiona
- Não, ficaria muito tarde para ela, Maria chegará no início da noite! - digo encerrando a conversa
- Bom, vou voltar ao trabalho. - ela me diz segundos depois de me entregar Luz dormindo profundamente.
- Suas coisas já estão no mesmo quarto de hóspedes, fique à vontade. - digo
- Obrigado, passarei o dia trabalhando lá, se não se importar senhor! - fala, como sempre extremamente formal. Sempre gostei dessas formalidades, mas vindo dela simplesmente me incomoda as vezes, principalmente quando a vejo tratando outras pessoas tão naturalmente como quando fala com minha filha e a babá, ou quando está sorrindo nos corredores da empresa para o estagiário medroso ou a recepcionista educada.
- Claro! - ela assente e vai subindo as escadas - Stuart! - ela se vira para olhar - Obrigado por dar atenção a ela, não é sua obrigação. - digo sinalizando minha filha adormecida, e ela arqueia a sobrancelha, e ela definitivamente fica mais linda ainda quando faz isso
- Senhor, não é minha obrigação me meter em sua família, mas eu realmente gosto da pequena e gostaria de fazer um passeio com ela, Maria pode vir junto, acho que ela irá gostar! Agora se me der licença, estou um pouco atrasada. - diz e eu apenas confirmo gesticulando, levo Luz para seu quarto e depois vou para o meu tomar banho, respiro fundo enquando a água gelada cai sobre minha cabeça "o que essa mulher está fazendo comigo?"...