capítulo 21

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                                        Alarick

A cara dela nesse exato momento é impagável, todos a olham, ela está sem reação, exatamente como eu imaginei, quando Stuart me fez passar pelo o constrangimento de ter sido pego distraído com meus advogados eu automaticamente pensei em três coisas: a primeira era que ela foi muito inteligente, além de esforçada, fez mais do que eu lhe pedi e mais do que sua obrigação, gosto desse tipo de atitude em um funcionário, demonstra interesse no que está fazendo. A segunda foi que ela foi prepotente, e isso a deixava tão linda enquanto arqueava a sombrancelha falando comigo como se estivesse me pondo no meu lugar, aquilo me fez pensar se ela continuaria com aquele narizinho empinado se eu a fodesse de quatro na minha mesa. E a terceira foi que ela tinha razão, fui negligente, mas eu sou o seu chefe, se existe alguém que tem que ser colocada em seu lugar, era ela! Então uni o útil ao agradável, arrumei uma forma de observar meus funcionários e de dar uma oportunidade a ela para ver como se saia, ela disse que era capaz de segurar a barra, então eu realmente espero que seja! Saio dos meus devaneios, como era o esperado, todos estão eufóricos

- Sem mais perguntas, por favor, podem ir para suas casas, boa noite! - digo encerrando a reunião e desligando o telão que utilizei para mostrar os gráficos. Aos poucos todos vão se retirando, menos ela, continua parada no mesmo lugar, sua expressão ainda é de desentendimento, eu realmente a peguei de surpresa, mas foi ela quem pediu, ela queria uma oportunidade, estou lhe dando uma, e das grandes, paro de pensar e vou em sua direção, ela permanece com a cabeça baixa

- Senhorita Stuart? - a chamo, ela não me olha, todos já foram embora, só restamos nós

- Porquê? - ela pergunta em um fio de voz

- Porquê o que senhorita? - pergunto sem entender

- Por quê fez isso comigo? - ela pergunta e agora olha pra mim

- E o que eu lhe fiz? - questiono colocando as mãos nos bolsos da calça

- Isso! Ser a pessoa que vai julgar seus funcionários? Senhor Cross, essa não é a minha função! - ela diz e vejo seu semblante frustrado

- Eu não fiz "isso" com você Stuart, eu fiz com eles! Você me mostrou que algo estava errado na empresa que carrega o nome da minha família a gerações! - Digo, mas, consciente de que minhas intenções não foram cem por cento boas...

- Então o senhor resolve me agradecer fazendo com que todos me odeiem? - ela pergunta e finalmente vejo aonde quer chegar, suspiro um pouco decepcionado por seu pensamento pequeno

- Prefiro quando você está sendo mais ambiciosa senhorita Stuart! - digo deixando bem claro que não gosto do seu pensamento medíocre

- Como? - pergunta sem compreender

- Eu realmente prefiro quando é audaciosa! - afirmo - Eu acabei de lhe colocar em um lugar que muitos daqueles advogados com anos de experiências queriam está, e fiz isso por que VOCÊ me disse que era capaz, que estava pronta, que queria um chance de aprender! Então lhe coloquei aonde pudesse observar tudo, onde será a pessoa que estará assistindo de camarote todos os erros e os acertos, as verdades e as contradições, os bons e os excelentes, lhe coloquei exatamente aonde você precisa está para tomar uma decisão, lhe coloquei onde eu achei que merecia está - digo

- Senhor Cross... - ela tenta falar e eu a interrompo

- Você os julgará mas estará sendo avaliada também senhorita, se acha que não pode tomar conta de tamanha função me diga agora e lhe tirarei o fardo de ser mal vista pelos seus colegas, sabendo você, que se fosse necessário, qualquer um deles a faria desaparecer para estar em seu lugar, por que é exatamente isso que um bom advogado faz, defende seus interesses! Quer que a tire desta situação senhorita Stuart? - pergunto

- Não senhor! - ela responde com convicção, quase suspiro aliviado

- Então espero que não me decepcione! - digo

- Vou dar o meu melhor! - diz levantando-se. A observo, como pode ser tão linda assim facilmente? Sem nem um esforço se quer?

- Então, Boa noite! - digo e vou em direção a saída. Entro no meu carro e vou para casa, penso no que aconteceu mais cedo: nós quase nos beijamos! Eu a segurei, a cintura dela é tão fina, a pele em seu pescoço é completamente delicada, por um segundo raspei as pontas dos meus dedos em seu cabelo preso, eu realmente gostaria de saber como eles são soltos, como ficam emoldurando o rosto dela, pura que pariu, essa mulher está me tirando do sério Chego em casa, e como sempre, Luz está brincando com algo no tapete da sala enquanto Maria faz crochê

- Paaapiii! - grita minha pequena e vou em sua direção, a pego nos braços girando-a no ar como sei que gosta e a mesma da aquelas gargalhadas gostosas enquanto a encho de beijinhos

- Oi meu amor - digo finalmente parando para olha-la - Como está a princesa do papi? - pergunto

- Bem, cadê a tia Eva? - ela pergunta olhando para trás e suspiro, só era o que me faltava essa mulher invadir a paz até da minha casa

- Não sei minha bonequinha, deve está na casa dela! - digo fazendo com que ela olhe para mim

- Por quê ela não veio com você papi? Ela não gosta de mim? - Luz pergunta enchendo os olhinhos de lágrima

- Não meu amor, quem não gosta de você? Todos te amam! A tia só foi pra casa dela! - digo sem entender o motivo do sentimentalismo da minha filha para minha secretária

- Quando ela vem? - pergunta fazendo biquinho

- Não sei querida, não sei... - respondo colocando sua cabeça em meu ombro e olhando para Maria que observa a cena como se estivesse me jugando, que merda que eu fiz agora porra? Suspiro!

Perca o Controle (Livro Concluído - em revisão) Where stories live. Discover now