"Não" Disse engolindo em seco e depois bebericando um pouco da bebida.
"Não vás, podes muito bem ser roubada, vitima de trafico ou violada." Disse Kylie.
A última palavra arrepiou-me. Pousei o copo e passei as mãos no cabelo.
" Espero nunca ir lá" Sorri. " Apenas ouvi falar ... "
Ela mandou-me um sorriso rápido e foi para a casa de banho. Automaticamente do meu telemóvel soou o alerta de mensagem.
"Assustada? Não estejas afinal ele já te salvou de uma violação podia tê-lo feito outra vez"
A minha boca abriu-se num "O" perfeito. O número era em privado tal e qual como o que tinha falado na minha roupa naquela manhã. As minhas mãos estavam a tremer tanto que não consegui fazer mais nada, sentia-me mal disposta. Olhei em volta, a janela estava aberta mas estava apenas escuro, apenas nada.
Engoli em seco, sem jeito, fui até á janela e fechei-a, assim como as cortinas opacas azuis que Kylie tinha escolhido. Mal o fiz o meu telemovél começou a tocar fazendo-me soltar um grito baixinho. Era número desconhecido.
"S-Sim" Não consegui prender o medo da minha voz.
"Arya? É o Zayn"
Respirei fundo e sentei-me na cama.Passei os dedos pelo cabelo e concentrei-me em não ter medo.
"É só para dizer que o teu carro vai estar ai de manhã, se te deixarem ai o papel com a conta não te preocupes que já está tudo pago" Ele disse e eu ouvi um ruido esquisito do outro lado, uma voz.
"Sim, não era preciso teres pago nada" Disse tentando parecer normal.
"Estás bem?" Perguntou mas depois ouviu-se outra vez a voz, era feminina.
"Sim, porquê?"
Antes de ele me responder consegui ouvir uma frase vinda da voz feminina " Desliga Zayn! deixa a miuda". Franzi o sobreolho. Porque raio eu tinha que ouvir aquilo?
"Por nada... eu ... hum... tenho de ir..." Respondeu de repente, sobressaltando-me novamente.
*********
A semana passou devagar, cada dia no trabalho parecia anos e Zayn não tinha vindo nem uma única vez, não sabia bem se devia estar calma ou não com aquilo. Eric não tinha perguntado uma única vez por ele e eu estava bastante tentada a ir lhe perguntar sobre estas faltas de Zayn, afinal ele era o patrão e tinha que receber satisfações sobre o porquê de se faltar.
Não o fiz.
Achei melhor estar calada até porque eu não tinha nada haver com Zayn, não me devia importante sobre aquele idiota que tinha um revolver no tabliet. Abanei a cabeça e fugi ao meu próprio pensamento.
Quanto ás mensagens tinham parado por agora, algum engraçadinho que não tinha uma vida ou filhos para cuidar. Eric chamou-me ao escritório e deu-me a excelente noticia que iria trabalhar até mais tarde, noticia que me fez espanca-lo na minha cabeça por isso quando saí do edificio eram umas 11pm.
Um vento frio despenteou-me automaticamente que coloquei um pé do lado de fora do prédio.
"Boa Arya, ainda bem que deixaste o carro longe daqui" Resmunguei sozinha fazendo uma mulher olhar-me de forma bastante estranha.
Estava um gelo, conseguia ver a minha própria respiração e a estrada estava gelada. Havia um silêncio perturbador naquele total escuro entre os vários prédios, odiava aquilo, arrepiava-me.
Um som cortou o silêncio quando passei junto de um outro beco mais á frente. Estanquei no meio da rua. Era um gemido, não de prazer mas de dor. Aproximei-me mais um pouco mais daquele escuro e tentei ver algo sem ser vista.
"Zayn!?!?" Quase gritei quando consegui destinguir a cara do moreno já conhecido encostado á parede.
"Arya? Que estás aqui a f.." A frase foi interrompida por um gemido vindo dele. Estava agarrado ao abdominal e parecia que tinha dores. "Vai-te embora!"
Ignorei-o e ajoelhei-me junto dele. O chão estava totalmente molhado e frio o que me fez quase ter um choque quando me ajoelhei.
"Estás bem?" Perguntei.
"Vai embora!" Voltou a dizer olhando para todos os lados.
"Não..." Parei a frase quando vi que ele estava a sangrar." Estás ferido"
"Não é nada.." Tentou fazer impulso para se levantar mas os joelhos fraquejaram e ele ficou no mesmo sitio.
"Vou chamar a ambulância" coloquei as mãos na mala e tentei agarrar o meu telemovel a pressa.
"Não! Raios." Ele respirou fundo e engoliu em seco." Leva-me para casa se quiseres ajudar mas não chames ambulância nenhuma!"
Tirei as mãos da mala e tentei ajuda-lo a levantar-se. Não sabia se aquilo era correcto ou não mas naquele momento ele estava a perder sangue e não queria fazer uma discussão. Ele apoiou-se em mim e eu tentei carrega-lo até ao carro que não estava longe, felizmente. Ele estava a fazer demasiada força nos meus ombros e sinceramente não sabia onte tinha arranjado força para o arrastar até lá. Deitei-o no banco de trás e entrei no banco do condutor. As minhas mãos estavam a tremer e eu sentia as lágrimas a fustigarem-me os olhos, estava nervosa e não consegui controlar o "não chorar".
Lembrava-me vagamente que ele tinha mencionado onde vivia não era complicado de lá chegar. A minha respiração estava acelerada e não consegui conter um soluço.
"Estás a chorar?" Perguntou baixinho.
"Não.." Disse limpando os olhos.
"Eu estou bem..."Sussurrou.