Unpredictable Love

By RayaneMorais1

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Lauren Jauregui acabara de voltar para Miami depois de passar três anos em Los Angeles, onde convivia com pes... More

Previsibilidade
Atletas
Achados e Perdidos
Sueño
Campeonato (Part I)
Campeonato (Part II)
Festa
Acampamento
Ato Inesperado
O Trato
O Encontro
Não minta!
Desculpa!
Sentir-se bem
Você quer?
Mais um dia
Viagem
Diversão
Jogo
TPM?
Calma, Camila!
Planos Futuros
Exames Finais
Vida Universitária
Sem tempo
Não dá mais!
Você é minha!
Praia
Inseminação
Lembranças
Aceitação
Cuidados
Inseguranças
Tentação
Provação
Olhos
Amigos
Dentinhos
Dia de Lua
Treze Anos
Não consigo evitar...
Casamento
Cumplicidad
Ações
Alexa
Sorrisos
Medos
Crescendo
Decepção
Perder
A Verdade
Juntas
Incrivelmente Maravilhosa
Dificuldades
Surto
Milagre Natalino?
Amor Imprevisível
Bônus

A Faça Sua

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By RayaneMorais1

Dois meses depois...

Senti certo incômodo ao acordar. É sempre ruim acordar de pau duro, mas tem algo a mais, sinto como se estivesse... Sendo apertada de todas as formas, era um tipo de dor, uma dor diferente e não ruim.

Abri os olhos encarando meu quarto do jeito que sempre deixo, completamente arrumado e com as coisas em seu devido lugar, mas algo estava faltando. Me remexi e senti um aperto incomum em meu membro. Olhei para baixo e meus olhos se arregalaram em surpresa pela cena que presenciei.

Havia alguém abaixo de mim, deitada com uma das mãos apoiada em seu cotovelo enquanto a outra brincava com meu pau, o apertando de leve e deslizando de cima para baixo de uma forma que deixava tudo lá embaixo dolorido. Um dolorido gostoso.

- Bom dia, amor. – A voz de Camila soou pelo quarto enquanto ela continuava a admirar meu pau com aquela expressão de posse, como se ele estivesse em algum tipo de museu para ser observado, mas que só ela pudesse presenciar aquela obra de arte. Meu corpo se arrepiou no mesmo instante.

- O que... O que está fazendo? – Perguntei confusa soando incrivelmente rouca por ter acabado de acordar.

- Estava te admirando dormir, mas não foi o suficiente. – Ela disse sorrindo de canto, mas sem me olhar nos olhos, parecia hipnotizada encarando meu corpo seminu. Eu usava um top branco e uma cueca da mesma cor, mas a ultima estava abaixada na altura de meus joelhos enquanto meu membro completamente rígido era vislumbrado por minha namorada. – Me deu vontade de fazer uma coisa, então... – Ela disse mordendo os lábios conseguindo ficar ainda mais sexy. Puta merda!

- O que? – Perguntei em expectativa. Camila Cabello conseguia surpreender quando queria.

- Hm... – Ela deslizou sua mão pra cima e depois pra baixo novamente sobre meu membro, prendi um gemido no mesmo instante. Conseguia vislumbrar meu pré-gozo saindo pela cabecinha do meu pau e a ajudando na tarefa de masturbá-lo, pois ela usou disso para deslizar mais facilmente sua palma naquela região.

- Droga! – Murmurei completamente excitada vendo aquela cena. Mal acordei e me sinto no céu.

- Faz algum tempo que eu não sinto você, Lo... – Ela disse baixinho apertando um pouco mais aquela região sensível e me remexi hipnotizada por seus movimentos ali. – Sabe, sentir você dessa forma... E eu quero fazer isso agora. – Abri a boca para tentar dizer algo, mas o que diria? Não tinha palavras pra descrever o quão excitada estava. Sabia que ouvir alguém falando de sexo com você, principalmente o que a pessoa fará com você entre quatro paredes, consegue deixar uma pessoa excitada facilmente, porque faz criar-se toda uma expectativa do que acontecerá daqui para frente e isso torna tudo mais gostoso. Mas ouvir Camila Cabello falar esse tipo de coisa não tem preço, é impossível descrever o quão fodida mentalmente estou agora. – Quero muito! – Ela não esperou mais. A vi apenas se aproximando e delicadamente colocando a boca em meu membro ereto, chupando sua cabecinha suavemente e fazendo um barulho de estalo soar pelo quarto quando ela a retirou do local.

- Oh... Merda! – Xinguei sentindo sua língua deslizar por ali. Camila deslizou suas mãos pra cima e pra baixo, apertando sempre que podia de uma forma suave e gostosa, como se estivesse fazendo carinho. Minha namorada direcionou sua mão até minhas bolas, as acariciando de leve. – Hm... – Gemi em êxtase por aquele momento. A Cabello não esperou mais e simplesmente abocanhou meu membro de uma forma lenta e completamente sensual já que ela fazia como se explorasse aquela região pouco conhecida por ela. – Porra! – Murmurei vendo-a ir mais a fundo, tentando chegar até a base, mas logo voltando. Sua boca era quente, macia e deslizava pelo meu pau como se fosse feita para estar ali. Puta que pariu! – Is-Isso! – Sentei na cama não conseguindo me controlar. Camila descia e subia com a boca de uma forma lenta que fazia prolongar aquele momento e conseguindo me deixar ainda mais dura. – Camila! – Grunhi sentindo meu corpo se ascender quando ela beijou a cabecinha do meu pau e deslizou a língua por ali até minhas bolas, voltando em seguida e chupando o comecinho novamente, o sugando pra dentro de sua boca.

- Está bom assim, amor? – Perguntou envolvendo suas mãos em meu membro, fazendo movimentos mais rápidos pra cima e pra baixo numa fricção gostosa que me fazia ver estrelas.

- Uhum... M-Muito... – Gaguejei sentindo um aperto familiar em minhas bolas. Só de vê-la daquele jeito, empenhada em me fazer sentir prazer, querendo fazer aquilo, tudo isso me deixava nas alturas e estava prestes a explodir tamanha minha excitação.

- Você quer que eu continue? – Aquela pergunta não revelava nenhum tipo de malicia, era como se ela realmente quisesse minha aprovação, não me provocar, mas eu vi dessa forma e meu amigo também preferiu enxergar dessa maneira.

- S-Sim, por favor. – Pedi quase que lhe implorando.

Camila sorriu satisfeita com a resposta e se inclinou, colocando-se de joelhos na cama e baixando a cabeça para deslizar sua língua novamente por toda minha extensão. Não sabia o que era mais excitante, ver minha namorada lambendo meu pau ou vê-la com aquela bunda gostosa empinadinha naquela calcinha Box azul bem a minha frente. Gemi baixo tentando me conter ao ver aquilo. Camila Cabello tinha uma bunda gostosa pra caralho!

- Hm... – Ela gemeu em aprovação ao abocanhar meu membro novamente. Sua boca descendo e subindo um pouco mais rápido do que antes enquanto sua língua também se mexia. Por Deus, eu vou morrer!

- I-sso. Que delicia, Camila... – A estimulava vendo-a chupar com vontade, como se eu fosse fugir dali a qualquer momento. – Continua! Porra, Cabello. – Fechei meus olhos mordendo os lábios para conter os gemidos presos em minha garganta. Mas olhar para a cena era muito melhor.

Pra piorar a desgraçada ainda estava me estimulando com suas mãos, hora ela alisava minhas bolas, hora masturbava a parte que ela não conseguia colocar na boca. Eu estava literalmente me sentido no céu. Senti minhas bolas se apertarem ainda mais. Segurei em seus cabelos, não a pressionando nem nada, não queria que ela engasgasse ou algo do tipo. Mas fiz um leve carinho ali, gemendo um pouco mais alto enquanto ela ia cada vez mais rápido, chegando até a metade de meu membro e masturbando a outra parte com as mãos. Minhas mãos foram para sua bunda empinada bem a minha frente e fiz questão de apertar com força aquela carne tão macia e que eu achava muito gostosa. Ao fazer isso, Camila foi mais pra frente, deslizando a boca ainda mais por meu pau e chegando até o fim, tocando seu nariz em meu quadril. Puta que pariu! Aquilo com certeza foi o meu fim.

– Ai meu Deus, ai meu Deus! – Murmurei exasperada sentindo meu orgasmo chegando de uma forma avassaladora. – Camila... Camila... – Falava afobada batendo um pouco em sua cabeça sinalizando que eu iria gozar e ela tinha que tirar a boca dali caso não quisesse sentir o gosto. - Cami...– Não esperei mais, foi quando Camila deslizou sua boca mais duas vezes ali, chupou a cabecinha do meu pau e em seguida afastou a boca e apertou suas mãos ali que não consegui me segurar. Fechei os olhos, os apertando enquanto mordia os lábios. - Camzziiiii... – Senti uma pressão gostosa em minhas bolas e logo liberei dois jatos fortes. O fluído espirrou um pouco, melando a mão de Camila e um pouco da minha cueca, além de toda minha extensão. Meu peito subia e descia ofegante conforme eu tentava acalmar minha respiração. – Porra! – Murmurei vendo Camila baixar a cabeça novamente, dessa vez chupando aquela região com expectativa enquanto deslizava sua língua por meu pau timidamente, sentindo o meu gosto e limpando aquela área por completo.

Lembro-me da primeira vez que fizemos isso, ela não teve muita vontade de saber que gosto tinha, da segunda vez Camila me provou com mais vontade, mas ficou hesitante quanto ao gosto, agora ela parecia saborear tudo com ainda mais vontade que antes, como se eu fosse um pirulito humano. E era quase isso mesmo.

- Feliz aniversário, Lolo. – Disse animada inclinando-se para me beijar. Nós trocamos um beijo apaixonado e completamente sensual enquanto eu conseguia sentir meu gosto em sua boca.

- Não há melhor jeito de desejar isso do que dessa forma. – Comentei respirando fundo devido a todos os acontecimentos, Camila pareceu se lembrar de algo, pois abriu um sorriso tão largo que chegava a ser assustadoramente lindo.

- Você me deu um apelido. – Disse animada. – E eu gostei. – Franzi o cenho em confusão.

- Apelido? – Perguntei tentando entendê-la. Rapidamente puxei minha cueca pra cima, cobrindo minha nudez.

- É! Você disse Camziii, quando tava gemendo... – Ela corou, ficando quase tão fofa quanto como ela fica quando sorri com a língua entre os dentes. – Finalmente você me deu um apelido digno, Lolo, tava demorando.

- Mesmo que tenha sido sem querer. – Nós rimos. – Fico feliz que gostou, bebê. – A puxei para meu colo e Camila se acomodou com as pernas envolta do meu quadril. – Camz... Soa maravilhoso. Fofo como você. – Mordi seu lábio inferior, o puxando pra mim e fazendo Camila fazer uma careta de dor que me fez rir. – Por mim ficávamos o tempo todo assim, durante todos os dias.

- Você iria se cansar de mim. – Comentou passando o nariz por meu pescoço, me causando sensações boas.

- Eu nunca me cansaria de você. – Admiti sendo sincera e Camila sorriu largo com minha confissão. Antes que pudesse puxá-la para um beijo onde começaríamos algo que já sabíamos do que se tratava. A porta foi aberta com força, fazendo Camila praticamente pular do meu colo, com os olhos arregalados.

- Hora de acordar, palmita. – Vero disse com um sorriso malicioso no rosto. – Ih, pelo visto você já acordou e até que muito bem não é? – Comentou olhando para minha cueca que tinha uma leve mancha, revelando o que acabamos de fazer. – Você tem 5 minutos pra descer para tomarmos café, Clara quer todos prontos para visitar nossos avós. – Assenti em concordância. – Aliás, bela bunda, Cabello. – Veronica comentou checando Camila que vestia apenas sua calcinha e uma camiseta branca regata minha. Peguei o travesseiro mais próximo e joguei nela, mas a desgraçada tinha fechado a porta bem a tempo. Quando achei que estivesse livre de sua presença, Veronica coloca a cabeça para dentro do quarto de novo. – E feliz aniversário, branquela. – Desejou-me rindo sapeca e saindo dali. Olhei para Camila e rimos baixinho em cumplicidade. Veronica Iglesias conseguia ser única.

[...]

Estávamos agora em meu carro, Camila e eu, seguindo o carro onde encontravam-se meu pai, minha mãe, Chris, Veronica e Taylor, a caminho da casa dos meus avós. Born To Die da Lana Del Rey tocava no rádio enquanto eu mexia minha cabeça tranquilamente ao som da música calma. Camila observava as árvores passando depressa pela estrada enquanto os cabelos voavam por seu rosto, pela capota estar abaixada, fazendo com que aquela cena se tornasse ainda mais bela de se ver.

- Loo, eu estava pensando... – Camila começou, quebrando o silêncio que ali tinha e me encarando. – Não teremos muito tempo lá na casa dos seus avós pra ficarmos juntas, então, eu gostaria muito de te dar um presente agora. – Ela parecia nervosa.

- Sexo sem camisinha seria um ótimo presente, meu amor. – Falei para quebrar o gelo e Camila riu alto me fazendo rir também. Minha atenção permanecia na estrada, mas podia visualizá-la pelo canto do olho e já era o bastante. – Aquele troço aperta e muito.

- Vou pensar no seu caso. – Disse me avaliando de cima a baixo.

- Mas sobre o presente, não precisa, Camz, você já me deu um belo presente pela manhã. – A chamei pelo mais novo apelido e vi Camila sorrindo carinhosa, mas revirando os olhos por minhas palavras.

- Lauren, sua idiota, dá pra você, por favor, parar de pensar um pouco nisso? Eu estou tentando ser romântica aqui. – Ela reclamou fazendo um bico lindo que se não estivesse dirigindo agora com certeza o morderia.

- Certo, certo, desculpe. – Pedi me rendendo e ela pareceu aceitar meu gesto, voltando a ficar pensativa.

- Em meu aniversário você me deu um colar, da lua, você lembra, certo? – Perguntou e apenas assenti com a cabeça. – Sei que não pensou meticulosamente sobre isso, apenas me deu porque deve ter achado bonito ou porque algo fez te lembrar de mim quando o viu, mas você me disse algumas coisas sobre a lua... – Ela mordeu os lábios como se precisasse de ajuda para continuar. A incentivei colocando minha mão rapidamente em sua coxa e fazendo um carinho ali, mas logo voltando a pôr elas no volante, precisava dirigir e o caminho não era tão curto. - Você me disse que a lua pode representar otimismo, afetuosidade... Geralmente é associada a pessoas alegres, cativantes, artísticas. – Relembrou minhas palavras como se eu as tivesse dito há poucos minutos. – Então fui procurar mais sobre isso e encontrei algumas referências ao sol, como os dois parecem se completar e refletir um sobre o outro. – Continuei assentindo conforme entendia onde ela queria chegar. Camila se inclinou pegando sua bolsa que estava jogada no chão do carro, retirando de lá uma caixinha preta. Ela ficou em silêncio por um tempo e parei em um sinal, vendo o carro do meu pai parado a poucos metros dali. Olhei para ela no mesmo instante e ela abriu a caixinha, havia um colar ali, com um pingente do sol, prata brilhante e completamente magnífico. Lhe encarei admirada. – É seu. – Ela disse como se aquilo não fosse obvio e depois revirou os olhos por perceber o que tinha acabado de falar. – O sol emite luz, energia, vida e... Verdade. – Seus olhos brilharam. – Lauren, eu não consigo me lembrar de quando conheci uma pessoa tão verdadeira como você...

- Camila... – Tentei intervir, notando que meus olhos já ardiam um pouco. Ah, não, eu não iria chorar!

- Muita gente acredita que o sol traz luz ao mundo em tempos sombrios, Lauren, você praticamente me fez enxergar as coisas boas da vida novamente e eu sou tão grata a você por isso. – Voltei a dirigir, mas ainda digerindo uma por uma de suas palavras. – Você me ajudou a passar pelas dificuldades e espero que ainda esteja em minha vida para passar por muitas outras. – Assenti sabendo que estaria. Ficaria ao lado de Camila em todos os momentos de sua vida, esse era meu plano secreto de vida. – E que continue trazendo luz pra mim ao longo dos dias. Feliz aniversário, Lo! – Ela finalizou se inclinando um pouco e me dando um beijo demorado na bochecha. – Lauren, você está chorando? – Perguntou passando o polegar por uma lágrima que insistiu em cair em meu rosto. Funguei tentando disfarçar, não estava muito acostumada com esse tipo de coisa. Camila pareceu entender e sorriu.

- Eu gostaria muito de te dar um beijo agora. – Confessei trocando a marcha do carro.

- É! Mas uma de nós tem que dirigir, não é? – Nós rimos, era verdade, Camila não sabia dirigir ainda, algo que faria questão de mudar, mas por enquanto era só o que me restava, dirigir por nós duas.

- Você... Está nervosa? Sabe, pra conhecer meus avós? – Perguntei mudando de assunto, não queria me sentir tão emotiva daquele jeito novamente.

- Um pouco, mas você estará ao meu lado, do mesmo jeito que estive do seu quando conheceu minha família. – Camila falou sorrindo de lado. Assenti e voltamos a escutar Lana del Rey enquanto não chegávamos ao nosso destino. É claro que só estávamos escutando minha cantora preferida porque era meu aniversário, se fosse ao contrário, minha namorada estaria cantarolando bem alto músicas do Ed Sheeran ou Troye Sivan.

Estávamos no começo das férias, passamos nas provas sem precisar fazer recuperação ou algo do tipo, com exceção de Veronica, é lógico, mas ela também passou. Camila já havia feito aniversário, tendo 17 anos agora e hoje eu completava 18. Em seu aniversário visitamos seus avós e fui formalmente apresentada como namorada dela. Sua família me aceitou bem e gostaram muito de mim, palavras de Camila, agora era a vez dela de conhecer pessoas importantes em minha vida.

A viagem havia sido tranquila, uma hora no carro para chegarmos onde queríamos. Assim que descemos do carro, não deixei que Camila tivesse muito tempo para apreciar o lugar. Apenas a puxei para mim e lhe beijei.

A beijei como se não o fizesse agora poderia morrer, como se ela fosse meu ar, e eu dependesse daquilo. Camila passou seus braços envolta do meu pescoço e agarrei firme sua cintura. Explorei cada cantinho de sua boca enquanto ela fazia um carinho gostoso em meus cabelos. Brinquei com seus lábios mais um pouco, sentindo seu gosto e maciez de sua boca por mais um tempo até que fossemos atrapalhadas por um pigarro.

- Chegamos, crianças. – Minha mãe disse arqueando a sobrancelha para nós, mas tinha uma expressão risonha em sua face. Ela gostava de nos ver assim tão bem. Camila escondeu seu rosto em meu pescoço e ri baixinho.

- Parem de ficar se agarrando. Respeitem os mais velhos. – Veronica disse quando Clara se afastou, dando-nos um tempo a sós. Taylor e Chris riam enquanto meu pai fazia um sinal com o polegar pra mim.

- Camz... – A chamei e ela me olhava atentamente. – Obrigada. – Falei referindo-se ao meu presente e ela assentiu orgulhosa por ter me deixado daquele jeito. Com calma, Camila retirou o colar da caixinha preta que ela segurou por todo o percurso e o atacou em meu pescoço, fazendo-o brilhar na luz do sol. Encarei o que havia lhe dado, estava ali por cima da roupa que usava, brilhando tão intenso quanto o meu. Reparei mais nela. Camila usava uma camisa branca de mangas que deixava sua barriga a mostra e uma calça cintura alta com estampas de abacaxi, seus cabelos estavam soltos sobre o rosto e suas ankle boots estavam ali, firmes e fortes. Não tinha como ser menos Camila daquele jeito. Ela segurou em minha mão e andamos na direção da casa. – Minha avó foi farmacêutica, ela lutou para estudar e até chegou a brigar com meus bisavós por isso, uma mulher muito inteligente e batalhadora, sempre consegue o que quer se tiver força de vontade e ela tem. Essa é uma das importantes lições que elas nos ensinou. – Falei observando a casa como ela sempre estivera ali. Aconchegante era a palavra certa. Camila parecia analisá-la também. – Por ser farmacêutica, Angelica tem um grande apresso por remédios naturais e plantas, então... – Apontei para o grande jardim no qual percorríamos para chegarmos à residência. A casa era grande, de madeira com alguns aspectos um pouco mais modernos, mas tudo ali lembrava algo rústico, natural. 

- A casa é linda, Lo. – Camila elogiou olhando principalmente para as plantas no jardim e em diversos vasos por ali.

Minha família já se encontrava lá dentro, então adentramos, encontrando todos praticamente em cima da minha avó em um abraço apertado. Ri da cena. Quando todos se afastaram, minha avó fez questão de abraçar um por um. Ela sempre fazia isso.

Primeiro com sua filha, sempre falando o quanto ela estava linda e jovem, o que deixava minha mãe muito feliz e até um pouco convencida, posso afirmar. Depois em Mike, falando o quanto ele estava um pouco rechonchudo, mas sem perder o humor, já ele falava que daqui a pouco ela estaria sem cabelo, já que os fios brancos em sua cabeça estavam mais curtos do que antes. Eles sempre se provocavam, de maneira brincalhona, é claro.

Chegou à vez de Taylor, ela sempre começava com a caçula, minha avó a apertou tão forte que podia ver as bochechas da minha irmã ganharem uma coloração roxa. Depois chegou a vez de Chris, onde Angelica ressaltou o quanto ele estava forte e um rapaz bonito, depois Veronica, que fez questão de dizer que nossa avó continuava gostosa como sempre, arrancando uma risada da mais velha que encheu meu coração de saudades dela. Assim que se separou de Vero, Angelica me encarou.

- Ora, veja só, se ela não está menos das trevas do que da outra vez que veio me visitar. – Minha abuela disse assim que olhou minhas roupas. Ela tinha adquirido o hábito de me chamar de "trevosa", "gótica das sombras", "depressiva", entre outros adjetivos maldosos que Veronica a ensinou, argumentando que eu sempre usava roupas pretas e escuras. Dessa vez, usava uma calça jeans escura, com minhas botas, e uma blusa fina vermelha com algumas listras cruzadas. – Continua linda, querida, venha cá. – Me aproximei com um enorme sorriso, a abraçando apertado enquanto ela fazia carinho em minhas costas. – E essa deve ser a responsável por fazer à senhora usar cores mais claras, hm? – Revirei os olhos para suas palavras e Veronica riu, vendo que minha avó tinha aprendido direitinho com ela, mas os olhos de Angelica estavam em Camila. Minha namorada estava profundamente corada, mas sorria largo parecendo feliz por estar conhecendo minha avó. 

- Abuela, essa aqui é a minha namorada, Camila. Camz, essa é minha abuela, Angelica. – Apresentei as duas dando espaço para que minha avó sem relutância, praticamente esmagasse Camila em um abraço apertado que ela não negou em momento algum, pelo contrário, abraçou minha avó acho que até mais forte.

- Ela gosta de abraços apertados, já adorei essa menina. – Angelica comentou se afastando de Camz. – Então, você é a famosa Camila, de quem a Lauren tem falado tanto quando vem pra cá? – Senti minhas bochechas corando quando todos os olhos foram direcionados a mim. – Temos muito que conversar, querida, preciso te contar alguns segredos trevosos da gótica ali. – Vero riu novamente dessa vez sendo acompanhada de Camila que parecia gostar de ver minha abuela falando de mim dessa forma.

...

...

Estávamos todos na cozinha, minha abuela falava sobre como ter plantas em casa era importante para a saúde, ela falava de uma forma tão natural e tão protetora como se estivesse falando sobre um filho. Era lindo o amor que aquela mulher tinha por suas pequenas criaturinhas coloridas.

Angelica e Camila haviam se dado muito bem, Clara e as duas conversavam animadamente sobre coisas que minha mãe vira na TV, como sempre, e minha avó explicava os mitos e as verdades sobre as plantas, coisas que a TV informava, mas que muitas vezes não era verdade, Camila como ótima aluna que era, também em Biologia, dava sua opinião sobre algumas coisas que conhecia, fazendo as três se entenderem de uma forma que Chris, Taylor, Mike, Vero e eu não nos intrometêssemos. Os esfomeados devoravam um bolo de cenoura com calda de chocolate que Angelica preparou enquanto Chris e Vero faziam piadas por eu estar ficando mais velha.

- E se por acaso tiver algum acidente nas ruas por conta de alguém ter ficado cego enquanto dirigia, a culpa vai ser da branquela por sair desse jeito tão fluorescente, pelo menos agora ela vai poder ser presa por isso. – Vero comentou fazendo Chris gargalhar e eu bufar frustrada pelas gracinhas dos dois.

- Falando em carros e coisa e tal... – Meu pai interrompeu nossa conversa, fazendo todos prestarem atenção nele. – Hoje é um dia bem especial pra mim.

- Nós sabemos como o senhor fica emotivo quando seus filhos fazem aniversário. Prometemos fazer algo legal no seu também, não precisa ficar com inveja. – Chris disse fazendo Vero gargalhar.

- Ei! Eu não fico emotivo, não. – Rebateu Mike olhando feio para meu irmão.

- Ah, fica sim, no meu aniversário, você chorou, pai. Nem quando me fizeram aquela surpresa, eu chorei. – Taylor argumentou fazendo até mesmo minha avó rir.

- Tá bom, tá bom, mas não é sobre isso que eu quero falar, tudo bem? – Ele revirou os olhos e rimos mais um pouco. – Sei que hoje já é um dia mais que especial por ser aniversário da Laur... – Eu sorri para ele. – Mas tenho novidades. Vocês sabem que a concessionária está ganhando popularidade no mercado, certo? – Assentimos. Meu pai não costumava falar muito sobre seu trabalho, apesar de sabermos o quanto ele adorava vender carros e estar sempre cercado por eles, era como eu, mas ele nunca falava muito disso em casa, preferia passar mais tempo com a família do que falar sobre trabalho. Por isso o encarávamos atentos, era inesperado ele falar disso agora. – Faz alguns dias que um cara chamado, Henry Miller me procurou, sabem quem ele é?

- O dono da MT, Miller's Technology, os carros de lá são incríveis. – Falei instantaneamente ganhando um sorriso orgulhoso de meu pai.

- Isso mesmo! – Ergueu o polegar em minha direção. – Ele viu o desempenho da concessionária por aqui e também a que deixei em Los Angeles sendo cuidada por gente de minha confiança. Também temos algumas outras filiais por lá e gostaria muito de abrir outra em Miami, ele pareceu se interessar já que a maioria dos carros que vendo lá são de sua montadora. – Escutei tudo empolgada com o desfecho final. – E ele disse que queria fazer uma parceria comigo. Falou que gostaria que nos uníssemos, assim eu só venderia seus carros em minhas concessionárias e juntos ganharíamos nome no mercado. É claro que a Miller's já tem bastante nome, o que me leva a crer que isso facilitaria muito para a Jauregui's quanto ao crescimento da empresa. Então, daqui a alguns dias faremos uma pequena recepção em minha casa para o Senhor Henry e assinarei todos os papei tornando oficial nossa parceria, até lá, precisamos apenas acertar os detalhes. O que me dizem?

- Meu Deus, pai, isso é incrível! – Fui a primeira a abraçá-lo e lhe dar os parabéns. Todos fizeram o mesmo e ficaram discutindo por mais algum tempo enquanto Mike explicava como seria bom para os negócios ter seu nome associado a uma grande montadora como essa. Mais alguns minutos de conversas aleatórias e lembrei-me de algo. – Abuela, onde está o vovô? – Perguntei vendo que Veronica me encarava como se quisesse saber o mesmo.

- Vocês já sabem onde ele está, podem ir lá. – Angelica disse sorrindo-me carinhosa e me levantei.

Camila me seguiu como se perguntasse se poderia ir comigo, assenti, mesmo sabendo que a maioria ali preferia ficar com minha avó. Não que meu avô fosse chato nem nada, todos gostavam dele e muito, mas ele ficava um pouco isolado algumas vezes. Era um homem encantador. Vero e eu adorávamos passar o tempo com ele. Em silêncio fomos por trás da casa, tendo a vista incrível e já conhecida por mim do lago onde sempre ficávamos.

- Ali! – Vero apontou para o meio do lago, onde víamos um pequeno barco de pesca ancorado. Fomos até a margem do lago e encontramos uma canoa. Veronica e eu sorrimos travessas e pegamos os remos, travando uma batalha como se estivéssemos com espadas. Camila observava tudo com um sorriso bobo no rosto. Ficamos um tempo ali até todos estarmos dentro e com ajuda de Veronica, consegui remar até o barco, prendendo a canoa nele através de uma corda. Logo todos estávamos a bordo. – Vovô! – Veronica gritou jogando-se em cima do senhor quando ele nos viu e vinha em nossa direção. O homem incrivelmente branco, de olhos verdes e cabelos também brancos, abraçou minha amiga enquanto sorria largo. Um boné enfeitava seus cabelos, deixando-lhe com uma aparência mais jovem.

- Lauren! – Ele exclamou sorridente ao me ver e logo me abraçou apertado depois de soltar Vero. Ficamos ali por um tempo apenas aproveitando o carinho. – E você deve ser a Camila... – Se afastou de mim. - Me chamo Enrique, muito prazer. – Ele encarou minha namorada de forma analisadora enquanto demonstrava o seu sotaque cubano ao pronunciar seu nome. Camila pareceu gostar daquilo. – Não faz ideia de como a Lauren me falou sobre você. Camila isso, Camila aquilo, ela está caidinha. – O repreendi semicerrando os olhos em sua direção, mas nós rimos pelo gesto enquanto Camila parecia se divertir com a cena.

- Angelica me disse a mesma coisa. – Falou de forma convencida me dando língua.

- E de onde você acha que ela ouviu Lauren falar de você? – Meu avô riu. – Aquela ali fica se mordendo de ciúmes pelas conversas que tenho com minha netas, quando ela escuta algo sobre já fica logo perguntando. Mulheres. – Ele disse sorrindo bobo ao mencionar minha avó. De longe se podia ver o carinho que ele tinha por ela. – Agora, sentem-se todas e vamos ao trabalho, hm? – Concordei vendo Camila ficar um pouco confusa, mas imitando nosso gesto quando pegamos algumas varas de pesca que tinham ali e sentamos no chão do barco, na ponta onde podíamos ter uma aproximação maior do lago.

É claro que tive que ajeitar tudo para que Camila não fizesse algo que pudesse machucá-la. Sabia como minha namorada era incrivelmente destrambelhada. Coloquei isca em seu anzol, a orientei como colocá-lo na água de forma que não espantasse os peixes e expliquei como puxar a vara caso fisgasse alguma coisa e acabasse soltando por ai por não saber como puxar. Camila prestou atenção em tudo, mas de vez em quando cometia alguns erros mínimos que me fazia rir dela. Como quando ela foi jogar o anzol no lago e usou tanta força que a isca caiu, deixando a deriva para qualquer peixe comer.

– Ela não leva jeito pra isso. – Meu avô comentou rindo baixo quando em outro momento Camila tentava desenrolar o anzol de um matinho que havia ali na beira do lago. – Meninas, vocês já deram uma olhada naquela mulher que canta aquela música... – Meu avô mudou de assunto tornando-se pensativo enquanto Vero e eu prestávamos atenção as suas palavras. – Sei lá o nome, mas é algo como Baionci. – Ele disse levantando-se e indo até mais fundo no barco, voltando com quatro garrafas de cerveja nas mãos. – Eu não conto se não contarem. – Esse era o nosso lema. – Mas você ai já tem idade pra isso, acho que vamos ter que procurar algo que você ainda não possa fazer pra realizarmos, hm?!

- Que tal um baseado? – Vero disse abafando o riso e tomando um gole de cerveja oferecida pelo meu avô. Camila aceitou a bebida, mas tomava com cuidado, sabíamos o quanto ela era intolerante a álcool. Minha namorada arregalou os olhos para a proposta de Veronica, completamente atônita a nossa costumeira conversa. Decididamente ela não achou que falaríamos de algo assim perto de um senhor de idade.

- Do jeito que sua abuela gosta de plantas, eu não duvido nada que ela me ofereça um pouco se eu pedir. – Nós rimos pela piada, pois sabíamos que ele não prosseguiria com o plano.

- Sobre a mulher que você tava falando, vô. O nome dela é Beyoncé. – Veronica explicou quando conseguiu pegar um peixe, o tirando do anzol e o colocando num balde com água ali por perto.

- Já viu como ela remexe aquela cintura? Assisti uma das suas apresentações na TV e lembrei de vocês. Por Dios, Ella es caliente! – Disse num espanhol muito bem pronunciado enquanto fingia se abanar. Camila, Veronica e eu caímos na risada. – Lembro-me quando sua avó e eu íamos dançar nos grandes salões. Música latina, vestidos balançando, doses de tequila, aquilo era o paraíso! Não havia como não me apaixonar por ela quando a mesma gostava desses lugares assim como eu. – Assentimos em concordância. Era legal ouvir sobre como ele falava da vovó. – Não quero parecer um velho babão falando desse jeito, mesmo já sendo... – Rimos. Enrique conseguia fazer piada sobre si mesmo de uma forma relaxada. Eu amo meu avô! – Mas os jovens de hoje não respeitam os relacionamentos como fazíamos antigamos. Antes requeríamos que tivéssemos paciência, cumplicidade entre duas pessoas, uma relação baseada em carinho, afeto e não em sexo. Deus sabe o quanto batalhei apenas pra conseguir um sim da avó de vocês apenas para uma dança, imagina para outras coisas. – Nós rimos. – Veronica, você me disse que tem uma namorada agora, já conversou com ela sobre aquilo? – Ele perguntou interessado enquanto tirava um peixe do seu anzol e o colocava no balde, logo repondo a isca e lançando-o novamente na água. Camila prestava atenção, filtrando todo aquele universo construído apenas por nós. Era acolhedor e simples de uma forma que fazíamos nos sentir livres, era sempre assim quando estávamos com ele.

- Sim. Lucy e eu conversamos sobre como me sinto... – Veronica falou séria olhando o sol começar a aparecer no fim do lago. – Lauren uma vez me disse que eu descontava minhas frustrações com meu pai em algumas garotas com quem transava. – Minha amiga falava abertamente enquanto meu avô assentia lhe incentivando a continuar. Éramos muito íntimos e não tinha porque esconder nossas emoções ali. – E sabe, ela estava certa, eu realmente fazia isso, até encontrar a Lucy... – Os olhos de Veronica brilhavam. – Mas tudo pareceu mudar quando nos beijamos pela primeira vez, eu não tinha pressa, não tinha porque correr, eu queria fazer tudo com paciência e empenho, queria fazê-la confiar em mim antes de qualquer coisa. Admiti isso a ela alguns dias. O quanto me sinto uma pessoa melhor quanto estou com ela, o quanto esqueço meus problemas com meu pai e com relações onde eu acho que serei abandonada como ele fez comigo. – Sabia que para Veronica, o assunto "pai" era delicado, e por mais que déssemos todo carinho que ela precisava e a fazíamos parte da família, ela sentia-se um pouco deslocada na maioria das vezes, então também dávamos abertura para que ela se abrisse sobre o assunto quando sentisse a vontade. Inesperadamente ela sempre o fazia quando estávamos aqui, nesse mesmo barco, numa tarde como essa, pescando com nosso avô.

- Isso é lindo, Veronica! Fico feliz que tenha confessado isso para ela. É um sinal enorme de confiança e cumplicidade e mal posso esperar para conhecê-la, assim como nossa querida Camila aqui. Ella deve ser una gran persona. – Camila lhe sorriu carinhosa ao ouvir suas palavras e ele correspondeu da mesma forma. Tomei um gole de minha cerveja, prestando atenção nele. – Sabe, meninas, eu sempre lhes disse para aproveitar o quanto pudessem, vocês sabem, ficar por ai com muitas garotas... – Nós rimos enquanto Camila fazia uma careta fofa. – Principalmente depois que descobri o gosto peculiar das minhas netas. – Dessa vez minha latina riu conosco, era impossível ficar sem se enturmar naquela conversa. – Mas agora sinto que estão embarcando em uma nova fase de vida. Estão mais velhas. – Ele me olhou afetuosamente. – E precisam amadurecer, encontrar uma pessoa legal para se relacionar, começar a pensar no futuro, correr atrás dos seus sonhos. Coisas como essas que mudam a vida da gente. – Assentimos. – E quando encontrarem alguém, não qualquer um, mas aquele alguém que você sinta que é seu porque foi feito sob medida pra você, conquiste-o... Se for preciso até o sequestre, quem sabe. – Nós sorrimos. – Mas o tenha pra você. No caso de vocês, quando encontrarem aquela garota, cujo sinta que o brilho no olhar ao te ver é tão intenso quanto o que você sente ao vê-la, a faça sua. Não sei se entendem o que eu digo, mas...

- Você fala em casamento ou algo do tipo? – Veronica perguntou curiosa.

- Não, não apenas nisso, Vero... – Ele a respondeu de forma paciente. – Não falo apenas em namoros, casamentos, relações em si cujo símbolo repercute por ai como se fosse algo apenas pra dar imagem. Também não falo sobre declarações para que todos possam ouvir, ou um "eu te amo" de vez em quando, falo sobre amor, mas falo mais do que isso. Falo sobre um sentimento tão forte que vocês sejam capazes de quebrar qualquer barreira para ficar ao lado da pessoa, algo que não cabe apenas em uma simples frase. – Ele explicava empolgadíssimo, como se estivesse falando sozinho, relembrando fases de sua vida. – Todo en esta vida es temporal, así que, si las cosas van bien, disfrútalas porque no durarán para siempre. Y si las cosas van mal, no te preocupes, no van a durar para siempre tampoco. – Citou de forma sábia encarando o lago. – Quando encontrarem a garota, saberão que as dificuldades vão bater em sua porta tão intensamente quanto os fantasmas dos seus passados, seus piores medos virão a tona, porque nada se tem com facilidade e o amor não chegará dessa forma tão pouco. Mas lembrem-se que terão uma a outra e isso bastará. Quando encontrarem a pessoa certa, a faça sua e não largue mais. O destino tratará de ajudar mesmo nos tempos difíceis, mas ela continuará sendo sua assim como você será dela. – Ele finalizou fechando os olhos e deixando que uma lágrima caísse por eles.

Encarei Camila e ela tinha seus olhos brilhando em emoção, as palavras dele a deixaram sensível. Nós trocamos um olhar apaixonado, sabendo exatamente o que sentíamos um pela outra, algo que cresceria com o tempo que reservamos para ficarmos juntas.

Nós respeitamos o momento do meu avô. Enrique havia passado por muita coisa pra ficar com minha avó, sabíamos disso, mas só ele conhecia tudo o que viveu e agora sabia que tudo havia sido como deveria ser, como o destino reservou para eles. Ficamos um tempo ali refletindo sobre suas palavras, mas logo pegamos o barco e voltamos para margem.

Quando chegamos á casa, avistamos todos na sala, assistindo TV enquanto Chris e Taylor discutiam sobre qual era o pior reality show. Minha avó opinava de vez em quando, assim como minha mãe e meu pai. Não demorou muito para que nos reuníssemos na sala de jantar e Angelica pegasse uma torta que havia preparado para que batêssemos parabéns pra mim. Aquele estava sendo um ótimo aniversário, ao lado de quem amava. Vi quando Enrique segurou a mão de Angelica, olhando no fundo dos seus olhos e vendo o brilho presente no olhar dos dois, algo único entre eles e admirável, do jeito que queria pra mim.

Passamos o restante do dia ali, entre família. Recebi algumas mensagens das minhas amigas distantes e outras ligações. Um snap de Dinah e Mani dançando e cantando parabéns pra mim, um textão carinhoso de Ally em meu instagram, uma foto postada sem minha permissão no facebook por Veronica com a frase "Parabéns, vadia!", além de uma ligação de Lucy.

Quando a noite chegou era hora de ir. Nos despedi de Angelica e Enrique com um abraço gostoso do qual sentiria muitas saudades. Camila fez o mesmo assim como o restante de minha família. Assim que estávamos próximos aos carros, já fora do alcance da casa, deixei que meu pai fosse na frente.

- Você não vem? – Camila me perguntou abrindo a porta do carro, apenas segurei em sua mão, fazendo-a virar-se pra mim e me encarar com curiosidade.

- Não, eu preciso te dizer uma coisa antes. – Falei fechando os olhos. – Camz, eu... – Lutei contra os milhões de pensamentos que lutavam em minha cabeça confusa, apenas pra que expulsasse o que tinha certeza. – Eu ando pensando muito sobre nós, sobre tudo, aliás... – Podia visualizar ela assentindo. – E não quero que pense que fiquei desse jeito só porque meu avô falou tudo aquilo, mas sabe quando a gente encontra uma pessoa da qual não espera que vá fazer tanta diferença em sua vida, mas que essa mesma pessoa acaba provando o contrário e se estabelece de vez? – Murmurei ainda de olhos fechados. – Não é como se eu tivesse te olhado e dito que você não importaria em nada na minha vida, na verdade, assim que te olhei você me deu motivos pra ficar onde estava e descobrir mais sobre quem você era, entretanto, não achei que isso fosse ser tão forte e intenso quanto está sendo agora e hoje posso dizer que não esperava que se estabelecesse em minha vida da forma que está hoje. – Abri os olhos encarando aqueles castanhos tão conhecidos e amados por mim. – Hoje posso dizer que você apareceu em minha vida pra me fazer ser sua... E quero... Quero que seja minha também. – A relembrei sobre o discurso do meu avô, suas palavras gravadas em minha mente, deixando-me corajosa para seguir com o discurso. Camila assentiu com os olhos brilhando. – Camz, eu nunca quis alguém como quero você, o tempo todo, todo tempo. Eu quero ser sua agora e no futuro, quero que seja minha durante o tempo que quiser ser, quero que me faça pertencer ao único lugar do qual me sinto verdadeiramente acolhida, o seu coração. – Engoli em seco, nervosa. – Sei que parecem palavras proferidas por uma adolescente boba e apaixonada e sinto lhe informar que é exatamente isso que eu sou agora. – Nós rimos baixinhos. – Mas são palavras verdadeiras, ditas por alguém que não consegue explicar o tamanho do sentimento que tem por você. Apenas... – Aproximei-me dela, chegando quase a colar nossos lábios. Seu hálito batendo de encontro ao meu rosto. – Apenas seja minha?!

- Lauren, eu já sou sua. – Ela disse sorrindo largo e alisando minha bochecha com o seu polegar. – Resumindo... – Ela riu baixo antes de prosseguir. – Eu também amo você! – Disse tão verdadeiramente quanto o brilho nos seus olhos me alertava que aquilo tudo era pra mim. Camila não esperou mais e apenas me beijou.

Sua língua revelando as sensações tão conhecidas por minha barriga que estavam guardadas para serem soltas apenas quando ela me beijava assim, da qual fazia meu corpo se agitar pelo contato com o seu. Nossas línguas duelando enquanto nos movíamos de maneira sincronizada, demonstrando o quanto precisávamos uma da outra bem ali. O mundo podia ser esquecido enquanto eu sentia os lábios de Camila Cabello.

Ela os chupou delicadamente me fazendo sorrir no meio do beijo e mordi os seus rindo logo em seguida. Nossas bocas voltaram a se tocar, de maneira delicada, sutil, verdadeira, carinhosa. Nossos corpos colados graças a mim que colocava minhas mãos em sua cintura, a apertando. A fazendo minha e não querendo soltá-la nunca mais.

Eu sabia o quanto era importante pra Camila aquelas três palavras, assim como era pra mim, principalmente por não termos falado a ninguém sem ser nos nossos ciclos familiares ou de amizades. O que eu sentia por ela ainda conseguia ser mais do que isso, mesmo em tão pouco tempo, mas por agora bastava, ainda tínhamos muito que descobrir e queria apenas tê-la comigo pra isso. Esse beijo resumia isso e muito mais. Camila se afastou me dando um selinho demorado antes de terminar o beijo.

Nós sorrimos cúmplices por sabermos do que aquilo se tratava. Com muito custo voltamos para o carro. Acelerei saindo dali, mas ao dar a volta na casa, notei meu avô encarando minha avó enquanto Angelica regava suas tão amadas plantas.

O mesmo brilho no olhar que Camila tinha quando declarei tudo que sinto por ela. O brilho do sentimento verdadeiro que ele sentia por Angelica chegava a ser mais do que admirável, não sabia explicar isso muito bem, assim como não sabia descrever os meus.

Uma coisa que eu não sabia era que seria a ultima vez que veria aqueles olhos esverdeados de Enrique brilhar por encarar minha avó daquele jeito. Ela faleceu dias depois.

Aquela também foi a ultima vez que vi Angelica.

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Hey babys, porque vocês são maravilhosos e estão empolgados com a fic, continuam comentando que rapidinho eu posto aqui. YAAAY

O que acharam desse cap? O começo foi... uhuhh bem hot. Sobre a avó da Lauren... Pois é, nem tudo da vida são flores né non?


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