Sugiro que ouçam Fix You do Coldplay quando a Rachel começar a cantar para a Quinn...
Enjoy, kids!
Rachel's Pov.
Quando eu abri meus olhos, notei que o quarto ainda estava totalmente escuro. Peguei meu relógio digital encima do meu criado mudo e não me surpreendi em ver que ainda eram cinco horas da manhã. O que me deixou intrigada mesmo foi o fato de que eu não havia sentido o braço de Quinn envolto em minha cintura. Sentei-me na cama e olhei em volta, nada dela. O quarto estava um silêncio, Charlie parecia estar em um sono pesado, pois a babá eletrônica não estava dando sinal nenhum de barulho. Franzi o cenho, a porta do quarto foi aberta, voltei a me deitar. Pude ouvir alguns passos se aproximarem da cama, um cheiro forte de álcool e cigarros tomaram conta do ambiente. Me sentei na cama outra vez com a intenção de questionar minha noiva onde ela estava uma hora dessa bebendo e fumando, mas quando ela se jogou na cama e agarrou minha cintura, eu fiquei tão sem ação que só tive tempo de me dar conta que ela estava chorando compulsivamente.
-Faz passar, Rae... por favor...
Quinn clamou baixinho com a voz totalmente embargada, agarrando com mais força minha cintura. Eu abri a boca para perguntar o que havia acontecido, mas calei-me ao lembrar-me que dia era hoje. Exatamente no dia de hoje completavam 10 longos anos que a mãe de Quinn havia partido, dez anos que eu vejo ela acabada dessa mesma forma no dia de hoje.
- Vem cá.
Tirei o cobertor das minhas pernas e puxei-a para o meu colo. Ajeitei-me melhor sobre a cama e Quinn deitou a cabeça em meu peito. Tirei os cabelos que caíram por seu rosto e sequei algumas de suas grossas lágrimas. Peguei o controle das persianas, apertei o botão para que elas abrissem e o quarto foi clareado um pouco, me dando total visão de seu rosto. Suas bochechas e seu nariz estavam num tom forte de vermelho, seus olhos opacos com olheiras enormes embaixo deles. Meu coração doeu, eu odeio vê-la tão frágil assim.
- Eu sonhei com ela, mô... Eu sinto tanta saudade. Isso dói tanto, faz passar Rae, por favor... Eu não aguento essa dor.
O choro voltou outra vez, fazendo com que meus olhos marejassem em vê-la daquela forma. Devia ser uma dor horrível, eu não poderia dizer que sabia como ela se sentia porque eu ainda tenho a minha mãe, mas ela... Perdeu-a tão jovem, deve ser realmente difícil. Fiquei a ninando, da mesma forma que faço com nosso filho quando ele não quer parar de chorar. Ela continuava chorando sem parar, enterrou o rosto entre meus seios através do decote da blusa do meu pijama e chorava com tanta força que seu corpo tremia furiosamente.
- Bebê... - Chamei-a baixinho e tirei seu rosto dali. Fiz ela olhar em meus olhos e deixei que duas lágrimas caíssem dos meus olhos. - Respira, amor. - Pedi ao notar o quanto ela estava se engasgando com o choro. Pensei em algo para acalmá-la e tive uma ideia. -When you try your best, but you don't succeed... - Citei o primeiro trecho de Fix do Coldplay, ela ama essa música e eu sei o quanto me ouvir cantar a acalma. Eu usaria disso, precisava vê-la melhor. - When you get what you want, but not what you need. - Sequei seus olhos com meus polegares e sorri em meio as lágrimas para ela. Quinn soltou um suspiro e fungou várias vezes, me fitando intensamente nos olhos. - When you feel so tired but you can't sleep, stuck in reverse... - And the tears come streaming down your face... When you lose something you can't replace... When you love someone but it goes to waste... Couldbeworse? - Segurei em seu queixo e aproximei minha boca da sua, cantando dessa vez nada mais alto que um sussurro rouco: - Lights will guide you home, and ignite your bones... - Selei nossos lábios e senti o gosto salgado de suas lágrimas, que agora desciam bem menos e sem tanta intensidade. - And I will try... to fix you.
Colei nossas testas e me deixei chorar baixinho junto dela. Ela agarrou meu pescoço e chorou, chorou por minutos, horas talvez, até não aguentar mais e pegar no sono. Continuei ali, com ela em meu colo como se fosse um bebê, fiquei a balançando levemente. Eu fiz uma promessa para Judy antes dela morrer eu disse que iria sempre cuidar de Quinn, e enquanto eu pudesse eu o faria. E jamais me cansaria de cuidar dela, ela é meu tudo. O amor da minha vida.
Quando deu dez horas da manhã, Charlie começou a chorar. Tirei Quinn com cuidado de cima de mim para não a acordar. Cobri-a direitinho e fechei as persianas, deixando o quarto em total escuridão. Sai do meu quarto rapidamente e fui para o do meu pequeno. Chegando lá o encontrei com os bracinhos levantados, os agitando no ar. Sinal claro de que ele queria colo.
-Oi, amorzinho da mamãe. -Assim que ouviu minha voz ele me procurou com o olhar, quando me viu balbuciou algumas coisas - Vem cá denguinho. - Fiquei brincando com ele e passando a ponta do meu dedo indicador em seus lábio inferior, esse qual ele segurou com força e sugou para dentro de sua boca. - Acho que alguém está realmente com fome.
Levei-o para tirar fralda e o limpei, dei um banho rápido nele e o vesti direitinho. Chegando na cozinha, coloquei-o em sua cadeira alta e fui esquentar uma das mamadeiras dele que já estavam prontas. Depois que dar de mamar ao pequeno, fui preparar o café da minha noiva que ainda estava dormindo.
Quando tudo estava devidamente pronto, eu arrumei as coisas preferidas de Quinn e ajeitei-as na bandeja de prata. Eu teria que levar a bandeja primeiro e depois buscar Charlie. E foi o que eu fiz rapidamente, em menos de três minutos a bandeja já estava depositada aos pés da cama e meu filho vinha comigo em meu colo. Sentamos ao lado de Q que dormia agarrada ao meu travesseiro.
- Acorda a mamãe, amor. - Coloquei Charlie sentado sobre a cintura de Quinn, que estava deitada de lado com o rosto enterrado no meu travesseiro. - Vai, meu amor. Dá um beijo nela.
- Eh! Eh!
Ele balbuciou se inclinando para frente, mantive minhas mãos na cintura dele para que eu não se machucasse. Sua boquinha tocou a bochecha esquerda de Quinn, onde ele começou a babar ali.
- Baba ela, filho. Acorda essa dorminhoca.
Incentivei-o mesmo sabendo que ele quase não entendia o que eu falava. Meu pequeno apoiou as mãos espalmadas no rosto de Quinn e começou a se balançar encima dela. Minha noiva resmungou alguma coisa baixo e retirou seu rosto do travesseiro. Sua testa estava franzida e em seus olhos um brilho confuso os ofuscava.
-Rae? - Chamou e tentou se virar, mas ao notar quem estava encima dela, minha noiva sorriu preguiçosamente e com a minha ajuda ela conseguiu se virar de barriga para cima, colocando-o sobre a mesma em seguida. – Que delicia acordar assim.
Fez um voz fina e nosso filho fitou-a com os olhinhos acinzentados um tanto arregalados. De repente ele se jogou para frente e agarrou o pescoço da minha noiva, dando-lhe um abraço de urso. Quinn soltou uma gargalhada tão gostosa que meu peito inflou ao ouvir aquele som. Era tão bom vê-la rir daquela forma tão verdadeira em um dia como o de hoje.
- Bom dia amor da minha vida.
Eu desejei e me inclinei para frente e selei nossos lábios. Sorri ao me afastar dela e ver o quanto seus olhos estavam brilhando.
- Obrigada, por tudo.
Beijei-a outra vez e me afastei para pegar a bandeja. Tomamos café os três juntos, já que Charlie resolveu roubar meus morangos.
Ele era mesmo a cópia fiel da Quinn, até nisso de roubar comida do meu prato ele era exatamente a mesma coisa.
E eu amo isso.
Quinn's Pov.
E a cada dia mais eu só tenho a certeza de que eu não poderia ter escolhido pessoa melhor para querer passar o resto da minha vida. Rachel era perfeita, em tudo, sem exageros. Além de cuidar de mim tão bem, ela é uma mãe perfeita, trata nosso filho de uma forma tão incrível que eu me apaixono mais ainda por ela quando a vejo com ele em seu colo. Seja brincando ou conversando, ou até o mimando. Charlie e eu temos muito em comum, quem vê de fora realmente acha que ele de alguma forma é uma mistura minha e de Rachel, mesmo que ele não tenha vindo de nenhuma de nós, ele é nosso filho. Nosso filho de alma.
Hoje o dia começou uma bosta, quer dizer, mal tinha começado e eu já estava chorando. Lembrar de minha mãe me faz realmente mal, saber que hoje se completam dez anos que eu não vejo mais aqueles olhinhos verdes acolhedores, não ouço aquela voz aveludada que tanto me aconselhava a cuidar de Rachel porque nós iriamos nos casar no futuro e lhe dar um monte de netos. Eu lembro bem o que ela dizia:
Cuide da minha Rach, Quinn. Eu só aceitarei netos que vierem dela, é ela que eu quero como nora e eu acho bem a senhorita fazer de tudo para tê-la para sempre ao seu lado. É com ela que você irá se casar e construir uma família no futuro.
- Viu mamãe? A senhora acertou, e eu estou cumprindo seu pedido.
Falei nada mais alto que um sussurro enquanto observava o céu. Eu estava na beira da piscina, a noite estava estrelada e enquanto Rachel colocava o Chaz para dormir, eu a esperava aqui. Depois de ter passado o dia todo sendo mimada por Rachel, foi praticamente impossível sentir vontade de chorar de novo hoje.
Eu não tenho dúvidas de que Rachel foi um anjo enviado para me salvar. Onde eu estaria se eu não tivesse ela? Talvez nem estivesse aqui mais, ela sempre, sempre cuidou de mim. E eu sempre irei cuidar dela, era pra ser assim e nós vamos fazer ser assim. Para sempre.
- Está começando a esfriar. - Senti dois braços envolta da minha cintura e em seguida Rachel colou seu corpo em minhas costas, apoiando a ponta do seu queixo em meu ombro. - Vamos entrar, eu tenho uma coisa pra você.
Falou em meu ouvido me arrepiando. Sorri e me virei para ela, coloquei seus braços em meu pescoço e a beijei de forma apaixonada.
- Que seria?
Questionei curiosa e ela sorriu com a língua entre os dentes, eu a achava tão linda e fofa fazendo aquilo.
- Eu vou cuidar de você. - Abri a boca para falar, mas ela me calou com um beijo rápido. - Me deixa cuidar de você, do jeito que você merece, do jeito que eu quero. Como eu tenho que cuidar de você... Deixa eu consertar você?
Não teria como negar aquele pedido nem mesmo se eu quisesse. Eu entendi bem o que ela queria dizer com aquele consertar. Apenas assenti e deixei que ela me puxasse para dentro de casa, depois que trancamos tudo, apagamos as luzes e ativamos o alarme, fomos para o nosso quarto. Tomamos um banho longo juntas, ela praticamente que me deu banho, mantínhamos o contato visual o tempo todo. E ela sussurrava de minuto em minuto no meu ouvido: Eu amo você mais do que tudo, obrigado por existir. Eu só precisava daquilo para me sentir melhor. O resto da noite foi regado a muitas palavras carinhosas, toques cuidadosos, olhares e sorriso apaixonados. Nos amamos da melhor forma que sabemos, até mais do que o normal. Quando o dia amanheceu eu me sentia mais leve, na minha mente só existia ela. Nada me abalava quando ela estava na minha cabeça.
Ela me faz feliz, ela cuida de mim como ninguém, eu a amo mais que tudo. Eu faria o impossível e o impossível por ela, sempre, porque ela... me consertou.
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Até segunda babys!! E um ótimo final de semana para todos <3
XOXO
- A