Unpredictable Love

By RayaneMorais1

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Lauren Jauregui acabara de voltar para Miami depois de passar três anos em Los Angeles, onde convivia com pes... More

Previsibilidade
Atletas
Achados e Perdidos
Sueño
Campeonato (Part I)
Campeonato (Part II)
Festa
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O Trato
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Sentir-se bem
Você quer?
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Calma, Camila!
A Faça Sua
Planos Futuros
Exames Finais
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Sem tempo
Não dá mais!
Você é minha!
Praia
Inseminação
Lembranças
Aceitação
Cuidados
Inseguranças
Tentação
Provação
Olhos
Amigos
Dentinhos
Dia de Lua
Treze Anos
Não consigo evitar...
Casamento
Cumplicidad
Ações
Alexa
Sorrisos
Medos
Crescendo
Decepção
Perder
A Verdade
Juntas
Incrivelmente Maravilhosa
Dificuldades
Surto
Milagre Natalino?
Amor Imprevisível
Bônus

Desculpa!

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By RayaneMorais1

Pisquei os olhos totalmente desorientada. Ao abri-los, notei que estava em meu quarto. Era de manhã, segunda-feira, hora de ir para a escola, mas e a vontade? Não tinha!

Em meio a suspiros, fui tomar meu banho. Não escutei o costumeiro barulho de vozes no andar de baixo, minha família não estava tão feliz naquela manhã, também não era pra menos. Deixei a água sumir com a sujeira do meu corpo e talvez ela também sumisse com o incômodo que sentia em meu peito. As palavras de Chris me atingiram profundamente ontem, mas hoje era um novo dia, não que não estivesse triste, eu estava, mas palavras como "diferente", "estranha" ou coisas do tipo, não faziam mais parte do vocabulário que eu costumava escutar e não seria agora que eu voltaria a me sentir atingida por elas.

Eu não era diferente, muito menos estranha. Nada do que alguém falasse poderia me magoar quanto á minha condição, havia aprendido isso com as diversas seções que tive com a psicóloga, mulher essa que conseguiu deixar minha mente bastante estruturada para momentos como esse. E se a mente do meu irmão que não estava estruturada o bastante para que ele me atacasse da forma que fez, o problema era dele e não meu. Ainda sim, eu estava chateada.

Chateada por sua reação, não a de me xingar ou algo do tipo, não me remoeria por causa disso, mas a de se voltar contra sua própria família por alguém tão desprezível quanto Blake, a quem ele acabara de conhecer. Estava ainda mais chateada por Camila, não por ela ter saído daquela forma daqui de casa, mas por que ela teve motivo para fazê-lo. Em seu lugar, faria o mesmo. Certo que ela pegara a história pela metade, mas as palavras de Chris não ajudaram, principalmente numa hora errada como aquela. Eu faria o mesmo. E isso doía porque eu sabia que ela estava certa em não confiar em mim. Quem confiaria? Quem confiaria quando nem o seu próprio irmão confiava? Ainda mais alguém como Camila, cuja vida tinha se tornado bastante turbulenta por conta de um idiota que não sabia o que sequer essa palavra significava: confiança.

- Filha? – Ouvi batidas em minha porta assim que havia terminado meu banho e me trocado. Minha mãe entrou pela primeira vez em meu quarto desde ontem. Assim que percebeu que Chris se fora juntamente com Blake, ela tentara me procurar para ver meu estado, mas Vero e Taylor interviram dizendo que eu precisava ficar sozinha e ela aceitou o pedido de minhas irmãs. Tanto que as duas também me deixaram sozinha desde ontem á tarde, depois de cuidarem de mim e me colocarem na cama. Eu nem fazia ideia de que havia dormido tanto. – Podemos conversar? – Clara parecia calcular cuidadosamente suas palavras, assenti e ela entrou no quarto, sentei em minha cama de frente para ela. – Hm. Você precisa ir para a escola. – Não era um pedido, muito menos uma ordem, era apenas uma observação. Clara fazendo seu papel de mãe.

- Não estou afim. Não irei hoje. – Apontei a olhando firme e ela assentiu entendendo.

- Sabe que o Chris não fez aquilo por mal, não sabe?! – Ela perguntou nervosa engolindo em seco ao ver meu olhar para ela.

- Não o defenda. – Falei cruzando os braços.

- Não estou, querida, juro que não estou. – Sua voz parecia denunciar seu estado, ela estava se partindo. Odiava ver sua família em crise e ficava aos prantos quando qualquer coisa do tipo acontecia. – Ele deve ter falado aquilo da boca pra fora, Laur, você conhece o Chris, até eu fiquei surpresa com o que ele disse.

- Não importa. Ele não está mais aqui, está?! Nem a coragem de vir pedir desculpas ele teve. – Apontei remoendo suas palavras.

Por mais duro que ele tenha sido e por mais que nunca tivéssemos qualquer discussão mais forte do que a de ontem, Chris e eu sempre voltávamos a nos falar, éramos orgulhosos, mas em menos de uma hora estávamos falando um com outro novamente. Com Taylor e Veronica sempre durava mais tempo, porque elas viviam me alfinetando quando estávamos brigadas, mas Chris e eu sempre ficávamos muito quietos quando coisas assim aconteciam e garanto que isso nos fazia pensar mais claramente sobre nossas atitudes, assim, logo um ia de encontro ao outro, para fazer as pazes.

- Ele vai pedir, meu amor, você vai ver. – Ela parecia tentar se convencer daquilo. – Hm... Você não ficou refletindo sobre as palavras dele, não é? Não está se achando diferente ou... estranha, como se achava antes, não é? Precisaremos ligar para sua psicóloga em Los Angeles? – Minha mãe estava claramente preocupada e eu me sentia mal por isso, raiva de Chris por fazê-la sentir-se assim também me consumia.

- Não, mãe, tudo bem. Não penso assim há muito tempo. – Esclareci e ela suspirou aliviada. Logo lá estava Clara se aproximando de mim e me beijando na testa carinhosamente.

- Bem, já que está bem, eu vou indo. Preciso resolver algo sobre o trabalho, finalmente me deram uma resposta e não posso adiar. – Assenti em concordância. Minha mãe era uma ótima corretora em Los Angeles, tinha bastante fama por lá por isso, mas se mudando de cidade, precisava reconstruí-la, vendendo várias casas, mas desde que chegou não conseguira um imóvel para construir seu escritório e até então havia ficado em casa esperando por respostas, ela finalmente recebera uma e não seria eu quem a impediria de voltar a trabalhar. – Taylor já foi á escola e Vero está lá embaixo ainda, me mandou perguntar se você poderia lhe emprestar o carro já que não vai hoje. – Não era segredo algum que Veronica sabia sobre eu não ir a escola hoje, ela me conhecia bem, sabia que eu precisava de espaço e o respeitava.

- Claro, diga a ela que pode ir com ele sim. – Levantei da cama pegando as chaves do carro e dando nas mãos de minha mãe, ela assentiu e saiu do quarto.

A casa voltara a ficar silenciosa à medida que vi o meu carro se afastando pela janela. Suspirei pensando que poderia ser eu ali no lugar de Veronica, indo para a escola e que Camila poderia estar ao meu lado, me acompanhando como tinha que ser, mas graças as circunstâncias, ela talvez nem quisesse mais me ver e eu a entendia. 

Me olhei no espelho, vendo meu cabelo todo desarrumado, não o havia penteado desde de ontem e não estava com coragem agora. Arrumei meu macacão no corpo e desci as escadas, indo para a cozinha, avistei uma banana na fruteira em cima da mesa e sorri de canto lembrando-me de Camila e seu vicio por bananas. Camila conseguia ser adorável de todas as maneiras. Peguei uma banana, a comendo e indo para a frente de casa, na lateral de nosso jardim havia uma árvore, a mesma em que Chris e eu conversamos dias atrás e brincamos de rolar na grama um por cima do outro. Suspirei com saudades do meu irmão, não podia negar que mesmo tendo discutido comigo, eu o queria aqui agora.

Fiquei alguns minutos ali e logo o sol tornava-se mais quente, mas não me importei, estava sob a sombra duma árvore e não era atingida pelo calor que fora dali já se formava. Acabei pegando no sono e me acordei com o toque do meu celular.

- Oi? Lauren? – A voz de Taylor soou pelo aparelho e apenas respondi com um som nasal. – Hm, mana, você sabe dizer se o Chris já chegou ai? – Perguntou e estranhei.

- Não o vejo desde ontem, Taylor, você sabe. – Dei de ombros suspirando.

- Estranho! Papai acabou de me ligar, disse que foi atrás do Chris pra fazê-lo te pedir desculpas nem que fosse a força... – Minha irmã abafou um risinho e sorri, Taylor adorava ver nos ferrando, era natural dela. – Mas quando papai chegou á casa da tal Blake, a mãe da garota disse que o Chris não havia dormido lá, que ele saiu no meio da noite pra Deus sabe onde depois de brigar com sua filha, até culpou o papai pelo mau comportamento dele, dá pra aturar uma coisa dessa?! Aquela vaca da Blake que devia levar toda culpa se o assunto fosse mau comportamento. - Ri baixinho. – De todo modo, resolvi te ligar porque se o Chris brigou com a tal Blake, deduzi que ele iria ai te pedir desculpas, vai ver calculei mal. Bom, agora o papai já foi para o trabalho e disse que resolveria isso mais tarde, porque ele ainda tem que encontrar o Chris e... – Olhei de relance pela rua e vi uma certa cabeleira loira conhecida andando de skate sendo acompanhada por um garoto, também de skate, ao seu lado.

- Acho que o papai não vai precisar procurar muito, Tay Tay, o Chris acabou de chegar aqui com a Ashley. – A informei vendo-os se aproximar ainda mais.

- Uh! Boa sorte então, Laur. – Me desejou finalizando a chamada em seguida. Logo duas pessoas sentaram-se á minha frente. Chris e Ashley.

- Então... O que você queria dizer a ela? – Ashley perguntou olhando firme para Chris que abaixou o olhar, o encarei querendo fuzila-lo por inteiro.

Chris me olhou pela primeira vez ali e nossos olhares sustentaram-se por um tempo. Ele abriu a boca diversas vezes, mas nada saiu. Ashley o olhava como se o passasse confiança, sabia que ela era a pessoa com quem Chris mais conversava e logo a que mais lhe acalmava se tratando de situações como essa.

- Eu... – Ele falou, mas logo fechou a boca novamente. Duas lágrimas saíram de seus olhos e pingaram em sua camisa cinza. – Desculpe! – Foi tudo o que ele disse e tudo que precisou dizer naquele momento, pois eu sabia o que significava e sabia o quanto ele estava arrependido.

Rapidamente me joguei em seus braços e ele me abraçou me puxando para si, suas mãos em minha cintura enquanto minhas pernas envolviam a sua em um abraço de urso. Não sei quanto tempo ficamos assim, minha cabeça apoiada em seu ombro e suas mãos afagando meus cabelos carinhosamente. Não me importei com a presença de Ashley ali, apenas queria meu irmão comigo, só ele e foi isso que bastou naquele momento.

Após algum tempo finalmente saí de seu abraço e me coloquei de novo em sua frente, Chris segurou minha mão e sorri, dando-lhe liberdade para falar o que precisasse já que o havia perdoado.

- Briguei com Blake minutos depois que chegamos em sua casa. Eu não devia ter feito aquilo, Lauren, me desculpe. – Assenti e ele continuou. – Eu estava errado em trazer a tona algo tão sem importância quanto aquilo, principalmente na frente de Camila, eu sinto muito mesmo, foi egoísta da minha parte e muito sem noção também. – Rimos disso sendo acompanhados por Ashley que ainda estava ali, como se checando se íamos nos engalfinhar a qualquer momento. – Procurei a Ashley assim que consegui uma confissão de Blake, não foi bem uma confissão, mas ela meio que se perdeu em suas palavras quando me contou o que estava fazendo lá em cima quando você também subiu. Ela falou que só estava observando minha coleção de livros, sendo que não tenho nenhum livro, você é quem tem.

- Ela é muito burra! – Ashley comentou revirando os olhos e eu ri.

- Depois que a peguei na mentira, ela ficou me pedindo desculpas e mais desculpas e jurando que você é quem deu em cima dela, mas depois de um tempo parei pra pensar, você pode ser confiante o quanto quiser com o que tem ai... – Ele apontou para o meio das minhas pernas. – Mas não faria nada contra sua família. – Assenti sabendo que ele estava dizendo a verdade. Nunca pensaria em fazer algo que pudesse prejudicá-lo dessa forma.

- Eu não a agarrei, Chris. Nem sequer pensei nisso. – Falei e ele concordou sabendo que eu estava sendo sincera.

- Eu sei disso e me desculpe de novo. – Assenti. – Droga, Laur, fiquei pensando sobre o que te falei e fui um idiota. Não te acho diferente, nem estranha, só queria te atingir de alguma forma e sabia que isso daria jeito, mas no mesmo momento em que falei percebi a burrada que tinha feito, você não é diferente, muito menos estranha, olhe pra você agora, consegue ser incrivelmente charmosa e confiante e pode ter quem quiser aos seus pés. Você mudou muito, Lauren. Eu nunca te falei isso, mas eu devo ser a pessoa que mais te admira em toda a vida. Você é uma filha perfeita e uma irmã perfeita também e eu sou um completo otário por em um segundo sequer pensar o contrário. Me desculpe! – Terminou sinceramente e limpei uma das lágrimas que insistiu em cair por meu rosto. Chris sorriu, assim como Ashley.

- Hm, você ainda não me contou o que a Alexa tinha a ver com isso... – Lembrei-me desse ponto e precisava saber. Chris corou e Ashley riu baixinho.

- Hm, Ash, será que você poderia contar a ela? Acho que tudo é melhor quando é contado por alguém de fora. – Ele pediu. – Por favor? – Ashley fez uma cara pensativa e concordou com a cabeça. – Bem, preciso arrumar umas coisas, sei que quando papai chegar estarei de castigo e preciso fazer algo antes. – Ele piscou para a amiga e saiu dali com seu skate. Não me avisou para onde ia, mas sabia que estava tudo bem entre a gente agora.

- Tudo bem... Então? – Perguntei novamente e Ashley pigarreou.

- Certo. Você se lembra de como conheceu a Alexa? – Ashley me perguntou e dentro da imensidão azul que eram seus olhos, lembrei-me sobre o momento exato em que conheci minha ex namorada.

"Andei até o prédio bem alternativo e diferente onde era minha escola. Nunca me acostumaria com esse lugar, mesmo já estudando por duas semanas aqui. Los Angeles, era de se imaginar que aqui seria melhor do que Miami. Encarei duas figuras que eu conhecia bem, Chris e Ashley. Esses dois ainda se casam, escrevam o que digo. Mas o estranho é que eles conversavam com alguém. Avistei de longe uma loira com olhos muito bonitos por sinal e seu corpo era incrivelmente lindo. Uau! Acalme-se Lauren, você só tem 15 anos, olha os hormônios.

- Oi, Chris, Oi, Ashley, hm, oi... Garota desconhecida. – Tentei fazer piada sobre o assunto, já que estava morta de vergonha de falar com alguém tão bonita, mas a garota nem pareceu me notar ali. Ai!

- Oi, Laur. Essa é a Alexa, acabamos de conhecê-la, estranho né? Nunca nos vimos na escola e agora... Veja que coincidência. – Ashley disse sorrindo simpática para a garota.

- Oi, garota. – Alexa não parecia ser tão simpática comigo como fui com ela. Tinha algo nela que me assustava, apesar dela ser incrivelmente bonita.

- A Laur é minha irmã, Alexa... – Chris disse tão empolgado que até estranhei, mas não dei muita importância depois que os olhos da garota praticamente brilharam quando seu olhar se encontrou com o meu novamente. Nem parecia a mesma garota que falou comigo há segundos atrás de um modo bastante desanimado.

- Oh! A mais velha, certo?! – Ela deu um passo à frente, muito próxima a mim. – Eu tenho 16 anos, Lauren, e será um prazer ter alguém como você... – Ela me olhou de cima a baixo. – Pra conversar. Quer dizer... Temos quase a mesma idade, não?! – Senti todo o meu rosto esquentar.

Minha psicóloga falava o tempo todo que eu tinha que saber equilibrar mais o lance com as garotas, nem todas me repudiariam por minha condição, algumas até gostariam segundo ela. Por que não aproveitar já que essa estava tão perto de mim e com os olhos cravados em minha boca como se fosse me beijar a qualquer momento? Talvez eu devesse parar de pensar tanto...

- É. C-Claro. Alguém p-pra conversar... – Gaguejei involuntariamente olhando de Chris para Ashley. Meu irmão parecia um pouco zangado, não entendi por qual motivo, mas Ashley quase fulminava Alexa dos pés à cabeça, talvez ciúmes?

- Isso vai ser muito bom! – Alexa disse antes de morder os lábios de uma forma totalmente provocativa fazendo-me refletir sobre ter uma possível relação com alguém como ela. Isso seria perigoso!".

- Sim, me lembro muito bem de como conheci a Alexa. Na verdade, lembro que ela estava conversando com vocês antes de me aproximar. – Afirmei tendo certeza.

- Sim! E você não percebeu que o Chris não havia gostado nadinha dela ter se insinuado pra você? Nem a minha cara de "quero matar essa idiota"? – Assenti para ela. Eu havia percebido, mas quando se tem alguém como aquela garota na sua frente quando você é totalmente inexperiente e louca por qualquer atenção dada por garotas, você não costuma pensar muito com a cabeça de cima, no meu caso. – Quando a conhecemos ela nos falou um pouco sobre as pessoas mais influentes da escola, quem tinha mais dinheiro ou não, se bem que em Los Angeles todos se misturavam... – O que era verdade, uma coisa da qual eu gostava muito em minha antiga escola. – E foi quando Chris mencionou por alto que seu pai era dono de uma grande concessionária que Alexa pareceu ainda mais interessada nele. Mas naquela época éramos muito mais inocentes do que hoje, não vi seu olhar cobiçador em cima de Chris, deduzi que ela só gostava do garoto e como naquela época eu não sentia nada por ele, achei que seria legal Chris namorar alguém. – Franzi o cenho. – De qualquer jeito, Alexa pareceu desapontada depois que Chris falou que tinha apenas 14 anos, mas quando ele disse que sua irmã mais velha tinha 15, prestes a fazer 16, ela pareceu gostar da ideia, daí quando você apareceu toda envergonhada por estar perto dela, Alexa viu que seria fácil conquistar você e foi ai que tudo se desenrolou... – Contou Ash. – Vocês começaram a namorar e tudo mais e mesmo que o Chris tenha a superado depois e ter me dito que era coisa de criança, ele deve ter guardado esse ressentimento idiota e ter jogado na hora errada como ele disse antes.

- Então ele ficou com vergonha de me contar essa história? – Perguntei tentando entender tudo.

- Também, mas naquela época o Chris era muito mais bobo do que é hoje. – Eu ri. – Ele preferia acreditar claramente que Alexa sempre foi mais interessada nele e tudo mais, por isso me pediu pra contar, alguém de fora analisando tudo sem estar envolvida é bem melhor, não acha? – Assenti.

- Então por que vocês nunca me contaram sobre Alexa? Quer dizer, vocês sacaram o quanto ela era interesseira. Por que não me impediram de ter algo a mais com ela? – Perguntei curiosa.

- Porque achávamos que era só o jeito dela mesmo, depois que entendemos o quanto ela era golpista você já estava na dela demais, ficamos com medo de você se voltar contra a gente como aconteceu ontem com o Chris. – Ashley deu de ombros e compreendi todo o ponto da historia.

- Mas espera ai... Quando você tava me contando tudo, você disse que antes não se importava do Chris namorar porque não gostava dele... Isso significa que agora... Você gosta? – Perguntei mexendo as sobrancelhas e vi Ashley ficar vermelha.

- Hm... E-eu não disse i-isso não. – Ela levantou da grama com os olhos arregalados. –

- Ah disse sim! – Ri baixo daquilo e ela corou mais.

- Hm, preciso ir, Laur. Espero que tenha entendido tudo. Tchau! – Disse afobada pegando seu skate e praticamente correndo dali com ele. Ri daquilo. Eu sabia que os dois um dia ficariam juntos. Pelo que parece, meu querido irmãozinho foi procurar longe demais o que estava perto dele o tempo todo.

Fiquei mais um tempo ali debaixo daquela árvore, só precisava resolver um problema agora: Camila. Mas como faria isso? Continuei fitando o nada mesmo quando um carro conhecido estacionou em frente a minha casa, Vero praticamente pulou por cima do meu carro sem abrir a porta, naquela mania idiota que ela tinha que me deixava maluca, mas que no momento só conseguia fazer me lembrar de Camila e de como ela tinha sido desajeitada em tentar imitar minha melhor amiga. Pouco tempo depois que Vero entrou sem nem vir falar comigo, pois ela sabia que eu ainda queria espaço, outro carro também conhecido parou atrás do meu, demorou alguns minutos até Lucy sair dele, olhando primeiro para mim e depois para a casa, assenti dando-lhe uma permissão muda de que ela poderia entrar e assim ela fez.

Continuei contemplando o nada, imaginando o que poderia estar se passando na cabeça de Camila Cabello. Daria tudo pra tê-la aqui comigo agora. E então aconteceu... Não sei se foi algum gênio da lâmpada que realizou o meu pedido, o que seria ilógico já que não havia encontrado nem esfregado nenhuma lâmpada por ai, mas como um passe de mágica, Camila saiu de dentro do carro de Lucy. Arregalei os olhos ao ver que ela vinha decidida em minha direção enquanto segurava um lápis e um caderno em suas mãos, caderno esse que eu conhecia bem, era o seu de desenhos.

Mesmo confusa não pude deixar de notar suas roupas. Camila vestia uma saia preta rodada como a maioria que usava, chegava até a metade de seus joelhos, uma blusa rosa que deixava sua linda barriga a mostra e como de costume, ela estava sem seu laço, esse que percebi que ela só usava quando estava na escola. Completamente linda!

- Fiz isso pra você! – Ela disse sentando-se ao meu lado e me entregando o caderno. Hesitando um pouco por seu tom de voz estar calmo e controlado, abri o caderno me deparando com um desenho de mim, exatamente como estava há minutos atrás, sentada debaixo de uma árvore contemplando o nada. O vento balançando meus cabelos, as folhas da árvore caindo, o som plantado no céu e os detalhes da grama. Era um lindo desenho!

- Foi por isso que demorou para sair do carro? – Perguntei duvidosa.

- Sim, fiquei imaginando o que você poderia estar pensando. – Deu de ombros cruzando as pernas em seguida.

- Em você. – A encarei firme. – Eu estava pensando em você. – Camila assentiu.

- Eu também! – Disse sem cerimônias. – Hm. Costumo sempre desenhar sobre o que estou pensando com frequência. – Observou-a apontando novamente para o caderno. Franzi o cenho e virei algumas folhas anteriores. Estava cheio de desenhos meus. Meu sorriso, meus olhos, meu cabelo, meu rosto. – Ás vezes eu gostaria que desenhos pudessem ter cheiros, sabe, assim não sentiria tanta falta sua a ponto de vir aqui só pra sentir o seu perfume. – Ela disse me surpreendendo. Ok, agora eu estava totalmente confusa. Camila conseguia ser uma caixinha de surpresas.

- Pensei que estivesse com raiva de mim. – Falei cuidadosa.

- E eu estava. – Esperei que ela continuasse e assim ela o fez. – Mas fiquei com mais raiva de mim por sentir saudades suas. – Ela desviou o olhar. – Eu não sei muito o que anda acontecendo comigo, mas... Eu não consigo pensar em muitas coisas que não te envolvam. É frustrante! – Ela fez um bico que por um momento me fez ter vontade de beijá-la sem nem ao menos conversar sobre o que precisávamos antes. – Eu estava errada. – Disse depois de um longo silêncio.

- Não, você não estava. – Declarei segura. – Qualquer um teria feito o mesmo, ir embora parecia o certo naquela ocasião, eu teria ido se a confusão toda não fosse comigo. – Confessei. – Então... O que te fez voltar?

- Eu... Você... O que sinto. – Respondeu sincera voltando a me encarar. – Mas também... Seu irmão me deu um pequeno empurrãozinho. – Ela sorriu como se lembrasse da cena. Franzi o cenho em confusão. – Lucy pode confirmar minha história se precisar, ele praticamente se ajoelhou em frente a toda escola me pedindo que lhe desse uma chance de conversar com ele. – Escutei tudo tentando entender até onde ela queria chegar. – Então aceitei. Digamos que os Jauregui conseguem receber atenção muito facilmente. – Ela riu baixinho e acompanhei lembrando-me da cena no refeitório. – Cris me contou muitas coisas, Lauren. Sobre você. Sobre ele e como se sentia. No começo achei que aquilo tudo fosse um teatrinho pra que eu acreditasse em você, mas Chris me pareceu muito sincero e como te disse... Você e eu, esse é um assunto que eu não sei explicar, eu apenas sinto que...

- Que devíamos ficar juntas. – Completei encarando seus olhos castanhos e ela assentiu, os vi brilhar e aquilo me ascendeu por dentro. Ela sentia o mesmo! – É como se apesar de tudo, alguma coisa me puxasse pra você. – Continuei mais segura.

- É inquietante! – Ela pareceu frustrada novamente. – Eu não consigo pensar muito sobre isso sem ficar estressada. Não sei por que você mexe tanto comigo, Lauren. Eu só... Não consigo pensar.

- Então não pense. – Falei me aproximando mais dela, ambas sentadas uma de frente para a outra. Peguei em sua mão e Camila não dispensou minha investida. – Só faça o que tem vontade, pelo menos eu estava fazendo, antes de... Bem, antes de tudo aquilo acontecer e eu sentir que tinha te perdido de novo.

- Me desculpe! – Ela pediu, seus olhos lacrimejados, parecia tão frágil, tão quebrada, tão... Camila, tão minha! – Me desculpe por não confiar em você, Laur. Tudo fez sentido depois que sai daqui. Eu só não consegui me segurar.

- Tudo bem! – Fiz carinho em sua mão usando o polegar. Ficamos nos olhando por um longo tempo. – Camila, eu... – As palavras morreram, precisei de um longo tempo para decidir o que falaria e Camila pareceu entender, me deixando a vontade para continuar quando quisesse. – Eu fui enganada uma vez... Por uma pessoa. – Abaixei o olhar. As palavras de Ashley mais claras em minha mente: "Depois que entendemos o quanto ela era golpista você já estava na dela demais". – Eu sei como é! Não é uma sensação boa, saber que uma pessoa só estava com você por alguma razão da qual não era querer mesmo estar com você, não sentir o mesmo que você, não gostar de como as coisas são quando vocês estão juntos ou ficar querendo te mudar pra melhor se adequar a ela. – Digeri minhas próprias palavras e engoli em seco antes de olhá-la novamente. – E acredite quando digo... Eu não faria isso com você. Eu não vou fazer isso com você. – Falei o mais segura que consegui ser, Camila assentiu parecendo notar minha sinceridade. – Eu não te culpo por ser insegura desse jeito, Camila, não te culpo mesmo. – Fui franca. – Mas as coisas nem sempre serão como eram quando você estava com... Com ele. – Ela limpou a lágrima que escorreu por seu rosto. – Eu já te pedi uma chance e você me concedeu uma vez. Agora eu te peço várias, várias porque sei que a gente vai errar e como vai, mas preciso que você perceba que por mais discussões que tivermos daqui pra frente, eu não irei fazer nada como ele te fez, eu não te machucarei desse jeito e esperarei que também haja assim comigo.

- Eu... E-eu não sei se consigo, Laur. – Ela disse com a voz fraca. – E se eu errar outra vez? E se... E se eu te machucar com minhas crises ou algo do tipo? – Ela parecia desesperada.

- Então vamos respirar fundo e começar tudo de novo. Juntas. – Falei colocando minha mão em seu rosto e o alisando, Camila fechou os olhos. – Quero tentar ter algo com você, Camila. Algo sério, e preciso que me diga que não estou sozinha nessa. Que se um dia nos tornamos muito mais do que... Hm... Do que já somos... – Falei um pouco perdida porque apenas havíamos ficado pouquíssimas vezes. – Que eu não esteja sozinha nessa, que você me diga que sente o mesmo, que você... – Minhas palavras foram cortadas quando seus lábios se chocaram com os meus.

Um simples tocar de lábios que me deixou totalmente em alerta, minha pele formigando com o contato. Meus olhos fechados sentindo seus lábios doces. Camila se separou de mim me encarando com determinação, a mesma que vi em seu olhar quando ela vinha até mim no corredor para me beijar, sendo a Camila, a minha Camila.

- Você não está sozinha! – Disse séria. Ela levou suas mãos até meu rosto fazendo um leve carinho, suspirei derretida. – Eu estou com você, eu sinto o mesmo... – Assenti sorrindo. – Desculpe! – Me pediu novamente e suspirou parecendo tirar todo um peso de seus ombros. – Vamos fazer dar certo... – Ela se jogou em meus braços e a apertei contra meu corpo, sentindo seu cheiro e seu coração acelerado de encontro ao meu que agora parecia tão calmo quanto se estivesse sentindo uma paz eterna. E a ultima coisa que a ouvi falar fez meu mundo despencar por inteiro, por ela, por Camila Cabello, minha Camila. – Juntas!

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Espero que tenham gostado, sério, gente, comentem. Yaay

FIQUEM DE OLHO NA NOVA FIC QUE POSTAREI UHUH :)


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