Mais uma chance - degustação

By arianaramosar

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Não recomendado para menores de 18 anos Precisamos conversar Apenas duas palavras, mas carregadas de signific... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Retirada

Capítulo 13

434 52 17
By arianaramosar

capítulo sem revisão. espero que gostem de capítulos gigantes, esse ta enorme. 4700 palavras.



Olhando para ele agora em minha frente não sei se sinto apenas raiva ou se sinto ódio. Na verdade, estou com ódio. Ódio de mim por sentir esse palpitar louco no peito, e dele por me fazer vir até aqui. Meu rosto está quente, meu coração acelerado, e eu me odeio por sentir essa atração toda por ele.

- O que está fazendo aqui André, o que significa isso?

- Calma Bella. – ele se aproxima mais, fazendo o ar do lugar desaparecer, parece que a sala está pequena, sua presença toma conta de tudo. Eu não sei como respirar. – essa fazenda é minha, você fez um excelente trabalho aqui da última vez, e preciso dele novamente, é só.

- Essa fazenda é sua? – faço a pergunta mais óbvia, que agora parece ridícula, mas fiquei realmente surpresa - A quanto tempo? Porque não me falou?

- Sim é... – ele pensa enfim responde. – sim pra primeira pergunta, já fazem dois anos e sim eu te falei. No almoço na casa dos seus pais, não se lembra?

- Não, acho que não estava muito interessada no que você dizia. – sinto o veneno escorrer no canto da boca.

Ok, estou aqui para trabalhar, e é o que vou fazer. Ativo meu modo profissional, respiro fundo e dou inicio a reunião. Ele não vai mexer comigo, se é isso que ele quer vai cai do cavalo.

- Podemos começar com a apresentação do projeto? – digo.

- Claro, depois podemos sair pra te mostrar tudo que precisa ser modificado se tiver alguma coisa pra ser mudado o que eu duvido muito, sei que você é uma ótima profissional.

Abro então meu notebook e começo mostrando o primeiro prospecto. Ele olha atentamente pra cada palavra que digo e eu consigo em fim finalizar tudo em menos de duas horas. Ouvi atentamente todas as suas exigências fiz todas as anotações necessárias para eventuais mudanças.

- Ótimo, podemos agora ver o lugar onde quero construir o chalé. – ele me indica a porta e saímos juntos. O lugar é grande tem um aspecto elegante uma arena para treino com os cavalos, a frente um lago grande com um rancho no centro. Caminhamos até uma camionete Amarok preta estacionada próximo a entrada dos estábulos.

- Não podemos ir andando?

- É um pouco longe da sede da fazenda, então vai ser mais rápido de carro. – entramos no carro e ele dar partida, a paisagem é linda, entre plantações e árvores, subimos um pouco o morro no meio de uma mata fechada ele para o carro.

- Ainda temos que seguir um pedaço a pé, o carro não chega até lá. – ele pega uma mochila e coloca nas costas. – ainda bem que veio de botas, espero que sejam confortáveis. – ele me ajuda a descer do carro segurando em minha mão, um choque costumeiro percorre todo meu corpo e largo sua mão rapidamente, ando ao seu lado e entramos na mata que já tinha uma trilha indicando o caminho.

- Não vai acreditar na paisagem escondida atrás dessas árvores. – sua voz mostra o quanto está empolgado. – esse lugar já foi uma pedreira, faz algum tempo é usado pra prática de esportes como rapel e buddy jump.

- vai ter que cortar as arvores se quiser um livre acesso de carro.

O céu está de uma mistura de branco azul que se mistura com o verde das árvores o cheiro de mato está presente junto com cheiro de terra. Um vento gostoso e o barulho do rio, eu me deitaria sob a sombra de uma arvore e ficaria horas sentindo a natureza. Vou fotografando o local.

- Amo esse cheiro de natureza. – parei no lugar quando vejo uma clareira no meio da mata, não é grande mais dar pra construí uma casa de um tamanho considerável sem precisar desmatar. Mais a frente tem um rio que não poderia ser visto de onde estávamos mais dava pra ouvi o barulho das águas se chocando nas pedras.

- realmente é lindo aqui. – digo admirada.

- O por do sol nesse lugar é perfeito você vai adorar, vem. – ele estende a mão e eu seguro firme, me arrependendo em seguida, assim um calor passa como uma corrente por todo meu corpo. Tento regular minha respiração enquanto caminhamos até a margem do rio. – e daqui é de tirar o folego. Você adorava ver o sol se pôr. – ficamos admirando a vista enquanto eu tiro algumas fotos ignorando a sua referência ao pôr do sol. Ele sabe que é uma das coisas que mais gosto de olhar e isso me deixa em desvantagem com a minha capa de indiferença que tentei colocar, enquanto ele conhece tão bem o que se passa dentro de mim.

Ele começa a falar o que quer que seja feito no projeto, olha no relógio e diz:

- Já é hora do almoço, precisamos voltar. – olha para o céu fazendo uma careta engraçada. – Na verdade precisamos correr da chuva. – acompanho seu olhar e vejo uma nuvem escura se aproximando em uma velocidade impressionante, podemos ver a chuva caindo longe enquanto as nuvens se aproximam cada vez mais. Voltamos mais rápido pelo caminho tentando não sermos pegos pela chuva. Já podemos sentir algumas gotas caindo no rosto por entre as arvores, o vento está forte balançado severamente os galhos. Chegamos ao carro já molhados pela chuva e ofegantes pela corrida. Meu rosto molhado pelos pingos gelados das gotas grossas. Entramos no carro molhando o estofado.

- isso não estava nos meus planos. – André diz de um jeito alegre e eu não consigo evitar sorrir junto com ele. Tira a camiseta e entrega pra mim – tenta se enxugar um pouco até chegarmos em casa. – passo a camisa dele em meu rosto e fecho os olhos sentindo o cheiro do perfume nela, o cheiro dela mexe com minhas terminações nervosas e eu me controlo pra não pular em seu pescoço e inspirar o cheiro da minha droga favorita direto da fonte. Era algo que eu queira mais, muito mais do seu aroma delicioso.

O caminho de volta pra casa é feito rápido mesmo com a péssima visibilidade. Do lado de fora do carro está tudo escuro como se a noite estivesse chegando, as gotas de chuva caem severamente fazendo um barulho terrível dentro do carro. Chegamos à casa da sede a tempo de ver uma mulher entrando em um carro. Entramos na casa deixando um castro de água por onde passávamos.

- vem, acho melhor você se secar. – estou com os pelos arrepiados só de olhar aquele peitoral nu, tento evitar ao máximo fixar os olhos naquela visão mais fico curiosa pra ver o que está escrito em sua tatuagem. Entramos em um corredor com algumas portas e ele me indica uma. Entro no quarto grande com uma cama de casal com a cabeceira encostada a janela que é ornada por cortinas brancas. O banheiro é grande e foi reformado recentemente junto com os outros da fazenda. Encontro toalhas e um roupão branco com o emblema da fazenda, alguns produtos de higiene lacrados. Tomo banho rápido só pra tirar água da chuva, visto o roupão e volto pro quarto. Em cima da cama tem um vestido longo marrom com flores azuis, o tecido é de malha, imagino ser da Laura mãe do André.

Volto pelo corredor e encontro-o na sala. Ficamos nos encarando por um tempo, o clima está estranho, então sou eu a quebrar o silêncio.

- Obrigada pela roupa.

- Por nada. Dona Sandra foi embora e deixou o almoço pronto. Ela tem duas crianças por isso teve que ir, eles morrem de medo de tempestade.

- Nossa que tempestade em? – eu me sinto ridícula falando do tempo.

- Acho que não vai parar tão cedo. Sinto muito, sei que não gosta de tempestades. – a querido não gostar é eufemismo. Odeio e morro de medo, gosto de chuva, mais não com essa intensidade.

- Você não tem culpa. – acompanho-o até a cozinha. Sentamos em uma mesa grande que está posta pra duas pessoas. A comida é bem caipira, um pernil assado salada arroz com brócolis e creme de milho.

- está uma delicia. – falo impressionada pelo sabor do milho.

- D.sandra cozinha muito bem. Você vai amar os doces dela.

Almoçamos enquanto o André me contava como comprou a fazenda e teve a ideia de transformar em um haras. Ele sempre foi apaixonado por cavalos, foi com ele que aprendi a montar, se bem que aprendi quase tudo com o André. Ele me conta que um amigo era o dono da fazenda mais estava prestes a vender para sanar algumas dívidas, então ele decidiu comprar e agora vai tornar seu sonho real.

- O que o Ricardo acha disso tudo?

- Meu pai não interfere em meus negócios. Eu quis comprar e comprei.

- Isso me soa meio arrogante.

- Desculpe não foi minha intenção. Vem vamos ver o que tem de sobremesa. – entramos na cozinha grande bem equipada, tem vários potes de doces em uma bancada de madeira que toma uma parede quase toda. A decoração da cozinha como o resto da casa mistura o rustico com o moderno.

- Acho lindo como seus olhos brilham para um pote de doce. – ele sorri me olhando.

- Um pote? André olha isso! – digo deslumbrada olhando para a maravilhosa variedade. – é o paraíso.

Vou até os potes de cristal e abro o primeiro tentando ver de que sabor é.

- Banana. – pego a colher me sirvo um pouco.

- Só isso? – ele diz implicante.

- Som esse tanto de doce não posso abusar e quero provar todos esses. – falo apontando para mais ou menos um dez potes – com certeza vou ter que fazer dieta depois disso.

- Sabe que não precisa, só vai ficar ainda mais apetitosa. – ele fala baixo e eu finjo não escutar. Comemos de cada sabor, mas antes acabou virando um jogo de adivinhação, ele colocava uma colher de doce em minha boca e eu adivinhava o sabor, adorei o de pimenta.

- Acho que já conhece a casa não?

- Sim, adorei a construção original e fiz o projeto de reforma. Gosto de coisas antigas.

Nos sentamos no sofá da sala e deixamos a conversa fluir, ele me contou detalhes de uma fazenda que foi no Texas, sobre os rodeios e sobre como ficou apaixonado por esse mundo. Seus olhos brilhavam enquanto falava me trazendo a memória o André que conheci a muito tempo. Depois de algum tempo vejo um piano no canto da sala. Me levantei e caminhei até ele.

- Você ainda toca? – perguntei passando a mão sobre a tampa do piano.

- Ás vezes. Por que não toca pra gente? – pisca um olho o que deixa ele lindo sexy – pra passar o tempo, não vamos poder ir embora tão cedo.

Sentei no banco em frete ao piano e comecei a dedilhar a musica A Thousand years desisto e começo tocar One repuplic Apologize, fecho os olhos pra tentar lembrar as notas e a melodia começa a fluir. Olho pro André seu semblante esta sério prestando atenção na letra. Eu sei que ele conhece a música mais ele não canta nenhuma parte, fica em pé ao lado do piano com os olhos fixos em mim observando meu rosto e atento a letra. A música termina e ele fala a queima roupa.

- Você não o ama, porque vai se casar com ele?

- quê? – pergunto meio aturdida pois minha atitude parece ter surtido efeito contrário ao desejado. O que eu queria? Não sei.

- Eu perguntei se você tem certeza que ama o seu noivo? – ele descruza os braços aponta o dedo pra mim.- eu sei o motivo da escolha dessa música, você queria me passar um recado certo? – agora ele parece chateado. – por que Isabela você não admite que me ama e termina logo essa palhaçada de noivado e volta pra mim? – ele não deixa que eu fale e continua. – orgulho? Do que você tem medo? Por que está na cara que deseja estar comigo, que me ama tanto quanto eu amo você. – ele para bem próximo do meu rosto. – eu te falo que não é tarde... – seus olhos saem dos meus e descem para os meus lábios - deixa eu te mostrar que posso de fazer feliz. -levanto-me de uma vez e vou pra longe dele me sentindo mole totalmente embriagada por seu hálito, coração acelerado dentro do meu peito, minha cabeça está zonza.

- Não estou entendendo essa... essa... não existe no... é tarde sim. – respiro pra controlar minha gagueira - Eu vou me casar com um homem maravilhoso que me ama, que sempre esteve ao meu lado, que nunca me traiu...- digo cada palavra pausadamente querendo machuca-lo.

- Eu te a...eu nunca te traí, você sabe disso por que fui honesto com você o tempo todo.

- Claro, tinha esquecido. – minha voz saiu mais alta do que eu queria. – esqueci muita coisa na verdade. Só não esqueci que você quebrou meu coração, não apenas uma, mas várias vezes, e não vai ter chance de fazer de novo - Ficamos em silêncio nos encarando, nossas respirações aceleradas, estamos ofegantes. Só o som da chuva forte lá fora pode ser escutada, raios rasgando o céu e o vento cada vez mais forte.

- Você não sabe nada sobre mim. Muito menos sobre os meus sentimentos.

- Não Isabela, você que não sabe nada de si mesma. É uma mulher iludida que pensa se conhecer, pensa que pode viver uma vida que não é pra você, que pode passar o resto dela tentando se convencer que ama o Matheus, mas eu te conheço bem. Você não o ama, você. Me. Ama. Mas é orgulhosa demais para admitir isso – ele grita me fazendo encolher com sua acusação. - acho melhor preparar alguma coisa pra comermos. – é serio isso? Vai fugir agora? Ele vai pra cozinha e me deixa na sala. Dou alguns passos pra ir atrás dele e fazer ele engolir cada palavra mas desisto.

Meus olhos vão até onde está o piano e caio em um choro compulsivo. Deixo as lágrimas caírem até conseguir me acalmar. Vou até a janela e fico olhando a chuva lá fora, penso em tudo que vivi com o Matheus, ele me ama e eu não quero magoa-lo. Me dói pensar que estou fazendo isso de alguma maneira.

Fico um tempo ali e vejo a noite chegar trazendo total escuridão. O meu estado emocional está tão abalado que não consigo sentir medo, dos raios que estão iluminando a escuridão da noite. Penso em como as coisas podem mudar de repente como a tempestade de hoje, o dia estava lindo e rapidamente veio uma torrente transformando de um azul e alegre para um cinza e sombrio rapidamente. Pensei em cada palavra que ele falou, o problema é que ele tem razão, meu amor por ele nunca deixou de existir.

- Me desculpa Bela. – ouço a voz dele bem próximo de mim. – eu não deveria ter explodido dessa maneira. – me vira de frente pra ele. – só não consigo mais disfarçar que está tudo bem. Sinto muito. Eu vou me comportar. Só não tenta me afastar de você por que eu não vou. – ele segura meu rosto enxugando minhas lágrimas depois sou puxada para os seus abraços, deito minha cabeça no seu peito, me sinto estranhamente amparada. – desculpa, por favor.

- tudo bem. Eu também peço desculpa. – me afastei e olhei seu rosto bonito.

- eu fiz um sanduiche pra gente. – como sempre muda de assunto rápido.

Seguimos para a cozinha, sua mão me guiando na base da minha coluna. Comemos um sanduiche de pernil que o André desfiou e acrescentou um molho que ficou uma delicia. Tomamos uma taça de vinho. A chuva ainda caia forte lá fora dando a impressão de que aumentava a cada instante.

- Eu preciso analisar uns contratos no escritório você pode ficar a vontade. – ele fala com um sorriso fraco depois que acabamos de comer. Dava pra perceber que queria manter distancia, isso é bom.

- Tudo bem, eu vou aproveitar e descansar um pouco.

Subi as escadas sentindo o olhar dele sobre mim. No quarto eu encontrei uma camisola no guarda roupa da Laura. O som da chuva batendo na janela aumentava o meu estado de melancolia.

Eu estava em um duelo entre a razão e o coração, mais agora até a razão parecia concordar com os disparates e a falta de vergonha na cara que meu coração nunca teve. A verdade é que eu não queria admitir que não poderia ser feliz com o Matheus. E o André? O que se passa no coração dele? Porque voltar agora com essa insistência? Será que ele só queria mostrar que conseguiria ganhar? Não. Ele não é assim, não me enganaria dessa forma, uma das razões de terminarmos no passado era que ele não queria me enganar.

Ele queria sair com outras mais não queria me trair, ridículo isso. Só que eu também tive minha parcela de culpa, eu vivia por ele, e deixei ser o brinquedo do garoto que queria o mundo e ao mesmo tempo não sabia o que queria, quando caiu a fixa da idiota que sempre fui o meu orgulho não deixou que eu perdoasse, não deixou que ele mostrasse que estava arrependido e queria ficar comigo. Eu sei que o afastei. Mais eu estava cansada e precisava desse tempo de amadurecimento. Talvez mesmo para me valorizar mais, para não deixar que ele fosse sempre o centro do meu mundo.

Um barulho de trovão me fez acordar assustada. Gritei tão alto que o André apareceu na porta todo preocupado.

- Isabela? Com medo da chuva?– ele tinha ligado a luz mais um raio seguido por um trovão rompeu pelo quarto e ficou tudo escuro.

- droga. – falei assustada. Fazia tempo que não presenciava uma tempestade tão apavorante. Mais um raio provocando um clarão dentro do quarto escuro me fez estremecer. Lá fora parecia que as árvores estavam sendo arrancadas do chão. Minha mente montava cenários de filme de terror.

- vai ficar bem? Vou voltar pro meu quarto. – mais um raio e eu gritei outra vez. Ele sabia que eu morro de medo de tempestade assim, fico realmente apavorada.

- deita aqui comigo André. Por favor. – o medo tomava conta de mim eu estava literalmente tremendo de medo. Sem dizer nada ele deitou no lado da cama de frente pra mim. Mesmo no escuro dava pra ver seu rosto perfeito com um pequeno sorriso.

- algumas coisas nunca mudam. – ele disse com voz baixa sua mão passou a acariciar meu rosto de leve com as pontas dos dedos meu coração que estava se acalmando do susto disparou novamente – você sempre teve medo de chuva.

- Não tenho medo de chuva, só de tempestades.

- você tem medo sim que eu sei.

- Algumas coisas nunca mudam. – ele sorri esperando eu falar. – você e sua mania de saber tudo e sempre discordar comigo. Tão arrogante...

- É verdade. Outra coisa que não muda, quer saber? – balancei a cabeça concordando - é como me sinto perto de você. – sua voz saiu rouca. – mesmo sem poder te tocar fico feliz só de estar ao seu lado, de ver o seu rosto mesmo que sem exibir o seu lindo sorriso. Mesmo tentado disfarçar o que sente.

Olhei seu rosto por um tempo. Não sei o que deu em mim quando vi já estava em cima dele. Minha boca buscando a sua que me beijava com desespero. Como senti saudades de beijar essa boca. De sentir suas mãos seus lábios. Eu queria mais. Levei minhas mãos até seu rosto segurando firme com uma, a outra mão foi para os seus cabelos puxando ainda mais aprofundando o beijo, nossas línguas se chocando, era tanto desespero que meus dentes bateram de leve nos seus. Podia sentir como ele estava duro por mim e isso me deixou mais desesperada, então esfreguei meu corpo no dele sentindo um atrito delicioso. Eu sabia que era errado, mas não conseguia parar, esse era um clássico de razão x emoção com resultado negativo para a razão, essa já perdeu.

Esse não estava sendo como o beijo da minha formatura, era mais real agora eu estava sóbria ainda assim embriagada pelo intenso desejo. O beijo foi interrompido por ele que me girou ficando por cima, segurou meus braços no alto da minha cabeça, seus lábios provando meu pescoço sua língua atiçando fogo em mim, minhas pernas abraçaram seus quadris puxando-o para mais perto, fazendo com que seu membro chocasse com meu ponto sensível e desnudo.

- não... não devemos fazer isso. Te quero... muito. – segurou meu lábio inferior com os dentes – chega a doer o tanto que preciso entrar você agora. Fazer amor com a mulher que eu amo com desespero – ele disse mexendo o quadril sobre meu sexo me fazendo gemer - Mas, não está certo. Eu não vou tocar em você até que você não esteja mais usando esse anel no dedo. – ele tinha razão mais meu corpo clamava por ele, me remexi embaixo dele em busca de poder sentir mais, meus lábios precisavam dele, precisava aplacar quatro anos de saudades e desejo reprimido. – eu sinto muito.

Ele levanta pra sair da cama e eu seguro seu braço.

- Ei, não me deixa aqui sozinha. Prometo que vou me comportar.

- Já eu, não posso te prometer isso.

- Olha, deita aqui, precisamos conversar. – sinto ele deitar na cama mais não chega perto de mim. Eu começo a falar tudo que meu coração manda, agora ele está no controle total da minha vida.

- Você tem razão. Eu ainda amo você. muito. – vejo seu sorriso de vitória, ele volta a me beijar. – eu vou conversar com o Matheus. Não posso continuar com esse noivado. – as lágrimas caem dos meus olhos enquanto falo. – eu tenho medo de você... você sabe...só não me machuca mais. Por favor. Meu coração é seu então... – sou interrompida por seus lábios de repente, me agarro ao seu corpo nossas línguas duelando lábios sugando forte um ao outro. Ele afunda a cabeça no meu pescoço e posso sentir que ele também tem lagrimas nos olhos pois tocam a minha pele. Ele beija todo meu rosto, junta sua testa na minha.

- pensei que nunca fosse ouvir isso.

- o quê? Que eu te amo?

- não.

- o que então? – pergunto.

- eu sei que você me ama, isso eu não tenho dúvidas. Seus olhos me dizem isso o tempo todo, a maneira como me olha, como fica quando estou perto. – me beija outra vez. – pensei que nunca fosse ouvir você dizer. Não posso continuar com esse noivado. – ele tenta imitar minha voz – empurro-o pra que saia de cima de mim. Ele rola para o lado. Me puxa para seus braços. Eu me aninho neles. É o encaixe perfeito.

- assim que ele voltar eu vou resolver isso.

- Mais espera...- ele diz bufando

- Não posso terminar um noivado por telefone.

- termina por vídeo chamada então.

- ridículo, sabe que não vou fazer isso.

- eu sei que não. Mais não custa tentar né? Vai que cola...– ficamos os dois calados só ouvindo a chuva e o som de nossa respiração. Ele começa a cantar.

- when you say ''i miss the things you do'' - ele continua cantando com voz doce e eu me derreto como chocolate submetido a muito calor, e eu sinto muito calor. Acabamos adormecendo abraçados.

Acordo e sinto seu braço apoiado em minha cintura, nossas pernas estão uma embolada na outra, estou deitada de lado dormindo de conchinha, empurro o sentimento de culpa e de que estou traindo alguém, é estranho que ao mesmo tempo que sei que é errado me pareça tão certo. Me concentro em voltar a dormir. Fecho meus olhos apreciando a sensação de estar nos braços do homem que eu amo. Sinto sua respiração leve no meu pescoço e deixo o sono me levar outra vez.

Quando acordo novamente estou sozinha na cama, pego o travesseiro que ele dormiu e abraço sentindo o cheiro que ele deixou ali. Quanto tempo teria dormido? Me levanto e vou para o banheiro. Depois de pronta desço as escadas em busca do André. Fui até cozinha mais só encontro a D.Sandra

- bom dia menina. Dormiu bem?

- bom dia D.Sandra, a senhora viu o André por aí. – perguntei sentando na cadeira diante de uma mesa repleta de coisas deliciosas.

- ele teve que sair logo cedo, tinha que resolver alguns problemas, mais já deve estar voltando. – olho para um relógio que tem na parede a minha frente, são dez horas da manhã, geralmente não acordo tão tarde. Tomo café ouvindo a D.Sandra me contar sobre os estragos da chuva pela região, sobre o medo terrível que os gêmeos têm de trovão e raios.

- bom dia – ouvi aquela voz macia atrás de mim, sinto seus lábios tacarem minha testa. Fala serio, na testa? E o que você queria desavergonhada?

- bom dia. – falei um pouco baixo. – acordou cedo? – minha voz saiu com um tom de lamento.

- desculpe tive que sair cedo. Tive problemas com os cavalos.

- É tão estranho ver esse seu lado fazendeiro.

- sou um homem com muitos lados. – ele pisca pra mim e diz – você melhor que ninguém conhece vários deles. – sorri de lado. – sempre te falei que um dia teria uma fazenda.

- Verdade, só achei que essa paixão por cavalos iria passar.

- Bella, eu sou um homem que quando se apaixona é pra sempre. – meu coração vibra. - O helicóptero está disponível para assim que você quiser ir.

- Está me mandando embora?

- Sim e não. – ele pega na minha mão – estou te dando uma opção de fazer a coisa certa, pois se ficar aqui não sei se vou me comportar tão bem como ontem a noite. Então a escolha é sua. – ele deixa a decisão em minhas mãos e fica esperando para ouvir minha resposta.

- Acho melhor eu ir. Você tem razão. obrigada. – não preciso falar porque estou agradecendo ele sabe que eu ficaria péssima se tivéssemos ido até o fim. Eu não sou assim. Ele levanta e me estende a mão.

- D.Sandra pede para o Miguel preparar o helicóptero por favor. – seguro em sua mão enquanto ela sai. Ele me puxa pra um abraço.

- Como eu queria te beijar agora. – ele se afasta e segura em minha mão – mais não vou fazer isso até que esse anel esteja fora do seu dedo. – ele repete e eu assinto com a cabeça. D.Sandra diz que já posso ir, então eu subo e pego minhas coisas que ficaram no quarto. Fico olhando a paisagem admirada como é lindo, mesmo depois de uma tempestade. O piloto vai calado até chegar a são Paulo.

Eu sinto um misto de felicidade e remorso. Será como o Matheus vai reagir? E eu, será que estou fazendo a coisa certa? É certo abrir mão de um relacionamento e me arriscar com a pessoa que me fez sofrer tanto?

Eu não queria machucar o Matheus, longe de mim faze-lo sofrer, mas se não for agora, tenho certeza que o farei no futuro. Seria inevitável, estaria apenas protelando seu sofrimento, e o meu.

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