Capítulo 15

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André

Ela me ligou chorando me pedindo pra voltar ...cheguei ontem a noite...saudades da minha futura esposa...ontem a noite...futura esposa...

A voz do Matheus ecoava dentro de minha cabeça repetindo sem parar as palavras que me fizeram ter certeza que fui enganado, e merda, eu estava com muito ódio de ver a felicidade do casal. Tive que sair dali ou eu faria uma besteira das grandes.

Eu, mesmo merecendo não conseguia aceitar que fui enganado por ela. Isabela tinha me jurado amor e disse que terminaria o noivado assim que ele chegasse a São Paulo e desde ontem eles estavam juntos. Me lembro das mensagens, será que ele estava na cama com ela enquanto eu idiota... Não, ela não... Agora penso que isso pode ter sido um plano de vingança, mais não, não da minha Bela, ela não faria isso.

Hoje minha mãe exigiu que eu fosse almoçar na casa do Fernando, eu sabia que ela estaria lá, contei sobre nossa conversa, sobre a promessa de ficarmos juntos outra vez, ela ficou muito feliz, sabe o quanto eu amo a Isabela. Minha mãe e eu sempre fomos confidentes, quando terminei com Bela no ato mais idiota que tive, ela quase me matou. A verdade que meus motivos foram fracos.

Meu pai na época, em uma conversa sobre o futuro, sobre eu ir para Nova York e casamento, eu havia comprado um anel e queria pedir a minha namorada para ser pra sempre minha mulher. Eu tinha fantasiado milhões de maneiras de fazer o pedido perfeito. Então ele me disse que eu era um burro. Não com essas palavras, mas usando de toda diplomacia do mundo.

- Filho, eu me casei aos 21 anos com sua mãe, fomos felizes por um tempo, mas a única coisa que segurava nosso casamento era você. Eu não me orgulho de ter traído sua mãe, na verdade eu sofri mais com isso do que ela, mas eu era o cara que namorou uma única garota na vida, chega uma hora que você quer mais, e você vai querer. Sabe o que vai acontecer se fizer isso? Se decidir casar com a sua primeira e única namorada? – ele me perguntou

- Não.

- Você vai faze-la sofrer, por que como todo homem, vai precisar de mais.

- Eu não sou você pai. – eu queria a felicidade dela mais do que a minha própria felicidade, pois a realização da minha era vê-la feliz, se ela estivesse eu também estaria.

- Não, mais vai ver que é bem parecido.

- Eu nunca vou trair a Bela, eu a amo mais que tudo, sempre amei. – digo bravo, eu não era de falar dessa maneira com meu pai, mas ele estava me deixando cada vez com mais raiva.

- Eu só quero a sua felicidade, e sei que você não vai conseguir fazer a Isabela feliz, futuramente serão duas pessoas que se odeiam. Ela também merece conhecer o mundo, outras pessoas...

- Jamais, a Bela é minha, e sempre vai ser.

O telefone toca dentro do carro e a voz da minha mãe surge desesperada.

- Filho? Onde você está? – posso sentir o desespero na voz dela, o medo que eu possa fazer besteira outra vez.

- tudo bem mãe, estou chegando ao aeroporto.

- Filho, por favor, fica calmo tá? Estou indo pra sua casa e...

- mamãe não precisa, eu vou ficar bem, eu estou. – minto pra ela não ficar preocupada. – eu passei quase quatro anos sem ela. Não está tão ruim assim.

- Certo. – ela está chorando. – me liga quando chegar.

- tudo bem. Fica tranquila mãe, Tchau.

Mais uma chance - degustaçãoWhere stories live. Discover now