Dona de Mim (Somente amostra...

By nandafrankka

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Após ser abandonada grávida pelo namorado do colégio, Luma se vê diante da dificuldade em conciliar o sonho d... More

Sinopse
Prólogo
Capítulo 1 - Batendo de frente
Capítulo 2 - Problemas à vista?
Capítulo 3 - Ultrapassando limites
Capítulo 4 - Sangue quente
Capítulo 5 - Cartas na mesa
Capítulo 6 - Abalados
Capítulo 7 - Dúvidas
Capítulo 8 - Pratos limpos
Capítulo 9 - Decisões de risco
Capítulo 10 - Peito aberto
Capítulo 11 - Hóspede?
Capítulo 13 - Proposta
capítulo 14 - Segundas Intenções
Capítulo 15 - Enganos
Capítulo 16 - Nervos à flor da pele
Capítulo 17 - Medo da verdade
Agradecimento

Capítulo 12 - Herança

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By nandafrankka


— Então? Será que posso entrar? — ele solta um pouco impaciente e barro sua passagem com meu corpo olhando-o curiosamente — Não vou morder ninguém, ok? — tenta se justificar e neste instante Rubinho aparece se enroscando em minhas pernas chamando a atenção do intruso em minha frente.

— Mamãe está perdendo o seu Tutuca. — meu menino lamuria, me agacho para falar rapidamente com ele.

— Amor! Fica um pouquinho com a vovó que já estou indo, ok? — pisco pra Rubinho de modo cúmplice e sou prontamente atendida. O tal Danilo parece meio embasbacado com a situação quando volto a encará-lo, cruzo os braços após fechar a porta atrás de mim, não dando brechas pra ele ver mais nada lá dentro.

— Então esse é o Rubinho? Garoto esperto. — ele sorri num nervosismo palpável e exalo profundamente enquanto permaneço a fitá-lo. — Deve estar achando estranho minha presença aqui, não é? — não gosto como ele se expressa; parece forçado e resolvo deixar tudo às claras.

— Donatello nunca me falou sobre algum irmão. Mas seja lá o que veio fazer aqui, só tenho uma coisa pra te dizer: não quero nada da sua família, então se veio aqui para garantir isto, perdeu seu tempo. — sou taxativa e observo seu semblante fino se tornar confuso em questão de segundos. Talvez ele esperasse outra reação minha, por isso parece estar tão surpreso.

— Então você vai abrir mão de tudo o que seu filho tem direito? — seu olhar é uma imensa dúvida quanto a minha postura, suspiro tentando manter meu emocional sobre controle. — Todos os imóveis, as ações das empresas, as reservas do Donatello. Não vai querer nada? É isso mesmo? — há tanto cinismo em seu tom que não consigo me segurar mais.

— Qual parte você ainda não entendeu? — digo me aproximando. — Nada disto me importa. Carros, casas, ações, pode pegar tudo e levar para o inferno junto com você. Agora se manda da minha casa. — ele está impressionado com minha atitude e antes que eu me afaste, ele segura em meu braço.

— Desculpe, Luma! — solta arrependido, puxo meu braço num rompante enquanto ele procura ser mais cauteloso. — Não foi minha intenção te ofender, não me leve a mal.

— Você devia dizer logo o que veio fazer aqui. Assim terminaríamos rapidamente essa conversa ridícula. — sugiro num tom cínico e Danilo esfrega a mão no rosto antes de voltar a falar. Sinto-o tenso.

— Você pode ou não acreditar em mim, mas eu não sabia que você e esta criança existiam, ok? — franzo a testa totalmente incrédula ao que escuto. — Cheguei há dois dias da Europa, apenas pra resolver umas questões pessoais. Já estaria fora daqui se não tivesse acontecido aquilo tudo. — Danilo exala, a menção sobre o acidente o deixa constrangido.

— Digamos que está falando a verdade. Ainda não me respondeu o que quer aqui.

— Nem eu sei na verdade. Acho que agi por impulso. Queria te conhecer, conhecer o menino. — faço uma careta descrente e o moreno tenta me convencer das suas intenções. — Pensei em ajudar de alguma forma, não sei.

— Eu sei, senhor Aguiar. Apenas vá embora, por favor. Não perdeu nada aqui, prometo que não vou te criar problemas, só quero ficar em paz com meu garoto, ok?

— Meu sobrinho. — ele solta com tanta propriedade, mesmo sabendo que é verdade, me exalto novamente.

— Sim. Um sobrinho que você não conhece nem nunca se interessou em conhecer... — Danilo me corta.

— Nunca me falaram sobre vocês, como eu poderia saber? — retruca e sorrio pelo seu sarcasmo. Impossível ele não saber nada sobre mim. Ou não? Estou extremamente confusa e não sei dizer se é toda a conversa maluca ou apenas a presença dele aqui após o ocorrido.

— Então seu querido irmão e sua mãe nunca te disseram nada? Por que não conta essa história pra outra trouxa, senhor Aguiar?

— Eu não os via há cinco anos, ok? — sua voz sai carregada de dor e por um segundo me pergunto o porquê dele ter ficado tanto tempo longe da família. — Durante todos esses anos não nos falamos mais. Por isso não soube de vocês. — diz amargurado e volto a suspirar.

— Teria feito diferença saber? — engulo a seco ao fitá-lo e seu rosto suaviza de forma amena. Ele sorri de lado.

— Talvez sim. — meu coração dá uma chacoalhada, não sei por que e o moreno se aproxima tirando um pequeno cartão do bolso. — Vai haver uma reunião na quarta às 14 horas na empresa — avisa me entregando o endereço com telefone. — Legalmente, o menino tem 48% de ações nas empresas, fora os outros bens. Mesmo não querendo tomar posse do que é dele de direito, precisa assinar alguns papéis, concordar com alguns documentos e só aí poderá abrir mão do que quiser, Luma. Espero que possa comparecer. — olho o cartão por algum tempo antes de tornar a falar.

— Não pode resolver por mim? Afinal você é beneficiário também.

— Não. Tenho 45% das ações, mesmo que quisesse não poderia decidir nada. Não sem o seu consentimento. — Danilo explica e após alguns segundos de silêncio assinto em concordância, fazendo-o sorrir amarelo por um instante.

— Eu vou pensar, tudo bem? — falo com indecisão e o rapaz demonstra estar mais satisfeito com minha postura.

— Ok. Vai ao funeral? — apenas nego com a cabeça e Danilo não se mostra surpreso. — Vejo você na quarta. — fala ao se afastar e torço a boca por um momento. As coisas não poderiam ficar piores. Ele se vai e volto a olhar o cartão com um leve pesar. Não sei mais o que fazer.

— Quem era, Luma? — minha mãe indaga e estendo o cartão de Danilo pra ela que me olha assustada. — O que ele queria?

— Estou sem entender até agora, mãe. Pediu para eu comparecer na empresa na quarta às 14 horas. Precisa da minha presença para resolver algumas pendências sobre a herança do Rubinho. O que acha? — pergunto enquanto bebo um copo de água e dona Íris dá de ombros com indiferença.

— Quanto antes resolver esse problema melhor, filha. Contanto que ele nos deixe em paz! — ela é taxativa e meus pensamentos voam por um segundo. Talvez bater de frente com Danilo não seja a melhor alternativa, coloco o copo na pia ciente que preciso resolver outra pendência.

— Vou dar uma saída, mas já volto, ok? — ela assente num sorriso de lado e subo as escadas com pressa até meu quarto.

£££

— Tem certeza que não vai precisar, Luma? — Lia indaga numa expressão preocupada quando devolvo o cheque que ela havia me dado e tento tranquilizá-la

— Depois do que houve, não. Mas aviso se voltar a precisar, ok? Obrigada! — sorrio e ela o põe debaixo de um peso na estante, e em seguida, se senta ao meu lado no sofá.

— Agora conte mais sobre esse irmão perdido do Donatello. Por que ninguém nunca soube dele, Luma? Isto é tão estranho. — diz apoiando o rosto sobre uma das mãos no sofá e mordo meu lábio inferior ainda atordoada com toda esta história.

— Eu ainda não sei, Lia. Ele nunca comentou nada com o Davi? Eles sempre foram tão amigos.

— Não mais depois do que Donatello fez com você. Davi se decepcionou muito e simplesmente pararam de se falar. Mas até onde sei, ele nunca disse nada. — franzo minha testa com essa informação, por mais que tente a imagem de Danilo não some da minha mente. Nem o fato dele dizer que não via a família há anos. — Tudo bem, amiga? — Lia me questiona enquanto estou com o pensamento longe e sorrio sem jeito.

— Desculpe, Lia. Estava pensando nesta maluquice toda. Ele me pareceu tão sofrido, sabe? Tão triste. — solto compadecida e minha amiga revira os olhos com cansaço.

— Luma, ele acabou de perder a mãe e o irmão. É óbvio que ele deve estar triste.

— Claro. Tem toda a razão. — concordo com sua análise e a loira me sorri de lado. — Preciso ir amiga, já te aluguei muito por hoje. — levanto pra ir embora e ela me acompanha até a porta. — Obrigada por tudo. — beijo sua bochecha e deixo um beijinho pra Davi e Laura que estão dormindo.

Caminho pela rua tentando fugir do sol e um sorriso desponta em meus lábios com a ligação de Dornelles. Adoro seu cuidado comigo.

— Oi amor. Onde está? — indago, encostada no muro de um vizinho.

"Numa entrevista de emprego. Dica de um amigo, ainda não começou a dinâmica. E você?"

— Está tudo bem. Uma novidade pelo caminho, mas te falo depois com calma, ok? Janta comigo hoje? — sorrio e sei pela sua respiração entrecortada que ele está tenso com essa nova rotina lá em casa.

"Claro. Será um prazer."

Dornelles gagueja e percebo que irá apenas para me agradar. Não quero pressioná-lo.

— Tudo bem se não quiser amor. Não é obrigado a ir. — volto a caminhar na direção de casa e bufo com o calor infernal que está fazendo.

"Eu vou, Luma. Quero que me conte a tal novidade."

Meu namorado solta mais entusiasmado e sorrio imaginando a cara que está fazendo nesse exato momento.

— Está muito eufórico, professor. Viu passarinho verde, foi? — brinco enquanto seu tom é divertido.

"Não sei. Se seu velho não ficar perambulando pelos corredores de madrugada, quem sabe esse passarinho não fica azul?"

Tento entender sobre o que ele fala e só após alguns segundos é que me lembro da noite anterior.

— Meu pai te pegou no meio do corredor?

"Sim. Eu ia te fazer uma visita, mas o sinal ficou vermelho e tive que me contentar com um copo de água, sabe? Noite triste a minha."

Apenas sorrio ao chegar em casa.

"Preciso ir, amor. Torce por mim. Beijos"

Encerramos a ligação e assim que entro a TV mostra rapidamente uma parte do enterro de Donatello e sua mãe. A repórter informa que tudo leva a crer que o mal tempo foi o responsável pelo acidente e meu coração aperta ao rever o semblante triste de Danilo na tela. Uma moça morena, muito bonita e elegante segura sua mão com firmeza, concluo que deva ser a esposa dele. Embora pareça bastante solidária, não gosto da cara dela. Espero que Rubinho nunca precise conviver naquele meio. Aliás, no meio de nenhum deles.

£££

O jantar transcorre sem problemas e observo com carinho a atenção que Dornelles tem com meu pequeno. Eles realmente se dão muito bem e sou uma garota sortuda por ter alguém assim ao meu lado. Após quase uma hora, Rubinho adormece e meu namorado me ajuda a levá-lo pro quarto. Parece mesmo um anjinho.

— Obrigada pela atenção que você tem com ele. Fico muito feliz com isso. — enlaço seu pescoço colando seu corpo ao meu e suas mãos apertam minha cintura com firmeza, me deixando segura.

— Ele é um ótimo garoto. O pai dele foi um babaca de não tê-lo assumido. Assumido vocês dois. — ele cheira meu cangote e o abraço com mais força, reunindo forças para falar sobre Danilo.

— O tio dele veio aqui mais cedo. Quer que eu vá à reunião da empresa na quarta feira. — suspiro, mas Dornelles parece entender somente a primeira parte da minha sentença.

— Que tio, Luma? — a confusão está impressa em seu semblante indeciso.

— Donatello tem um irmão que vive fora do país. Coincidentemente, ele ficou sabendo sobre o Rubinho após o acidente e veio aqui falar comigo. Disse que queria nos conhecer e que eu preciso resolver algumas coisas na empresa da família. — solto tudo num fôlego só e puxo o ar com força para me recompor.

— Como ele nunca soube de vocês? — questiona perplexo e dou de ombros com indiferença.

— Disse que não via a família há anos e que somente hoje ficou sabendo de nós. — exaspero sentando na cama, sendo seguida por ele.

— Quer que eu vá com você? — sorrio em agradecimento pela sua prestatividade, mas não vejo motivo.

— Eu vou ficar bem, não se preocupe, ok? — digo beijando sua boca, freando suas mãos que deslizam rapidamente pela minha barriga. — Dornelles! Pare! Não quero mais confusão com meus pais.

— Eu também não. — ele sorri com malicia e sei que tem algo mais escondido nele.

— E o emprego?

— É meu. — sorrimos juntos e o abraço com carinho.

— Sabia que ia conseguir algo logo.

— E não é só isso, Luma. Arranjei um novo apartamento e apesar de ser um pouco mais puxado, são dois quartos, e uma área com bastante espaço para crianças. Enfim, tudo o que é necessário pra quem está começando uma nova vida. — Dornelles alisa meus cabelos olhando no fundo dos meus olhos e o beijo de modo suave, fazendo seus músculos estremecerem por um momento. Adoro causar essas reações nele.

— Você é incrível, sabia? — sussurro ao mordiscar seu queixo e suas mãos seguram meu rosto com delicadeza por um instante. Dornelles puxa o ar com força e sinto medo do que ele está prestes a me dizer, no entanto, meu coração palpita sem parar.

— Luma! Vem morar comigo? — abro a boca sem saber o que dizer, jamais pensei sobre isto e me sinto surpresa. — Você e o Rubinho. Vem? — engulo a seco enquanto a expressão de expectativa dele me deixa sem chão. Estou num beco sem saída e qualquer escolha agora pode ser crucial pras nossas vidas.



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