Capítulo 12 - Herança

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— Então? Será que posso entrar? — ele solta um pouco impaciente e barro sua passagem com meu corpo olhando-o curiosamente — Não vou morder ninguém, ok? — tenta se justificar e neste instante Rubinho aparece se enroscando em minhas pernas chamando a atenção do intruso em minha frente.

— Mamãe está perdendo o seu Tutuca. — meu menino lamuria, me agacho para falar rapidamente com ele.

— Amor! Fica um pouquinho com a vovó que já estou indo, ok? — pisco pra Rubinho de modo cúmplice e sou prontamente atendida. O tal Danilo parece meio embasbacado com a situação quando volto a encará-lo, cruzo os braços após fechar a porta atrás de mim, não dando brechas pra ele ver mais nada lá dentro.

— Então esse é o Rubinho? Garoto esperto. — ele sorri num nervosismo palpável e exalo profundamente enquanto permaneço a fitá-lo. — Deve estar achando estranho minha presença aqui, não é? — não gosto como ele se expressa; parece forçado e resolvo deixar tudo às claras.

— Donatello nunca me falou sobre algum irmão. Mas seja lá o que veio fazer aqui, só tenho uma coisa pra te dizer: não quero nada da sua família, então se veio aqui para garantir isto, perdeu seu tempo. — sou taxativa e observo seu semblante fino se tornar confuso em questão de segundos. Talvez ele esperasse outra reação minha, por isso parece estar tão surpreso.

— Então você vai abrir mão de tudo o que seu filho tem direito? — seu olhar é uma imensa dúvida quanto a minha postura, suspiro tentando manter meu emocional sobre controle. — Todos os imóveis, as ações das empresas, as reservas do Donatello. Não vai querer nada? É isso mesmo? — há tanto cinismo em seu tom que não consigo me segurar mais.

— Qual parte você ainda não entendeu? — digo me aproximando. — Nada disto me importa. Carros, casas, ações, pode pegar tudo e levar para o inferno junto com você. Agora se manda da minha casa. — ele está impressionado com minha atitude e antes que eu me afaste, ele segura em meu braço.

— Desculpe, Luma! — solta arrependido, puxo meu braço num rompante enquanto ele procura ser mais cauteloso. — Não foi minha intenção te ofender, não me leve a mal.

— Você devia dizer logo o que veio fazer aqui. Assim terminaríamos rapidamente essa conversa ridícula. — sugiro num tom cínico e Danilo esfrega a mão no rosto antes de voltar a falar. Sinto-o tenso.

— Você pode ou não acreditar em mim, mas eu não sabia que você e esta criança existiam, ok? — franzo a testa totalmente incrédula ao que escuto. — Cheguei há dois dias da Europa, apenas pra resolver umas questões pessoais. Já estaria fora daqui se não tivesse acontecido aquilo tudo. — Danilo exala, a menção sobre o acidente o deixa constrangido.

— Digamos que está falando a verdade. Ainda não me respondeu o que quer aqui.

— Nem eu sei na verdade. Acho que agi por impulso. Queria te conhecer, conhecer o menino. — faço uma careta descrente e o moreno tenta me convencer das suas intenções. — Pensei em ajudar de alguma forma, não sei.

— Eu sei, senhor Aguiar. Apenas vá embora, por favor. Não perdeu nada aqui, prometo que não vou te criar problemas, só quero ficar em paz com meu garoto, ok?

— Meu sobrinho. — ele solta com tanta propriedade, mesmo sabendo que é verdade, me exalto novamente.

— Sim. Um sobrinho que você não conhece nem nunca se interessou em conhecer... — Danilo me corta.

— Nunca me falaram sobre vocês, como eu poderia saber? — retruca e sorrio pelo seu sarcasmo. Impossível ele não saber nada sobre mim. Ou não? Estou extremamente confusa e não sei dizer se é toda a conversa maluca ou apenas a presença dele aqui após o ocorrido.

Dona de Mim (Somente amostra - Amazon)Where stories live. Discover now