A mulher perfeita

By LarissaGomes437

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Capa por @larissamiranda_1 E quando você acha que encontrou a pessoa certa? descobre que ele é tudo o que voc... More

Prefácio
1- Tropeçando nos mesmo erros
2- Em chamas
3- O nosso momento
4- Perfeição de mais
5- Concertos á fazer
6- Lição um
7- Um "presente"
8- Decisões
9- Objetivos concretizados
10- A verdade
11- Brincadeira de criança
12- Formando um "homem"
14-Mente consumida
15- O grande dia
16- Como não olhar para trás
17- De volta ao lar
18- Naufraga na propria mente
19- Chuva e tempestade
20- Uma boa aluna vira professora
21- 120
22- Livre
22- A carta
Agradecimentos
Continuação

13- Pesadelos

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By LarissaGomes437

Eu estava chocada, era como se minha mente simplesmente tivesse parado, eu não sabia muito bem como reagir diante daqueles fatos que estavam ali, na minha frente, como ele poderia ter feito tal confissão, como ele poderia estar em seu estágio final da sua transformação para o monstro de Frankenstein e ninguém se quer questionou a morte ocorrida naquele dia? Mas claro, como questionar quando uma vítima de tortura e abuso é encontrada? Como questionar a fragilidade de uma criança que passa pelas coisas que ele passou? E ainda, como questionar o medo que aquele garoto com certeza tinha de seu pai que na verdade era apenas o doutor criando o monstro, essa era a realidade diante de mim, ele aprendeu as lições, e um bom aluno supera seu mestre, em qualquer que seja o requisito. Ryan se virou para mim, esta era a primeira vez desde que aquele vídeo começou.

- Você agora sabe de tudo, e acredito que agora entende tudo o que sou e o que acredito. Lizi eu nunca menti para você e nem para ninguém, você agora acabou de entrar no meu mundo, acredito que talvez agora me entenda- eu sacudia a cabeça em negação, eu não queria entender, eu não devo entender, não, aquilo não faz parte de mim e eu não devo permitir que faça. -Lizi, você entende e sabe disso, o seu problema é seu medo, seu medo de mim, seu medo da verdade, seu medo de si mesma, você passou sua vida em uma mentira, uma mentira para si mesma e uma mentira para os outros, mas você tem muito mais dentro de você, porém eu lhe prometi algo, e sou um homem de palavra. Você sabe o que eu espero de você... - eu me mantive em silêncio, entrar na mente de um psicopata e entende-lo, deveria no minimo estar errado, e eu não queria aceitar, eu não deveria, e estava lutando firmemente, ou pelo menos o máximo que eu podia. - Pelo visto você não sabe o que quer.- eu me mantive em silêncio, ele era meu melhor escudo naquele momento. - Pense esta noite, descanse e se recupere, depois veremos o que você realmente quer.- eu acenei com a cabeça, mas não sei se fiz o correto, eu estava em conflito o que não era bom , isso não poderia ser algo positivo, mas minha luta interna estava me enlouquecendo, tudo o que eu sentia contra tudo o que eu considerava certo e ético a se fazer, todas aquelas opções na minha mente me deixando cada vez mais confusa e eu só sabia que deveria tomar alguma atitude sobre aquilo.

Ryan se retirou e levou o televisor com ele, manteve o soro preso a mim e libertou meu tronco que estava preso até o momento com cordas, eu prometi que descansaria e que pensaria sobre esta decisão importante, e era o que eu faria, refletir sobre o que eu realmente queria de minha vida, o que eu faria dali para frente, o que eu deveria escolher e como seria minha vida depois de tudo isso que eu tinha passado, eram muitas questões e talvez eu nunca mais fosse a mesma, como retornaria para minha rotina? como as pessoas acreditariam que eu estive bem este tempo todo? como acreditariam que eu não matei aquela mulher? eram coisas á se pensar, e talvez já estivessem me dando como morta.

Veio então o sono e antes que eu percebesse eu estava finalmente descansando depois de tanto tempo sem dormir, era tão maravilhosa a sensação de repor as energias, eu nem me lembrava mais como era descansar, um sonho leve no qual eu corria em um lindo campo de flores e quanto mais eu corria mais jovem eu ficava, aos poucos me tornei uma criança revigorada e cheia de vida, eu cheirava as flores e ria, corria como se não houvesse um amanhã, mas percebo algo, era como se minha mente me lembrasse que aquela não era minha cama e que eu não estava segura, pois uma criança feliz que corria num campo de flores rapidamente começa a correr com uma expressão desconfiada, como se sentisse algo errado acontecendo , tive medo, e no sonho eu corria cada vez mais rápido e cada vez mais assustada, eu respirava ofegante e não parava de olhar para trás como se estivesse sendo perseguida por algo ou alguém e como toda criança assustada lágrimas começaram a sair de meus olhos, fiquei apavorada com o que acontecia, se eu tivesse controle sobre minha mente com certeza teria mudado aquele cenário ou acordado imediatamente, mas eu simplesmente não conseguia acordar, não conseguia me despertar daquele pesadelo. O dia foi escurecendo e aos poucos o céu ficava negro, vi a sombra de um homem atras de mim e então corri mais ainda, quando vi que uma sombra masculina se aproximava de mim que também corria, aquilo com certeza me deixou apavorada, agora eu entedia porque a versão de mim mais jovem corria tanto e tão desconfiada, aquela sombra foi se aproximando mais e mais e eu não podia ver seu rosto, o desespero foi aumentando e cada vez eu respirava mais ofegante, eu tentava correr mais e agora as vezes gritava pedindo por socorro, mas tão jovem assim não sei se conseguiria fugir realmente, na verdade eu sabia que hora ou outra ele me alcançaria, ele já não estava tão longe, eu deduzi que era Ryan me perseguindo, mas se era Ryan, porque eu era uma criança? talvez por ser tão indefesa diante de seus ardilosos planos, mas mesmo assim me sobrava uma ponta de duvida na mente, aquele homem já estava muito perto e eu percebia que minhas pernas não iriam mais aguentar, mas eu continuava tentando o máximo que eu podia, mas ele já estava á centímetros de mim então eu acordei. Eu respirava ofegante e estava totalmente desesperada, olhava para os lados freneticamente, mas eu ainda estava lá, naquela sala, tomando soro, no escuro, na mesma poltrona, não que isso seja reconfortante, mas aos poucos me convenci que foi só um pesadelo terrível e que pela manhã nada mais iria me acontecer, minha decisão estava tomada, eu tinha que fugir daquele maluco antes que ele me fizesse algum mal maior. Meu batimento cardíaco foi voltando ao normal e minha respiração também , eu tentei me convencer de que estava tudo bem e que de manhã tudo mudaria e eu poderia seguir minha vida em paz e me esquecer de tudo o que passei dentro dessa sala que com certeza seria uma eterna marca em mim e em meu emocional, claro que como pessoa eu estaria modificada, mas ainda era eu e isso que me importava mais que qualquer outra coisa.

Era manhã, ou pelo menos que acredito que sim, Ryan chegou na sala parecendo renovado e com uma bandeja com suco, pães e doces para que eu me alimentasse, eu agradeci, e tinha voltado a ter fome, algo que eu já não sentia á alguns dias. Ele me deu bom dia e colocou a bandeja em meu colo, eu me servi e fui comendo aos poucos mesmo estando com muita fome, estava com medo de passar mal já que eu não comia a um certo tempo. Aquele era o grande dia, eu sentia um frio na barriga, e um misto de alegria e medo dentro de mim, medo de como seria minha vida e como eu iria encara-la daquele dia em diante, afinal eu tinha mudado, meus traumas mudaram , eu tinha uma nova bagagem e uma nova vivencia, e muitas coisas aconteceram e foram dias intensos para mim, a fome que eu senti se tornou em uma grande ansiedade, tamanha que me calou, era como se meus lábios estivessem totalmente travados e eu simplesmente não conseguia dizer nada. Como? minha decisão estava tomada, eu já sabia o que queria, então por que parecia que não? eu estava tão chocada que meus olhos ficaram arregalados involuntariamente, Ryan percebeu, ele me encarou, depois apertou os olhos como se tentasse ler a minha mente, eu baixei meu olhar quando reparei o seu esforço antes que uma conversa se iniciasse, eu não queria, não queria que ele me dissesse mais nada, e o pior e meu maior medo, que ele pudesse dizer qualquer palavra que eu pudesse entender, acreditar, ou pior concordar e apoiar. Eu passei a sentir medo de mim mesma e da ambiguidade de minha confusa mente, naquele momento eu tinha medo do silêncio, pois ele gerava um conflito interno, mas eu tinha muito mais medo de ouvir Ryan falar e por um momento pensei que eu escaparia disso, mas como sempre eu estava enganada, ele não deixaria uma chance como essa escapar de seus dedos, não, não o Ryan que conheço.

- Gostaria de saber o que se passa em sua mente.- eu evitei olhar para ele, eu sei que meu olhar seria de culpa, porque era assim que eu me sentia, culpada, culpada por estar dividida sobre uma coisa tão óbvia. -Se bem que... talvez eu tenha uma vaga ideia- não gostei do que ele disse, aquilo me fez sentir profundamente culpada, me fez sentir como se minha dúvida estivesse sendo posta em cheque naquele momento, sendo exposta junto com a minha vergonha e podridão interna. -Não tenha vergonha de si mesma, repensar seus próprios conceitos e todas as possibilidades que existem na sua frente não é nada do que deva se envergonhar, é algo bom, só assim iremos para frente.- eu me mantive calada, o silêncio era meu único escudo e eu esperava que assim ele fosse me deixar em paz, e logo eu poderia voltar lutar contra mim mesma. Eu sabia o que ele tinha em mente e ele sabia disso, se aproveitava dessa arma poderosa que ele tinha acabado de adquirir sob mim. -Vamos... você sabe o que quer, e não se negue a este direito de ser livre.

-Ryan me deixe em paz- eu disse sem se quer olhar para ele.

-Mas hoje é o grande dia- ele falou como se tivesse um pouco de desapontamento por minha falta de entusiasmo para qualquer que fosse a escolha.

-Preciso ficar em paz, quero refletir.- quando aquelas palavras sairão da minha boca a dúvida se tornou mais real, ela estava lá , junto com aquilo que sou e ambos provavelmente estavam caminhando juntos, eu sabia que talvez iriam embora juntos também.

-Bom... tudo bem, sei que tem muito o que pensar. Muitas possibilidades á sua frente, mas se me permite eu gostaria de pedir que se perguntasse como será tudo daqui para frente. -ele deu poucos passos para trás e eu me mantive com olhos baixos, achei melhor não responder, manter o silêncio com ele era com certeza a melhor opção. Aos poucos ele foi se afastando e logo ouvi a porta ser fechada, eu respirei fundo e deitei minha cabeça na poltrona, lá me encolhi e me perguntei o porque de tudo isso, o porque eu estava tendo que enfrentar aquele cheque, e porque eu estava tendo que ser tão forte e tão fraca ao mesmo tempo, porque eu estava nesse jogo que eu sabia que não fazia sentido nenhum? Eu não sabia as respostas de nada, mas eu ainda estava na busca de minhas respostas. Acabei cochilando e me encontrei uma menina, pouco mais de 10 anos, estava brincando em um gramado bem verde, o sol brilhava forte e nada se podia ver além disso, eu parecia tão distraída e feliz, em meu momento de paz total comigo mesma e totalmente aquietada, aquela visão me trouxe paz. Dentro de mim, no meio de toda aquela visão maravilhosa senti uma desconfiança no ar e como se eu fosse uma mera expectadora, eu só podia ter uma visão de mim mais nova, eu estava muito aflita e senti uma presença, e por mais que eu estivesse alarmada não conseguia avisar para mim mesma, ali tão jovem e indefesa, aquilo começou a me gerar um certo desespero, e este se agravou quando vi uma imagem ao longe, uma sombra negra, mais uma vez a sombra de um homem, ele se aproximava cada vez mais e muito lentamente desta vez, e ali aquela pobre criatura indefesa não percebia e meu coração se acelerava, eu estava em pânico "vamos, saia daí" eu pensava, mas nada mudava, simplesmente tinha que assistir. Ele continuava se aproximando mais e mais e chegando á centímetros dela, ou melhor de mim, a sensação de algo terrível estava para acontecer crescia, a sombra do homem chegou á milímetros de proximidade e estava pelas costas, logo ele se abaixou na "minha" altura, eu queria gritar, mas não conseguia, ele então colocou a mão na boca da garota e a puxou para trás. Eu acordei, suada e com o coração galopando como um cavalo selvagem, céus o que seria aquilo? eram mais que sonhos, eles se completavam, eram uma mensagem.

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