A mulher perfeita

By LarissaGomes437

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Capa por @larissamiranda_1 E quando você acha que encontrou a pessoa certa? descobre que ele é tudo o que voc... More

Prefácio
1- Tropeçando nos mesmo erros
2- Em chamas
3- O nosso momento
4- Perfeição de mais
5- Concertos á fazer
6- Lição um
7- Um "presente"
8- Decisões
9- Objetivos concretizados
10- A verdade
12- Formando um "homem"
13- Pesadelos
14-Mente consumida
15- O grande dia
16- Como não olhar para trás
17- De volta ao lar
18- Naufraga na propria mente
19- Chuva e tempestade
20- Uma boa aluna vira professora
21- 120
22- Livre
22- A carta
Agradecimentos
Continuação

11- Brincadeira de criança

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By LarissaGomes437

Minhas mãos suavam, tive receio do que estava por vir, começaram risos e então um vídeo caseiro antigo apareceu na tela, uma criança, um menino, com pouco mais de um ano estava correndo, tinha cabelos escuros e lisos, eu não via seu rosto ele estava de costas, ele ria muito como as crianças pequenas fazem.

-Vamos meu amor, corre pra mamãe ver.- uma voz doce e feminina vinha de traz da câmera que filmava o menininho que corria animado em um gramado grande e verde muito bem cuidado, a mulher então começa a tossir, mas a criança não ouve, ela está longe da mãe, a mãe tosse de novo, e agora mais forte o menininho parou de correr, acho que ele ouviu, a tosse começou a ficar forte e ela começou a perder o controle da câmera, ela tremia muito e a imagem ficava quase impossível de se identificar, mas era possível perceber que o menininho correu em direção a mãe. A câmera caiu no chão, provavelmente a mãe do garotinho também, ele finalmente chegou perto de sua mãe, eu via seus pezinhos, ele sentou do lado da mãe, ela continuava a tossir.

- Chama o papai, mamãe não tá bem.- ela tentava falar com dificuldade. O menininho permaneceu sentado, não conseguia ver seu rosto, mas ele apertava as mãozinhas como se algo estivesse terrivelmente errado. -Chama o papai.

-Ma...- o menininho não conseguia falar, era a unica "palavra" que saia de sua boca e parecia desesperado, ele repetia várias vezes, mas não era alto o suficiente, fiquei angustiada por aquele menininho.

-Tá tudo bem, mamãe ama você tá?-  o menino colocou a mão para frente provavelmente querendo tocar em sua mãe, a criança começa a chorar e quando sua mãozinha volta com sangue um imaginei os motivos do choro, pobre menino, chorava tanto.- Não esqueça que mamãe te ama.

-Mã...- o menino chorava desconsoladamente, mas não berrava como as outras crianças,não! o choro dele era de profunda dor. E então o vídeo começou a ficar cheio de estáticas e aparentemente a câmera estava sendo levantada por alguém.

- Seu imbecil como pôde deixar isso acontecer?- a voz de um homem, parecia a voz de Ryan estava por trás da câmera, enquanto ele levantava a câmera esbravejando com a criança eu pude perceber uma mulher no chão em um vestido branco, sangue , sua pele alva e seus cabelos de fogo, o menino estava de cabeça baixa, não pude ver seu rosto, será que Ryan tinha tido uma família antes de sua obsessão? E se tinha como ele teria perdido essa família? a imagem escureceu e houve alguns segundos de total silêncio e nada acontecia apenas uma tela preta, então um jornal é jogado diante da tela, uma notícia do New York Times " Garoto de 10 anos é violentado e assassinado por vizinho " uma notícia de 96, o rosto do menino estava embaçado na imagem, após alguns segundos outra imagem, mais um jornal sobreposto ao primeiro  "Yomiuri Shimbun" do Japão, a notícia foi traduzida "menina de 8 anos é vendida para trafico pelo próprio tio", e antes que eu pudesse ler ou ver mais, outra notícia que sobre pôs a segunda muito mais rápido, Daily Mail, Grãn Bretanha, "Jovem de 13 anos é assassinado e serve de comida para cães" e logo depois foi sobre posta por outra notícia e mais outra e mais outra, todas noticias de grandes jornais de todo o mundo, com notícias de crianças que passaram pelos piores momentos de suas vidas, dentre eles afogamentos, mortes, moléstia, abuso, comercialização, mortes na família, ataques á suas casas, entre outras coisas terríveis, e cada vez passando mais rápido em minha tela, mas todas eram notícias do mesmo ano, 1996. Eu comecei a me angustiar, todo o sofrimento daqueles pequeninos, tanta dor, tanta tristeza, tantas coisas horríveis e tantos monstros soltos pelas ruas trazendo dor á pequenos anjos que deveriam conhecer apenas o amor. Por ultimo antes que meu incomodo interno fosse insuportável uma notícia que congelou na tela por alguns segundos, praticamente um minuto, era verão e 1996, a notícia era do "USA Today" e dizia em sua manchete: "Família rica destruída por doença" seu subtítulo era: " Será que o dinheiro compra tudo?" e então a foto no centro da mulher de cabelos de fogo sentada em uma cadeira com o menino que corria no vídeo, ele estava sentado em seu colo e logo atrás dos dois um homem que se parecia com uma versão de Ryan mais velho, então eu pude entender, aquele não era Ryan, ele não deve uma família antes, aquele era o pai de Ryan e o menino era ele, o menino que tanto chorava por sua mãe era aquele psicopata em minha frente, o homem diferente de Ryan tinha uma barba fechada e usava um terno que tinha uma clara aparência de ser caro, já a mulher tinha seus longos cabelos de fogo soltos, um lindo sorriso nos lábios e usava um vestido de ceda cinza, parecia com metal liquido, o menino estava com uma calça de algodão e um suéter azul, ele tinha um olhar lindo e brilhante na foto e o sorriso radiante como o de sua mãe, ela tinha o rosto arredondado e maçãs rosadas, seus lábios eram rubros e ela tinha lindos olhos azuis como o céu, o menino tinha o rosto rosado como o da mãe, porém seu formato era quadrado como o do pai, ele tinha sobrancelhas expressivas e os lábios rosados como os do pai. A tela novamente estava preta durante alguns segundos depois uma palavra começou a subir na tela, letras em branco como no título "monstros estão a solta", demorou alguns segundos e mais letras subiram "eles modificam você" outro intervalo "ou isso te faz melhor"  eu engoli em seco, aquele vídeo não estava me fazendo bem "ou te mata".

-Ryan chega- eu temi o que estaria por vir, será que tinha acabado? eu duvido muito, ainda não tinha a "cara do Ryan", não se parecia com suas "obras- primas".

-Silêncio querida, agora nosso vídeo irá criar vida, não perca a melhor parte.- ele se manteve com olhos fixos para a tela que ficou preta novamente, meu coração ficou disparado e minha respiração ofegante, senti minhas mãos começarem a suar, a expectativa era a pior parte, a expectativa e o medo do por vir era o que simplesmente me impactava de tal forma que eu perdia meus sentidos normais, não conseguia estabelecer meu auto controle, talvez a minha vida não fosse mais tão insignificante quanto eu pensei que era, ou talvez, talvez ele tenha me "lido" tão bem que percebeu que a única coisa que me atingiria seria a dor de outras pessoas, essa dor me faria desmoronar o suficiente para mais uma de suas lições psicóticas e cruéis.

-Ryan essa droga não começa logo e eu estou ficando tensa, estou cansada de jogos!- eu estava á flor da pele, ainda não gritava, mas estava sendo o mais firme possível.

-Querida como eu te disse é a verdade, não deveria ficar tensa com a verdade. Nós temos que encarar e não sentir nada, sentimentos são falhos, mas a verdade não. Ela nunca é. - não consegui entender o que ele quis realmente dizer com aquilo, neste momento a unica coisa que eu gostaria era ter a habilidade dele de ler através das coisas, em suas entrelinhas e saber ver as coisas em sua transparência, mas essa capacidade ainda estava longe de mim.

-Ryan, que droga de verdade é essa? eu estou cansada de jogos e de todas essa palhaçada que você fica colocando diante de mim, se você espera que eu fique aqui e...- eu falava afoita e atropelando as palavras, mas ele me interrompeu mais que depressa.

-Não se trata de uma palhaçada, jogo ou qualquer uma dessas coisas, tá legal?! espero que tenha entendido. Agora minha ruiva querida vai começar em poucos segundos, seja paciente, ou será que teremos que melhorar isso também?- eu me calei, aquilo com certeza foi uma ameaça e não é necessário ser muito inteligente para perceber, engoli em seco e aguardei na esperança de que de alguma forma aquilo acabasse logo e o sofrimento com ele, e ai então eu estaria livre, estaria livre para me condenar, livre para colocar ele para pagar também, mesmo que eu não acredite que uma cadeia possa simplesmente apagar os feitos ou que fizesse ele realmente pagar ou compensar algo, não, não iria, talvez nada melhoraria o que eu ou qualquer pessoa já passou em suas mãos. Ou melhor, suas garras. Mas seria um começo .

O vídeo começou, primeiramente imagens alegres , crianças correndo e brincando de diferentes lugares e de diferentes vídeos caseiros, depois uma voz masculina: "Crianças... uma dádiva... criaturas puras" as imagens alegres ainda passavam as crianças que brincavam, mas eu ainda estava muito tensa. "Mas ainda assim, cheias de defeitos", aquela voz era grave, intensa típica de um locutor, como vemos em documentários na tevê e isso me deixava perturbada, o que ele queria tanto assim que eu visse? porquê era tão importante? tenho medo das respostas para todas as perguntas que eu tinha na minha mente.

As imagens mudaram, crianças chorando sem motivo, chorando por mortes, chorando por ferimentos, crianças vendo coisas horríveis acontecendo e ficando impotentes sem conseguir chamar alguém ou fazer algo, crianças testemunhando atos terríveis de violência, trechos do vídeo que agora eu sabia que na verdade foi a infância de Ryan entre outros vídeos, aquilo era simplesmente angustiante, como ele poderia pensar que aquelas tragédias e sofrimento eram de alguma forma uma fraqueza, uma falha, um defeito, elas são crianças, são naturalmente frágeis e não é sua culpa.
Agora o menino Ryan estava em foco ele parecia assustado, olhava para a câmera com medo, ele estava sentado em uma cadeira bem perto da câmera e seu lábio inferior tremia um pouco, eu temi pelo pobre Ryan, acredito que agora eu verei o "criador forjando a criatura" e pensando se eu estava pronta para isso, mas fato é que eu não poderia fazer nada para não ver, mesmo que eu fechasse meus olhos eu ainda ouviria, eu sempre odiei fechar os olhos, as imagens ficam piores dentro de nossas próprias cabeças. Ouvi a voz de um homem, era o pai de Ryan com certeza, ele dizia como se algo "divertido" estivesse por vir.
-Você eternizou o sofrimento dela com uma câmera e agora eu vou eternizar as lições que eu vou te dar.- os olhos do pequeno Ryan se enchiam de lágrimas -Lembre-se, o que me difere de um monstro é que eu faço isso para ensinar você a ser melhor, a tirar a suas falhas, você entende filho ? - o mesmo tom manipulador e dissimulado de Ryan estava na voz de seu pai, agora estava claro da onde ele veio e porque ele era assim, o pobre menino acenou afirmativamente com a cabeça, não sei se ele realmente entendeu, mas parece que sim, pelo menos da maneira que seu pai queria que ele entendesse. -Um dia você vai mostrar isso para a mulher que você escolher, pra que ela saiba que nessa família nós não admitimos falhas, que queremos perfeição, eu espero que você não me desaponte moleque. Escolha direito, lembre-se, ela não pode ter falhas, nós não aceitamos falhas- o menino parecia assustado. -Você amava a mamãe ?
-Sim.
-Está doendo ter perdido ela ?
-Sim papai.
-Está doendo porquê ela se foi, ela se foi porquê tinha falhas, sabe quais são?
-Não papai.
-Ela mentiu e era doente, ela sempre me disse que estava bem, ou seja ela mentiu, mentira é uma falha feia Ryan , tem consequências horríveis, lembre-se a verdade liberta! Se sua mãe não tivesse o defeito da doença estaria conosco, então Ryan não minta e se mantenha saudável e a sua mulher tem que ser assim também porquê nesta família não aceitamos falhas entendeu?-ele balançou a cabeça novamente afirmando que sim- Ótimo! Agora se lembre, quando for escolher uma mulher, ela tem que ser a mulher perfeita.

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