Diamante - Livro 02

By AlessandroFonsseca

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Dois anos após se separarem, sentirão falta do amor que sentiram naquele prostíbulo de Morgana. Novos aconte... More

Prólogo
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Epílogo
Agradecimentos
AVISO IMPORTANTE
EXTRA - ESPECIAL FINADOS

Capítulo 17

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By AlessandroFonsseca


"Fui estuprado três vezes. Nas três, vi eu morrer e cair num lugar escuro, sem vida, sem ar, sem nada. Mas logo volto a viver. Aquela cama suja, aquele quarto sujo, aquela vida minha, inútil, medíocre. Não vivo mais, é só meu corpo que ainda teima me viver mais algumas horas, minutos, segundos, dias, meses, talvez, anos. Só quero que tudo isso se acabe. "

(DEPOIMENTO ANÔNIMO)

― Como ele está, doutor? ― Ana perguntava já entrando dentro do quarto de Júlio.

― Está bem. Só não pode sair do quarto por hoje. ― Aconselhou. ― Bem, ele já está medicado. Daqui a pouco deve acordar. Tenha um bom dia, senhorita Ana, Lola e Carla.

― Para o senhor também, doutor Jack. ― Ana retribuiu e o acompanhou até a porta.

O garoto dormia tranquilamente. Seu rosto estava machucado, alguns roxos haviam crescido ao redor dos dois olhos, o nariz estava enfaixado, pois poderia estar com algum osso ou cartilagem quebrada. Seus cabelos haviam sido cortados e amarrados, deixando-os numa caixa com o nome dele. Fizeram um penteado nele, ao estilo Zac Efron de "17 outra vez".

Destacou mais seu rosto fino e um pouco angular.

Mostrou mais daquele rosto que era tão parecido com o de Ana na adolescência.

E estava chegando a hora de ela revelar a verdade. Dizer que é a mãe dele.

*****

― O que vai fazer com os corpos de Marta, Robert e de Well Tanaby, Carla? ― Jacob se sentou de frente Carla, nos estúdios Diamond Blue.

― Por mim, pode enterrar como indigente. Perdi a política mais foda que eu já vi em toda em minha vida. Tenho que reconhecer que quase não tive cacife para encará-la como candidata à presidência do Brasil. Mas agora ela morta, vai ser mais fácil eu ganhar e me eleger pelo povo Brasileiro. Meu sonho é ser eleita e elevar o Brasil a um patamar mais alto do que já está. ― Entrelaçou seus dedos, tendo seus pensamentos numa distância longínqua.

― É o desejo de seu tataravô Gaspar III?

― Sim. Ele queria tanto, que uma de suas descendentes fosse a presidenta do Brasil. Ser a mulher que vai dar mais oportunidades a todos os brasileiros, vai acabar com a prostituição feminina e masculina de uma vez por todas, que vai trazer mais condições melhores para o povo brasileiro. Mas para isso, preciso do apoio do Ronald Freeckbatche.

― O presidente dos Estados Unidos?

― Sim. Ele mesmo. Está me devendo um favor, agora vai me pagar com o apoio dele. ― Riu alto, jogando sua cabeça para trás de sua cadeira de couro. ― Vale a pena ser poderosa, rica, ser a mulher mais foda do planeta! ― Gargalhou junto com seu amigo, ex-cunhado.

― Você não presta mesmo, Carla!

― Não! Eu não presto.... Não valo é nada! ― Os dois caíram na risada, logo são interrompidos por batidas na porta.

Se recompõe.

― Pode entrar! ― Falou ao microfone, que seu som saía ao lado de fora, quando o modo silêncio estava ligado.

O funcionário entrara e entregou uma carta vinda do Juiz Moro Silveira.

― Ele quer que eu vá para o julgamento de Pedro. Mas certeza que ele é condenado a prisão por alguns meses. Mas, vou fazer de tudo para ele sair de lá hoje e morar em casa.

― E se ele não quiser ir lá?

― Ou ele vai por bem, ou vai por mal. Sabe que não dou mole a ninguém.

― Sei. Mas como conseguiu recuperar tudo o que tinha, passando por sua prima Morgana e por todos?

― Simples. Liguei para a receita federal e plantei as provas do crime que eles cometeram. Apropriação de bens está tão fora de moda, né? ― Gargalhou histericamente, deixando Jacob e o outro homem um pouco assustado com as gargalhadas que ela dera.

Parou de rir e seu olhar ficou sério.

― Bem, senhor. Daqui a pouco já estou partindo para lá. Avise ao juiz sobre isto. Tenha um bom dia. ― Se levantou e foi a porta, abriu-a e o homem rapidamente foi embora.

― Já vai?

― Vou. Mas antes, vou ao centro de justiça eleitoral. Vou me candidatar pelo o meu partido. Tenho certeza que os políticos do Partido Magalhães vão me apoiar. Não tem como eu perder esta eleição. Anda, vamos comer alguma coisa e depois vamos ao Fórum. No caminho ligo para alguns advogados e eles tiram Pedro dessa. Tirando ele, nós pusemos fogo em casa e vamos para o meu apartamento em Miami. Lá, Pedro vai saber que Júlio está mais vivo do que nunca. ― Piscou o olho e foram saindo da sala de Carla e indo em direção a praça de alimentação dos Estúdios.

― Por que não faz um final bonito para eles? Tipo, no lançamento da novela.

― Será que vai dá certo?

― Sim. Só basta nós falarmos com os dois, jogar a verdade na cara e os encorajar a se declarar um para o outro.

― Mas assim tão rápido?

― Calma. Tudo tem seu tempo. Primeiro, vamos pôr fogo aqui em casa e plantar a notícia que Júlio morreu. Okay?

― Okay.

― Ana, venha dormir. Carla, vá dormir. Amanhã começaremos isso tudo que você quer fazer. ― Lola levou sua namorada para o seu quarto, deixando todos ali na sala.

*****

AMANHECEU....

Júlio foi transferido para o apartamento de onde Vitor morava, tudo que era pertencente a Carla, fora retirado da mansão e levado para um galpão depois da mata densa de trás dela.

Suas roupas e pertences, pertences dos outros que moravam dentro da mansão, foram levados para o apartamento do filho falecido de Carla.

Tudo que era de valor, fora retirado de lá.

Espalharam gasolina, implantaram um corpo falso no quarto de Júlio.

― Podem botar fogo. Só não deixem queimar meu jardim. Aliás, onde está o Júlio, aquele amigo loiro do meu filho?

― Já está no apartamento junto com ele, snehora Carla. ― Respondeu o homem que já colocava fogo na casa dela.

― Obrigado, senhor Cortez. Tenha um bom dia e um bom trabalho. ― Falou, entrando em seu carro.

A casa começou a pegar fogo, todos os funcionários foram trabalhar na outra mansão que ela tinha. E ela foi em direção a delegacia. Ia conversar com o delegado para soltar seu futuro genro.

*****

Alguns minutos depois....

― Como assim não pode liberá-lo para responder em liberdade sob minha custódia?! ― Carla berrava na sala do delegado.

― O juiz decretou que ele vai a julgamento. Não posso autorizar para ele ficar em custódia. Ele já é réu. Amanhã é o julgamento dele. Não posso fazer mais nada por ele, Carla.

― Eu, a mulher mais poderosa, mais rica, mais foda, não posso tirar meu cliente daqui! ― berrava, mas o delegado não podia prende-la por desacato a autoridade, pois ela era a, praticamente, dona de tudo e de todos de Orlando e da Capital Sam Devour.

― Só posso dizer, que se ele for culpado, será morto ou preso por um bom tempo, sem redução e fechado pelos crimes que cometeu, ou será inocentado de tudo. Apenas espere o julgamento. Se quiser, pode falar com ele.

― Por favor, traga ele para sala que vou conversar sobre o processo.

― Sim. Mas, só o juiz vai decidir se ele vai ser preso, morto ou inocentado. Não temos nada que ver com ele. Fizemos todo o possível. Mas com toda a certeza vai ser condenado a cadeia fechada. Morte só para estupros, assassinatos, roubos e apropriação de bens.

― Mas ele está sendo acusado de apropriação indevida de bens! Merda! ― Saiu da sala dele e foi conversar com Pedro.

Os planos dela estavam dando errado. Era hora de engrossar e jogar o chumbo grosso para cima de quem querer atacar ele.

Mas teria que atuar bem. Dizer que estava decepcionada com ele e que estava com raiva.

Os seus advogados foram a acompanhando até a porta da sala, onde Pedro estava algemado a mesa.

Ela entrou, trancou a porta e ligou o modo silêncio.

― Boa noite, Pedro. ― Sentou-se de frente a ele, olhando-o sério.

― Não seria de Boa madrugada? O que quer comigo? Fala logo.

― Sabe o que fez? ― Indagou, estranhamente calma. Mesmo ele tendo feito aquela monstruosidade, ele amava aquele garoto que agrediu.

Era para Carla acusar Pedro, porém, ela e sua irmã decidiram defende-lo, mesmo tendo que comprar o silêncio do juiz para inocentá-lo.

― O que eu fiz? Bati em seu filho e ele fugiu?

― Você quase matou Júlio, sabia? Quase matou aquela pessoa que REALMENTE ama este monstro que está na minha frente. Quase matou o garoto que se entregou a você.

― E o que eu tenho que ver com isso?

― Filho da puta, você não segue minha linha de raciocínio?! ― Bateu as palmas de suas mãos sobre a mesa, fortemente. ― Estou aqui para te defender. Tirar você daqui. Mas para isso, você tem que se arrepender do que fez e....

― E o quê?! Prefiro morrer! ― Berrou, tentando se soltar das correntes.

― Mas quer deixar meu filho entrar em uma depressão profunda, por amar um homem morto que não quis se arrepender e correr atrás dele. Sabe Pedro, ás vezes chego a me arrepender por ter que fazer você enxergar que ainda ama meu filho, que ainda tem uma chance de sair vivo dessa e procurar o amor de sua vida. Querendo ou não, sairá daqui e vai procurar um jeito de ter o perdão de meu filho. Tendo perdão dele, terá que arrepender de si mesmo, arrepender do que fez. ― Falava calma, respirando fundo para não gritar mais.

― Você quer que eu faça o quê?! Hã?! Me diga!

― Seja homem. Será inocentado no julgamento, mas quero que seja homem e assuma que ainda ama o Júlio. Vai sair daqui arrependido, sentindo-se um monstro. Vai sair daqui, e vai procurar o amor de sua vida. Não vai morar sozinho, sem alguém ao seu lado para te cuidar. Vai ter meu filho ao seu lado. Mas pare de ser egoísta, reconheça seus erros e vá pedir perdão a pessoa que você agrediu fisicamente, quase matando-a! Pedro, você vai ser julgado, mas saiba que vai ser obrigado a pedir perdão para meu filho. E vai lutar, lutar pelo amor dele. Você o ama, agora faça por merecer o amor para você. É só isso que tenho a falar para você. Hoje vai dormir aqui, amanhã vai a julgamento. Nos veremos lá para sua defesa. Espero que faça o que eu te pedi, quero dizer, ordenei. Peça perdão e lute pelo amor de meu filho. Com licença, Pedro. Pense bem em como vai reconquistar o amor de meu filho. ― Se levantou da cadeira, foi a porta e saiu da sala.

Os advogados estavam apreensivos com o que ela falara com o cliente deles.

Mas ela logo contou tudo e eles acalmaram-se. Era causa ganha.

Foram para o apartamento para discutir sobre o julgamento que acontecerá no dia seguinte. Estava na hora de Carla contar a verdade para seu filho. Ele já é maior de idade, deve seguir sua própria vida.

Mesmo ele a odiando, ela estaria de cabeça e consciência sem culpa. Contaria a verdade e tiraria aquele peso sobre suas costas. Mas aquilo não era tanto necessário naquele momento que ele passara.

*****

― Mac, as coisas de Júlio já estão postas naquela sala? ― Carla se sentava na poltrona da sala, onde todos estavam sentados, apreensivos pelo estado em que Júlio se encontrava.

― Sim, Carla. Inclusive, coloquei algumas fotos que encontrei lá na fazenda.

― Quando meu filho assumir tudo que tenho, vou me mudar para o Brasil e vou morar no meu antigo lar. Aqui não é mais o meu lugar. Quero descanso, paz, tranquilidade. Quero preguiça. Pois trabalho já fiz muito em toda a minha vida. Em construir o meu império, em ser a mulher mais poderosa do mundo, ser a mais rica, a mais foda e ainda continuar a ser a mesma de dezoito anos atrás. ― Disse, por fim, pensativa, mergulhada em seus próprios pensamentos.

― Por que não fica aqui com ele?

― Porque eu tenho que ter minha própria vida e ele a dele. Simeon e Lucas já tem o apartamento deles, Jorge vai morar em outro de frente e eu vou morar em minha fazenda. Falando nela, mandei construir um casarão maior, fazer um jardim bonito e refazer a entrada dela. Não quero mais administrar nada. Quero só férias e tranquilidade. Estarei sendo acionista da empresa e receberei uma nova porcentagem da empresa. Não ficarei mais mexendo com Canais e empresas.

― Carla, tem um pretendente na área. ― Deu um sorriso irônico.

― Como assim pretendente?

― O Wiliam Wettmer Chanel. Seu melhor amigo.

― Não. Ele é só meu amigo. Acho que não tenho cacife para ser esposa ou namorada dele. E minha idade já é avançada. Tenho cinquenta anos de idade já completos, enquanto ele tem seus vinte e nove anos de idade.

― Nossa. Tão novo. Mas o amor não vê idade. Talvez ele seja o amor de sua vida, e você nem sabe. Quando o conheci, pela primeira vez ainda, ele só falava em como gostava, amava sua melhor amiga e companheira de estrada. Dê uma chance a ele, Carla. ― Aconselhava, Mac.

― Será? Eu sempre o vi como amigo. Não o vejo como homem que quer me conquistar e dividir uma vida comigo. Na verdade, só o vejo como um amigo, um companheiro, um irmão. E acho que não tenho idade e não tenho cacife para ser amada pelo Wiliam Wettmer Chanel.

― Tem sim, Carla. Para com isso. Wettmer te ama. Se você o ama, dê uma chance. Apenas isto. Agora, vamos espalhar a notícia da suposta falsa morte de seu filho em sua mansão. ― Ele se despediu dela e foi aos estúdios de jornalismo para implantar a notícia por todas as redes de canais parceiras com o Canal Diamond Blue.

Em menos de cinco minutos, todos os canais noticiavam que Júlio poderia ter sido uma das vítimas fatais do grande incêndio.

Pedro estava na cela, que ficava perto da sala do delegado e começou a ouvir burburinhos entre os policiais e uma grande movimentação entre eles.

Logo soube do que se tratava. Seu amor poderia ser uma das vítimas do incêndio.

Então, vê pelo reflexo de um espelho acima de uma mesinha com um vaso de flor, em que tinha uma rosa vermelha, o reflexo do noticiário e de imagens ao vivo da casa de Carla.

Era verdade. Aquilo tudo que ouvira dos homens fardados e de autoridades superiores, era verdade.

Seu ruivinho poderia estar morto. Foi ali então, que percebeu o quanto amava ele.

Que aquele ódio que sentira, era amor, o mais puro amor sendo escondido dentro do coração de carne que virou pedra.

Lágrimas começam a surgir e escorrer pelo rosto daquele homem loiro.

No dia em que completara vinte e três anos de idade, perdera a pessoa que mais amava neste mundo, mais do que sua própria mãe, Marta.

Começara a soluçar e soltou um grito, dentro de seu peito ferido. Ali acabou com sua alma, acabou com ele mesmo. Segurou nas barras de ferro, encostou sua testa nelas e deixou as dores emocionais de uma perda da pessoa amada, tomar conta de si.

Ajoelhou-se, lentamente, com a testa ainda nas grades.

― Por que?! Por que?! Por que não fui homem o suficiente? Por que eu sou este monstro?! Por que eu não consigo ser eu mesmo?! Por que eu não te amei, como devia ter te amado, cuidado e amado mais ainda, Júlio? Por que?! ― Falava alto, para si mesmo.

De longe os policiais observavam e viam ele derramar suas lágrimas.

Não fizeram nada, nada podiam fazer para um homem que estava chorando por causa do amor de sua vida não poder estar vivo mais.

Mas mal ele sabia que Júlio estava mais vivo do que nunca.

Ficou vários minutos, lamentando-se e maldiçoando a si mesmo por ser um canalha, um filho da puta por completo.

Seu peito doía, seu coração doía, sua mente o culpava, sua consciência o condenara.

Carla conseguiu o que queria. Pedro se arrependeu do que fez e provou que ainda amava seu filho adotivo, Júlio.

O policial passava as informações para Carla, sobre o homem loiro que chorava ajoelhado.

Então, a parte dois do plano entraria em ação. A verdade seria revelada após o julgamento, Júlio ia saber de quem era filho, ia ver se perdoa Pedro e decidirá seu futuro, se é com o amor de sua vida, ou se vai ficar sozinho pela vida inteira, sem o seu homem ao seu lado.

******

(Pedro)

Foi então, como se fosse um filme passando em minha cabeça, todas as nossas lembranças.

Lembrei de seu sorriso, de seu corpo e, principalmente, sua voz tão doce.

Foi uma bela cagada que fiz, mas a vida se encarregou de tirar a pessoa que amo.

Engraçado né, só damos valor para quem amamos, logo após perde-las fatalmente. A morte, além de mórbida e triste, tem seu lado bom.

Ela nos ensina a dar valor, mesmo a pessoa estando morta.

Nos faz enxergar o que realmente perdemos.

Fui um canalha. Fui um puto. Fui o pior homem que já existiu no planeta terra.

Naquela cela, desisti de viver. Havia perdido o garoto que me amava. Por ódio e por burrice, perdi ele. Segui a cabeça de minha mãe e me fodi.

Se eu for condenado à morte, quero morrer por tiro no meio de minha testa.

Talvez, encontro o amor de minha vida lá no céu, ou qualquer lugar de onde ele esteja.

Olhava para o nada, só via o caminho para minha condenação mortal. Prefiro morrer do que viver sem ele.

Não mereço o seu perdão, não mereço eu mesmo, não mereço viver mais. Quero devolver minha alma ao dono dela.

Agora percebi, o quanto Júlio me amava. O quanto ele se segurou para se entregar a mim. Agora dei valor a quem eu devo amar, depois da morte dele.

Para que fui dar ouvido a minha mãe? Para que me casei com Robert?

Por que eu tive que nascer?

Seria tão fácil eu nunca ter existido, para não causar minha própria dor.

Diziam que Júlio podia ser uma das vítimas, mas nada fora confirmado. Porém, eu sei que perdi ele.... Para sempre.

Agora espero o meu julgamento e minha condenação à morte.

Espero que seja por tiro, ou qualquer coisa que me mate rápido. Não mereço viver mais, não mereço dar mais dor a família de meu ruivinho. Minha morte vai redimir tantas outras que houveram na família deles e de outras pessoas que foram feridas com o tempo e com o próprio amor.

Naquele instante, parei de chorar e decidi pagar pelo o que fiz. Só espero ser condenado e pronto. Não existir mais aqui.

******

NO QUARTO DE JÚLIO....

Ana olhava seu filho dormir, profundamente. Se lembrava de quando ele era pequeno, corria pelos campos verdades, sorrindo alegremente. Agitando seus cabelos vermelhos intensos.

Teve uma vez, que ele e Pedro estavam juntos de trás de casa, brincando com os pintos e as galinhas botadeiras. Corriam atrás delas e tentavam as pegarem.

Era uma diversão tão infantil, até que um dia Pedro o pegou por de trás, o abraçou forte e disse uma frase que a marcou, desde o dia em que dera a luz para seu único filho, a frase era "Eu te amo".

Aquilo foi dito de uma forma tão inocente, que Júlio logo o abraçou, fortemente, logo beija sua bochecha rosadinha.

Os dois dão a mão e vão brincar num terreno mexido, que futuramente seria o campo de colheita das rosas do pequeno garoto ruivo.

Ela deu um sorriso amargurado. Logo lembrou-se das ameaças de morte vindas de Morgana. Teve que abandonar seu filho com Carla. Mas sua irmão fora também ameaçada pela Mãe e pela filha de morte. As duas fugiram, mas logo tomaram rumos diferentes. Porém, alguns anos depois, a irmã mais velha chamou sua irmã mais nova e a colocou para vigiar seu filho no puteiro de Morgana.

Na verdade, filho delas. Pois ele foi criado pelas duas desde o nascimento, até o dia em que fugiram numa noite fria e assustadora.

Agora olhava seu filho, adormecido em uma cama, sofrendo por alguém que o agrediu, quase matando-o.

Era para ter raiva? Sim. Mas ela decidiu que os dois deveriam ficar juntos.

Era a sina e o destino trabalhando a favor das duas.

Estava sentada ao lado da cama de seu filho, acariciando os cabelos cortados dele. Estava tão lindo com os cabelos cortados daquele jeito. Pena que os hematomas e os roxos não ajudavam em seu rosto.

Ele estava horrível. Devo confessar que ele estava péssimo. Mas o tempo é amigo de todos, mas inimigo da perfeição. Só não sabemos aproveitá-lo.

Enfim, Júlio começou a acordar. A primeira que viu, foi sua mãe biológica.

Foi então que ele perguntou por sua mãe.

― Cadê minha mãe, Ana? ― Sua voz saiu um pouco cansada e rouca.

― Está chegando, meu.... Lindo. ― Segurou sua língua. Tudo tem seu tempo para falar, e ela estava decidida para falar a verdade a ele. ― Agora dorme mais. Amanhã o doutor Jack vai medicá-lo e você vai sair daqui. Volte a dormir meu anjinho. ― Acariciou o ombro dele. Não podia tocá-lo por causa dos machucados causados pelo amor da vida dele.

Se levantou, foi até a porta, desligou a luz e foi dormir.

Ele adormeceu e logo acordou no outro dia.

******

― Acorda Pedro! ― Carla dizia alto, vendo o homem de cabelos longos agachado ao canto da cela, abraçado as próprias pernas.

Era hora de atuar e tudo tem que dar certo.

― Acordar para quê? Se nem eu dormi a noite. Não sei para que ainda estou vivo. Perdi a pessoa que mais amava neste mundo. Para que eu quero viver ainda? ― Pronto. Ele já estava arrependido.

― Pedro, eu sei o que aconteceu. Ainda não acharam o corpo dele. Mas em breve deve achar. Agora vamos Fórum. O juiz espera nos espera para o Tribunal. ― Dizia já com sua voz embargada e segurando uma mistura de risos com lágrimas.

Ele se levantou e olhou-a. seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, de tanto gritar com todos o ar de seu peito que amava Júlio.

Agora ela sabe que ele havia se entregado ao amor e enterrado, de uma só vez, o ódio que sentira por todos da família dela.

Ele a acompanhou até o carro e foram para o Fórum.

Como sempre, tinha os advogados de acusação contra ele. Mas Carla tinhas provas que ajudavam a livrá-lo, pelo, menos, da morte.

Ela entrou junto com os seus seis advogados e Pedro logo atrás sendo acompanhado por um policial e é colocado sobre a cadeira do lado da defesa dele.

O julgamento então começa. Todos a postos, a luta para ele sair inocente dali, é dura, quase impossível.

Carla levantou, chamou a testemunha de defesa. Era Túlio.

― Então Túlio, desde quando conhece o meu cliente, Pedro?

― Desde quando éramos garotos de programa na Boate Sex Blue de Morgana, senhora.

― Ele exercia alguma função além de ser puto lá? ― O olhou sério, para não fazer ele mentir.

― Não. Somente de puto, senhora.

― Logo após serem libertados de lá, viu ele alguma vez?

― Sim, senhora. Trabalhava em uma loja de roupas e ele passou por lá e nos vimos.

― Depois disso, ele te ligou, chegou a mandar mensagens, teve algum contato com você?

― Não, senhora.

― Túlio, não me falta com a verdade. Mas viu ele no dia em que ele foi embora com sua mãe para a mansão dela?

― Sim. Estava no dia de quando ele foi liberado do hospital e foi acompanhado de sua mãe. Fui contratado por uma pessoa para mata-los. ― A garganta de Carla secou-se na hora.

― E quem era esta pessoa?

― Você... ― A resposta chocou o público ali presente, fazendo eles darem "OHHHH".

― Como pode me acusar sem provas?

― Eu sei que foi você que mandou matar eles. Então foi você sim.

― Eu tinha vontade de matar eles. ― Mais uma o público reagiu ao que ela acabou de falar. ― Mas a história é outra, quem foi mandante de ele falsificar documentos e se apropriar do que tenho?

― Você já sabe que é Morgana. Então para que estão me perguntando?

― Senhor Juiz, isto era tudo.

O advogado de acusação veio, fez as perguntas de sempre, ele respondeu enquanto via os olhares ameaçadores de Carla.

Deu uma pausa no julgamento e ela foi tomar bastante café, não podia perder este caso.

Pedro estava quieto e ela nervosa. Tinha que defender ele, enquanto tinha que fingir estar abalada com a talvez perda de seu filho.

Voltou novamente à sala de julgamento, retomando a manhã e à tarde julgamento. A sentença ia sair somente à noite. Então, teriam muito tempo para ouvir testemunhas e apresentar provas contra e a favor do homem loiro.

Enfim, chegara o juiz com a sentença em mãos.

*****

Algumas horas antes...

― Júlio. Ana o chamou.

― Sim, Ana. ― Respondeu um pouco, mas não podia se levantar.

― Ainda ama ele?

― Não quero falar sobre isso, Ana. Me deixa um pouco sozinho, por favor. Preciso me olhar no espelho e ver o que ele deixou marcado em mim.

― Sim, Júlio, mas qualquer coisa, me chame bem alto, tá Okay?

― Olay.

Ela saiu do quarto e ele foi se levantando, lentamente, até pôr seus pés no chão.

Quando firmou seus pés e conseguiu se manter de pé, ficou tonto e logo as dores de tudo começaram a tomá-lo, mas ele resistiu e conseguiu caminhar até de frente ao guarda-roupa e viu como estava horrível.

Foi a primeira vez que vira assim, tão horrível, cheio de hematomas e roxos em seu rosto.

Sentia uma dor terrível na barriga, na bunda e sentia um vontade vomitar enorme.

Ele ajoelhou e vomitou sangue.

Gritou por Ana e ela veio logo o socorrer. Como era policial e enfermeira, sabia o que fazer.

Estancou o pequeno sangramento e o deitou novamente na cama. Ele caiu no sono profundo, novamente.

Ela pegou o gel que aperta e faz a pessoa ficar virgem e passou no ânus dele e vestiu-o com a cueca.

Saiu do quarto com o coração na mão. Queria chorar e gritar ao mundo inteiro que ela era a mãe biológica dele.

O fez voltar a ser virgem novamente com aquele gel, para que ele pudesse se casar com Pedro e se entregar, unicamente, ao homem que ele ama.

Todos estavam dormindo, então, ela foi descansar seu corpo e sua mente.

Agora era hora de esperar o julgamento de Pedro. Dependendo da sentença, ela ia arranjar um jeito para os dois se encontrarem e se reconciliarem.

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LEMBRANDO QUE ESTE É O ÚLTIMO CAPÍTULO DA SAGA DE JÚLIO E PEDRO. 

APENAS ESPEREM A QUALQUER MOMENTO, O EPÍLOGO DA HISTÓRIA. 

ATÉ MAIS MEU FILHOS! PAPAI AMA VOCÊS! 


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