Capítulo 17

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"Fui estuprado três vezes. Nas três, vi eu morrer e cair num lugar escuro, sem vida, sem ar, sem nada. Mas logo volto a viver. Aquela cama suja, aquele quarto sujo, aquela vida minha, inútil, medíocre. Não vivo mais, é só meu corpo que ainda teima me viver mais algumas horas, minutos, segundos, dias, meses, talvez, anos. Só quero que tudo isso se acabe. "

(DEPOIMENTO ANÔNIMO)

― Como ele está, doutor? ― Ana perguntava já entrando dentro do quarto de Júlio.

― Está bem. Só não pode sair do quarto por hoje. ― Aconselhou. ― Bem, ele já está medicado. Daqui a pouco deve acordar. Tenha um bom dia, senhorita Ana, Lola e Carla.

― Para o senhor também, doutor Jack. ― Ana retribuiu e o acompanhou até a porta.

O garoto dormia tranquilamente. Seu rosto estava machucado, alguns roxos haviam crescido ao redor dos dois olhos, o nariz estava enfaixado, pois poderia estar com algum osso ou cartilagem quebrada. Seus cabelos haviam sido cortados e amarrados, deixando-os numa caixa com o nome dele. Fizeram um penteado nele, ao estilo Zac Efron de "17 outra vez".

Destacou mais seu rosto fino e um pouco angular.

Mostrou mais daquele rosto que era tão parecido com o de Ana na adolescência.

E estava chegando a hora de ela revelar a verdade. Dizer que é a mãe dele.

*****

― O que vai fazer com os corpos de Marta, Robert e de Well Tanaby, Carla? ― Jacob se sentou de frente Carla, nos estúdios Diamond Blue.

― Por mim, pode enterrar como indigente. Perdi a política mais foda que eu já vi em toda em minha vida. Tenho que reconhecer que quase não tive cacife para encará-la como candidata à presidência do Brasil. Mas agora ela morta, vai ser mais fácil eu ganhar e me eleger pelo povo Brasileiro. Meu sonho é ser eleita e elevar o Brasil a um patamar mais alto do que já está. ― Entrelaçou seus dedos, tendo seus pensamentos numa distância longínqua.

― É o desejo de seu tataravô Gaspar III?

― Sim. Ele queria tanto, que uma de suas descendentes fosse a presidenta do Brasil. Ser a mulher que vai dar mais oportunidades a todos os brasileiros, vai acabar com a prostituição feminina e masculina de uma vez por todas, que vai trazer mais condições melhores para o povo brasileiro. Mas para isso, preciso do apoio do Ronald Freeckbatche.

― O presidente dos Estados Unidos?

― Sim. Ele mesmo. Está me devendo um favor, agora vai me pagar com o apoio dele. ― Riu alto, jogando sua cabeça para trás de sua cadeira de couro. ― Vale a pena ser poderosa, rica, ser a mulher mais foda do planeta! ― Gargalhou junto com seu amigo, ex-cunhado.

― Você não presta mesmo, Carla!

― Não! Eu não presto.... Não valo é nada! ― Os dois caíram na risada, logo são interrompidos por batidas na porta.

Se recompõe.

― Pode entrar! ― Falou ao microfone, que seu som saía ao lado de fora, quando o modo silêncio estava ligado.

O funcionário entrara e entregou uma carta vinda do Juiz Moro Silveira.

― Ele quer que eu vá para o julgamento de Pedro. Mas certeza que ele é condenado a prisão por alguns meses. Mas, vou fazer de tudo para ele sair de lá hoje e morar em casa.

― E se ele não quiser ir lá?

― Ou ele vai por bem, ou vai por mal. Sabe que não dou mole a ninguém.

Diamante - Livro 02Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon