Capítulo 11

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"Um garoto foi assassinado em uma casa vazia e distante de um bairro pobre da cidade de Corrutela. De acordo com as informações que foram dadas, o garoto foi estuprado violentamente por mais de dez homens nesta casa e logo morto a tiros. As balas atingiram seu peito, costas e sua barriga. O garoto não resistiu e morreu no local. Os estupradores não foram identificados e nem localizados. O mistério acerca deles ainda continua rondando toda a pequena cidade.

(FONTE: O jornal de Corrutela)

― Eu te amo, Júlio. Por favor, não me deixe. ― Pedro abraçara o corpo inerte, ensanguentando pelo tiro que acabara de tomar no peito. Ele chorava descontroladamente, desesperado que seu amor estava morrendo, mas morrendo nos braços de seu homem.

― Pedro, eu sei que você me ama. Pois eu... também... ― tossiu ―, te amo Pedro. Mas me deixe morrer, por favor. ― Júlio estava deitado nos braços de seu homem, agonizando e já quase dando seus últimos suspiros de vida.

― Não! Não! Você não pode morrer, Júlio! Agora que percebi que você é o amor da minha vida! ― suas lágrimas escorriam pelo seu rosto e caía pelo rosto de seu amado.

― Percebeu tarde.... Pedro.... ― foram suas últimas palavras, antes de morrer.

Seus olhos foram se fechando, lentamente, até tudo se tornar escuro e seu corpo morrer.

Júlio morreu nos braços do amor de sua vida. Nunca mais ia ser feliz ao lado do garoto que ama.

Os olhos azuis pararam-se, encarando o nada. Pedro chorava desesperado.

― Júlio, não! Não! Não! ― berrava, desconsolado, sem chão. O amor de sua vida havia morrido e ele percebeu que o amava tarde demais.

O corpo sujo, magro, estava morto nas mãos de Pedro. Júlio apareceu nos últimos segundos, antes que Pedro fosse assassinado por Gideon, jogou-se na hora que ouviu o disparo, bem na frente dele e recebeu o tiro, diretamente no coração.

Gideon, desesperado, correu em direção a mata e fugiu do local. Não houve mais notícias dele. Os dois ficaram a sós.

O corpo de Júlio foi enterrado ao lado do pai dele, Carlos, na fazendo de onde cresceu e de lá, conheceu o lado obscuro de sua família e de onde nunca deveria ter saído.

Somente Pedro ficou, depois que seu garoto ruivo fora enterrado. Encarava a lápide, com uma foto de Júlio, sorridente, trazendo alegria para um local tão triste.

O vento batia e mexia levemente os cabelos loiros de Pedro. Estava com as mãos dentro da sua calça jeans e seus olhos estavam vidrados na foto de seu ruivinho.

Uma dor crescia dentro de si, era o de arrependimento, por não ter ficado com Júlio antes que sua mãe o fizesse se casar com qualquer garoto.

― Quem deveria ter morrido, era eu. ― disse com a voz embargada. ― Nunca deixei de te amar, nunca. Você é o amor da minha vida. É o tesouro que eu devia ter guardado e escondido. Por que não o impedi de ter recebido aquela bala? Por que? Júlio, nunca vou me casar, nunca vou ficar com ninguém. Não serei com mais ninguém, pois sei que seria feliz contigo. Mas você morreu. Júlio, eu te amo. O amor que sinto por você, não vai ser transferido para outro homem, ele é seu, eu sou seu. ― silenciou-se, baixou sua cabeça e foi embora, cansado, desconsolado, triste. Não tinha mais lágrimas para chorar. Apenas sentia seu coração doer de raiva de si mesmo, sentia sua vida esvanecer, acabar.

Olhou, pela última vez, a lápide de seu amado, ficou alguns segundos encarando aquela construção de cimento, pedras, vidros e uma foto.

Até que sente uma pontada no coração. Ajoelha-se na hora, sentindo uma dor agoniante em seu peito.

Diamante - Livro 02Onde as histórias ganham vida. Descobre agora