Epílogo

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"Desde cedo, fui um garoto sofrido, que sempre buscou com o trabalho aquilo que eu sempre desejei. Meus sonhos eram de se tornar um grande dançarino. Mas, meus sonhos tornaram-se pesadelos. Meu pai, Carlos, deu-me como se fosse uma mercadoria qualquer, para um homem estranho em troca de sanar todas as dívidas dele.

No mesmo dia que soube disto, perdi minha inocência, fui desflorado e entrei no mundo obscuro da prostituição e do sexo. Conheci o lado mal, a obscuridade dos homens e o meu sofrimento apenas começara.

Dormi e no outro dia, o tal agiota estava se arrumando, pagou a outro pernoite e foi embora deixando-me sozinho naquele quarto. Foi então, que dois minutos depois dele saiu, três homens entraram, trancaram a porta, tentei fugir, mas me pegaram e me fizeram desacordar. Logo depois, sou estuprado várias vezes e eles, e jogam dentro de uma lixeira ao lado de um mendigo quase morto, para morrer. Foi então que Morgana apareceu em minha vida e a transformou em um inferno completo. Mas tenho que agradecer a ela. Pois se não fosse ela, hoje estaria morto.

Me tratou e me salvou da morte. Mas tinha um preço. O preço era para eu me prostituir numa boate gay ao centro da enorme megalópole Sam Devour.

Foi lá que conheci ele... O amor da minha vida, a pessoa que me ensinou a amar e aquela a quem eu me entreguei, de corpo e alma. Foi lá que conheci Pedro. Nunca senti um amor tão forte dentro de mim, que fosse capaz de perdoar ele, mesmo que ele tivesse me traído ou feito qualquer coisa contra mim.

Depois da boate, vi quem realmente ele era. Era apenas mais uma laranja de sua mãe, era o controle remoto dela. No esconderijo, decidi continuar a minha vida e deixar meu passado para trás. Mas estava enganado, muito enganado. Nunca deixei de pensar nele, sequer um minuto de minha vida.

Doutor Bruno ficava me cantando, até que um dia eu cedi e me entreguei a ele.

Um erro, um fracasso meu. Não podia ter ficado com ele. Eu não pertencia a ele, pertencia a Pedro, ele sim era o meu dono, dono de mim, do meu corpo, da minha vida e dono do meu coração.

Sai do esconderijo e fui para a casa de minha mãe. Durante os dias, foi bom.

Até que eu soube da notícia de Bruno. Foi o dia mais triste para mim.

Mas o pior ainda estava por vir. No dia da festa, o tio de Robert tentou me estuprar, mas logo dei uma garrafada de vinho em sua cabeça e ele desmaia. O sobrinho dele, casado com Pedro na época, vem para cima de mim, porém, é logo degolado por Gideon, meu irmão. Ele me vingou, vingou e honrou nossa família.

Quando Marta entrou, ele fechou a porta imediatamente, a segurou por de trás e a degolei. Nunca mais mato ninguém e não conto para o Pedro que fui eu o assassino de sua mãe adotiva. Sim, eu sei que ele é adotado. Mas não vou contar nada mais. Não faço mais parte da vida dele.

Ele entrou, brigou comigo e me espancou. Gideon viu aquilo e nada pôde fazer por mim. A cada soco, a cada chute, meu coração doía, sentia que deveria morrer. Mas sentia o amor por Pedro se transformar em ódio. Em vez de um "Eu te amo", dei um "Eu te odeio". E finjo que desmaio. Ele sai da adega e eu sou levado por Gideon até o meio da mata.

― Vai embora não, Gideon. Fica. ― Disse eu, por fim, quase desmaiando.

― Vou ter que ir irmãozinho. Me perdoe. Um dia voltarei. Fique com Deus e na paz. Mãe vai cuidar bem de você, tá? ― Disse acariciando o meu rosto todo machucado.

― Tá. Mas não desapareça. Só resta você, Simeon e o Jorge de irmãos para mim.

― Está bem. Apareço. Mas não é a hora. ― Eu apago, mas minha última visão, foi a dele sorrindo e acariciando meu rosto, logo beija a minha testa, então, tudo se torna escuro.

Diamante - Livro 02Onde as histórias ganham vida. Descobre agora