Capítulo 13

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"Me abusou desde os meus treze anos de idade. Não aguento mais esta dor. O que vou fazer para meu sofrimento acabar? Não aguento mais esta maldita dor na minha bunda. Não aguento mais. Vou morrer.... Estou morrendo. Meus olhos estão se fechando, a escuridão se formando e logo perco meus sentidos. Naquele momento, eu morri. Mas revivi em outro lugar. Recomecei minha vida. "

(DEPOIMENTO ANÔNIMO)

― Hoje, Pedro, está assumindo tudo que Carla tem. A casa de onde ela mora, é sua agora. Mas não poderá expulsar os familiares que aqui moram. ― o juiz falou e Pedro assinou o papel.

― Bom, como a casa é minha agora. Quero o quarto de Carla. ― exigiu e ela arregalou os olhos ao ouvir aquilo.

― Vou tirar.... Vou tirar.... Vou tirar meus pertences de lá. ― subiu-lhe uma imensa vontade de matar Pedro, mas se segurou e esperou que o tempo de sua vingaça já estava quase chegando e ele ia pagar tudo o que estava fazendo com ela.

Ela tirou e colocou no antigo quarto de hóspedes. Era um quarto um pouco maior, mais arejado e um pouco mais bonito na decoração do local, tinhas duas sacadas e uma banheira com hidromassagem. Guardou suas coisas e foi até a sala, pegar suas coisas e ir para o canal.

Não aguentaria ser tratada como uma estranha na própria casa. Tinha que fingir que havia perdido tudo, para depois dar a surpresa a eles.

Não poderia nunca desistir de suas riquezas e de seu filho, Júlio.

Sentiu seu peito doer, seu coração acelerar. Tinha que achar logo ele. Não poderia mais ficar esperando por notícias. No dia seguinte, ia sair de madrugada e ia procurar pelo seu filho, custe o que custar, ia tê-lo ao seu lado, sabendo de toda a verdade.

Mesmo sendo pobre, perdendo tudo o que conquistara, ia ser feliz, verdadeiramente, com seu filho, sua irmã e o outro filho com seu esposo.

****

― Deveria morrer, quando tive chance. ― confessava a si mesmo enquanto Júlio, o puto loiro, cuidava de alguns ferimentos e cortava de tesoura, o terno exclusivo de Wettmer, o dono da Coco Chanel.

― Não fala uma coisa dessas. Estás bem e vai sair daqui. ― Júlio, o puto loiro, retrucou e continuou a cortar suas vestes, até que termina e faz o garoto ruivo se levantar, ficando somente de cueca. ― E, aliás, és uma delícia só de cueca. Não deveria estar nesse mundo sombrio que vivo.

― A quanto tempo?

― Há dois dias só.

― Há dois anos... ― deu uma pausa, respirando fundo e segurando as lágrimas. ― Eu me prostituí durante três semanas. Sei o que é este mundo. Conheci homens nojentos e velhos, conheci o medo, a luxúria e conheci o meu maior inimigo.... ― sua voz cortou-se, engolindo em seco.

― Quem? ― o puto loiro pegou os restos de roupas e jogou em uma lixeira grande e alta.

― O amor. Me apaixonei por ele, pelo puto loiro e mais belo que já existiu...

― Se apaixonou por um puto do mesmo lugar que você se prostituía. E quem era ele?

― O Pedro Medeiros de Magalhães. ― baixou sua cabeça. E Júlio, o loiro, ficou surpreso, pois um de seus clientes, já fora um puto da noite e que foi o homem que deixou lembranças de uma foda boa.

― Júlio, você ainda ama ele? Jú, posso te chamar assim?

― Sim, pode. É o meu amigo. ― afagou os cabelos ruivos dele, logo abraçou-o fraternalmente.

Diamante - Livro 02حيث تعيش القصص. اكتشف الآن