Carol - Ao seu lado encontrei...

By Mikalves19

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LIVRO REGISTRADO- PLÁGIO É CRIME. Carol perdeu a família em um acidente de carro aos dez anos de idade e desd... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5- Parte 1
Capítulo 5- parte 2
Capítulo 6
NOVA HISTORIA
Capítulo 7
Capítulo 8
AVISO
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capitulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23- parte I
Capítulo 23- parte II
Capítulo 24
Capítulo 25
Bônus Camila
Capítulo 26
capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 28-parte II
Capítulo 29
Bônus Cristiano
Capitulo 30
Capitulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Pausa temporaria
Capítulo 34 - FIM
Epílogo
Nova Historia -Prólogo

Bônus Jonas

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By Mikalves19


Oi querdxs!

Um bônus do Jonas para esclarecer algumas ouvidas. Quem leu o livro dos pais do Heitor, e tiver uma boa memoria já saberá quem é o homem por trás de tudo que vem acontecendo. Se me lembro bem uma leitora já até falou desse velho conhecido do Cris que é citado brevemente em um dos capítulos do livro dele. Para a leitora que já comentou isso aqui, queria dizer que Flor, você é esperta, sacou na hora quem era o Sergio monteiro na verdade. kkkk

Bom espero que vocês gostem. O próximo será do Heitor. Deixe sua estrelinha e seu comentário.

Beijinhos e até mais.

SEM REVISÃO

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Estava parado junto com os outros seguranças ao lado da porta do quarto da Heloísa. Olhava a cena a minha frente com nojo, mas não demonstrava sinais do meu verdadeiro sentimento. Tinha certeza absoluta que meu rosto era impassível, mesmo que meu interior rugisse de raiva e nojo. Essa foi uma das coisas que eu aprendi com os anos:sabia mascarar perfeitamente as minhas emoções, assim como o psicopata que estava abraçando a esposa e o filho em prantos na minha frente: o Sr. Cristiano Selig Fênix, assassino do sócio do meu pai e o homem que acabara com as nossas vidas. Ele abraçava a esposa e o filho ao mesmo tempo, a pequena mulher sumindo entre os dois homens fortes que a envolviam. O filho realmente havia saído uma copia do pai em aparência, mas havia puxado a mãe em personalidade. O Heitor era um bom homem, assim como a mãe e a irmã eram boas. No fundo eu tinha pena dos três, conviviam dia a dia com um crápula sem imaginar do que ele era capaz de fazer, mas não os culpava, devo admitir que ele era um bom ator.Eu cresci aprendendo a odiar aquela família, desde muito cedo eu fui treinado para destruí-los, mas tive um baque quando vi pessoalmente meu objeto de vingança e ira e senti minha confiança abalar quando entrei em contato direto com eles. O Sr.Fênix escondia bem seu lado negro e para quem não o conhecia ele se passaria como um perfeito homem de família. Os filhos muito educados, sempre tentavam se manter próximos dos funcionários, mas o que realmente tinha o poder de foder a minha cabeça era a esposa, a Sra. Camila Fênix. Uma bela negra de olhos grandes e marcantes, cabelos cacheados e curtos, um corpo magro e torneado. Não, eu não a desejava como mulher, longe disso, eu via nela uma mãe que eu não tive. Era um carinho maternal. Ela era uma pessoa doce, e tinha uma especie de pureza que encantava, não era aquela pureza ingenua ou angelical, era a pureza de uma mulher que genuinamente se preocupava com os outros. Isso definitivamente fodia com a minha cabeça a ponto de me fazer repensar tudo que eu aprendi em uma vida inteira. As vezes eu me pegava pensando,deitado na cama sozinho, se era possível uma mulher como ela ser casada com um monstro sanguinário como aquele crápula. Era nítido que ela amava o marido, e eu me surpreendi ainda mais ao perceber que aquele psicopata era capaz de amar, isso era algo inegável. Qualquer ser humano que enxergasse os dois juntos percebia aquela conexão que os unia, a dependência que um tinha do outro era algo assustador. Eram verdadeiramente a Bela e a Fera, só que no caso deles a fera não era um príncipe sob um feitiço obscuro e sim um psicopata que escondia seu mau caráter e doença embaixo de um terno caro. Para ser sincero eu tinha pena da mulher e dos filhos dele. A esposa então não fazia ideia do homem que dormia ao seu lado na cama. Ela o olhava como se ele fosse a perfeição, um homem que a mantinha presa, que sequer deixava ela respirar sem estar acompanhada por ele ou por algum homem armado, ela vivia em uma prisão e o marido era seu carcerário, mas ela não se dava conta disso. Ela o olhava como se ele fosse um enviado do céu para lhe trazer paz e ele a manipulava de tal forma que a fazia dependente dele. Eu já havia notado como ela ficava quando ele não estava por perto, sempre torcia aquele colar entre os dedos e ficava aflita, era sempre mais fria e distante conosco, era visível que ela tinha medo de se aproximar de outro homem quando ele não estava por perto. Ele já havia fodido com a mente dela, a manipulado, como um verdadeiro psicopata faz ou então eu estive fodidamente enganado minha vida toda sobre o Sr.Fênix...Não, eu não poderia ter me enganado assim. Eu vi as fotos do sócio do meu pai caído no chão, com o corpo cravado de balas e o chão ensopado de sangue em sua volta. Seu rosto negro pálido e sem vida, assim como seus olhos abertos que mesmo mortos transmitiam o terror que havia passado nas mãos daquele desgraçado. Ele havia executado um e arruinado meu pai por dinheiro.

Eu não desviava meus olhos dos três e senti um nó se formando em meu cérebro. Confesso que as vezes eu me simpatizava com o homem a quem eu odiava, me pegava pensando que queria ter um pai com ele, mas rapidamente eu levava esse pensamento para longe. Eu tinha um pai, ele poderia ser frio e distante, ele poderia ter abandonado a minha mãe e só ter voltado a me procurar depois da sua morte, mas pelo menos ele não era um psicopata sanguinário e doente. Eu sempre repetia isso para mim mesmo, todas as noites antes se dormir.Era assim que eu impedia minha mente de se enganar durante esses anos em que convivo com o Sr.Fênix.

-Lamento interrompe-los, mas temos assuntos práticos que não podem esperar. Precisamos que o pai da criança registre o bebê para darmos andamento ao enterro. - a doutora falou.

O Sr.Fênix tirou os braços da volta dos dois. A Camila chorava copiosamente, assim como o Heitor, e o mais impressionante era que o psicopata também chorava, era um choro contido de poucas lagrimas, mas ainda sim ele chorava. Como eu disse: ele era um ótimo ator.

-Registrar?- o Heitor perguntou confuso.

-É. Os bebês com mais de sete meses tem que ser registrados, mesmo os natimortos. Você não precisa dar um nome para a criança, apenas colocar o seu nome e o da mãe do livro de registro. Eu preciso que você faça isso agora, pois só assim poderemos prepara-lo para o enterro.- a médica explicou.

O filho mais novo dos Fênix fechou os olhos e puxou o ar com força.

-Nós vamos com você filho.- o sr. Fênix propôs e colocou a mão no ombro do filho.

-Está bem.-o Heitor respondeu e abriu os olhos.- Onde eu devo ir para registra-lo?- ele perguntou.

-Eu vou leva-los até lá. Me sigam por favor.- a doutora respondeu e virou as costas.

Sem dizer mais nada ele seguiu a médica e seus pais foram atrás. Eu os observei caminhando pelo corredor. A Camila abraçada ao marido, seu corpo pequeno ao lado do corpo bem maior e mais forte que o seu, um dos braços do psicopata envolta dos seus ombros em um gesto de posse que ela cegamente sempre confundia com proteção. O outro braço do homem de cabelos grisalhos passava envolta dos ombros cabisbaixo do filho. Os três, um ao lado do outro, só faltou a Agatha Fênix para completar o retrato da família construída em cima de mentiras e sangue inocente.

Assim que eles sumiram pelo corredor meu celular apitou. Eu peguei o aparelho no bolso interno do terno e tinha chegado uma mensagem de número anônimo, mas eu não precisava de identificação para saber quem era meu pai.

"Como estão as coisas Jonas?" Ele perguntava.

"O bebê nasceu morto. A Heloísa está em observação,mas ela está bem." Eu respondi.

O celular fica por um bom tempo sem apitar, mas quando ele volta a dar sinal de vida foi para mudar o rumo das coisas.

"Está na hora de agir então. Faça como combinado, me traga a esposa. Tem homens meus do lado de fora do hospital, dê um jeito de entregar essa mulher para um deles. É hoje Jonas, vamos dar um fim nessa história. Vamos ter nossa vingança, não falhe na sua missão." A mensagem foi clara e direta.

Eu senti um arrepio pelo corpo e por um minuto pensei em desistir. Ele queria que eu pegasse a Camila, eu já sabia disso, pois era exatamente para pega-la ou um dos filhos do Sr. Fênix que eu havia me infiltrado naquela mansão, mas imaginar a Camila nas mãos do meu pai me deixava estranhamente mais aflito do que ver ela com o marido. Varri aquela sensação para longe do meu peito e comecei a pensar em como faria para conseguir pegar a Sra. Fênix e leva-la para fora do hospital, acabei chegando na conclusão de que aquilo seria impossível. O sr. Fênix não desgrudava da esposa, ele sempre andava um passo atras dela. Tinha certeza de que nem mesmo no banheiro ele a deixava ir se ele não estivesse em guarda do lado de fora. Seria impossível. Ainda estava pensando nisso quando a porta do quarto foi aberto e a Carol passou por nós correndo. Ela ia desesperada pelo corredor e quando ela virou em um dos pontos me surgiu uma ideia. Meu pai precisava de alguém da família para afetar o patriarca, a Carol poderia muito bem servir para esse objetivo. Todos sabiam o quanto filho mais novo do Fênix era apaixonado pela moça, chegou até mesmo a entrar em uma boca para busca-la. Sem contar que ela era noiva do moleque, ela já era praticamente da família Fênix, eles gostavam dela, seria perfeito.

-Eu vou atras da senhorita Carol. Fiquem a postos aqui.- eu falei com os homens que me acompanhavam na segurança dela.

-Sim senhor.-eles responderam em uníssono.

Eu assenti e sai atras da Carol. Caminhava rápido pelo corredor e quando virei a esquerda vi de relance ela entrando em uma porta. Olhei pelo corredor em buscas de câmeras e avistei duas, uma no inicio e outra no meio, mas aquilo não seria problema, com certeza seria eu que olharia as filmagens depois então seria fácil sumir com algumas fitas. Eu fui caminhando devagar para não chamar atenção até que cheguei em frente a porta onde Carol havia entrado. Percebi que era um banheiro feminino. Tirei o clorofórmio e a gaze do meu outro bolso interno do blazer. Sempre andava preparado para caso a oportunidade se fizesse presente, um bom soldado sempre saia bem equipado para guerra. Embebi a gaze com o liquido de forma discreta e olhei para os lados para ver se a barra estava limpa. Assim que notei que poderia entrar no banheiro sem chamar atenção eu abri a porta. Agi como um felino, ágil e sem barulho. A Carol estava curvada em direção a pia e meu reflexo no espelho me fez hesitar por um momento. Eu me senti um traidor da pior especie, mas então me lembrei do meu pai. Eu devia isso a ele. Sem pensar em mais nada eu dei três passos largos em direção a Carol, acabando assim com a distância entre nós. Cobri sua boca e seu nariz com a gaze e passei meu braço livre em seu tronco a puxando para mim. Suas bateram contra mim com força e ela arregalou os olhos quando olhou para os espelhos. A surpresa e desesperos se misturaram em sua expressão. Ela começou a se debater, tentou me arranhar, mas eu me mantive imóvel. Não demorou muito até que seu corpo amolece e ela fechasse os olhos. Ela desmaiou em meus braços e eu a levantei do chão com facilidade. Apagar a garota foi fácil, difícil seria sair com ela dali sem chamar atenção. Comecei a trabalhar em cima desse problema, como faria para tirar a Carol do hospital sem chamar atenção? Depois de alguns segundos eu tive uma ideia. Entrei em um dos reservados e me sentei no vaso com a Carol em meu colo. Seu corpo mole parecia sem ossos sob meus bracos. Com muito custo eu consegui apoia-la com a cabeça em meu ombro e passei um braco firmemente sob seu corpo. Com a mão livre eu peguei meu celular e disquei o numero do chefe dos capangas que estavam esperando na porta do hospital. Ele atendeu no primeiro toque.

-Pode mandar.

-Arranje sacos de lixo resistentes e grandes o suficiente para comportar uma mulher de 1,65m e aproximadamente 60 kg.- eu ordenei e desliguei o celular.

Agora não teria volta. Iria até o fim

.

.

.

Estava sentado na mesa junto com o Douglas e o Felipe. A guarita estava tranquila e de onde eu estava tinha uma visão ampla da frente da mansão Fênix. Levei o copo de café á boca e fitei a fachada da enorme mansão. A construção majestosa em cor branca se erguia imponente assim como seu dono, o Sr. Cristiano Selig Fênix, assassino do sócio do meu pai e responsável por acabar com toda a minha família. Um homem que posava de bom homem, pai de família e marido fiel, mas não passava de um assassino frio e impiedoso. Eram cinco anos, fodidos cinco anos ali, convivendo lado a lado, sendo obrigado a conviver com o algoz do meu pai. Vendo a felicidade do homem que tirou de minha família tudo que nós possuíamos. Olhava fixamente para a porta principal quando tive a minha atenção desviada pelos sons de gargalhadas. Os homens sentados na mesa riam de alguma piada escrota.

-Você ouviu essa Jonas?- o Douglas perguntou ainda gargalhando enquanto levava um pedaço de bolo na boca.

Eu olhei para os dois marmanjos e forcei um riso. Nunca tive saco e muitos menos achava graças em piadas daquele nível, mas infelizmente tinha que fingir. Precisava me enturmar para sempre estar em alta com os homens. Eu voltei minha atenção novamente para a mansão e fiquei a observando. Quando menos esperava o Heitor sai de dentro da casa correndo, seu pai veio logo atras com a esposa e a filha juntamente com o noivo ao seu encalço. O homem mais jovem corre em direção ao carro, mas o Cristiano o alcançou e o segurando forte em seus braços, o filho se debateu tentando se soltar fazendo com que os dois caíssem ajoelhados no chão. As gargalhadas ao meu redor cessaram e eu levei o copo de café outra vez na minha boca, tomei mais um gole enquanto assistia a cena. Já fazia três dias que a Carol estava nas mãos do meu pai, desde então o moleque estava descontrolado.

Depois de colocar a Carol em um saco de lixo e despachar para fora do hospital eu voltei ao meu posto. Vi o Heitor se debatendo, arrancando os cabelos com as mãos enquanto tentava incessantemente achar a noiva pelos corredores do hospital vilela. Eu disse a eles que havia perdido a Carol de vista depois que ela correu para fora do hospital. Eu senti que o Sr.Fênix havia ficado desconfiado da minha história, mas não me importei. Faltava pouco para eu sair daquele inferno e viver minha vida livre. Só estava ali dentro ainda para ficar por dentro do que acontecia no território inimigo. Pelo jeito tudo ia de acordo com o plano e sorrio ao pensar que em breve tudo iria acabar. Só esperava que nada demais acontece com a garota, porque pelo jeito as coisas não iam muito bem para o lado dela. Ainda me lembro das palavras do meu pai.

. . .

"Depois de sair da mansão eu fui diretamente para o galpão abandonado onde eles mantinham a moça. Cheguei ao local por volta de 22h00 e assim que coloquei meus pés dentro do galoai eu avistei a Carol amarrada a uma cadeira e com uma mordaça na boca. Ela já estava acordada e seu rosto banhado de lagrimas. Meu pai estava de pé ao lado dela e seu homens se posicionavam em volta dos dois. Eu me aproximei mais e percebi que meu pai tinha uma expressão de desagrado no rosto.

-Eu mandei você me trazer a esposa Jonas. Não a puta particular do Heitor.-ele rosnou baixo ainda encarando a moça que chorava amarrada na cadeira.

-Era impossível pegar a Camila pai. O homem não desgruda dela um segundo sequer. Na verdade eu tive sorte de ter conseguido pegar a noiva do Heitor, porque ele também custa a desgrudar dessa aí- eu respondi indicando a Carol com a cabeça.

-Acontece que eu não queria ela. Eu queria a esposa. A Camila que deveria estar aqui amarrada nessa maldita cadeira.

-Mas...

-MAS NADA IMBECIL. VOCÊ É UM INÚTIL JONAS.- ele gritou e levantou a mão para me bater.

Eu segurei sua mão no ar e o encarei serio. Já havia passado a época que eu tremia diante dele.

-Não levante a mão para mim. Eu já sou homem, e homem não leva sem revidar.-eu avisei.

Ele puxou a mão com raiva e se virou para a Carol. Logo em seguida desferiu um soco no seu rosto, fazendo com que ela arfasse de dor e intensificasse o choro. Ele levantou a mão para acerta-la outra vez, mas eu entrei na frente.

-Faca isso de novo e eu arranco a sua mão.-eu avisei entre dentes.

Ele começou a gargalhar e me olhou com divertimento.

-Céus! Não me diga que você está gostando da neguinha também?- ele falou rindo.

Eu trinquei a mandíbula e fechei os punhos com força. Não era questão de gostar, era questão de crueldade. Eu não havia pegado a garota para ser espancada nas mãos dele. Aquilo seria apenas para obrigar o Fênix a devolver o que era nosso por direito.

-Se você bater nela outra vez eu arranco a sua mão. Eu não irei repetir esse aviso.- eu falei outra vez.

Ele levantou as mãos em rendição e se afastou um passo.

-Está bem. Por enquanto ela não vai apanhar...por enquanto..."

. . .

-Esse menino ainda vai acabar enlouquecendo. Estou com pena dele.-o Douglas diz com pesar me tirando dos meus pensamentos.

-Ele está em um estado de dar dó. Tenho até medo do que pode acontecer se essa menina não voltar viva.- o Felipe completou.

-Ela vai voltar.- eu respondi a eles.

-Como você pode ter certeza disso?- o Douglas perguntou.- Eles estão mudando o valor do resgate a cada vez que ligam, parece que eles não querem entrega-la.

-Ou então querem mais dinheiro. Acho isso mais obvio.- eu respondi.

-Mais dinheiro? Cinquenta milhões não está bom? Daqui a pouco eles pedem até as calcas do patrão.- o Felipe comentou.

-Cinquenta milhões não é nada para essa família Felipe. Só essa mansão vale mais de vinte.- eu respondi ainda olhando em direção a porta da mansão.

O Heitor ainda chorava ajoelhado no chão com o pai e sua mãe e irmã se juntaram aos dois. Com certeza meu pai deve ter enviado algum vídeo da Carol para eles e algo me dizia que não era um vídeo bonito de se ver, mas aquilo era um mal necessário para fazer a justiça.

-Até agora eu não consigo entender como essa garota foi levada. O que foi que aconteceu mesmo Jonas?- o Douglas me perguntou.

-Ela correu para fora do hospital e um carro a pegou. Infelizmente não tive condições de impedir, cheguei a atirar no carro, mas não acertei.- eu expliquei outra vez.

-Entendi.- ele disse com uma expressão de quem não havia acreditado.

Fodas, eu estava pouco me fodendo para aquela porra. Estaria saindo da mansão dentro de poucos dias então não precisava fingir. Ainda observei o Sr.Fênix levantar o filho do chão e os quatro começarem a ir em direção a mansão. Eu terminei de tomar meu café em um gole só e me levantei da mesa. Meu expediente já havia acabado há mais de vinte minutos e eu iria fazer uma visita ao galpão, queria ver o que foi que meu pai tinha feito dessa vez.

Fui até o armário onde os seguranças guardavam seus pertences pessoais e coloquei meu dedo no leitor de biometria. Poucos segundos depois o meu armário se abriu. Ali na guarita possuía uma parede inteira de armários destinados aos seguranças, onde continham as armas e os comunicadores individuais. Cada um tinha seu compartimento separado e com código por impressão digital. Somente o segurança credenciamento poderia abrir o seu armário. O Allan, que era o chefe de segurança, era o único que tinha acesso a todos os armários. A mansão Fênix era uma verdadeira fortaleza, tinha segurança de ponta e os melhores profissionais do mercado, o Sr. Fênix era um homem que cuidava da sua casa de todas as formas possíveis e eu sabia que ele mantinha uma pessoal em seu cofre. Ele era um homem precavido e esperto, controlava tudo ao seu redor com mãos de ferro, não deixava nada escapar do seu radar, por isso eu estava ali a cinco anos e até hoje não havia conseguido a minha vingança. Para colocar a mão nele ou em alguém daquela família precisava de muito planejamento e paciência, felizmente eu possuía essas qualidades. Fui treinado desde os quinze anos para me infiltrar naquela mansão, foram eram mais de dez anos de treinamento em armas e lutas até conseguir chegar no nível para fazer parte do quadro de seguranças daquela fortaleza e mais cinco fazendo de tudo para me manter ali, e hoje era considerado um dos homens de confiança. Não foi algo fácil chegar naquele ponto e a prova mais difícil foi enganar o Sr. Fênix. Ele custou a abrir a guarda para mim, na verdade a sua desconfiança só passou depois do terceiro ano que eu estava ali.

Eu abri a porta do meu armário e sorri por dentro, agora faltava pouco tempo para tudo aquilo acabar. Eu mostraria ao mundo quem era o verdadeiro homem por trás do terno e faria ele pagar pelo mau que havia feito, não só a mim, mas a todos a quem ele destruiu por ganancia. Eu tirei a glock do meu coldre e guardei no cofre juntamente com meu ponto comunicador. Voltei a fechar o armário e sai da guarita sem dar satisfações aos dois homens que haviam ficado. Caminhei diretamente até onde os veículos dos funcionários ficavam estacionados e subi em cima da minha moto 900 cilindradas, coloquei meu capacete e dei a partida seguindo em direção ao velho galpão. Demorei por volta de quarenta minutos até chegar ao local distante em uma área abandonada, eu desliguei minha moto, tirei meu capacete e caminhei em direção ao portão enferrujado. Aquele galpão se parecia muito com o que o Sr.Fênix havia levado meu pai e madrasta há algumas semanas para espanca-los. Ele havia deixado meu pai em um estado deplorável, três costelas quebradas, um dente e o pulso esquerdo quebrado, o rosto então ficou desfigurado pelos chutes que levou... aquilo só fez o meu ódio por aquele psicopata aumentar.

Dois homens aguardavam na entrada, eu os cumprimentei com um aceno de cabeça e entrei. primeira coisa que me chamou atenção foi o choro de mulher, era baixo, mas perfeitamente audível e fazia eco no ambiente desprovido de imoveis. A escuridão do local era quebrada por uma luz fraca e alaranjada de uma unica lampada no centro do teto. Meu pai estava sentado em uma cadeira e seus homens estavam nas janelas, mas o que mais me chamou atenção foi a Carol caída ao chão nos pés do meu pai. Eu corri até ela e me agachei na sua frente, seu olho esquerdo estava completamente roxo e sua boca tinha um corte profundo que sangrava. Seu vestido laranja agora estava rasgado e manchado com o sangue que escorria da sua face.

-O que aconteceu Carol?- eu perguntei e fiz menção de pega-la.

-NÃO ENCOSTA EM MIM.- ela gritou e se encolheu ainda mais no chão.

Eu me virei para meu pai e ele tinha um olhar frio enquanto fitava a mulher na nossa frente.

-O que você fez com ela seu desgraçado?- eu perguntei entre dentes.

-Fui obrigado a mostrar para essa neguinha que eu não aceito desaforo. Aproveitei e mandei outro vídeo para o noivo frouxo para eles verem que eu não estou brincando.- ele disse friamente.

Eu me levantei do chão e parei na sua frente. Fechei minhas mãos em forma de punho e senti minhas narinas dilatadas a procura de ar. Eu estava possesso.

-Eu não peguei a moça para ser espancada por você Paulo.- eu rosnei baixo.

Ele se levantou da cadeira e me encarou.

-É um mal necessário garoto. Eu vou bater nessa neguinha até aqueles desgraçados me darem o que eu quero.- ele respondeu.

-Pegue logo essa merda de dinheiro. Cinquenta milhões é o suficiente para a vida inteira pai.

-PARA MIM NÃO É. ERA PARA EU SER O DONO DAQUELA COMPANHIA INTEIRA. VOCÊ ENTENDE ISSO MOLEQUE? CINQUENTA MILHÕES NÃO É NADA PERTO DAQUELA COMPANHIA. EU PERDI TUDO, TIVE QUE COMEÇAR DO ZERO. VOCÊ ACHA QUE ISSO É FÁCIL?! EU NÃO QUERO SÓ DINHEIRO EU QUERO VINGANÇA.- ele gritou descontrolado.

-MAS A CAROL NÃO TEM NADA HAVER COM ESSA HISTORIA.- eu gritei de volta.

Ele me olhou, passou a mão pelo rosto e sorriu.

-Eu sei que ela não tem nada haver imbecil. Eu queria a esposa, a Camila sim é o pivor dessa merda, foi por causa dela que eu perdi tudo, até mesmo meu nome, mas já que você me trouxe a neguinha errada é essa que vai pagar o pato.- ele disse e deu de ombros.- Agora suma daqui, eu já disse que não quero que você venha atras de mim. Eles podem estar te seguindo.

-Eu vou cuidar da Carol primeiro.- eu disse firme.

-Vá lá, cuide da sua protegida. E não se esqueça que meu nome não é mais Paulo Diniz. Hoje eu sou Sergio Monteiro. Lembre-se que foi aquele desgraçado que me fez ser o que eu sou hoje Jonas. Tudo isso é culpa de um só homem: Cristiano Selig Fênix. Ele que é o seu inimigo, não eu.- ele me lembrou mais uma vez.

Eu não respondi. Me agachei e peguei a Carol no colo. Carreguei ela até um colchonete onde um dos capangas dormiam e a coloquei deitada em cima dele. Assim que ela encostou no colchão fino soltou um grito e levou a mão esquerda no ombro direito. Ela chorava de dor e eu levei minha mão em direção ao seu ombro.

-Não.- ela falou em voz baixa e tentou me impedir de toca-la.

-Eu não vou te machucar Carol. Só quero ver seu ombro.- eu falei.

-Eu não confio em você. Não encosta a mão em mim.- ela tornou a pedir.

Eu não dei ouvidos, tirei a sua mão do ombro e avaliei o lugar. Estava inchado e roxo, era visível que o osso estava fora do lugar.

-Você destroncou o ombro.- eu falei com ela.- Eu vou colocar no lugar, vai doer, mas garanto que depois vai melhorar.

-Não...- ela começou a pedir, mas antes que ela falasse outro não eu peguei firme em seu ombro e voltei com ele para o lugar.

O barulho do osso se encaixando foi alto e ela gritou com mais força.

-Pronto, já acabou. Daqui a pouco tudo isso irá passar Carol.- eu a tranquilizei.-Matias, traga um comprimido para dor e um para dormir, junto com um copo d'água.- eu falei com um dos capangas que estava por perto.

Ele saiu sem contestar e foi buscar o que eu pedi. Alguns minutos depois ele voltou com os comprimidos e a água. Eu peguei da sua mão e fiz a Carol beber os remédios. Esperei até que ela estivesse dormindo para me levantar, parei em frente ao maias e o encarei serio.

-Matias, eu quero que você fique de olho nela. Se alguém tentar alguma coisa com ela me ligue imediatamente e eu virei para cá.- eu falei.

Matias era o único ali em quem eu confiava, e eu percebi como os homens olhavam para a Carol, inclusive meu pai. Tinha desejo e persevão na cara deles, olhavam a moça como se ela fosse um pedaço de carne fresca. Acho que o que impedia meu pai de cometer uma atrocidade maior era o medo da reação do Sr. Fênix. Ele negava, mas eu sabia que no fundo ele sentia medo do homem.

-Sim senhor.- o Matias respondeu prontamente.

Eu assenti para ele e dei as costas. Sai do galpão sem olhar para trás, peguei minha moto e dirigi até o meu apartamento. Entrei em casa, joguei as chaves em cima da mesa e me sentei no sofá.

-ARGH.- eu gritei para as paredes.

Eu odiava meu pai. Aquilo era certo, eu odiava aquele homem. Se não fosse em memoria da minha mãe eu não estaria ajudando aquele merda. A unica coisa que me mantinha firme no objetivo era saber que depois de tudo isso eu me veria livre daquele traste e colocaria aquele psicopata vestido de terno na cadeia. Eu estava me sentindo com o corpo pesado e a imagem da Carol machucada martelava na minha mente. Eu tirei o blazer do meu terno de segurança, seguida pela minha camisa social e a calça e caminhei até o banheiro. Terminei de retirar o que faltava e liguei a água quente. Me enfiei debaixo dela e fiquei por vários minutos perdido em meus pensamentos. Depois que senti meu corpo menos tenso eu desliguei a água e me enrolei na toalha, fui para o quarto que também servia como sala e me deitei enrolado com a toalha. Não demorou para que eu caísse no sono.

Acordei na manhã seguinte junto com o despertador. Me levantei e fui me preparar para mais um dia de trabalho. Coloquei meu terno e sai. Cheguei na mansão cedo e fui diretamente para a guarita. Abri meu armário, mas antes que eu pegasse a minha arma a porta se fechou com um estrondo.

-Sabe o que eu mais achei estranho. Como um franco atirador não consegue acertar um pneu de carro?- o Heitor perguntou do meu lado e em questões de segundos senti sua mão segurando a minha nuca e empurrando minha cabeça em direção ao metal. Senti o sangue escorrer do meu nariz na hora e duas mãos agarraram meu colarinho com força. Ele me fez encara-lo e eu vi o olhar de um Fênix cheio de ódio.

-Eu sei que foi você Jonas. Eu vi os videos da câmera de segurança da rua, a Carol não saiu pela porta em nenhum momento. E se ela não saiu na rua, você está mentindo. Agora eu quero saber onde ela está!- ele falou em um tom baixo e com mandíbula trincada de ódio.

-Ela não saiu pela porta principal.- eu menti.

Ele bateu minha cabeça novamente contra o armário.

-SEU MENTIROSO. ME DIZ ONDE ELA ESTÁ.- ele gritou.

Naquele momento eu desisti de fingir. Olhei para os seguranças que estavam na guarita e todos me encaravam com acusação. Não tinha mais jeito, eles já sabiam de tudo, mas eu não era homem de entregar os meus. Eu iria até fim para conseguir o que eu queria e se para isso a Carol precisasse ficar nas mãos do meu pai, eu não os entregaria para o inimigo.

-Eu não vou dizer onde ela está.- eu falei firme.

-Vamos ver se não vai. Afonso algeme o desgraçado.- ele mandou, e imediatamente o Afonso estava me imobilizando junto com mais dois seguranças. Eu não resisti, porque sabia que não adiantaria.

Deixei eles me algemarem e assim que eu estava com minhas mãos imobilizadas nas costas o Heitor se aproximou.

-Vamos ver se você não vai abrir a boca depois da nossa conversa. Quero ver se você vai gostar de passar o mesmo que a Carol está passando nas mãos dos desgraçados que você ajudou.- ele falou serio.

-Aqui não Heitor. Sua mãe e a Agatha estão em casa e a guarita é visível na mansão. Leve ele para o barracão de jardinagem que fica do outro lado do lago.- o Sr. Fênix falou.

Eu encarei o filho da puta e ele estava parado na porta, com a sua expressão impassível de sempre. Já tinha noção do que me aguardava, mas não temia meu destino. Eu era um soldado, fui criado da dor, estava disposto a sofrer pela minha causa. Não abriria a minha boca enquanto a minha justiça não estivesse feita.

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