Já passa das duas horas da manhã, está um frio congelante e não estou vestida adequadamente. Estou tremendo, mas não de frio e sim por...medo.
Ouço seus passos caminhando na direção do quarto em que me encontro, corro o mais silenciosamente que consigo para debaixo da cama. É um lugar bem previsível eu sei, mas não tenho muitas opções.
Seguro a grade de madeira que sustenta o colchão da cama e comprimo os lábios para não soltar um gemido de dor ao sentir as farpas de madeira penetrando a pele dos meus dedos.
A porta se abre e ouço atentamente cada passo que ele dá. Escuto-o se ajoelhando em menos de meio metro de distância para olhar debaixo da cama
Concluo que não tenha me visto, uma vez que saiu do cômodo e fechou a porta. Solto a respiração que estava prendendo durante todo esse tempo.
Seus passos tremem a madeira do piso do segundo andar, então saio do meu esconderijo e abro a porta, estou descalço nesse chão gélido, caminhando pé ante pé em busca de uma saída.
Sinto uma mão me puxando para dentro de um quarto escuro e em seguida outra em minha boca. Estou prestes a gritar quando um sussurro toma os meus ouvidos:
- Shhhh, sou eu amor, vim te tirar daqui.
Meu corpo relaxa instantaneamente ao ouvir sua voz.