A Marca dos Caídos - Livro I...

By RWSaint

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O mundo em que vivemos é repleto de mistérios que meros olhos humanos não poderiam compreender. Anjos, demôni... More

Prólogo
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPITULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPITULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO VIII.I
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
NOTA
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XX.I
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO XXX
Agradecimentos
Recadinho

CAPÍTULO XXIII

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By RWSaint

Aydan

- Você vai fazer um buraco no chão se não parar - Lívia fala.

Já havia se passado algumas horas desde que todos tinham saido e não havia nenhuma noticia. Eu estava pirando, minha nuca doía e tudo o que eu mais queria era estar la na batalha. Livia tinha feito comida para nós mas eu estava tão nervoso que mal havia tocado no prato.

- Eles deveriam ter nos dado noticias ou pelo menos terem avisado de que chegaram - falo para ela.

Volto a andar de um lado para o outro. Anne entra com uma expressão angustiada, eu não a conhecia bem mas meu irmão gostava mesmo dela e isso já explicava muita coisa. O Alan desde sempre nunca se aproximou de verdade de nenhuma garota, obvio que ele teve suas muitas experiencias mais nunca se deixou levar com nenhuma, por vezes me questionei se ele era gay mas os seus casos de uma noite me diziam que não. Mas com ela era diferente, ele ficava diferente.

- O que foi amiga ? - Livia se levanta e vai em direção a ela. Anne se senta, vejo que ela treme um pouco e começo a ficar preocupado.

- Não sei - ela sussurra baixinho - estou com um péssimo pressentimento.

Ela olha pra mim e um calafrio percorre a minha espinha. Agora eu também sentia que algo de ruim iria acontecer e se antes eu estava nervoso, agora começava a beirar ao pânico. Pego meu celular e disco o número do Alan mas chama e cai na caixa postal, faço isso umas cinco vezes e nada. Lívia toca no meu braço e eu me acalmo um pouco.

- Vai ficar tudo bem - ela tenta sorrir mas sei que começa a ficar preocupada.

Tento ligar uma ultima vez mas novamente cai em caixa postal. Merda!

Emily

Descemos as escadas da pequena passagem secreta do trono, o chão estava um pouco úmido e a luminosidade era pequena, um pequeno corredor se abre e ouvimos vozes vindas do fundo. Tayler passa na minha frente e se move cautelosamente ate chegarmos numa porta cromada de madeira, ele põe o dedo na boca e me pede para fazer silencio.

- Você acha que eu queria machucar os meus filhos? - o Mestre eleva a voz.

- Você é um ser sem escrúpulos algum - Alan fala baixinho e o conhecendo como o conheço , isso significava que ele estava puto - usou seu próprio filho como espião, ainda bem que o Aydan tem força de vontade.

- O Aydan sempre foi um fraco, nunca teve a força que você tem, a garra. Filho, nós podemos dominar este mundo, sermos os reis. Nós dois, lado a lado.

A risada seca do Alan corta o ambiente, ouvimos o sibilo baixo do mestre.

- Acha que eu abandonaria os Danvers? Para ficar ao seu lado ?

- Você é meu filho não ?

Dou um passo a frente e entro no recinto, era um quarto que dava de frente ao precipício da ilha com estilo vitoriano e moveis antigos, no chão dois guardas do Mestre estavam mortos e o Alan apontava a Claymore dele para o peito do pai.

- Eu posso ser seu filho mas não sou você - Alan responde.

O Mestre rosna e se transforma no mesmo lobo negro de olhos amarelados que eu conheci a tantos séculos atrás . Talvez sua pelagem representasse a sua alma, talvez o destino tenha acertado. Ele avança em direção ao pescoço do Alan que prevendo essa reação se esquiva e consegue acertar um corte na lateral dele. Sinto minha essência queimar para proteger o meu irmão, abro minhas asas me desviando do Tayler e ergo a espada para tentar acerta -lo mas alguém me empurra contra a parede.

Monroy.

- Acho que você e eu temos contas a acertar não? - ele fala.

Tayler vem por trás dele e da uma chave de braço. Monroy era maior e mais forte então consegue o tirar das costas e o derrubar do outro lado do quarto. Enquanto isso, Alan e o Mestre ainda se enfrentavam, ele tinha cortes pelo corpo causados pelo meu irmão ao passo que este tinha a camisa despedaçada pelas garras.

Eu pego a espada que havia caido do lado oposto e avanço, abrindo um enorme talho na sua barriga. Eu tremia de raiva, ele havia matado o meu irmão, mesmo que não tivesse sido real mas havia matado. Eu o odiava e iria mata-lo. Ele consegue segurar a ponta da minha asa de algum modo, ele sorrir maliciosamente e como uma única torção ele consegue quebra - la, eu grito e isso deixa a minha visão turva mas uso meus dons psíquicos, os mesmo que tinha usado para separar a briga do Tayler e do Eric semanas atras, para fazer pressão na sua cabeça e deixa-lo vulnerável, de joelhos.

- Eu tinha prometido ao Meliorn que o mataria pessoalmente mas não pude cumprir - sorrio - mas não cometerei esse erro com você.

Chuto sua barriga e o jogo para o Tayler que enfia uma adaga em seu peito mas isso não era suficiente para mim, meu corpo formigava por vingança. Sem pensar muito atravesso seu peito com a mão até sentir seu coração, ele olha nos meus olhos enquanto lentamente o puxo para fora, vejo quando a imortalidade dele se esvai completamente. Eu contraio as minhas asas para dentro das minhas costas, a dor era insuportável.

O corpo dele cai aos meus pés pesadamente, olho para cima sorrindo mas vejo o Tayler me encarando estático olhando para a minha mão, largo o coração dele e limpo o sangue na calça.

- Você está bem ? - ele se aproxima cautelosamente - sua asa, quebrou ?

- Sim, mas me recupero em alguns...

Sou interrompida pelo barulho de vidros se estilhaçando e me viro no exato momento em que o Mestre se choca contra o Alan e ambos saem voando pela janela até o gramado. Eu e o Tayler vamos atrás mas paro assim que eu percebo o que ele tenta fazer.

O Mestre crava seus dentes no ombro do Alan e o joga para a ponta do precipício, mas como ele perdia muito sangue e estava muito fraco, não consegue soltar rápido o suficiente e vai junto com o Alan para a borda ficando ambos pendurados. Corro até lá para ajudar e tudo o que acontece a seguir se passa num borrão. O Mestre se transforma pela metade e assim como eu fiz com o Monroy, ele enfia a mão em garra no peito do Alan arrancando-lhe o coração. Eu paro e lagrimas vertem livremente pelo meu rosto quando vejo o que acontece, o Alan me olha e sorrir, uma pequena lagrima rubra cai pelo seu rosto e antes que ele despenque, ele puxa o Mestre consigo e ambos caem até as profundezas do oceano.

- Alaaan!! - grito com todo o ar dos meus pulmões. O pesadelo onde eu via o Alan no lugar do Aydan se torna real.

Corro e chego a borda pronta para saltar atrás mas o Tayler me segura e me puxa. O soco e esperneio para que me deixasse ir com o meu irmão mas ele mantém seu aperto firme e não me larga.

- Me solta!! Eu preciso salva-lo!! Eu...

- Não há nada que possa fazer Emily, suas asas...

- Não importa!! Tayler... o meu irmão... - eu agora agarrava a sua roupa e soluçava. Ele acariciava a minha cabeça e mantinha seu aperto firme com medo que eu me jogasse para a morte.

Era minha culpa. Eu havia vindo para o Clã e ele tinha vindo me salvar. E agora estava.... Não conseguia nem pensar na palavra, não era real, aquilo não podia estar acontecendo. Eu grito para tentar expelir toda a dor que queimava o meu peito e uma chuva começa a cair forte novamente. Ouvimos passos e nos viramos. Todos os Danvers mais o Eric, o Vince e o Jesse vinham na nossa direção claramente preocupados, novamente sinto uma vontade de gritar, para me deixarem morrer também.

- Vencemos. Onde esta o Alan? - Stifen pergunta.

Tayler balança a cabeça e aponta para o precipício. Nurya suga o ar e abraça Stifen que só consegue ficar parado tão em choque quanto eu. Vince se abaixa ao nosso lado e me oferece a mão mas eu apenas o encaro, eu me sentia dormente como se estivesse boiando.

- Vou fazer uma busca pelo corpo dele com os meus - sua expressão de solidariedade era sincera até mesmo para um demônio. Ele olha para o Tayler - leve-a para o barco.

Sinto o vento quando ele levanta vôo. O Tayler me põe nos braços e me carrega por incontáveis minutos, tudo parecia silencioso demais, quieto demais. Retiro a cabeça do peito dele e olho ao redor. Picos de incêndios ainda continuavam, corpos estavam espalhados e o castelo havia sido destruído. Olho para tudo aquilo sem sentir nada, nem remorso e nem tristeza, apenas o vazio. Me sentia vazia.

Ele sobe num pequeno iate que eu lembrava que o Alan havia comprado anos antes para viajarmos pela Costa do Pacífico, ele havia colocado o nome de Angelus, que em latim significava O Anjo. Tayler me leva até a proa para termos uma vista melhor da Ilha, onde outros barcos estavam ao redor e já com sobrenaturais embarcados. Nurya vem até mim e põe um cobertor sobre meus ombros, eu nem havia notado que tremia. Tudo o que eu mais desejava era que o Vince encontrasse o corpo dele, que ao menos eu pudesse me despedir.

Como se estivesse ouvindo minhas preces, vejo Vince voando ao longe com algo nos braços. Alan. Ele da a volta e pousa no convés, suas roupas molhadas colavam no seu corpo, ele põe o corpo sem vida do Alan delicadamente no chão e eu me jogo sobre ele, as lágrimas voltando.

- Alan - chamo baixinho. Toco seu rosto e seu cabelo molhado, a camisa tinha rasgos e o maior se concentrava onde antes estava o coração - me perdoa por favor. Volta irmão, não me deixa.

Abraço seu corpo e fico balançando repetindo essa ladainha. Não percebo quando o barco é ligado, não percebo quando todos os outros se dispersam deixando apenas nós dois e o Tayler, não percebo quando chegamos até que o Tayler toque no meu ombro. Mas eu me recusava a larga-lo,me recusava a abandona-lo.

- Ela não vai sair dai - alguém diz, acho que o Jesse - vou chamar o Aydan.

Tudo parecia muito distante, como se eu estivesse em uma bolha... uma bolha apenas minha.

- Onde estão!? - escuto a voz do Aydan, desesperada. Grito chamando seu nome e ouço seus passos correndo.

Ele para e nos ver, da um passo para trás balançando a cabeça como se não acreditasse. Ele anda lentamente e cai de joelhos chorando, tirando o Alan do meu colo e o segurando nos braços

- Não!! - Lívia entra e tampa a boca com as mãos, Anne vem logo atras e grita assim que o vê.

Observo tudo isso placidamente, sem conseguir demonstrar nenhuma emoção. Eu estava oca, vazia, não havia restado mais nada. Me levanto e caminho para a doca, salto de la e ando pela estradinha de terra que levava a floresta, ignoro a dor nas costas pela asa quebrada, ignoro a dor na costela, só o que importava era a dor no meu coração.

Tudo estava começando a ficar turvo, a ficar em câmera lenta. Alguém grita meu nome, me chamando mas tudo o que eu quero é chegar em casa e me deitar, poder dormir até que toda a dor fosse embora.

Caio de joelhos, a escuridão se abatendo sobre mim e então não sinto mais nada.

Oooi gente, PF não me matem e não parem de ler por isso. Se lembram que eu disse que a historia estava na minha cabeça? Então, a morte do Alan terá um motivo, confiem em mim.
Serio mesmo, me desculpem!! Amo vcs <3
RWSaint

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