CAPÍTULO IX

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Emily

Acordo com uma brisa leve no rosto, percebo que estou no meio de uma clareira cercada de árvores enormes e com flores silvestres dos mais variados tipos me cercando, sinto a grama molhada sob meus pés.
Como eu vim parar aqui? .Eu lembro que eu estava no meio de uma floresta, mas era essa floresta ?
Reparo que algo se projeta por cima das árvores, sigo naquela direção. Pássaros cantam alegremente pulando e voando por cima de mim, sorrio deles querendo chamar a minha atenção. Continuo andando até chegar de frente a um velho Templo grego, era gigantesco e com oito colunas sustentando o Frontão, estava quase em ruínas. Algo me levava a entrar nele, passo pelo Pronau até chegar na Cela, o que é estranho é que não deveria haver luz no recinto já que não tinha janelas, mas uma luz fraca e fantasmagórica rodeava o local.

Olá criança

Procuro ao redor pela voz. Uma sensação estranha de reconhecimento me assalta de repente.

- Quem está ai? - minha voz faz eco.

- Você não sabe quem eu sou, mas reconhece a minha voz. Certo ?

Ele estava certo, era a mesma voz que eu tinha escutado pela primeira vez na sorveteria. Um barulho vem da estatua a minha frente , um pequeno terremoto balança a estrutura e pedaços de gesso se desprende dela. A estatua ganha vida.

Você só pode estar brincando comigo!

- Se aproxime criança.

- Quem é você ?

- Eu tenho vários nomes - ele sorria.

- E aonde eu estou ?

- Isso aqui é conhecido como o Limbo.

Limbo? Puta que pariu. Eu estava ... morta ?

- Eu estou morta ? - minha voz sai fininha.

- Não. Você esta fazendo a passagem.

- O QUE? - grito - não!! eu não posso deixar o Alan e o resto ... não!!

Ele balança a cabeça e gira a mão, um redemoinho aparece ao lado dele e uma imagem se forma dentro. Eu estava no sofá da sala mas havia sangue por todo o meu vestido; o Alan estava encostado na parede oposta olhando para mim com lagrimas de sangue escorrendo pelo rosto, parecia desolado; no batente da porta estava o Tayler, olhando para mim como se estivesse perdido ou havia perdido.

- Por que ? Como ?

-Você foi envenenada querida. Aquela bala que acertou você estava envenenada com Roza Negra. Mortal a anjos, mas não somente a vocês.

- Não! Eu preciso voltar, o meu irmão...

- Seu irmão ? - ele se levanta, chegava a mais de cinco metros - não era você que ficava falando para quem quisesse ouvir que ele não era o seu irmão ?

Ele tinha razão, eu não devia ser tao hipócrita.

- Eu sei, eu sei.

- Ele sempre ficou do seu lado, não importava o quanto magoasse, ele sempre esteve lá cuidando de você.

Olho para o redemoinho novamente, ele ainda estava la na mesma posição.

- Sim.

- E o irmão que tanto ama, mentiu para você. Ele está vivo certo?

Olho na direção dele que volta tranquilamente para o trono.

- Quem é você? - pergunto desconfiada.

A Marca dos Caídos - Livro I (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora