Demorou mas chegou! Agora sim posso dar como encerrado definitivamente Victor & Sophia. Espero que gostem de mais esse chorinho.
Novamente muito obrigada por todos que acompanharam essa história até aqui! Amo vocês!
Obrigadaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
Perdoem os errinhos ok. Mais pra frente, prometo corrigir os livros. ;) Bjus mil para todos!
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Estou no meu quarto verificando meu vestido para o casamento daqui há alguns dias quando ouço aquele chorinho no quarto ao lado chamando a minha atenção. Largo meu vestido no cabide e vou rapidamente ao seu encontro.
- Oi meu amorzinho já acordou? - Começo a brincar com meu garotão. Está mais lindo que nunca, rosadinho e com uns olhões azuis iguais ao do papai. Espero que não mudem com o tempo.
Ele já reconhece a minha voz e não se contenta em ficar no berço. Começa a mexer impaciente os bracinhos choramingando. Já sei o que quer.
- Está com fome lindão?
Eu o pego do berço e seguro no meu colo com todo cuidado, afinal ele ainda é todo molinho. Cheiro seu pescocinho, e aproveito pra apertar um pouquinho suas dobrinhas fofas. Uma das coisas que eu mais adoro fazer, enchê-lo de carinhos e beijos, mas ele está sem paciência e começa a chorar mais alto.
- Tá bem, tá bem lindão, mamãe já vai dar seu papá, calminha.
Sento em minha cadeira, aninhando-o no meu peito. Mal encosto meu seio em sua boquinha e ele já abocanha meu mamilo sugando com força.
- Calma ai garotão, isso é meu, mas eu empresto pra você filhão! - Victor está na porta apreciando a vista com um largo sorriso. Eu sabia que ele viria, deve tê-lo escutado pela babá eletrônica do seu escritório.
É assim desde que voltamos da maternidade. Victor é um típico pai coruja, me cercando de cuidados e mimos. Eu estou adorando!
O segundo fim de semana em casa, e ela enche, todos querem conhecer o nosso pequeno príncipe. Até parece que combinaram porque vieram todos ao mesmo tempo, até os amigos motoqueiros.
Victor é um pai extremamente dedicado e apaixonado. Aprendeu a trocar fraldas, até a dar mamadeira quando é preciso, mas quando está com ele no colo ainda tenho a impressão que ele ainda mal respira, de tão tenso que fica.
Agora ele circula entre todos, descontraído e feliz, não cabe em si, exibindo seu filhão com orgulho e um sorriso enorme! Fico deslumbrada com essa visão.
Mas no final do dia estou moída. Victor, o João, enfim todos ajudam um pouco na arrumação da casa, enquanto eu, e a Raquel nos revezamos nos cuidados com o Pedrinho, que é um doce, quase não chora, não estranha ninguém o que chega a me causar brotoejas de tanto ciúmes. Não pensei que eu seria como uma loba em cima do meu filhote. Vou ter que trabalhar muito esse meu lado possessivo.
A Raquel e o João são os maiores interessados nos cuidados com ele, afinal daqui a dois meses são eles que estarão assim também, enamorados pela filhinha. Eles já sabe que vão ter uma menininha.
João e Victor preocupados, já planejam como afugentar os futuros namorados da pequena Luiza. Victor acha graça e diz que vai treinar o nosso pequeno para protege-la de todos os que se aproximarem dela. Tadinha já estou até vendo!
...
Algumas semanas depois... eis que chega o grande dia!
Aqui no Haras já está tudo pronto para o casório do ano, tudo está maravilhoso.
Eles resolveram fazer a cerimônia aqui na sede, e eu achei fantástico, não poderia existir lugar mais apropriado!
Tudo está perfeito, a decoração fina e delicada, o altar, a iluminação que dá um ar aconchegante a enorme tenda, onde logo depois da cerimônia será o jantar e a festa.
O céu noturno colabora com seu ar refrescante repleto de estrelas.
A família da Raquel de São Paulo estão todos aqui, assim como os de Eric que vieram de Curitiba.
Ainda fico impressiona como Eric e Thomas seu irmão são parecidos! Facilmente podem ser confundidos.
Mesmo sem se verem com frequência, mantém o mesmo corte de cabelo, o mesmo comprimento da barba, tudo... o que os diferencia agora são as roupas e o modo de falar. Thomas tem um sotaque característico do sul.
Depois que eles se encontraram, praticamente não se afastaram mais, estão até pensando em montar uma clínica juntos aqui em Campo Grande o que eu acho ótimo. Eric mais do que ninguém merece todo o carinho e atenção de seus familiares.
João ficou em casa com o Victor, tudo por causa da tradição de não encontrar com a noiva, mas não sei até que ponto foi bom porque o Victor não para de azucriná-lo e estou vendo a hora que o João vai ter um treco de tanto nervoso.
Os meninos se reuniram na Fazenda Esperança essa semana onde fizeram uma despedida de solteiro. Nem gosto de pensar o que aqueles motoqueiros malucos aprontaram. – Mentira - são todos bons meninos, e confio em Victor, ele não deixaria a brincadeira extrapolar.
Quando eles chegarem da lua de mel, nós faremos o batizado do Pedrinho e provavelmente será outra festa, só que bem menor. Eric e a Marcinha serão os padrinhos. E nós seremos da Luiza – a filhinha do João e da Raquel.
Minha mãe também está aqui, chegou há duas semanas e está sendo de uma ajuda inestimável! Graças ao Pedrinho a nossa relação está caminhando maravilhosamente.
Victor juntamente com os colegas do clube de motoqueiros, - que o Eric e o João - também fazem parte, garantiram a viagem de lua de mel. Eles fariam um cruzeiro pelo Caribe.
Que delícia... fiquei por um momento imaginando como seria fazer essa viagem com o Victor... mas agora com o nosso pequenino seria praticamente impossível, mas como ele mesmo disse não faltará oportunidade.
Tento manter a calma, mas está difícil vendo a Raquel andando de um lado para o outro, hora mexendo nos cabelos impecáveis, hora no vestido.
- Calma Quel vai dar tudo certo!
- Mas ele está atrasado Sophia, eu juro que se ele me deixar no altar... – Ela bufa impaciente, ajeitando pela enésima vez o forro de seu lindo vestido esvoaçante de seda com bordados delicados no busto.
- Com isso você não precisa se preocupar Raquel, aquele idiota te adora! – Responde a Marcinha que também está impaciente mas nem tanto quanto a Raquel, pois o Eric já está lá aguardando.
- Está tudo bem, Victor me disse que foi só um imprevisto com o terno dele mais nada. – Tento acalmar a Raquel que anda de um lado para o outro.
As duas noivas já estão prontas e lindas, devidamente maquiadas, penteadas, com seus vestidos impecáveis, só aguardando o atrasadinho do João assumir seu lugar no altar.
A Raquel tenta se acalmar tomando mais um pouco de chá que trouxeram, mas percebo o quanto suas mãos tremem. A Marcinha está ao seu lado tentando acamá-la e aproveita mais um instante diante do espelho para ajeitar seu vestido rendado estilo sereia. Maravilhoso!
Victor me disse em off que o João não sabe onde foram parar as alianças, mas pediu que eu não comentasse nada. Ah só o João mesmo.
Lá em casa estão todos exasperados procurando por todo lado. Fico preocupada porque a Raquel nesse estado não pode passar por tanto estresse assim.
Logo depois o meu celular toca. É Victor.
- Paxão, tudo certo encontramos! Já estamos a caminho, cinco minutos estaremos no altar. – Me volto para as noivas que me olham apreensivas, sorrindo e fazendo um sinal de positivo.
- Tudo certo Raquel já estão vindo! – Ela solta um suspiro pesado e sofrido, relaxando finalmente os ombros, rapidamente se levanta dando as últimas checadas no espelho.
- Onde estavam afinal? – Pergunto baixinho e ouço sua risada do outro lado da linha.
- Heloizinha... ela estava quietinha esperando sentada no sofá quando os meninos passaram por ela tirando sua tiarinha. Ela saiu atrás deles feito louca, depois não sabíamos onde foi parar a almofadinha com as alianças. Tudo porque a Adriana se descuidou um minuto, foi o suficiente pra deixar todo mundo desesperado. – Ele ainda ria enquanto caminhava até o carro.
Ainda bem que esse foi o único contratempo, o resto da noite seguiu maravilhosamente. Todos estavam lindos, realizados e felizes!
Foi uma festa dos sonhos com todos nossos parentes e amigos felizes por estarmos todos juntos participando desse momento tão importante.
...
Dois anos depois...
- Isso filhão, assim mesmo segura firme, papai tá aqui do seu lado!
- Victor pelo amor de Deus, eu já disse pra você não colocá-lo num cavalo assim tão grande! – Viro o rosto nervosa. – Não quero nem ver!
- Eia... Eia... – Victor para o cavalo e pega o Pedrinho colocando-o sentado em seus ombros. Esses dois não se desgrudam um minuto, é assim o dia todo!
- Mama... coló!
- Meu docinho mostra aquele cavalo enorme. Ele sorri todo feliz assim como o pai que agora caminha na minha direção.
- Como vão meus amores? – Segurando Pedrinho em seus ombros ele se inclina pra dar um beijo em mim e na nossa filhinha Victória de seis meses.
Pedrinho se contorce e praticamente se joga quase caindo porque também quer beijá-la.
- Ei calma ai filhão. – Victor o segura firme tirando de seus ombros e segurando na minha altura para que ele consiga beijá-la.
- E o beijo da mamãe? – Victor brinca.
Ele sorri e gruda sua boquinha molhada na minha bochecha. Acaricio os dois sorrindo feito boba.
- Vim chamar vocês meninos, está na hora, até tomar banho e se aprontarem... chegaremos atrasados amor.
- Ih filhão... acho que a gente esqueceu o aniversário deles.
- Esqueceram né...
Hoje é aniversário de um ano dos gêmeos de Eric e Marcinha. Dois loirinhos sapecas de olhos verdes. Sim, eles tiveram dois meninos idênticos, lindos, fortes e saudáveis.
João e a Raquel serão os padrinhos do Eric Junior e o irmão do Eric - Thomas com sua noiva serão os padrinhos do pequeno Thomas. Eric fez uma homenagem ao irmão dando o seu nome, ele que não cabe em si de tanta felicidade.
Agora estamos todos na fase das crianças, e é uma experiência única e alegre, pode acreditar!
Fiquei tão feliz quando finalmente Eric e seu irmão inauguraram a clínica aqui em Campo Grande.
Eles e mais alguns amigos, todos médicos, se juntaram para criar uma clínica com várias especialidades. É um espetáculo sem falar no projeto social que eles mantém dando atendimento gratuito as famílias mais carentes.
A mãe e as irmãs veem com frequência visitá-lo. Ele assim como eu, conseguimos estreitar os laços com a família. No começo foi muito difícil, principalmente por causa da distância, mas agora parece que estão mais unidos que nunca.
Adoro ver os dois juntos, são tão parecidos e não só na aparência mas na personalidade também. Um de certa forma complementa o outro.
Thomas é mais extrovertido e Eric faz o lado mais intelectual mais sóbrio, mas o irmão tem o dom de deixá-lo mais descontraído e relaxado, o que é ótimo.
Eu e o Victor fomos uma vez para o Japão, conhecer o país, os familiares do lado do meu pai, e o magnifico grupo empresarial que meu pai sozinho construiu.
Desde o seu falecimento, meu irmão assumiu o seu lugar na presidência, até expandindo os negócios, o que demonstra ser um excelente administrador, mas também é um chato de primeira.
Tenho certeza que meu irmão ainda não me aceita como parte da família, ele deve me odiar por ter que dividir sua parte da herança comigo, ou por eu ser mulher. Típico japonês machista, porque com o Victor a história é outra. Eles se dão bem. Paciência, pretendo me relacionar com ele o estritamente necessário.
Eu só cogitei aceitar aquela parte da minha herança para ajudar o Victor a livrar o Haras de todas as dívidas. Se não fosse por isso eu jamais mexeria nessa questão de herança, aliás quem sempre exigiu e brigou pelos meus direitos foi minha mãe, não eu.
Já entre eu e minha mãe estamos super bem, ela sempre fica alguns meses comigo, principalmente agora com os netinhos que a adoram. O que leva uma competição saudável entre ela e a minha segunda mãe adotiva, a querida e inigualável Sra. Helena.
...
Vinte anos depois...
Volto para o quarto novamente, lembro que esqueci de pegar o casaco, quando ouço o Pedrinho gritar lá da sala.
- Mãe, vamos logo, o tio Eric avisou que já chegou, e o tio João já ligou umas quinhentas vezes, só faltam vocês!
- Calma Pedy só fui pegar o casaco. – Respondo enquanto volto com minha bagagem de mão.
- Pai, quando o tio João vai aprender a usar o wattsap? Cara qual a dificuldade? – Pedy fala com o Victor que está na sala com o joelho dobrado em cima da mala lutando pra fechá-la. Não sei porque, eu não coloquei quase nada!
- Filho, você sabe que seu tio não é ligado nessas coisas. – Ele responde ofegante ao arrastar a segunda mala grande do corredor. Pedrinho logo corre para ajudar levando em seguida a caminhonete.
- Caraca parece que vocês vão se mudar, pra que tanta coisa? São só quinze dias mãe! Se bem que se quiser pode ficar mais viu, não vou reclamar! – E dá uma risadinha travesso.
- Menino vê se toma juízo, e eu que saiba que você deu alguma festinha hein! – Victor engrossa a voz e tenta ficar bravo com ele, mas na maioria das vezes o Pedrinho enrola o pai facilmente.
- Eu? Paaaaai eu sou um santo!
- Sei... você e aqueles dois... eu tô de olho em vocês! Vê se não apronta nada durante esses dias que estaremos fora, queremos ter um pouco de sossego, será que dá?
- Calma amor. – Me aproximo do Pedrinho ajeitando seus cabelos rebeldes, eu sei que ele detesta, mas não ligo e tento arrumar mesmo assim. – Confio em você querido, sei que não vai nos desapontar.
Desisto. Acho que é moda deixar esses cabelos todo desarrumado.
Ele sorri daquele jeito inocente mas sei que quando se junta com o Junior e o Thomas se tornam um perigo para as pobres meninas.
- Querido, vocês vão ficar bem né, e cuida direitinho da sua irmã hein. Aliás onde ela está?
- No cursinho. O Junior avisou que eles vão direto para o aeroporto.
Sorrio concordando e admirando meu filho, como ele cresceu e está praticamente um homem feito. Pedro é alto como o pai, e tão lindo quanto, embora as vezes quando está nervoso, seu olhar e suas atitudes me fazem lembrar daquele homem horroroso - seu avô. Ainda bem que nunca chegaram a se conhecer.
Eu, a Raquel e a Marcinha resolvemos quando eles eram pequenininhos colocar todos na mesma escola e com isso eles se tornaram inseparáveis.
O Pedrinho e a Luiza, já estão na faculdade, mas os gêmeos do Eric e a Victória estão no último ano do ensino médio, e fazendo cursinho juntos.
Pedro sendo o mais velho da turma se sente o responsável e o cabeça, Eric Junior e Thomas são os braços e as pernas. Na escola eram constantemente alvos de reclamações dos pais. O motivo era geralmente a intolerância ao sexo masculino, ao assediar a irmã ou a prima - Victória e Luiza. Eles morrem de ciúmes, mas vivem rodeados de suas amigas.
O telefone deles não param!
Tenho até dó das meninas, sei que é difícil resistir aqueles três jovens de olhos claros, pele bronzeada, num corpão de mais de 1,80m, com seus ombros largos e a barriga musculosa. Conheço bem o tipo, me casei com um! E eles são três! Três garanhões lindos, sarados, na flor da idade e com os hormônios em ebulição, o orgulho de seus pais!
Quem não gosta muito são as meninas - Luiza e Vic, que reclamam quando eles espantam todos os garotos que tentam se aproximar delas.
- Vamos paxão, não esqueceu mais nada? – Sorrio assentindo, dando um selinho em Victor. Ele abre a porta pra mim e eu entro logo atrás.
Victor senta do lado do carona, enquanto Pedro assume o volante. Victor adora ficar ao lado do filho enquanto ele dirige, ainda procurando orientar quando necessário. Mas Pedy dirige maravilhosamente, aliás ele é o xerox de Victor em todos os sentidos.
Por incrível que pareça Victória não dirige, tem receio assim como eu tinha, mesmo sendo muito calma e tranquila, não houve meio de convencê-la, quem sabe mais pra frente.
Victória puxou mais a minha personalidade e o meu corpo, só um pouco mais alta que eu. É extremamente carinhosa e delicada, uma moça linda e inteligente.
Está fazendo cursinho e não sei se por influência dos primos ou não, mas ela pretende também fazer medicina, assim como seus primos – os filhos de Eric.
Eles sabem que não são primos de verdade, mas como cresceram juntos, e foi um tal de chamar de tia, tio, pra todo lado, então é aquela história, por tabela acabaram todos se tornando primos.
Eu não me preocupo, eles se dão super bem, são ótimos amigos, saem e estudam juntos, mas meu instinto me diz que não é só isso. Victor nem cogita sobre a possibilidade de virem a ter alguma coisa, mas não sei... alguma coisa me diz que não é só amizade que rola por ali.
...
Victória
- Thom por favor não me pressione... – Eu o abraço envolvendo meus braços em seu pescoço largo e volto a beijar sua boca macia. – Ele não resiste e solta um gemidinho que sai do fundo da alma. Isso me deixa louca, principalmente quando ele aprofunda ainda mais o beijo. Esquecemos de tudo ao nosso redor quando estamos juntos, só existe eu e ele, o que não é nada bom. Precisamos ficar espertos!
Só o que me traz de volta à terra são as vozes dos nossos amigos que passam por nós mexendo com a gente.
- Ei tem um Motel há duas quadras daqui! Porque não vão pra lá.
- Cala a boca cara e cuida da sua vida! – Thomas rosna para seu colega.
- Nossa até esqueci que estávamos na rua Thom... não podemos...
- Você ainda não me respondeu princesa.
- Thoooom... por favooooor...
- Cara o que você quer, faz três meses que a gente namora e até agora você não me deixa falar nada com seus pais, por que?
Ele me afasta frustrado com mais uma negação. Thomas queria contar pra todo mundo que a gente está namorando, mas eu não quero que ele faça isso, pelo menos agora não.
- Não sei Thom... por favor, deixa só eu me sentir mais segura... prometo que assim que eles chegarem eu vou contar, tá bem?
- Não Vic não tá nada bem, você sempre fala isso! Eu só queria entender...
Eu abraço sua cintura novamente toda meiga, e vou beijando sua camiseta na altura do coração, sentindo seu cheiro, vou subindo devagar até ficar na ponta dos pés quando alcanço seu queixo.
Sinto seu corpo tenso, mas quando avanço roçando meu corpo no dele, sinto que devagarinho ele vai cedendo.
- Por favor querido... eu conheço meu pai, se a gente falar agora, ele vai ficar embolado a viajem toda, talvez até cancele, ou pior, é capaz de colocar o Pedro no nosso pé. É isso que você quer?
Ele me olha pensativo e retribui meu abraço colando seu corpo forte no meu, me envolvendo totalmente, cheirando meu pescoço me deixando toda arrepiada.
- Princesa... você me deixa louco sabia! Tudo bem, eu aceito se você concordar, no dia que o Pedrão der a festa lá no apê de vocês, a gente passa anoite lá em casa, combinado?
- Se ele não desconfiar... por mim tá tudo bem. Mas a gente pode ficar junto lá mesmo, acho até melhor, o Junior nos ajuda, e dá cobertura.
- Tá vendo só Vic, por isso que eu não quero mais me esconder porra! Eu quero poder ficar com você, a qualquer hora, em qualquer lugar!
- E você acha que o papai vai aceitar assim numa boa? E o Pedro então? Ele é bonzinho até que ninguém chega perto de mim, depois ele vira o bixo, você sabe!
- Deixa que com ele eu me entendo. Acho até que vou aproveitar a ausência do seu pai, e abrir logo o jogo com ele.
- Thomas Klaus, eu te proíbo de fazer isso!
Nisso ouvimos a buzina, nos chamando atenção. Pegamos nossas mochilas e caminhamos aborrecidos até o carro onde o Junior nos espera. Não fico surpresa ao vê-lo no volante, uma vez que ele dirige pra todo lado, só espero que não nos peguem de novo.
- Gente anda logo, temos que correr pro aeroporto, esqueceram que tá tudo mundo lá?
- Merda, esqueci!
- Eu também! – Caço meu celular na mochila. Há várias chamadas da mamãe, do papai, e um monte de mensagens no whats do Pedy. – Merda. – Começo a digitar imediatamente ao menos uma mensagem pra mamãe.
- Não esquenta eu já mandei um recado para o Pedrão avisando que a gente tá saindo agora daqui, mas até lá é bom vocês desarmarem essas caras antes de chegarmos, a não ser que vocês queiram causar, antes deles partirem. Porque tá na cara que vocês estavam aprontando.
- A gente não estava aprontando, estamos namorando porra, e você sabe muito bem disso, não enche!
Eu me encolho sem falar nada.
- Tudo bem maninho, só tô avisando.
Seguimos em silêncio a toda até o aeroporto pra nos despedirmos de nossos pais que estão saindo de férias, viajando todos juntos.
Entramos correndo no saguão do aeroporto e logo encontramos o pessoal. Mamãe e o Pedy são os primeiros a nos ver.
Mamãe sorri e abre os braços, Pedy fecha a cara. Sei que ele está desconfiado de alguma coisa, mas estamos procurando disfarçar o máximo, mas a cada dia fica mais difícil. Quer saber acho que é melhor mesmo que todos saibam logo! Ao mesmo tempo enquanto me aproximo deles meu estômago se contrai e vou perdendo a coragem de contar. Não agora não é hora.
Eu não sei porque, mas tenho a sensação que papai vai ficar louco!
Vou direto abraçar a mamãe, Thom fica do lado oposto ao lado do seu pai e o Junior ao lado da mãe.
No começo eu confundia muito os dois, agora já aprendi a distingui-los. Se bem que o pilantra do Junior é mestre em se passar pelo Thom.
Chega aquela vez que eu o beijei, pensando que era o Thom, safado. Até hoje o Junior fala daquele beijo roubado, pra desespero do Thom, coitado.
Que culpa eu tenho se eles se parecem tanto!
Depois daquele dia Thom, procurou fazer de tudo pra diferenciá-lo do Junior. Antes de sair de casa ele me fala a roupa que está, pra não correr o risco de confundi-lo novamente, quanto exagero! Tudo por causa de um beijinho.
A voz da mamãe me acorda.
- Tudo bem querida, vocês demoraram. – Ela me segura olhando nos meus olhos procurando pelo motivo, droga.
- Tá tudo bem mamãe, foi só o transito.
- Sei... quando voltarmos quero ter uma conversinha séria com você mocinha, não sei porque, mas acho que está me escondendo alguma coisa! – Droga. Gelo e fico toda tensa enquanto ela me abraça. Pedy escuta e me fuzila com os olhos. Babaca, se ele pensa que vai ficar dando uma de papai em cima de mim durante esses dias, tá muito enganado.
Mamãe tenta arrumar os cabelos do Pedy, ele se contorce e acaba se afastando todo constrangido. Ele detesta quando a mamãe faz isso, bem feito!
Ela sorri voltando seu olhar carinhoso pra mim. E papai faz justamente o que eu mais odeio!
- Filhão cuida bem da sua irmã, você está no comando agora! – Argh, pronto! Bufo aborrecida.
- Pode deixar pai! – Ele me olha e dá aquele sorrisinho petulante. Que óóóódio!
Abraço papai dizendo que ele não tem motivo algum pra se preocupar comigo, que não sou mais criança para que o Pedy tome conta de mim! Afinal, não sou eu que estou planejando uma festa não é? Se eles soubessem o quê esse moleque apronta! Mas não sou eu que vou contar, de jeito nenhum!
O Idiota do Pedy ainda brinca com a sorte quando eles passam pelo portão de embarque, dando seu último abraço.
- Tchau pai, tchau mãe boa viagem. Divirtam-se e não se preocupem com nada, só vou dar uma festinha básica lá no apê falô. – Fala rindo e meus pais acham que ele não fala sério. Será que eles acham que ele é um santinho?
- Tô brincando pai! – Eles se abraçam novamente sorrindo. – Bem... já sabe, não esquece a camisinha hein!
- Victor! – Mamãe dá um tapa no braço do papai, o levando pra dentro.
Argh homens! Bufo inconformada, quando percebo um toque sutil nas pontas dos meus dedos. Olho para o lado e vejo Thom que sorri discretamente enquanto todos estão distraídos dando os últimos tchauzinhos.
Me desmancho entrelaçando nossos dedos. Junior vê e rapidamente entra na nossa frente nos dando cobertura. Thom se aproxima do meu ouvido.
- Hoje eu vou raptar você princesa, e quando nossos pais voltarem, nada vai me impedir de contar pra eles.
Olho para aqueles irresistíveis olhos verdes, e minha vontade é agarrar seus cabelos e beijar aquela boca ali mesmo. Pelo seu olhar sei que o mesmo acontece com ele.
Mas essa é outra história... então, vamos ver o que o futuro nos reserva...
♥♥♥ ♥♥♥ FIM ♥♥♥ ♥♥♥
Já estou com saudades! ;(