Fragmentos de uma Concha

erikaymai által

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Sinopse Este romance revela a história de Eva Angelina Reed, ou Nina, uma jovem americana de classe média ba... Több

Agradecimentos
Prólogo
1. ETNA (parte I)
2. ETNA (parte II)
3. ETNA (parte III)
4. ETNA (parte IV)
5. ETNA (parte V)
6. ALIEN (parte I)
7. ALIEN (parte II)
8. ALIEN (parte III)
9. ALIEN (parte IV)
10. EQUIPE (parte I)
11. EQUIPE (parte II)
12. EQUIPE (parte III)
13. PESADELO (parte I)
14. PESADELO (parte II)
15. PESADELO (parte III)
16. PESADELO (parte IV)
17. PESADELO (parte V)
18. PESADELO (parte VI)
19. PESADELO (parte VII)
20. MANGA (parte I)
21. MANGA (parte II)
22. MANGA (parte III)
23. MANGA (parte IV)
24. MANGA (parte V)
25. MANGA (parte VI)
26. MANGA (parte VII)
27. MANGA (parte VIII)
28. MANGA (parte IX)
29. MANGA (parte X)
30. HOLOFOTES (parte I)
31. HOLOFOTES (parte II)
32. HOLOFOTES (parte III)
33. HOLOFOTES (parte IV)
34. HOLOFOTES (parte V)
35. HOLOFOTES (parte VI)
36. HOLOFOTES (parte VII)
37. HOLOFOTES (parte VIII)
38. HOLOFOTES (parte IX)
39. COMPRIMIDO (parte I)
40. COMPRIMIDO (parte II)
42. COMPRIMIDO (parte IV)
43. COMPRIMIDO (parte V)
44. COMPRIMIDO (parte VI)

41. COMPRIMIDO (parte III)

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erikaymai által


Quando o telefone parou de tocar, até pensei em deixá-lo no escritório mesmo, para que Daniel o pegasse na volta da reserva. Mas o que aconteceu foi que o objeto voltou a chamar e chamar, parecendo desesperado. 

O sistema de identificação de chamadas dizia que o número era restrito, ou seja, podia ser alguém importante, um contato ligando do exterior, o diretor precisando fazer uma consulta de emergência com Daniel.

O mais sensato a fazer era correr até o estacionamento para tentar devolver o aparelho a seu dono. 

Fiz um esforço titânico para me deslocar até lá com a maior rapidez possível, tentando esquecer a forte dor muscular. Só que quando cheguei, não o vi mais. 

Como o dia estava claro, arrisquei-me até o começo da trilha da reserva, para checar se Daniel ainda estava por ali.

Nem foi preciso gritar seu nome. Ele estava encostado no tronco enrugado de um pinheiro, aparentemente à minha espera.

– Você demorou – foi o que disse assim que me aproximei, vendo-o se inclinar para pegar a caixa preta de instrumentos no chão coberto de folhas.

– V-você esqueceu isso de propósito, só pra me forçar a vir até aqui?!

Tive vontade de atirar o celular na cabeça dele.

– Bem, eu te convidei – ele ergueu os ombros, como se o fato de ter me pedido para vir antes perdoasse sua malandragem.

– Eu recusei o convite! – protestei.

– Desculpe... eu não estou acostumado a receber não como resposta – foi a justificativa que me deu, com certo convencimento na voz.

De fato, me perguntei naquele instante, que mulher teria sido capaz de lhe negar um pedido. Qualquer pedido. Mordisquei o canto da boca com raiva.

– Vá se acostumando, então! – joguei o celular para o alto e dei-lhe as costas antes de vê-lo pegar o objeto no ar.

– Nina, espera! – gritou.

Não atendi ao apelo.

Antes que o eco de sua voz se desfizesse na mata, Daniel estava ao meu lado, segurando-me pelo cotovelo.

Levei um susto. Não dava para saber como ele tinha chegado até mim com tanta rapidez, mas, por estar chateada, ignorei sua tremenda agilidade. A mesma, aliás, que tinha usado na academia, na noite anterior, para vencer dois lances de escadas em tão pouco tempo. 

Daniel me soltou e recuou um passo para trás.

– Eu queria que viesse por vontade própria, mas você não veio – sua voz era mais branda, agora, sem sinal do sarcasmo de antes.

– Daí usou um truque sórdido.

– Confesso que nunca precisei fazer isso antes.

– Droga, Danny!

Passei as mãos geladas pelos cabelos, chateada.

– Eu entrei em Etna com o pé esquerdo! Tinha tudo para ser mandada embora e você me deu a chance de ficar, não foi? Então... só estou tentando fazer as coisas da maneira correta, sem me envolver em mais problemas...

Daniel olhou para mim, pensativo.

– Eu só queria dar um tempo antes voltar aqui na sua companhia... – concluí.

– Te incomoda assim que falem de nós dois... juntos?

– Incomoda.

Cruzei os braços. 

– Já vi que você não se deixa afetar pelos comentários maldosos sobre nós dois, está acostumado com isso, mas será que dá pra ver as coisas um pouquinho pelo meu ângulo? Os absurdos que estão falando de mim neste exato momento em cada laboratório da empresa?

– Perfeitamente.

– A sociedade ainda é machista. A fama de pegador pode ser ótima pra você, mas é péssima pra mim, sendo eu a suposta ...pegada da história.

Os lábios de Daniel fizeram um contorcionismo estranho para conter um sorriso. Mordi o meu inferior, escondendo-o sob dentes.

– Tudo bem, relaxe – ele estalou os dedos. – Eu já sei o que fazer.

– Ouvi você dizer isso ontem... – fui dura, demonstrando minha pouca fé nele.

Ele ergueu uma sobrancelha, com certo desdém. Esperei que falasse.

– Vou arrumar uma namorada – disparou.

– O-o quê?!

Uma súbita falta de ar tomou meu peito, me trazendo mal-estar.

– Um relacionamento estável, assumido publicamente, pra que as pessoas te deixem em paz.

Daniel caminhou para a cerca, enquanto concluía seu raciocínio ilógico. Eu me recostei no galho de um arbusto, sentindo-me ser agudamente espetada.

– É a única maneira de elas se convencerem de que nossas idas e vindas reserva adentro têm cunho meramente profissional. Não que eu me importe, como você já sabe, mas posso providenciar isso para que se sinta mais à vontade quando estiver circulando por Etna e aqui dentro... comigo.

Fiquei parada, sem reação.

– O que acha de minha ideia? – perguntou, curioso.

– Prática – respondi.

Completamente idiota, eu quis responder, contendo-me apesar do nervosismo. 

Como não podia demonstrar uma fagulha de fraqueza por ele, cortei os pulsos e o incentivei.

– Se acha que isso vai por um ponto final nas fofocas, vá em frente.

Ele assentiu com a cabeça.

Um breve silêncio se fez entre mim e Daniel. 

Permanecemos parados, um olhando para o outro; apenas o canto delicado dos cardeais nos lembrava que estávamos na reserva.

– B-bem, eu já vou indo, então...

Saí do transe rápido, sacudindo de leve a cabeça. Tinha que privar meus olhos daquele ser de beleza indomável.

Ergui a mão num tchau sem graça, sem fitá-lo. Daniel continuou parado no mesmo lugar e na mesma posição, observando-me. 

Antes, porém, que eu desse o primeiro passo em direção ao estacionamento, ele me chamou com certa hesitação na voz:

– Nina... já que está aqui, por que não vem comigo?

Fiquei imóvel por um momento, perguntando-me se ir com ele – naquelas circunstâncias quase solucionadas ou, ao menos, esclarecidas – seria uma decisão inteligente.

– Por favor? – ele estreitou os olhos.

Senti minhas mãos formigarem.

– Vamos... não me faça implorar... – pediu com uma maciez na voz que me deixou zonza.

Tentei controlar minha vontade.

– Não entendo nada de plantas venenosas, Danny... – minha lamentação era mais uma desculpa para não ir e me livrar da sua presença desconcertante. – O que eu vou fazer lá?!

– Pode me distrair com sua supersinceridade.

Fiz uma careta para ele, que riu.

– Eu quis dizer de útil...

– Hummm... – ele olhou para sua caixa de ferramentas, tentando enxergar através da tampa.

– É a minha condição – impus ousadamente, com uma autoridade que eu não tinha.

– OK, Nina. – ele concordou.

Daniel foi até sua caixa ferramentas, abriu-a e tirou de lá um par de luvas de borracha amarela. Olhou-me, ainda agachado, e as sacudiu vigorosamente para mim.

– Então, vamos tentar fazer isso... sem que nos mate.

                                                                                                   ***

Olvasás folytatása

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