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By prettiestziam

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Aos dezessete eu aprendi a verdade Que aqueles de nós com rostos feios Desprovidos de encantos sociais Des... More

I
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítul0 Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
II
Capítulo Treze
Capitulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Agradecimentos

Capítulo Vinte e Cinco

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By prettiestziam



Zayn caminhou por muitas horas pelas ruas antes de parar e se sentar em uma calçada. Suas mãos suavam e tremiam e ele estava perdido, tanto no espaço quanto em sua mente. Pensava em como havia deixado as coisas passarem dos limites e em como ele sairia prejudicado daquilo. Não devia ter se entregado daquela maneira tão fácil. Não devia ter feito isso com Liam.

Apenas a menção mental do nome do jogador fazia Zayn estremecer onde estava e negar com a cabeça. Parecia que ele estava prestes a explodir e que nada poderia ser feito para impedir tal ação. Chocou-se, ao perceber que estava agindo da maneira mais absurda possível diante da situação em que estava e mordeu a parte interna da boca enquanto refletia.

Sentia-se tão sozinho naquele momento. Sentia como se ninguém pudesse suprir a falta que ele tinha no peito e que o pouco que ele tinha havia sido sugado por Liam em poucos minutos. Talvez não estivesse errado. Ou quem sabe, Zayn estava interpretando tudo o que havia acontecido de forma errada e ele apenas não podia enxergar que Liam não havia lhe tirado nada.

Liam havia dado a Zayn o amor que ele não sentia diariamente. Liam, em vez de lhe ferir, o tratou da maneira que Zayn queria desde o princípio: Liam o amou. O amou de muitas formas, de forma violenta, sarcástica, carinhosa, dúbia... E Zayn o amou de volta, mas nenhum deles sabia que estavam lidando com amor enquanto se tocavam naquela pequena cama e naquele quarto frio.

Frio. Quanto frio Zayn sentia agachado naquela rua. Sem forças, como um indigente. Parecia que mendigava um pouco de afeto, mas que as pessoas lhe negavam isso por ignorarem a sua existência. E mendigar carinho para ele era admitir a sua derrota pessoal para Liam; nada havia sido esquecido, mas não era apenas sobre a dor do passado... Era sobre o amor que nunca deixou de sentir.

Zayn levantou-se do chão e olhou para os lados, a mão sobre o peito e o olhar perdido entre as placas. Andou mais um pouco, os pés cansados, e parou, quando viu o nome de uma rua conhecida. Lembrou-se de passar correndo por ela várias vezes no passado, a mochila sobre um dos ombros e revistinhas em uma das mãos e seu melhor amigo ao seu lado com um sorriso sincero.

Chegou perto de uma das casas - cuja pintura e reformas faziam-na estar diferente do que ela um dia foi - e verificou na caixa de correios se os atuais moradores ainda eram os mesmos de dez anos antes e, tendo esta certeza, apertou a campainha, esperando pacientemente alguém abrir.

O senhor Styles, um tanto mal humorado, abriu a porta e se espantou ao ver Zayn parado em frente à sua porta pálido e frio como um morto-vivo. O rapaz apenas lhe questionou onde era a atual casa de Harry, pois ele precisava vê-lo, mas o Sr. Styles o forçou a entrar e a tomar um copo de água e ofereceu a Zayn uma carona, que mesmo negada, acabou acontecendo.

Então, depois de alguns minutos, lá estavam Zayn e o Sr. Styles tocando a campainha de Harry. O rapaz demorou um tanto para atender a campainha - pelo horário, assim como o Sr. Styles, ele devia estar dormindo antes de Zayn chegar - e quando ele abriu a porta, Zayn jogou-se em cima do amigo, que quase caiu em desequilíbrio. Zayn abraçava Harry com tanta força que quase o sufocava.

Harry, por cima do ombro do músico, olhou para o pai de forma interrogativa, mas o Sr. Styles apenas meneou a cabeça e deu meia volta, dizendo que voltaria para casa. Com dificuldade, Harry fechou a porta e separou-se de Zayn para olhá-lo.

"Hey...", disse, segurando-o pelos ombros. "... Zayn, olha pra mim, o que aconteceu? Por que você está desse jeito?"

Zayn não disse nada e voltou a abraçar Harry com muita força. O amigo suspirou e retribuiu o abraço, apertando Zayn de maneira gentil até que ele se sentisse bem o suficiente para soltá-lo por conta própria.

Os dois se separaram e Harry encarou Zayn por algum tempo, esperando por respostas e Zayn apenas enfiou as mãos no bolso, abaixando a vista. Harry soube que era porque ele estava constrangido.

"Desculpe por isso", Zayn falou e levantou a vista para Harry. "Eu vou embora."

"Zayn, espere", Harry pediu, segurando-o pelo ombro. Zayn olhou para a mão de Harry e o rapaz a separou dele, pedindo desculpas com um sorriso. "Fique um pouco. Você já me tirou o sono mesmo...", Zayn já ia dizer algo, quando Harry riu um pouco, "...eu estava brincando. Venha, vamos até a cozinha."

Os dois seguiram calados até a outra parte da casa de Harry, tão arrumada quanto o resto dela; a cozinha era muito pequena, porém tudo estava em seus devidos lugares. Até duas xícaras que estavam sujas sobre a pia não pareciam usurpar a organização de seu dono.

Harry fez Zayn se sentar em uma das cadeiras da mesa e preparou um café rápido em sua cafeteira, deixando ela funcionando enquanto se aproximava do outro, que estava um tanto alheio a tudo.

"O que aconteceu?", perguntou.

"Eu já disse que nada, Harry."

"Sério?", perguntou comicamente. "Não pareceu nada você vir em minha casa de madrugada escoltado pelo meu pai e com uma aparência de oi, estou completamente fodido?"

Zayn deu uma risada curta.

"Que bom observador você é."

"Não precisa ser irônico, Zee", Harry disse. Virou-se e foi até a cafeteira, que havia apitado e serviu café para ele e Zayn em duas canecas, deixando uma na frente do amigo e segurando a outra. "Eu só estou preocupado com você, eu me preocupo com você o tempo inteiro e eu entendo o que você está passando..."

"Harry, faça-me um favor!", respondeu Zayn exaltado. "Você se preocupa comigo?", riu em deboche. "Você sequer me conhece. Não me conhece! Ninguém sabe o que eu estou passando, ninguém sabe como dói! Eu perdi tudo! O que você sabe sobre isso?"

Com isso, Harry se exaltou. Como assim Zayn entrava em sua casa, invadia a sua privacidade e falava algo do tipo para ele? Logo para ele, que entendia tanto de dor e de perdas? Aquilo subiu a mente de Harry e ele perdeu o controle, mesmo que, normalmente, ele fosse calmo o suficiente para suportar uma guerra.

O rapaz bateu a palma da mão aberta contra o balcão da cozinha e olhou para Zayn com os olhos quase brancos de uma mistura de raiva e indignação. Tomou ar e apontou o dedo para Zayn, falando em um tom de voz nervoso:

"Você não ouse julgar as minhas perdas! Não ouse comparar o que você perdeu com o que eu perdi, Zayn, porque você sequer pode fazer isso", meneou a cabeça, os olhos faiscando. "Eu perdi a merda de uma perna! Uma perna! As pessoas, Zayn? As pessoas tem pena de mim ao me verem mancado e eu... eu não consigo ter um relacionamento porque eu me acho inferior às outras pessoas! Eu perdi um namorado, Zayn. O amor da minha vida. E eu perdi as minhas expectativas, meus sonhos e pelo visto, perdi até mesmo o meu melhor amigo!"

"Harry...eu..."

"Cala a boca! Como você... pôde? Você é tão egoísta, Zayn! Tão mesquinho! Você pode mudar tudo na sua vida com apenas um pouco de vontade! Você está a um passo de escapar do abismo, enquanto eu já caí em um!", parou e olhou para Zayn, que estava um tanto atordoado com tantas verdades despejadas em sua cara. "É você, Zayn, quem não sabe nada sobre perder. Você. Devia usar isso como uma forma de ganhar algo na sua vida e não como forma de julgar a vida dos outros."

Harry respirou profundamente, virando de costas e passando as duas mãos pelo rosto. Fechou os olhos e pôde ouvir as pisadas de Zayn sob o piso de madeira de sua casa, a quentura da pele de seu amigo o mostrando que ele estava perto. Abriu os olhos, e quando o fez, viu que Zayn chorava e aquilo lhe fez se arrepender um tanto do que falou.

"Zee...que...droga, Zaynie!"

Puxou o amigo para perto e o abraçou com força, da mesma maneira em que Zayn fez com ele quando chegou. Zayn ofegou, colocando as lágrimas todas para fora e Harry apenas o consolou por alguns instantes, acariciando o seu cabelo fino com os dedos cansados de professor. Puxou o rosto do amigo e o beijou em cada bochecha, o olhando firmemente.

"Por que você faz isso? Por quê? Você machuca as pessoas que ama, Zayn. Você não precisa machucá-las. Elas te amam tanto... Eu te amo tanto, meu amigo... tanto...", limpou as lágrimas de Zayn e segurou o seu rosto. "Fale para mim, o que aconteceu com você?"

Zayn mediu bastante o que deveria dizer. Sentia-se inseguro para confessar os seus sentimentos e suas verdades, mas com Harry, aquilo parecia fácil naquele instante. Na realidade, ele parecia muito confortável em estar com Harry, mesmo que seu estresse natural conservado durante os anos o fizesse ser amargo com o amigo querido.

"Eu estive com o Liam hoje...", Zayn falou e Harry ergueu uma das sobrancelhas, "...eu estive com ele em minha antiga casa."

"Na sua casa aqui em Jersey? A que você morava com os tios?", Zayn assentiu. "Pensei que ela tinha sido vendida há anos..."

"O Liam comprou", Zayn disse. "Harry... a casa estava exatamente igual. Tudo estava igual... as cores nas paredes, o sofá velho, o meu quarto ainda tinha meus antigos pôsteres... Deus, Harry, ele manteve a minha casa intacta todo esse tempo!"

A mão de Harry deslizou pelo rosto de Zayn, tocando-o de forma gentil e consoladora. Harry não esperava por aquilo. Ele nunca soube ao certo o porquê dos dois terem se separado e pensava que Zayn havia ido embora de Jersey por medo de Liam ver como ficou o seu rosto depois do incidente na escola. Ele sequer sabia que Zayn achava que Liam tinha sido o mandante do trote que ele sofreu.

"E como foi?", Harry questionou. Zayn negou e se afastou, fungando um pouco. "Zayn."

"Como foi? Foi fantástico!", gaguejou de forma aleatória e mexeu as mãos, numa tentativa de explicar. "Não consigo achar outra palavra para aquilo, eu quero dizer...", Zayn parou um pouco e franziu a testa, rindo de si próprio. "Eu ainda amo o Liam!", confessou facilmente, como se a pergunta de Harry tivesse sido 'você ainda o ama?'. Respirou, dando de ombros e deu um sorriso ao amigo, fechando os olhos por um segundo. "Eu ainda o amo, Harry e eu estou tão cansado...Cansado de fugir, de me esquivar. Eu queria poder esquecer tudo e ser como antes, você entende?", Harry fez que sim. " Mas eu estou tão cansado..."

Harry assentiu e foi até Zayn.

"Tudo bem, está tudo bem...", sorriu, "...você só precisa descansar sua cabeça."

Segurou o braço de Zayn e o guiou até seu quarto. Fez o amigo se deitar em sua cama, coisa com a qual Zayn não protestou. Ele realmente parecia exausto e seu corpo tenso parecia relaxar sobre os lençóis quentes. Quando Harry ia se levantando da cama, a mão de Zayn segurou o seu pulso e ele o olhou questionador.

"Harry", falou baixinho. "Ainda somos amigos, não é? Você ainda... é meu amigo, não é?"

"Durma, Zayn, durma", Harry respondeu, acariciando o rosto de Zayn, que acabou cochilando um tempo depois. E enquanto o observava cair em um sono profundo, seu coração lhe dizia que as coisas estavam erradas naquela história toda. E que ele, talvez, tivesse algo especial para fazer para que ela tivesse algum sentido.

E dizia a si mesmo que, mesmo que fosse algo fora de seu alcance, que ele ajudaria seu amigo naquilo. Porque para ele, ele e Zayn ainda eram sim, muito amigos e ele nunca deixaria de amá-lo e de apoiá-lo, mesmo que ele fosse completamente diferente do que um dia foi. Mesmo que Zayn fosse o melhor amigo de Harry, mas a recíproca não fosse verdadeira.

"Eu ainda sou seu amigo, Zee", sussurrou para o rapaz que já dormia pesadamente. "E pode até ser que nós não sejamos amigos para sempre, mas a nossa amizade com certeza será."

***

Harry ligou para Louis no outro dia, dizendo que Zayn estava em sua casa e que ele fosse buscá-lo. Depois de servir a Zayn um café da manhã generoso e uma boa companhia - mesmo que o amigo não conversasse tanto - Louis chegou com Drew em sua casa para buscar o artista.

Zayn emburrou-se ao olhar os seus colegas de banda e agradeceu rapidamente a Harry, saindo de sua casa. Drew agradeceu também e saiu junto, falando com Zayn o quão preocupado ele deixou a todos, principalmente Trisha, e Louis falou aos dois que ficaria na casa de Harry, pois precisava conversar com ele.

O professor olhou para Louis com dúvida, pois não sabia o que ele queria falar e também porque Louis não perguntou a ele se essa conversa poderia acontecer naquela hora (ele tinha que trabalhar e já estava atrasado), porém, nada foi dito e Harry apenas se sentou no sofá de sua sala e sorriu educadamente.

"Sente, por favor", pediu e Louis atendeu. "Sabe que horas são?", perguntou, mas só o fez para Louis se tocar de que ele estava com o horário comprometido com sua visita inesperada.

"Quase oito", respondeu Louis, sequer percebendo a indireta de Harry. O encarou por algum tempo, medroso como alguém que havia feito algo de muito errado e que precisava confessar.

Bem, ele sabia que havia feito algo errado e sabia que precisava confessar. Louis havia passado os últimos tempos adquirindo coragem para bater na porta de Harry e falar com ele sobre o porquê da separação dos dois e sobre a saudade e amor que sentia todos os dias.

Mas Louis sabia que era um passo grande demais, por isso temia. Sabia que, ao falar para Harry de tudo o que fez, que receberia uma reação não muito positiva e que a resposta de Harry para as suas canalhices fosse o maior dos desprezos. Porém, ele não aguentava mais guardar aquilo no peito. Tinha que falar, senão sufocaria com tantos segredos acumulados e não teria paz enquanto não falasse tudo.

Harry acabou ficando impaciente com o silêncio e falta de reação de Louis e se levantou, o olhando já sem muita cortesia.

"Louis, olha, eu estou atrasado para o trabalho. Eu agradeço a sua visita e tudo e eu juro que gostei de sua companhia, mas eu realmente tenho que ir e..."

"Harry, eu preciso falar com você", falou, se levantando também.

"Lou, eu preciso sair de casa, é sério, eu vou me atrasar! Você está sendo inconveniente!"

Louis juntou as mãos, decidindo não enrolar mais. Fitou Harry, que o olhava de volta com um semblante não muito agradável e começou a falar:

"Eu estava tão ansioso para viajar para a Inglaterra", Louis falou bem rápido, fazendo Harry quase rebater. "Digo, quando eu e você decidimos que... que eu iria", respirou fundo e Harry o encarou. Sabia o que Louis estava tentando fazer e não iria interromper. Aquele era o momento. Deu um suspiro resignado e permaneceu quieto, esperando Louis continuar.

"Eu vi tantas coisas, Harry. Tantas coisas que eu sequer sabia que existiam e... e eu me iludi tanto com aquilo. As expectativas, as pessoas me bajulando... a fama tão rápida e a suposta beleza que eu tinha sendo colocada em um pedestal... Tudo isso me deixou pirado e eu perdi a noção de quem eu era e do que eu tinha. De quem eu tinha. De você. E... eu pensei que não precisava mais de você porque eu tinha tanto, Harry... e na verdade eu... eu não tinha absolutamente nada. Eu me perdi em meus sonhos tolos de adolescente enquanto você foi o adulto que manteve essa relação até que... que eu estragasse tudo. E eu estraguei mesmo, eu... eu fiz tudo de propósito, mesmo que sem a consciência de agora. Parecia que eu era Deus, entende? Eu me senti tão poderoso e tão... grande. Eu não sei como explicar... tudo parecia pequeno demais como comparado a mim e naquilo tudo... não tinha espaço para nós dois. Eu quis terminar com você. Eu quis te deixar, Harry, por tudo o que eu tinha... e eu pedi para você ir para a Inglaterra daquela vez porque eu queria acabar tudo entre nós. Tudo. Eu ia... eu só ia dizer para você que não tínhamos mais nada e que eu preferia a fama e os fãs e toda aquela idiotice... Quanta idiotice... Eu traí você por ela. Traí muitas vezes, eu nem sei quantas, eu estava tão... alto para lembrar... E no dia que você sofreu o acidente eu estava... eu estava com outra pessoa. Por isso eu não fui te pegar no aeroporto. E você se acidentou, Harry. Você... se acidentou e eu não... Eu me senti tão culpado! Deus, eu me senti horrível, um monstro... eu perdi todo o meu bom senso. Tudo desmoronou. Eu perdi tudo. Eu percebi tudo. Foi tudo tão errado e eu... eu tive esse pensamento de que... que nada que eu tinha valia à pena... não quando você que era tudo para mim estava tão vulnerável e afetado por minha culpa, só minha culpa e eu... eu sinto muito... eu sinto muito, Harry. Eu sinto muito e eu ainda amo você. Eu ainda te amo e é tão difícil estar longe de você... eu só quero que... que me perdoe por tudo."

Louis parou, respirando finalmente. Parecia que ele estava mergulhado em um rio denso e que não podia sentir o ar entrar em seus pulmões. Encarou Harry, que estava no mesmo lugar, imóvel. O olhar dele estava perdido entre a surpresa e a decepção e Louis pôde sentir-se completamente nojento por afirmar tais fatos para alguém que não merecia ter passado por nada do que passou por sua causa.

Aquela situação, o silêncio de Harry, as verdades, as mentiras. As dores... as perdas... Nenhum ganho. Sem vencedores naquela história. O quão perturbador era saber de tudo? O quão dolorido fora desabafar? Não era fácil para nenhum deles e aquilo, mesmo que inevitável, os estavam machucando por dentro, sufocando e ferindo suas almas.

"Harry, por favor, fale alguma coisa...", Louis pediu, "...qualquer coisa, por fav--"

"Sai da minha casa", respondeu, olhando em direção à Louis, mas não o encarava de fato. A sua vista estava um tanto perdida entre o espaço e os seus pensamentos.

"Me deixe falar, eu--"

"Sai da minha casa", repetiu perigosamente devagar. "Agora", falou, a voz um tanto mais alterada. Louis entendeu que não haveria formas de insistir.

O músico passou as mãos no rosto molhado de suas lágrimas ocasionais e olhou para Harry por um tempo, que continuava impassível em sua posição inicial. Abaixou a vista, envergonhado de tudo e saiu apressado da casa, mas não bateu a porta, apenas recostou-a calmamente, o trinco mal fazendo barulho.

E deixou Harry em sua casa, arrasado demais para agir, falar ou pensar. Destruído.

Enganado. Humilhado. Muito mais do que isso: ele se sentia como se o mundo de segurança que construiu ao seu redor estava desmoronando e que ele não podia mais suportar tal fardo.

Porém, foi sem nenhuma lágrima nos olhos que ele subiu para seu quarto e deitou em sua cama ainda bagunçada por Zayn da noite anterior, cobrindo seu rosto com os dedos e acariciando suas têmporas, tentando manter a calma, mesmo que fosse difícil. Virou-se várias vezes na cama, irritado pela forma que seu corpo doía devido seu estado de espírito. Sua vó costumava lhe dizer que a dor da alma às vezes afetava o corpo e ele passou a acreditar nisso depois daquele dia.

Pensou tanto sobre seus sentimentos e os de Louis, os medindo e questionando a intensidade deles. Procurou alguma culpa, se é que ele tinha alguma e algum motivo para que fosse posto de lado por alguém que tanto amou e que, em troca disso, só quis amor de volta.

Harry se perguntava: "por que era tão difícil para as pessoas corresponderem nossos sentimentos e expectativas? Por que o mínimo que precisamos nunca é dado por quem se ama? Por que o amor era tão leviano com os corações que se entregavam completamente ao amor, fazendo os amantes sofrerem apenas por sentir?". Não parecia justo. Não parecia algo que ele merecia.

Harry deu um sorriso triste, meneando sua cabeça e se perguntando por que ainda doía tanto. Ele sabia a resposta, afinal. Ele realmente sabia. Ele não escondia isso de si mesmo. Mas decidiu que não ficaria se torturando com suas verdades, sempre tão sinceras com seu coração e muito menos com as revelações de Louis, que mesmo que tivessem lhe ferido com facas afiadas, eram apenas palavras.

"Apenas palavras...", sussurrou, tentando se convencer daquilo e piscando os olhos cansados.

Virou-se na cama mais uma vez e achou uma posição em que pôde descansar. O que ele havia combinado de fazer naquele dia não importava. Ele precisava cuidar um pouco de sua paz daquela vez. Só daquela vez...

***

Brian estava com os olhos fechados, ajoelhado na sacristia em frente a uma imagem do Sacramento. Rezava nervoso, a mão segurando o rosário com força e sussurrava orações como assovios. Estava acostumado a orar quando a igreja estava vazia e sempre que podia ficava num canto sozinho e com os joelhos curvados.

Ouviu alguns passos, virando instantaneamente para trás, mas nada viu. Respirou fundo e levantou-se, saindo da sacristia indo ver de quem se tratava e acabou surpreendendo-se com a visita inusitada.

Lucas estava em pé do lado do confessionário, o ombro direito encostado no local e na mão esquerda uma pequena mala de couro. Quando viu Brian, sorriu divertido, pois nunca em 10 anos havia se acostumado a ver Brian com batina e com uma cara tão engraçada e séria de padre.

"Turner, quanto tempo", Brian deu um discreto sorriso e se aproximou de Lucas, que largou a bolsa e estendeu educadamente a mão para o padre.

"Sim, Brian Thompson, já faz alguns meses, não é?"

"Sim, já", falou, apontando para a sacristia e pegando a mala de Lucas. "Vamos para dentro, é mais discreto. Podemos conversar tranquilamente."

Lucas assentiu e seguiu Brian um tanto incomodado; olhava para os lados e para cima, admirando os desenhos e imagens de santos e arcanjos nas paredes e janelas, sentindo um arrepio estranho em suas costelas. Desde criança, ele achava a igreja um dos lugares mais assustadores que ele já havia conhecido e depois de adulto, a impressão não havia sumido.

Entrando na sacristia, ele sentiu um alívio bobo, pois o local era branco e tinha apenas algumas poucas imagens de santos e um grande crucifixo pregados nas paredes. Sentou-se em uma cadeira cedida por Brian e o encarou por alguns instantes.

"Então, Lucas, a que devo o prazer de sua visita? Você não vem à igreja há uns bons anos. Só lhe vejo quando ando pelas comunidades carentes..."

"Ora, Brian, você sabe que eu nunca fui um religioso na real", falou e Brian deu uma risada, assentindo. "E sabe também que nossa amizade não vai além de um cumprimento básico aqui e ali, meio que por conveniência", disse e Brian ficou um tanto desconcertado com aquilo. Claro que Brian sabia que a amizade dos dois não era grandes coisas depois de muito tempo, mas ele não se sentia à vontade para palavras tão diretas.

"Claro", foi só o que pôde responder, dando um pigarro. "Talvez por isso que eu esteja curioso em saber o por quê de sua visita", respondeu e Lucas assentiu.

"Eu vim me despedir de você, Brian", Lucas falou e Brian o olhou de forma interrogativa. "Eu estou indo embora de Jersey."

"Embora? Para onde?"

"Não importa", meneou a cabeça, rindo. Bateu a mão contra a coxa e olhou para o crucifixo na parede, cerrando os olhos. "Essas coisas são assustadoras..."

Brian resolveu ignorar a blasfêmia de Lucas e tocou em sua mão que estava em cima da perna, fazendo o rapaz de cabelos claros o olhar. Franziu a boca em sinal de nervosismo e falou:

"Por que você veio até mim, Lucas?", perguntou. "Você e eu não nos vemos há muito tempo e, como você mesmo disse, nossa amizade já não é grande coisa. Você poderia muito bem ter saído da cidade e eu sequer saberia, por que está fazendo questão de vir me contar pessoalmente?", Lucas olhou para o padre de um jeito diferente, que Brian não soube definir realmente, mas de alguma forma aquilo lhe soou como uma resposta. Separaram as mãos juntas e Lucas engoliu em seco antes de começar.

"Jersey, de repente, ficou pequena demais para mim. Pequena demais", disse. "Eu sinto como se já não fizesse parte desse lugar há muito tempo. Não há muito para mim aqui, nunca houve na verdade. Estou preso a velhos fantasmas do passado e não consigo dar um passo que seja para frente. Isso deve significar algo para mim, não é? Um aviso, talvez? Que eu preciso sair daqui o mais rápido possível?"

Olhou para Brian, que tinha uma expressão comprimida no rosto.

"E por que isso de repente?", rebateu o padre. "Será por que o Liam Payne e o Zayn Malik estão na cidade, Lucas? Você sabe que eles estão aqui, não é?", ergueu as sobrancelhas e Lucas virou o rosto. "Claro que sabe. Eu sei que sabe. Agora eu entendo porque você veio até mim. É porque não há mais ninguém para falar sobre isso. Não há ninguém", juntou as mãos e esfregou-as nervosamente. "Mas será, Turner, que essa é a solução verdadeira para a sua vida? Mudar de cidade só porque você está sentindo um monte de culpa? Você vai ser você em qualquer lugar do mundo, Lucas e vai carregar culpa e dor por onde você for..."

"Pelo menos eu tenho a coragem de expandir por aí", falou, não aguentando as palavras moralistas de Brian. "Você realmente pensa que o melhor é ficar enfurnado em Jersey, vivendo miseravelmente porque erramos uma vez no passado? Brian, eu estou cansado de ficar remoendo as coisas! Eu tenho mais o que fazer! Esse... Zayn. Ele sobreviveu, não foi? Ele está aí, bem pra caramba e olha para mim! Olha para você e essa sua batina ridícula!"

"Não ouse zombar de mim e do que eu me tornei, Lucas! Eu não admito isso!", falou exaltado. "A religião é o meu conforto. Tudo o que eu consegui foi por causa disso aqui. Por causa da minha fé e dos meus valores cristãos!"

"O que você conseguiu foi se esconder por detrás dos muros desta igreja e fingir que pode ter perdão pelo que fizemos, mas deixa eu te contar uma novidade, Brian: isso não vai acontecer, porque se existe o seu Deus, ele sabe o que você fez e vai te julgar por aquilo assim como a todos os outros, inclusive eu! Não é porque você se confessa todos os dias que é melhor do que ninguém! Você é mesmo muito idiota para não saber disso."

Brian levantou-se, passando a mão pelo cabelo ralo e virou para Lucas. O rapaz ainda estava sentado, pernas cruzadas e o olhar em direção ao padre, que estava completamente perturbado.

"Você não é ninguém para me julgar, Turner. Ninguém. Eu até posso ser julgado pelo que fiz, mas ao menos eu me arrependi com sinceridade."

"Por que então você não teve coragem de ir até o Liam e o Zayn para contar o que fez?", Brian não disse nada. "Deixa que eu respondo isso: é porque você é um frouxo, um borra calças! Sempre foi! Foi um frouxo a vida inteira! No dia em que fizemos aquilo ao Zayn, você correu para avisar aos professores e sequer teve a dignidade de falar que foi um dos culpados do trote. Nem denunciou nenhum de nós! Você acha que essa é uma atitude cristã, Brian Thompson? Acha mesmo?", riu. "Você não é um padre, é um palhaço!"

Brian avançou em Lucas, o fazendo levantar da cadeira e o segurou pela camisa com força, puxando-o para perto como quem convida para briga. Lucas apenas riu daquilo, piscando os olhos de forma surpresa e divertida.

"Wow! Vejo que irritei a vossa santidade", falou, dando mais risadas. "Vamos lá, Brian, me bate, hm? Não é o que você quer? Me bate!"

A pupila de Brian latejava de nervoso e ele podia ter socado Lucas até ele ficar desacordado, mas ele não o fez. Soltou o rapaz e virou de costas, pondo sua mão aberta sobre o coração, tentando se acalmar. Agarrou o crucifixo que carregava, pedindo a Deus um pouco de paz.

"Por que você veio até mim? Para me atormentar, Turner? Para isso? Para me fazer perder a razão? Você conseguiu, está satisfeito?", Brian perguntou, respirando fundo. Pôde sentir a aproximação de Lucas, que parou perto de suas costas e pousou a mão em seu ombro.

"Não era o que eu queria", disse e suspirou. "Eu sinto muito", falou sincero, meneando a cabeça. "Não é fácil para mim estar aqui e falar deste assunto. Acho que nunca vai ser. Sempre vou ser culpado para mim mesmo e este perdão que não vem de meu coração para minhas ações é o que me machuca e fere sempre que toco nesta antiga ferida, você entende?"

Ele apertou o ombro de Brian em um afago e o padre assentiu. Ele sabia muito bem o que era não se perdoar, pois ele nunca tinha feito isso consigo mesmo. Lucas estava certo, no final das contas. Brian era muito bom em se esconder, em fingir e em ponderar os outros. Acabava sendo um falso moralista e tolo por medo e receio. Não havia se perdoado e achava que todos deviam fazer isso. Pregava e não cumpria. E isso o matava aos poucos.

"Entendo", Brian sussurrou dificilmente.

"Eu só vim para dizer adeus e para te alertar de uma coisa... uma coisa que me perturbou muito esses dias e ainda perturba, Brian. Eu vou embora, mas quero que você saiba que o Alex está por aqui e ele continua com aquela obsessão doentia pelo Zayn. Ele continua do mesmo jeito."

Brian virou e ficou com os olhos bem abertos.

"Você o viu?"

"Ele me procurou. Falou coisas insanas, Brian. Coisas que eu sequer entendi. Me desviei daquilo e não quero mais saber dessa história. Eu estou indo. Já devia ter ido. Só quero que você tome cuidado, pois é um cara muito ingênuo. Ingênuo ao ponto de ser trouxa."

Brian acabou meneando a cabeça positivamente para aquilo, mesmo que o comentário de Lucas tenha sido ofensivo. Não falou que também viu Alex, mas agora estava em alerta muito mais do que antes. Acabou agradecendo a Lucas, mesmo que a visita tenha sido algo assustador e perturbador para ele e Lucas pegou sua mala para sair.

"Espere", Brian disse, pegando um terço de cima da mesa da sacristia. Fez o sinal da cruz em frente ao rosto de Lucas, que riu.

"Faça-me o favor, né?", falou o rapaz de pouca fé e retirou a mão de Brian de perto de si antes dele terminar a benção que fazia.

"Pelo menos leve o terço", Brian pediu, estendendo o objeto.

"Nah", silvou Lucas, negando. "Não combina com nada que eu estou vestido", respondeu e deu uma risada enviesada para o padre, saindo da sacristia com um tanto de pressa, deixando a sensação de que aquela conversa fora apenas o começo de algo que era inevitável de se parar.

E realmente não pararia. A porta do quarto estava semi-aberta, porque Justin olhava fixamente para ela enquanto falava ao telefone. Batucava o pé no chão impaciente, achando a conversa que estava tendo no telefone um saco e queria que ela acabasse sem que seu pai soubesse de sua existência.

"Eu já falei que meu pa...que o senhor Liam Payne não se encontra", falou, enrolando o fio do telefone entre os dedos.

"Olha filho, acho melhor você chamar o Liam agora. Diga para ele que é o treinador do time e que eu preciso vê-lo urgentemente! Quem está falando?"

"É o secretário do senhor Payne."

"Qual o seu nome?", o homem do outro lado da linha questionou, intrigado com tanto mistério. Não era a primeira vez que ligava para o número de Liam e ouvia a mesma voz o impedindo de falar com ele e não sabia que a voz era de uma criança, pois Justin enrouquecia a si mesmo só para enganá-lo.

O garoto rodou a vista pelo quarto, cerrando os dentes. Procurou algum nome que pudesse usar e viu um na camisa do pai, que estava jogada em cima de uma cadeira.

"Calvin. Calvin Klein", respondeu, se achando muito esperto.

"Que espécie de brincadeira é essa? Olha aqui, meu filho, eu preciso realmente falar com o Liam, ele está de licença do trabalho, mas preciso pedir que ele volte imediatamente! Você não pode me impedir de falar com ele e..."

Justin acabou nem escutando o que o homem disse, pois viu o irmão passando pelo corredor da casa pela fresta da porta com uma caneta na mão e vestindo uma camisa vermelha que parecia ser sua. E a camisa estava riscada com a frase: homophobia is gay. O garoto apertou o telefone com força e, disposto a dar uma surra no seu irmão, resolveu encerrar a conversa que estava travando.

"Veja bem, meu senhor, eu estou dizendo que o Liam não pode lhe atender, aceite como o cavalheiro que você é", parou e pôs o braço na cintura. "E saiba que o Liam só vai voltar quando quiser, ele sabe de seus direitos e se o senhor o dispensou do time foi porque não precisava dele!"

"Mas..."

O garoto desligou o telefone rapidamente e bufou, colocando-o em seu bolso e saindo do quarto para confrontar o irmão. Ele estava realmente irritado, porque a sua camisa havia custado uma fortuna e Scott tinha a mania idiota de pegar todas as roupas que lhe convinha e as riscava com frases aleatórias de bandas.

Pisou forte no chão de cerâmica, cruzando os braços contra o peito e já podia sentir o abdômen inchar de ar para um falatório quando ele passou em frente ao quarto de Alex e ouviu a voz dele muito baixa. A educação de Justin dizia para ele sair de perto da porta e não ouvir nada, mas a curiosidade disse o contrário. Ele murchou um pouco o seu ego e sua raiva e aproximou-se da madeira fria, colocando o ouvido bem perto dela - mas não muito, pois a porta estava entreaberta - para tentar entender o que Alex dizia.

"...você, Malik, você é um derrotado e por que o Liam quis ficar com você um dia, por que? Vai saber! Um idiota, isso que o Liam é... idiota sem sobrenome. Um burro... mas uma coisa eu te digo, Malik, isso não fica assim, não fica... nada disso vai terminar do jeito que você quer!"

Um suspiro surpreso foi solto por Justin, que arregalou os olhos enquanto permanecia atento às palavras confusas e raivosas do homem. O menino não sabia que Alex tinha conhecimento do antigo caso de seu pai com Zayn Malik e ficou mais impressionado ainda pelo fato de Alex parecer tão transtornado.

"Sabe o que eu acho? Acho que você deveria ter morrido naquele dia... morrido! E tudo tinha se resolvido, mas não! Culpa do Brian, aquele filho de uma... aquele idiota... ele pensa que vai mudar o mundo, ele pensa. Eu não ligo para isso, Malik, eu posso terminar o que comecei, não é verdade? Eu tenho certeza que posso! Onde você está, esquilo? Onde está? Você está com o idiota do Payne? Faz sentido... dois idiotas!"

Justin se contorceu onde estava, realmente incomodado com tudo aquilo. Moveu-se um pouco, tentando olhar na pequena brecha da porta para ver como Alex falava com Zayn e tentando entender o motivo de tal alteração e então o garoto realmente ficou admirado, engolindo em seco pelo que via: Alex falava com uma foto.

Para conter um grito de surpresa, Justin tapou a boca. Entendeu mais algumas coisas que Alex dizia, como algo sobre ele odiar Zayn e ter que acabar com toda uma situação e, já assustado com tantas revelações, ele se afastou e correu para seu quarto, trancando-se nele e fechando os olhos com força.

Por mais que fosse inteligente, ele não passava de uma criança, e como tal, não sabia o que fazer. Olhou para a sua mão, que tremia muito, e pensou em tudo aquilo. Tanta informação em sua cabeça ao mesmo tempo o fazia lamentar ostensivamente o fato de ser tão pequeno e não poder ter atitudes mais maduras do que as que já tinha por pura convenção da idade.

Talvez Scott pudesse ajudá-lo? Ele riu sem graça do próprio pensamento. O irmão não era uma má pessoa, mas Justin sabia que Scott era muito lento para certas coisas e também havia os fatos que ele tinha ocultado do irmão, como o namoro de seu pai com Zayn no passado. Justin sabia que não podia contar com ele.

Ele pensou em ligar para sua mãe, mas lembrou-se que ela não havia deixado número com nenhum deles depois das inúmeras crises de Scott, que ligava para ela toda vez que havia alguma confusão ou quando decidia que ia morar com ela em vez do pai por pura birra.

A única opção de Justin era falar diretamente com o pai, mas Liam estava sumido há mais de um dia e ele não sabia onde ele poderia estar e, desta maneira, não sabia como contatá-lo. Isso o deixava ainda mais apavorado. Ele realmente precisava falar com alguém, entender aquilo direito ou simplesmente sair daquela casa onde estava com o irmão junto daquele louco. O medo e as dúvidas o assombraram por horas, seu peito se comprimindo e um choro necessário sendo contido em sua garganta, enquanto a sua pretensão de ser adulto era substituída pelo seu infantil medo de estar sozinho naquilo. Seu silêncio em seu quarto gritava por ajuda.

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