Aprendendo a Gostar de Mim {A...

By jardimsecreto

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No segundo ano do ensino médio, ninguém espera mais novidades na escola. Os novatos são velhos conhecidos e o... More

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Sinopse e Informações Gerais
Janeiro I
Fevereiro I
Fevereiro II
Fevereiro III
Fevereiro IV
Fevereiro V
Março I
Março II
Março III
Março IV
Abril I
Abril II
Abril III
Abril IV
Abril V
Maio I
Maio II
Maio III
Maio IV
Junho I
Atualizações
Junho II
Junho III
Junho IV
Junho V
Julho I
Julho II
Julho III
Julho IV
Julho V
Julho VI
Julho VIII
Perguntas
Respostas
Julho IX
Bienal de Minas
Julho X
Julho XI
Julho XII
Agosto I
Agosto II
Agosto III
Agosto IV
Agosto V
Agosto VI
Agosto VII
Agosto VIII
Agosto IX
Congresso Nacional Online de Literatura Queer
Agosto X
Setembro I
Setembro II
Setembro III
Outubro I
Outubro II
Outubro III
Outubro IV
Outubro V
Outubro VI
Outubro VII
Novembro I
Novembro II
Dezembro I
Dezembro II
Dezembro III
Dezembro IV
Dezembro V
Dezembro VI
Dezembro VII
Dezembro VIII
Janeiro ∞
Aesthetics
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Julho VII

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By jardimsecreto


Esses eventos de colégio nunca foram muito a minha praia, mas sempre participei na turma da bagunça. Meu objetivo era ir para zoar o máximo possível, ficar com as meninas mais bonitas e desejadas, e procurar algum flagrante de professor para poder usar contra eles depois – foi nosso feito descobrir o Nasser e a professora de espanhol entornando garrafas de vodca no almoxarifado durante a festa do anterior! Ele teve que pagar uma rodada de pizza pro time todo pra que a gente ficasse calado.

Era engraçado, não vou mentir. Mas, naquele ano, minha vontade de participar de coisas assim era negativa.

O Carlos veio me chamar para nos reunirmos perto do pau de sebo quando a inspetora anunciou a competição, mas, para sua surpresa, eu recusei. Disse que ia ajudar as meninas a empacotar as "encomendas" e que nos esbarraríamos depois, na minha hora de folga. A Juliana me olhou de soslaio, percebendo a conversa, mas só levantou as sobrancelhas.

Eu realmente ajudei a embalar doces, mas acho que tava na cara que não era esse o motivo principal de eu ter recusado...

Me ocupei com o trabalho sem ver o tempo passar – e olha que não tava legal assim, pras pessoas dizerem que a gente não olha a hora quando faz algo que gosta. Não era isso. Era só vontade de acabar logo com aquilo mesmo. Meu celular vibrou no bolso diversas vezes, mas não dava pra tirar a mão da massa (literalmente), então o ignorei. Quando a fila da nossa barraquinha diminuiu, a Karina veio dizer que podíamos sair dois de cada vez para fazer a tão merecida pausa para descanso.

– Vamos tirar no par ou ímpar ou...?

– Eu posso ficar – a Ana Cláudia disse, dando de ombros. – Meus pais já foram embora e não estou com fome ainda.

– Eu só quero ir ao banheiro – a Alícia choramingou e as meninas riram.

– Então vai, criatura! – Karina deu um tapinha no ombro dela e a menina pulou a mureta da nossa barraquinha em tempo recorde, sumindo no meio da multidão. – Então vão vocês dois primeiro, pode ser? Renan e Juliana?

Nós dois nos entreolhamos e assentimos. Tirei o avental que, confesso, nem percebi que ainda estava amarrado ao meu quadril – nem o Carlos, porque ele não teve tempo de comentar quando fora me chamar mais cedo... Só esse fato já seria uma benção milagrosa, né?

Não estava com fome, mas foi só sair da barraca que lembrei do pé de moleque e do Sander instantaneamente – mesmo que os pais dele já tivessem lhe comprado um quilo de doce, eu ainda queria fazer minha contribuição.

Daí lembrei do meu celular, vibrando no bolso, e fiz a besteira de checar as mensagens que estavam chegando.

"Gatinho, to indo pra sua escola! Se prepara!"

"Chegueeeei! Saudades mil!"

"Nossa, mas vc ta uma delicia de avental, Renan!!!"

"Me avisa qdo vamos nos encontrar pra matar a saudade. To te esperando!"

O número era desconhecido – nem bloqueando a Larissa parava de me seguir, nossa! Provavelmente mandando mensagens dos celulares das amigas, sei lá. Até me espantei por não ter reparado que ela, a julgar pelo que tinha acabado de ler, tinha estado na barraquinha do beijinho de coco.

Era só o que me faltava!

A paranoia servindo de motor, vasculhei a festa com os olhos pra ver se a encontrava. Negativo. Nada de Larissa ou qualquer uma das amigas dela. Nada do Carlos ou de qualquer um do pessoal do time, também. Andei com o maior dos cuidados até a barraca das fichas, pra poder comprar uma e pegar o pé de moleque pro Sander – com sorte, eu ainda conseguia raptar o gringo pela próxima hora para um cantinho escuro do colégio e, de quebra, ainda escapar da minha perseguidora.

Daniel estava trabalhando direitinho no caixa; parecia até gente grande! Soltei uma risada com o pensamento e, quando me viu na fila, ele fez questão de me chamar de lado e perguntar o que eu queria que ele arrumaria mais rápido. Sabe como é, né? Uma mão lava a outra, é o que dizem.

– Uma ficha pro pé de moleque – pedi e passei o dinheiro pra ele pela lateral da barraca, ignorando os olhares tortos na minha direção. – Ah, e pro cachorro-quente também.

Eu ainda não estava com fome, mas a curiosidade de ver como a barraca do Luiz tinha ficado era maior – e eu também queria comer mostarda, só pra eles não dizerem que dei a sugestão mas não passei nem perto pra poder "prestigiá-los".

O Renan de um ano atrás jamais faria isso, eu concluí, depois que o Dani me entregou as fichas.

– Você vai lá agora? – ele gritou por cima do barulho que o pessoa fazia. – Pegar a comida?

Chequei meu celular e mandei uma mensagem pro Sander antes de responder. A réplica veio no segundo seguinte, dizendo que ele estava ajeitando as últimas coisas atrás do palco e que poderia me encontrar dali uns vinte minutos, meia hora.

– Vamos lá? – chamei o Dani e, mesmo tendo percebido que estava convidando-o para ir ao covil dos leões, ele aceitou. Falou com a professora de matemática, que os estava monitorando, e ela o liberou para a sua hora de descanso de direito.

Não conversamos no trajeto, nem dava! Só nos esforçamos em passar entre as pessoas sem pisar nos seus pés ou ficar com hematomas das cotoveladas que recebíamos. Chegamos à barraquinha de cachorro-quente primeiro, mas estanquei antes de nos aproximarmos de mais, sem saber se aquilo estava realmente tudo bem pro meu amigo.

– O que foi? – Daniel me perguntou, quase tropeçando em mim no caminho.

Seus olhos analisaram a cena: Luiz, de luvas, colocando molho em um cachorro-quente para uma criança qualquer. Diego no caixa, recebendo as fichas com um sorriso convidativo e irônico ao mesmo tempo. O Pablo e o Marcos atendiam o pessoal, meio desengonçados. Nos fundos, a Maria e a Camila estavam de máscara sobre os narizes, mas dava pra perceber que riam enquanto aconchegavam a salsicha dentro do pão.

Eles pareciam um grupo perfeitamente harmônico. Incluindo o garoto moreno que se aproximou do Luiz depois que a criança pegou seu cachorro-quente e o deixou livre para dar atenção ao namorado.

– A gente pode ir na barraca do pé de moleque primeiro, aproveitar que... – que o William não está lá, eu ia completar, mas o Dani passou por mim quase levando meu ombro junto, interrompendo meu pensamento:

– Anda logo.

Não sei porque minha hesitação era ainda maior que a dele, mas, aparentemente o Daniel estava acostumado a enfrentar "aquele tipo de situação". E essa constatação me deixou pesaroso... Saber que ele pode ter passado por tanta coisa do tipo que já não liga de se machucar mais um pouco.

Ao nos aproximarmos, notei que a mãe do Luiz também vinha pelo lado oposto ao nosso. Ela parou bem ao lado do William e remexeu no cabelo dele, cumprimentando-o com um abraço. Tinha um cara alto ao seu lado, os dois trocaram um aperto de mão como se já se conhecessem, e então se viraram para o Luiz Eduardo.

Tudo aconteceu bem depressa. No momento em que o Luiz saiu de dentro da barraquinha para, provavelmente, tirar sua hora de folga, uma menina de cabelos vermelhos e maquiagem cheia de glitter pulou na minha frente feito pipoca.

Eles estavam encaracolados e um pouco mais claros do que eu me lembrava, os fios vermelhos. Seus olhos também pareciam muito maiores, mas provavelmente era efeito da maquiagem e da iluminação escassa... O vestido que a Larissa usava era praticamente todo transparente: a parte de cima tinha mangas compridas, mas era feito de renda, então ficava tudo visível – principalmente o sutiã vermelho fininho. A parte de baixo era minúscula, coladíssima nas coxas, e também feita de renda. Cada gesto que ela fazia, o pano se deslocava para cima, deixando mais um pouco da pele amorenada dela à mostra.

Meu queixo quase se deslocou de verdade.

Larissa estava lindíssima.

O pior era que ela sabia disso.

– Oi, Renan! Tudo bem?

Fiquei meio sem reação. Cumprimentamo-nos com os típicos beijinhos no rosto, ela estendeu o gesto ao Daniel que, meio sem saber o que fazer, olhava de mim pra ela, parados no meio da galera.

Larissa estava sozinha, o que era incomum, mas ela logo disse que viera com algumas amigas e que elas tinham saído com o Carlos. Ela estava justamente me procurando pra saber porque eu não estava com eles, o resto do time...

– Trabalhando muito, né? – suas unhas afiadas passaram por cima da minha barriga, apertando meu tronco de lado enquanto ela diminuía a distância entre nós dois, se aconchegando em mim como se fosse a coisa mais natural do mundo. O movimento me deixou paralisado. – Uma gracinha você de avental. Podia estar sem nada por baixo, ia ficar ainda mais sexy...

A última frase foi dita colada no meu ouvido, mas sua voz ainda era audível. Tanto que as sobrancelhas do Daniel se ergueram quase que imediatamente e ele me lançou aquele olhar cheio de interrogações.... Um olhar que me ajudou a colocar os pés no chão e me afastar o suficiente pra fitá-la de frente e respondê-la.

– Sim, trabalhando muito. Inclusive ainda estou no meu horário... Só vim comprar algo pra comer. – e completei, enfaticamente afastando o corpo dela do meu. – Foi mal, tá?

Larissa olhou pro Dani de novo e voltou sua atenção para cada detalhe do meu corpo, dos pés aos fios de cabelo cheios de gel que eu usava. Com esse movimento, percebi que não seria tão fácil assim afastá-la. A menina tava determinada!

Então uma ideia estalou na minha cabeça.

– Escuta, é sério. Nós vamos ali comprar algo pra comer e já temos que voltar, ok? Se quiser, o Dani aqui pode te fazer companhia porque ele tá no horário de folga dele... Mas eu não posso.

Os dois me encararam como se eu fosse louco, mas isso não me impediu de me desvencilhar e sair andando com um simples "a gente se vê", deixando a Larissa usar toda a sua sensualidade no próprio Daniel. Ainda dei uma empurradinha nela, assim, pra colocar os pingos nos is.

Não sabia se estava fazendo bem ou mal. Era só uma experiência. Mas se o Dani tivesse visto a cara de espanto do Luiz ao vê-lo com a Larissa, acho que aprovaria minha tentativa de cupido.

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