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By prettiestziam

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Aos dezessete eu aprendi a verdade Que aqueles de nós com rostos feios Desprovidos de encantos sociais Des... More

I
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítul0 Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
II
Capítulo Treze
Capitulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Agradecimentos

Capítulo Dezessete

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By prettiestziam



Justin observava Scott jogar todas as suas camisas de fora do guarda-roupa. O irmão o havia chamado - Deus sabe por que - para lhe ajudar a escolher o que ele levaria para a sua viagem.

"Dá para acreditar?", perguntou Scott, enquanto segurava uma camisa dos Frogs contra o peito.

Desde que Liam disse que eles iriam para Jersey, Scott não deixava a euforia de lado e nem mesmo citava mais o incidente com o seu pai, que ocorrera há exatamente duas semanas.

Já Justin não esquecia daquilo. Seu coração estava bastante preocupado com o pai e ele não conseguia parar de pensar em como ele ficou abalado com toda essa coisa de mexer no passado.

Mesmo sendo uma criança, ele podia muito bem entender o que se passava naquela família; eram desestruturados, mal sabiam lidar uns com os outros e toda essa coisa de amor era algo muito pouco dialogado, assim como o resto dos assuntos.

Justin e Scott eram apenas bebês quando os pais se separaram, portanto, nunca souberam como era ter uma família. Eles sentiam muita falta da mãe, principalmente porque, como dizia Liam, ela casava mais do que trocava de roupa, e ser filho de outro casamento provavelmente era um tanto prejudicial para ela. Eles não queriam serem pesos para a mãe, mas Scott particularmente queria morar com ela.

Não que ele não gostasse do pai. Scott era apaixonado por Liam, louco de amores pela figura paterna. Na escola, quando Justin não estava por perto, ele sempre falava de como o pai era um grande jogador, tinha orgulho da figura pública que ele representava e sempre se gabava por ser filho de um herói nacional.

Em casa, pelo contrário, ele era rude com ele e quase sempre o desobedecia, fazendo um excelente papel de ovelha negra. Mas o que Liam não sabia era que o filho o tratava assim porque sentia muita falta dele, de como ele nunca o tratou e da carência excessiva que sentia.

Justin era mais introspectivo. Lidava muito bem com o pai e não carecia de atenção, mas Scott carecia de toda. Por isso fazia todo o drama que podia, fazia ceninhas e birras por todo o tempo, causando constrangimentos e chateações a Liam.

"Será que eu devo levar roupa de praia?", perguntou Scott ao irmão, que ergueu a sobrancelha.

"Ah claro, se você quiser cair de cabeça na neve de sunga verde, grande gênio."

"Muito engraçado, cabeção", Scott retrucou, jogando a sunga de banho na cara do irmão, que fez uma careta.

"Scott..."

"O que?"

"A gente pode conversar um pouco? E não põe essa camisa aí não", disse, ao que viu Scott colocar a camisa de lado e sentar no chão.

"Sobre o que quer falar?"

"Sobre o pai", disse, fazendo Scott coçar a cabeça e menear a mão, para que ele continuasse. "Você não acha que ele está um pouco estranho?"

"Particularmente, eu sempre achei o nosso pai estranho", Scott comentou, fazendo Justin lhe arremessar um travesseiro. "Babaca..."

"É sério, Scott. Nosso pai está muito esquisito. Por Deus, ele vai viajar com a gente, vai nos levar a um show de rock!"

"Deus existe", respondeu o outro, erguendo o indicador e dando um beijo na ponta dele, apontando para o céu.

"Você não está nem um pouco preocupado? Não achou muito louco aquele surto que ele teve por causa daquela foto?"

"Eu não", fez o irmão, levantando do chão e dando um sorriso. "Se você quer saber, ele fez tudo aquilo, mas eu saí no lucro. Comprei um monte de coisa, vou ver minha banda favorita, quiçá eu não consiga um autógrafo do Zayn!"

Justin parecia indignado quando se levantou da cama e olhou para o irmão.

"Você é mesmo um grande bundão que só pensa em você."

E saiu do quarto, batendo a porta. Scott observou-a por um tempo antes de trancá-la e foi até o computador, ligando o monitor e procurando nos arquivos de fotos uma recém scanneada por ele. Aquela, onde o seu pai estava ao lado de Zayn.

Fixou o olhar na imagem enquanto pensava sobre aquilo. Sorriu e imprimiu a foto, e enquanto aguardava a impressão, decidia de qual forma ele conseguiria descobrir alguma explicação para tudo o que aconteceu.

"Quem é o bundão, hein, Jus?", sussurrou, segurando a folha de ofício e dando um estalo de dedos sobre ela.

***

Cloe arrumou a gola da camisa dos filhos no aeroporto, dando beijos sobre suas bochechas e as manchando de vermelho. Olhou para Liam, indicando que estava preocupada com toda aquela situação e ele apenas lhe deu um selinho amigo.

"Tudo ficará bem, não se preocupe."

"Espero", ela disse, erguendo a sobrancelha direita. "Cuide dos nossos filhos, Li. Não me faça cometer homicídio duplamente qualificado."

Eles riram e quando o vôo foi anunciado, Liam e os filhos caminharam ao lado de Cloe até o fila embarque. Acenaram para ela do corredor de acesso, enquanto a expectativa os dominava.

Cloe ainda ficou um tempo parada no lugar, torcendo os dedos longos uns com os outros e analisando a situação. Nunca pensara que um dia em sua vida mandaria Liam para os braços de Zayn Malik assim, totalmente de graça.

Por muito tempo ela viveu com inveja do garoto, enquanto não tinha Liam ainda. Quando casada com ele, a inveja foi substituída por uma raiva de Zayn, que Liam tanto amou, diferente do que fez com ela, a qual ele apenas dava poucos carinhos.

Mas depois de três casamentos, terapia e tratamento com hormônios, ela costumava dizer a si mesma que a raiva, a inveja e até mesmo o amor eram sentimentos inventados pela necessidade; pela vontade de suprir a carência e a falta de alguém.

Riu sozinha, enquanto esperava a aeronave decolar, torcendo para que tudo desse certo para Liam, assim como, aparentemente, a vida dela mesma já estava dando. Pelos filhos ela queria isso, por eles e pelo que um dia sentiu pelo ex-marido.

Ela sempre soube, desde que teve seus filhos, que não seria boa mãe o suficiente para educá-los e amá-los e por mais amargo que Liam fosse, ele cumpriria o papel muito melhor que ela. E ele estando feliz, a forma boa que trataria os filhos seria mais que uma certeza, seria um fato.

"Espero que eu tenha feito a coisa certa o mandando à Jersey...", sussurrou, mordiscando o lábio e observando o tempo em que o avião partia. O coração dela estava um tanto apertado, nervoso, mas ela logo pensou em algo positivo. Angústias deviam ser parte do passado, ela havia aprendido muito bem esta lição. Esperava apenas que Liam aprendesse também.

***

Os Frogs chegaram a New Jersey escoltados pela polícia e com uma multidão de fãs que os aguardavam na saída do aeroporto. Todos - com exceção de Zayn - estavam cumprimentando as pessoas, distribuindo autógrafos e batendo fotos, fazendo a festa das fãs desesperadas.

"Cara, eu não acredito que os Frogs vieram mesmo!", dizia um rapazinho ao outro, ao que segurava uma foto autografada de James.

"Hey, Louis, é verdade que você é daqui de Jersey?", perguntou uma fã, segurando um pôster da banda.

"Sim", respondeu com simpatia. "Eu e o Zayn somos daqui. De Belleville."

"Caraca! Minha tia mora em Belleville!", exclamou a garota, ao que Louis deu uma risada fraca e foi puxado pelos seguranças, para que conseguisse finalmente sair do saguão do aeroporto e se encaminhar para um hotel.

Zayn já aguardava à todos dentro do carro. Ele não gostava dessas paradas para cumprimentar os fãs, muito menos de dar beijos e tirar fotos. Tirar fotos principalmente, já que ele tinha repulsa pela sua imagem e simplesmente pirava quando algum paparazzi ou fã o fotografava escondido.

Ele estava quase desatento a toda aquela movimentação, quando uma moça loira um tanto rechonchuda passou correndo perto da van com uma criancinha vestida, assim como a mãe, com uma camisa da banda dele. Ele teve a impressão de reconhecê-la de algum lugar e depois de pensar bastante a lembrança veio.

Lilly Watson, uma das líderes de torcida de seu tempo de escola. Ele estava tão surpreso que pensou que não podia ser, que era delírio, mas por mais que ele olhasse - discretamente, para sua mãe não notar a importância que ele dava aos fãs - ele ficava mais e mais surpreso.

Tomou isso como um aviso do destino de que sua passagem por Jersey não seria tão simples e que reservava muitas coisas. Ele se aquietou um tempo depois, estando ao lado de Trisha, que olhava para a multidão com ânimo.

"Meu Deus... como você tem fãs, eim. Olha ali, aquela menina com uma camisa com seu rosto!", dizia, cutucando Zayn, que apenas se afastava e fazia uma cara feia. "Aliás, por que você não está lá fora junto com os outros dando autógrafos?"

"Porque eu não quero", disse, fechando a cara de vez e sua mãe rolou os olhos. "Aliás, mãe, quem foi que te convidou para vir com a gente?"

Trisha fingiu que não ouviu e a porta da van em que eles estavam se abriu para os outros integrantes que entravam nela com dificuldade, pois fãs os puxavam para que continuassem lá.

"Minha nossa!", exclamou Drew, dando tapinhas no ombro de James, que ainda olhava pela janela o número de pessoas que os seguiam.

"Podemos ir ou as moças ainda vão querer tomar um picolé?", Zayn perguntou, fazendo os rapazes erguerem os olhos para ele.

O caminho até o hotel foi bastante silencioso. Não que não houvesse nada para ser dito, mas antes da viagem ser feita, Louis chamou Drew, James e Trisha e eles entraram em acordo de não ficar muito excitados perto de Zayn, muito menos comentar algo a respeito da cidade com ele.

Antes de ir ao hotel onde eles iam se hospedar, Drew, que também era empresário da banda, recebeu um telefonema, e à medida que falava e seu sorriso aumentava, todos perceberam que era algo da banda.

"O quê, o quê?", James perguntou.

"O prefeito quer nos ver!", disse, fazendo Louis por as mãos sobre a testa e menear a cabeça.

"Você disse que a gente ia?"

"Claro! Vai que ele dá a chave da cidade para a gente!"

Louis e Trisha olharam para Zayn, que tinha a vista para as ruas. Aparentemente ele sequer ouvira do telefonema e do que eles falavam, o que era algo que parecia impossível em um lugar tão fechado como a van.

Mas Zayn não estava naquela van, pelo menos não a sua mente. A sua mente vagava pelas calçadas por onde ele andou quando era uma criança, ao que corria de sua mãe para não tomar vacina ou voltava da escola a pé quando perdia o ônibus.

Viu-se uniformizado, segurando a mochila pesada cheia de livros e anotações, um rosto cheio de esperanças e sonhos, alheio à toda a maldade do mundo e a todos que pareciam não gostar dele por motivos que ele jamais entendeu.

Sua mãe o tocou na mão e, automaticamente, ele as entrelaçou, lembrando da primeira vez que ele fez isso com Liam. Lembrou do primeiro toque, do primeiro sorriso, dos olhares que o jogador lhe lançava antes de sequer começar a sair com ele e pelos quais ele morria.

Liam. Mesmo que Zayn ignorasse isso, foi à primeira coisa que veio em sua mente ao pisar em Jersey. Era meio impossível que fosse diferente, já que os motivos que o fizeram odiar a cidade tinham a ver com ele.

"Você está bem?", Trisha perguntou, fazendo Zayn apenas afirmar com a cabeça. "O prefeito da cidade quer falar com vocês, tudo bem?"

Zayn virou o rosto para eles e ficou mudo.

"Ele disse que te conhecia, Zayn. Do tempo da escola", comentou Drew.

"Qual o nome dele?"

"Prefeito Grohl."

"Grohl?!" Zayn perguntou em surpresa. "Dave Grohl?! Dave? Meu Deus... Louis, você lembra do Dave?"

"Claro que eu lembro! Ele sempre nos dava passes quando chegávamos atrasados para as aulas e nunca dava passes para as líderes de torcida e para os jogadores, lembra disso?"

"Lembro sim...", disse, com um sorriso. "Justiça seja feita, ele era o Robin Hood do nosso tempo", parou por um tempo, deixando as memórias chegarem e deu um quase sorriso. "Claro, vamos ver o Dave."

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