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By prettiestziam

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Aos dezessete eu aprendi a verdade Que aqueles de nós com rostos feios Desprovidos de encantos sociais Des... More

I
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítul0 Dez
Capítulo Doze
II
Capítulo Treze
Capitulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Agradecimentos

Capítulo Onze

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By prettiestziam




Zayn andou até a quadra da escola e viu que a movimentação era nula no local. O gramado não estava fofo - indícios de que não haviam tratado-o - e ele caminhou até perto da piscina olímpica da escola, percebendo que só haviam telefones públicos na escola naquela parte.

Ele olhava para os pés enquanto suspirava e pensava no que havia acontecido para Liam não estar com ele na festa. Mas o pior era a sensação ruim que ele tinha no peito.

Havia algo ali.

Ele caminhou lentamente, coçando a bochecha e tudo virou, e então ele pôde sentir uma dor dilacerante na nuca, quando já estava caído. Tonto, não conseguia enxergar bem o que se passava, se algo o atingira ou se estava tendo reações anormais no corpo.

Mas ao semicerrar os olhos, pode perceber logo o que acontecia.

"Pega a fantasia, Lucas, anda", Alex dizia, enquanto segurava Zayn pelas pernas.

"Espera...o que você está fazendo?", Zayn perguntava, tentando identificar as pessoas à sua volta.

"Cala a sua maldita boca!", Alex gritou, enquanto chutava o menor, que não conseguia se defender, segurando fortemente a nuca.

"Por favor Alex!", implorava, enquanto era golpeado várias vezes.

Lucas estava trêmulo, segurando a fantasia de esquilo de Zayn e Brian assistia tudo atônito. Troy olhava pela porta do ginásio se ninguém vinha.

"Alex, você está louco? Era para ser só um susto!", Lucas falou, olhando para os lados. "Você vai matar o Zayn!"

Alex largou Zayn no chão, fazendo-o cair de rosto no gramado e foi até Lucas, dando-lhe um tapa no rosto com força.

"Não seja idiota. Ou você me ajuda ou então foda-se. Vou até o fim nisso."

Foi até Zayn novamente, que se arrastava pelo chão, tentando levantar e segurou-o pelos cabelos, sussurrando:

"Eu te disse que você era demais para o Liam, não disse?", ele falava, enquanto Zayn apenas chorava, pedindo por favor para ele parar. "Cadê ele agora, hm? Cadê o Liam? HAHA, você realmente acreditou que ele viria para o baile com um merda como você?"

Cuspiu no rosto de Zayn. Deu-lhe tapas no rosto, deixando-o vermelho, machucando-o. Lucas não queria, mas ajudava Alex a segurar o menor, enquanto Alex vestia a fantasia de mascote em seu corpo pequeno.

Brian segurava a cabeça da fantasia em um canto, com os olhos vermelhos cheios de lágrimas, querendo urgentemente sair dali e contar o que acontecia, mas tinha medo.

"Por favor...", Zayn dizia, quase inconsciente. "Liam..."

Mas ninguém ouvia, ou fingiam que não. Eram bons demais nisso, eram bons em fingir. Em fingir que aquilo era algo necessário, que vingar-se de Zayn resolveria seus problemas.

"A cabeça, traz aqui, Brian", Alex pediu ameaçador, sabendo que os amigos não fariam nada sem sentir-se intimidados.

Brian aproximou-se lentamente, vendo Zayn jogado no chão, com sangue pelo rosto e pescoço. Não pôde, no entanto, evitar de olhar no fundo dos olhos do menino, assustados, doloridos, implorando para que aquilo tudo acabasse.

"Brian!", Alex gritou, fazendo Brian dar-lhe a cabeça da fantasia e afastar-se um pouco.

Alex, desajeitado, pediu para Lucas segurar os ombros de Zayn e tentava encaixar a cabeça da fantasia nele, tendo dificuldades por nunca tê-lo feito.

Então, com ignorância, empurrou-a com força, fazendo-a prender no gancho do aparelho móvel de Zayn. O ferro atravessou-lhe a carne, repuxando-a, rasgando a pele da bochecha até o meio dela, fazendo Zayn dar um grito de dor tão desesperado que fez Brian cair no chão e por as mãos na boca.

"Pelo amor de Deus, Alex!", pedia Brian, tentando fazer aquilo parar.

Mas ele não parou, chutou Zayn por um tempo que parecia a eternidade. E até Troy, que realmente queria zoar com Zayn, estava achando que tudo aquilo já tinha passado dos limites e agarrou Alex, puxando-o para longe do corpo aparentemente desacordado de Zayn.

"Chega", Troy disse. "Olha que merda que deu isso. O que vamos fazer?"

Alex ria desinteressado, perturbado o suficiente para não se importar com as consequências, satisfeito com o desfecho.

Lucas então se preocupou, pondo as mãos nos cabelos e murmurando que eles estavam ferrados. Mas Troy tinha uma idéia.

"Vamos jogá-lo na piscina", disse. "Ele já está fodido mesmo..."

"O que?", Lucas respondeu, cético. "Está louco? Você pirou também? Uma coisa é dar um susto em uma pessoa, a outra é matar uma pessoa!"

"Você tem alguma idéia melhor, seu filho da puta medroso?", Troy gritou. "Não quero ser preso, vou para Harvard! Tenho um futuro!"

Lucas também não queria ser preso. Lucas também tinha um futuro. Era tarde, realmente era tarde, pensava consigo mesmo. Não assentiu, mas concordou internamente.

Troy arrastou Zayn junto com Alex e Lucas, ignorando o fato de que Brian não estava mais lá. Ambos se entreolharam e jogaram o corpo do garoto na piscina, fazendo a água rapidamente ficar turva de um rubro escuro e vendo Zayn aos poucos afundar.

Brian corria pelos corredores o mais rápido que podia, sentindo suas pernas quase enfraquecerem. Olhava para os lados enquanto procurava por alguém conhecido.

Pelos corredores escuros, viu de longe o que parecia o professor Smith encostado em uma parede com uma pessoa e gritou, fazendo-o se assustar e assustando também Owen, o professor de biologia.

"Professor, pelo amor de Deus", ele disse. "O Zayn, professor, eu vi alguns garotos arrastarem ele para a piscina!"

O treinador e Owen correram em direção ao ginásio e atravessaram-no, não vendo mais ninguém ali, indo em direção à piscina, e viram o a água turva de sangue.

Owen pulou na água, seguido do treinador, e tiraram com dificuldade o corpo de Zayn dali.

O professor de biologia pediu para Smith colocar Zayn de barriga para cima e tirar a cabeça da fantasia.

"Vamos, faça logo, talvez ainda... possamos ajudá-lo!", ele disse em desespero.

O treinador tirou a parte de cima da fantasia e quando o fez, assustou-se, vendo o rosto desfigurado de Zayn.

"Meu Deus, Owen...", ele disse, apavorado.

Owen preferiu ignorar o pavor que sentia ao ver o aluno daquela forma e aproximou seu rosto do rosto do pequeno, sem nem ao menos pensar no sangue que já se formava pelos cortes molhados e encostou sua boca na dele, fazendo uma respiração boca-boca e massagem cardíaca sobre seu peito.

"Vamos, Zayn, reaja", Smith dizia, enquanto tirava a franja de sua testa ferida e lacrimejava.

Owen afastava seu rosto sujo do sangue de Zayn, massageando o seu tórax mais uma vez, quase em choque.

"Dan, chame a diretora, chame... uma ambulância, não sei!", ele gritou, voltando a fazer boca-boca no garoto.

Smith correu e Owen pôs as mãos na testa e meneou a cabeça. Podia se dar por vencido ali, não via nenhuma reação e os lábios do menino já estavam roxos. Mas olhou bem para Zayn e percebeu que não podia simplesmente deixar sua vida esvair-se sem tentar de tudo com ele.

"Não garoto, você não tem que morrer...", e pôs-se a socar o peito de Zayn com força, com o punho fechado, esperando alguma reação, ficando de certa forma histericamente envolvido.

Ele fazia isso porque sabia o que era sofrer trotes, sabia o que era passar por provações na escola, se ele mesmo sofreu tanto com isso. Não podia simplesmente permitir que o fim chegasse a Zayn sem que ele pudesse, de alguma forma, tomar uma atitude diferente da que ele tomou - que foi a de esquecer para seguir em frente.

Lembrou-se de quando tinha apenas 15 e cílios compridos. Seu rosto sempre fora afeminado e ele acabara de descobrir sua sexualidade. Obviamente não sabia lidar com ela e então começou a vestir-se de forma extravagante, tomando a atenção de muita gente.

Apaixonou-se por um professor de língua francesa e viveu um tórrido amor platônico, sempre implorando por olhares do mestre, insinuando-se e recebendo olhares odiosos dos colegas de classe.

Sempre fora vítimas de piadinhas infames, chamado de "viado", "traveco" e coisas bem piores, mas apenas ignorava e se dedicava à conquista do amado.

Então um dia ele descobriu que aconteceria uma formatura no mês de outubro e que os professores todos participavam destas festividades. Não perdeu tempo; arrumou um smoking e entrou na festa, buscando a quem procurava.

E não demorou; logo o professor o viu e o chamou para um canto, onde aconteceu o seu primeiro beijo com menino e primeiros toques íntimos. Não preparado, Owen pediu para o homem parar, mas ele não o ouviu e foi até o fim com ele naquela noite, numa sala escura da escola, sob gritos e tapas.

Quando tudo acabou - e outros tapas em seu rosto e ameaças para que o garoto não contasse -, Owen, todo dolorido, saiu da escola e recebeu piadas dos formandos, levando empurrões e tapas, xingamentos e mais humilhações.

Durante todo o resto do seu período escolar ele encarou em silencio toda a violência que sofria, e até se formar em uma faculdade, jamais conseguira namorar ninguém.

Quando se fora vítima de um crime, outras vítimas de crimes parecidos passam a ser parceiros não declarados, e as pessoas passam a se indignar com o que eles sofrem, sofrendo junto. Este era o caso de Owen para com o aluno.

Ele quase sentia as mãos dormentes e seus lábios tremiam quando Zayn, de repente, abriu olhos e ofegou, cuspindo água.

"Deus...", Owen arquejou, aproximando o rosto de Zayn contra o peito, afagando-o, tentando desligá-lo de seus gemidos de dor constantes. "Oh Deus, está tudo bem, querido, você vai ficar bem..."

A ambulância fez um barulho assustador ao atravessar o pátio da escola. Todos os alunos se amontoavam para ver o que estava acontecendo. Harry estava sendo segurado por Louis, aos prantos, querendo ir junto na ambulância, mas sendo impedido por uma roda de professores e pelo namorado.

Owen, com o rosto ainda manchado de sangue, entrelaçava as mãos de Dan, vendo o corpinho pequeno de Zayn entrar na ambulância e ir embora dali. A diretora conversou com os dois, questionando como eles souberam o que aconteceu ali e então descobriu que Brian os avisara.

Ao esperar a diretora, sentado em uma cadeira, ele relembrava tudo o que se passou. Se ele contasse como tudo aconteceu, Alex o machucaria e tinha medo.

Ela entrou em sua sala impassível, arrumando o vestido de festa desengonçado em seu corpo levemente roliço e encarou o garoto.

"Então, Sr. Brian Thompson, você viu quem fez aquilo com Zayn?"

"Não senhora", mentiu. "Só vi vultos e só soube que era Zayn por causa da fantasia."

Ela o olhou questionadora e encostou as duas palmas na mesa.

"O senhor tem certeza?", ela perguntou novamente.

"Senhora, se eu pudesse...", dizer..., "...juro que falaria, se eu soubesse de algo."

Ela então suspirou e assentiu, sorrindo para o garoto.

"Tudo bem, querido. Você é um herói, sabia? O professor Williams disse que se Zayn tivesse esperado mais alguns segundos por resgate ele teria...", ela parou e sorriu um pouco mais. "Enfim, descanse, tenho que ir até a sala dos professores ligar para os pais de Zayn."

Ela saiu de sua sala e deixou Brian sentado ali, com o remorso lhe comendo vivo. Herói, ele repetia. Herói... não era herói. E quando Zayn acordasse, tudo seria esclarecido.

Ele olhou para a parede branca e olhou a imagem do Cristo crucificado, que parecia encarar-lhe, julgador, culpando-o por tudo aquilo e começou a chorar com vergonha de si mesmo.

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