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By prettiestziam

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Aos dezessete eu aprendi a verdade Que aqueles de nós com rostos feios Desprovidos de encantos sociais Des... More

I
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítul0 Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
II
Capítulo Treze
Capitulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Agradecimentos

Capítulo Três

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By prettiestziam


Mais um capítulo cheio de fofura pra vocês *u*



Liam esperava Zayn encostado ao seu carro no fim do dia. Acabara de sair do treino e o outro disse que tinha um trabalho no laboratório de química, então só lhe restava esperar.

"Você ta mentindo, Zayn", Harry dizia, enquanto era arrastado pelo garoto desgrenhado de óculos tortos.

"Você vai ver só", Zayn riu e soltou o amigo, arrumando a mochila jeans nas costas para andar tranquilamente para fora da escola até o estacionamento.

"Hey, onde você vai moleque doido?", Harry correu em sua direção, mas parou ao ver Liam de longe acenando para Zayn. "Não acredito que o filho da Trisha tava falando sério!"

Zayn, após acenar para Liam, virou para trás, fingindo que acenava para Harry enquanto fazia uma careta e silabava um 'toma, toma, toma!', e virou-se normalmente, como se nada estivesse acontecendo.

Entrou no carro de Liam e indicou que podiam ir. Foram calados até a casa do menor – o silêncio cortado apenas pelas buzinadas de Liam para algum motorista imprudente.

O jogador estacionou na vaga do pai de Zayn, já que ele só chegaria do serviço tarde da noite, e entrou na casa do pequeno um tanto tímido.

"Manhê!", Zayn gritou assim que chegou, limpando os pés no tapete. "Fique à vontade, Liam. Eu só vou avisar para a mãe que eu cheguei", disse, antes de correr para a cozinha.

Liam caminhou pela sala da casa do menino analisando quase tudo; os móveis um tanto gastos, mas perfeitamente limpos, os quadros falsos de artistas famosos reproduzidos amargamente em molduras de plástico, os portas-incenso indianos e principalmente os vários porta-retratos que haviam ali.

Eram várias fotos dos Malik, desde uma do casamento dos pais de Zayn até dele bebê, criança, vestido de anjo, de ursinho – o que fez Liam rir – e da família inteira junta, abraçados.

Liam pegou esta foto em particular e segurou-a cheio de melancolia, capturando o momento de felicidade daquela família para si. Queria tanto saber como era. Queria tanto ser amado assim, como Zayn parecia ser.

Ele lembrou-se do dia do incidente com Zayn, em que ele esperou um tempo por notícias do lado de fora da enfermaria e viu os pais do menino chorando abraçados, temendo pela saúde do filho. Liam pensou que, se fosse ele no lugar de Zayn, talvez os pais nem fossem vê-lo. Não teriam tempo.

Ele ouviu uma risadinha e deu alguns passos até próximo à cozinha, vendo Zayn agarrado à cintura da mãe, que arrumava o cabelo dele enquanto dava beijos pela bochecha do garoto.

Ela notou o curioso espectador e sorriu, chamando para mais perto um Liam extremamente constrangido. Separou-se do filho e aproximou-se dele.

"Oi filho, bem-vindo à minha casa. Desculpe, ainda estou de avental", ela disse, abraçando-o sem pedir licença e Liam abriu um tanto os olhos, dando tapinhas de leve nas costas da mulher, um tanto sem jeito. "Podem ir estudar, eu levo um lanchinho mais tarde."

"Okay, mãe", Zayn respondeu, vendo a mãe se afastar do jogador e tirou o terno do uniforme, entregando-a e chamando Liam para seu quarto.

"Você tem um quarto bem exótico, Zayn", Liam comentou, erguendo os olhos para a coberta de super heróis sobre a cama e olhando os inúmeros pôsteres de bandas que tinha no local. "Misfits? Kiss? Ali é o Ozzy?"

"Gosto de música", o menor respondeu com um sorriso sincero. Arrumou a escrivaninha onde sempre estudava e foi até o quarto dos pais pegar uma cadeira da escrivaninha deles para Liam sentar. "Aqui."

"Obrigado", Liam disse, enquanto colocava a bolsa em cima da cadeira para pegar os livros, quando olhou uma capa preta escondida num canto da parede. "Aquilo é um violão?"

"Guitarra", Zayn falou, tirando um livro de física que mais parecia a bíblia sagrada da bolsa.

"Você sabe tocar?", o jogador perguntou e o outro só assentiu, coçando a bochecha. "Bom."

"Você trouxe alguma dúvida, posso olhar seu caderno?", na verdade, não podia.

Liam havia mentido sobre não entender da matéria porque queria algum contato com Zayn. Ele era um ótimo aluno, assim como era um ótimo atleta e isso era o que fazia a sua fama na escola. Mas Zayn não sabia – ele pensava –, então ele deixou para lá.

"Na verdade não. Não tenho muitas anotações e... Eu queria aprender tudo a partir do começo do semestre. É pedir demais?", perguntou, um tanto receoso.

"Claro que não. Melhor assim, seguimos uma linha de raciocínio."

Zayn começou a falar sobre o surgimento da física e como ela mudou a humanidade. Sobre como os físicos foram perseguidos pela igreja e que algumas de suas descobertas foram consideradas heresias e riu-se ao lembrar a si mesmo que não era uma aula de história.

Liam de vez em quando perguntava algo completamente fora de questão, como o que significava a frase do começo do pôster do Iron Maiden (mesmo sabendo) e sobre o final de Star Wars, mas Zayn respondia rápido e continuava a falar de gestores e cálculos.

Mas o jogador não achava ruim, na verdade. Gostava da forma empolgada como Zayn respondia alguma questão para si mesmo ou como ele se repreendia por falar algo que não era completamente certo.

No meio tempo, Trisha entrou com uma bandeja cheia de sanduíches e sucos, e Liam notou Zayn um tanto envergonhado se levantar e ir ao banheiro para se livrar do aparelho e comer. Notou as bochechas vermelhas levemente marcadas pelo aperto do objeto.

Após comerem – e Zayn ir ao banheiro novamente recolocar o aparelho – eles continuaram estudando, Zayn empolgado e Liam concentrado. Concentrado não na matéria.

O jogador bocejou e Zayn sorriu, fechando o livro. Ao receber um olhar interrogativo do outro, ele apenas meneou a cabeça.

"Vamos deixar para amanhã, você deve estar cansado. E eu falando devo dar sono né?"

"Não... não é isso. É que... só tive um dia cheio."

"Eu entendo", Zayn levantou-se e foi seguido pelo outro no ato, que arrumou a mochila e sorriu.

"Bem, obrigado Zayn", ele disse, indo até a porta do quarto do menino e seguindo à saída, o outro acompanhando.

"Amanhã você vem, então?", Zayn perguntou sorrindo e Liam fez que sim, saindo e dando um tchau antes de entrar no carro e dar partida.

Zayn o olhou indo embora por um tempo, até o carro sumir de suas vistas e sentiu as mãos macias da mãe pousarem em seus ombros.

"Ele é um bom garoto, não é?", ela perguntou e Zayn assentiu. "Você gosta dele, não é Zayn?

"O que?", ele virou-se, espantado.

"Não precisa responder", a mãe disse, dando-lhe um beijo na testa e indo à cozinha, rindo um pouco.

E Zayn ficou sem saber o que pensar. No outro dia, na escola, o assunto de Harry e Zayn não podia ser outro senão Liam. Zayn contou tudo o que aconteceu, nos mínimos detalhes e o amigo riu, dando apertões na barriga de Zayn enquanto falava que ele era muito sortudo.

No intervalo, Harry chamou o amigo para um canto para poder apresentar Louis, o seu novo (e primeiro) namorado. Zayn ficou feliz em conhecê-lo e descobriu que ele também gostava de música, então uma amizade começou ali.

De vez em quando Zayn passava a vista pelos corredores, na esperança de ver Liam passar, mas nunca conseguia, então apenas ria para o amigo e para Louis.

No término das aulas, ele foi chamado pelo professor de química para monitorar alguns alunos de baixo nível e ele o fez sem se queixar. Gostava de ensinar assim como gostava de estudar.

Ficou ajudando os garotos e garotas confusos em suas cadeias carbônicas, quando olhou pela janelinha de vidro da porta Liam o chamar. Pediu licença e deu uma risadinha antes de se retirar.

"O que foi?", perguntou. "Não poderá ir estudar hoje?"

"Posso. Mas queria fazer algo antes. Pode ser?", Liam perguntou, torcendo uma camisa entre suas mãos.

"E os treinos? Você não ia treinar agora à tarde?

"Ia, mas o treinador teve uma indisposição e teve que ir para casa", mentiu. Estava ficando bom nisso. Não ligou, afinal não estava prejudicando ninguém.

"Eu estou monitorando a classe de química...", Liam o olhou profundamente e ele evitou com todas as forças suspirar, "...mas acho que posso dispensá-los. O que é um dia para eles não é?"

Liam esperou ele avisar aos alunos que não iriam mais estudar, ouvindo gritos de empolgação deles. Alguns saíram da sala e o olharam, cochichando indiscretamente sobre o que ele fazia ali. Resolveu ignorar.

Zayn saiu da sala cheio de papéis, quase caindo, e Liam, na tentativa de ajudá-lo, fez Zayn derrubar tudo no corredor.

"Desculpe...", lamentou, abaixando para ajudar Zayn a catar tudo.

"Não, está tudo bem", Zayn riu e apanhou a parte que estava próxima a si, e Liam pegou a outra parte.

Um último papel tomou a atenção dos dois, que, esticando-se para pegá-lo, encostaram as mãos um do outro. Zayn ergueu instintivamente o olhar para o jogador e entreabriu a boca, os lábios tornando-se secos. Liam o encarava de volta, os rostos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes.

Zayn balançou a cabeça e riu nervoso, puxando o papel do chão e pondo em cima da pilha que segurava, dizendo que só iria deixar tudo aquilo na coordenação e eles poderiam ir.

"Onde vamos?", perguntou depois de um tempo em que Liam dirigia tranquilo.

"Tem um lugar muito bom aqui em Jersey", foi só o que disse e Zayn torceu os dedinhos curtos, as mãos pousadas em cima das pernas como uma criança.

Desceram do carro e Zayn avistou um local pintado de spray em toda a parede. Era uma casinha pequena, rodeada de mato e com algumas pequenas fazendas cortando o horizonte. Não era tão longe de onde eles moravam, mas o pequeno jamais tinha visto aquela parte da cidade.

"Nossa... que lugar incrível", foi só o que conseguiu dizer, aproximando-se das paredes grossas e dedilhando alguns desenhos. "O que é aqui?"

"Meu lugar", Liam respondeu, um tanto orgulhoso.

"Isso é seu? Tipo, a casa é sua?"

"Dos meus pais... mas eles me deixaram fazer o que quisesse com ela", Liam puxou Zayn pelo braço e abriu a porta do local, entrando com o garoto. "Está uma bagunça, mas aposto que não tem nenhum bicho."

"Gosto de bichos...", o outro comentou aleatoriamente, olhando em volta os móveis em estilo italiano desgastados e algumas prateleiras de ferro cheias de livros.

Havia ali um monte de sonho adolescente; revistinhas, miniaturas, cards, uma TV antiga, mas grande e uma antena, com um aparelho de DVD estranhamente ligado nela e um monte de filmes espalhados por perto. Era como a idealização da bat caverna para Zayn, mas sem aquela história de super herói.

"Como você..."

"Trouxe as coisas? Bem, eu trazia aos poucos sabe? Primeiro algumas cadeiras, depois alguns móveis intactos que minha mãe doaria por estarem 'fora de padrão' e blábláblá", Liam riu ao falar, mas Zayn não. Estava impressionado demais.

"Ah...", foi só o que respondeu, olhando para os lados querendo absorver tudo o que via e guardar bem guardado na memória, pois talvez não voltasse ao local.

"Gostou?", o jogador perguntou, sentando-se num sofá que maculava no centro do local.

"É... incrível", Zayn só pôde dizer isso, sorrindo. "Ela já veio com esses desenhos?"

Liam sentiu-se corar.

"Não."

"Então você pagou alguém?", Zayn perguntou. "É tudo tão bonito."

"Eu pintei isso", Liam confessou com a cabeça abaixada e Zayn o olhou surpreso.

"Liam...", sussurrou. Olhou as diversas figuras pelas paredes. Heróis, vilões, monstros, Morrissey num canto, numa foto da época dos Smiths. "Você é um artista!"

Eles conversaram sobre um monte de coisas. Na maior parte do tempo era Zayn que falava e Liam que escutava, rindo de algumas situações. Liam tinha providenciado, antes de chamar Zayn ali, um monte de comida e guardado em uma pseudo geladeira que não funcionava.

"Serve de armário, comentou, quando Zayn riu disso.

"Ou é a sua saída secreta para salvar a humanidade", o menor insinuou, sorrindo e abrindo a lata de coca-cola quente em direção à sala enquanto Liam ficava sem resposta para aquilo.

O tempo passou muito rápido, enquanto os dois riam da TV que fora ligada para espantar um silêncio que se alastrou algum momento e Zayn decidiu, quando tudo estava escuro, que deveria ir para casa, mesmo seu coração dizendo que não.

Liam também não queria ir. Estava dividindo um momento com aquele menino desconhecido e achava que devia aproveitar ao máximo, mas o tempo de um dia não era o suficiente. E ele não sabia o quanto precisava para se satisfazer.

Ele nunca tinha mostrado o local secreto que mantinha a ninguém, e isso tornava Zayn especial. Liam apagou da mente aquela idéia que mantinha de que o garoto era como os outros, pois ele definitivamente não era.

Zayn era diferente, sincero, tinha esse seu jeitinho único e uma inteligência incrível. Era fascinante. Era ousado. Era estranho. Era patético. E Liam adorava isso, pois sentia que era assim também.

Quando finalmente deixou Zayn em frente à sua casa naquele dia, ele sentiu como se uma etapa se encerrasse ali e um vazio estranho abateu sobre seu peito.

"Muito obrigado, Liam. Foi um dia incrível", Zayn agradeceu, fungando um pouco. Estava extremamente frio. "Eu nem tenho palavras para...", riu um pouco, tirou o cinto de segurança e abriu a porta, batendo-a apenas com a força suficiente para fechá-la. "Até mais."

E andou em direção à porta de sua casa, entrando ligeiro.   

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