A Marca dos Caídos - Livro I...

By RWSaint

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O mundo em que vivemos é repleto de mistérios que meros olhos humanos não poderiam compreender. Anjos, demôni... More

Prólogo
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPITULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPITULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO VIII.I
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIV
NOTA
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XX.I
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO XXX
Agradecimentos
Recadinho

CAPÍTULO XIII

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By RWSaint

Tayler

Fazia meia hora que o Jesse me perseguia enquanto eu organizava os vampiros recém chegados. Mais e mais vinham até nós e cada vez mais a propriedade lotava. Emily havia se sentido indisposta novamente e isso me preocupava, na verdade isso batia o inferno fora de mim, de como me preocupava. Ela não quis sair de cama quando a chamei, estava toda coberta e tremia bastante, queimava em febre. o Alan chamou o doutor amigo dele e então me enxotaram para fora do quarto. Isso acontecia à mais de uma semana e só piorava a cada dia.

- Pare de pensar nela.

- O que? - olho para a direita saindo dos meus devaneios, onde o Jesse estava manejando uma adaga.

- Você está pensando nela, na Emily. Por que não admite que gosta dela?

- Eu não... - ele me encara erguendo a sobrancelha. Suspiro e fecho os olhos - eu gosto dela mas não posso gostar - falar isso em voz alta era pior do que eu imaginava.

- Por que? - pergunta confuso

- Serio? - questiono.

Ele dá de ombros.

- Eu acho que se você realmente gosta de alguém, deve ficar com essa pessoa. Mover céu e inferno só para fazê-la sorrir. Protegê-la com sua vida e cuidar como se fosse uma coisa frágil.

- A Emily socaria sua cara se ouvisse você falando isso perto dela

- Talvez seja por isso - ele sorrir de lado. - que tenha se apaixonado por ela.

- Talvez...

- Não é como se eu não soubesse que seu caderno de desenho esteja coberto com desenhos dela. Então não pode negar.

- Seu filho da pu...

Ergo o punho mas ele já está correndo na direção oposta rindo. Bastardo. Ele não estava errado, eu estava fodidamente apaixonado pela Emily. Como eu sou idiota, ela é meu trabalho, não deveria ser nada mais que isso. Mas aquela boca esperta que sempre tinha uma resposta para tudo me fazia querer calar com um beijo. Volte ao presente!. Eu tentava me concentrar mas minha mente não queria obedecer, cada vez que eu piscava os olhos via o seu rosto, o modo como sorria discretamente, sentia seu cheiro. Merda!

- Tayler!! - Mika, a vampira mirim corre até mim - o Alan está chamando você. É urgente!!

Deus. Não... Que nada tenha acontecido.

- Obrigado - disparo na direção da casa e subo correndo as escadas para o quarto da Emily. Ela estava na cama, dormindo tranquilamente, sua respiração regular, enrolada no cobertor. Me aproximo da cabeceira da cama e ponho a mão na cabeça dela vendo se ainda estava febril. Não mais.

- Tayler? - viro na direção da porta e vejo o Alan - o que estava fazendo aqui?

- E-eu p-pensei que tivesse acontecido algo com ela.

- Bem - ele tenta esconder o riso - ela está bem. Venha ao meu escritório.

Ele some pelo corredor e com uma última olhada na Emily, eu o sigo. Sempre achei a sala dele confortável, algo simples mas sofisticado. Sento na cadeira que ele aponta e cruzo as pernas esperando. Olheiras profundas marcavam seus olhos, que estavam negros pela falta do sangue ou por causa da preocupação.

- O que o Dr. Hayes falou?

- Disse que o corpo dela não irá aguentar por muito tempo - ele põe a mão nas têmporas, massageando em circulos, como se estivesse com dor de cabeça - disse também que as asas dela podem estar necrosando...

- O QUÊ??

- Pois é. Pedi para seda-la porque estava causando dor - sua voz fica embargada - ela vai morrer - sussurra.

- Não vou deixar nada acontecer a ela, não vou deixa-la morrer - cerro os punhos

- Não há nada que possamos fazer - ele responde baixinho.

- Você já desistiu? - pergunto incrédulo.

- Não. Mas o Doutor disse que só um milagre.

- Ela é um anjo. Nunca se sabe.

Em algum lugar da casa toca um celular. Alan franze a testa e se levanta e vai para a porta.

- Acho que vem do quarto dela - escutamos um baque alto e um gemido. Corremos até lá e vemos ela no chão. Seus cabelos desgrenhados cobriam o rosto. Ela ergue a mão para não nos aproximarmos.

Ela segura no móvel para tentar se levantar, mas tomba novamente. Olho para o Alan que me encara de volta. Os ombros dela tremem e um pequeno soluço escapa. Meu coração se aperta como sempre ocorria quando a via chorando.

- Emily... Me deixa... - Alan tenta chegar perto.

- NÃO! Minhas asas, o que aconteceu!? Eu só fico sem equilíbrio se algo acontecer a elas - ela tenta se levantar novamente, dessa vez conseguindo e alcança o espelho. Ela abaixa a alça da blusa e um intricado de veias negras aparecem em suas costas.

- Emily - Alan tenta se aproximar novamente - me deixa...

- Não - ela sussura - minhas asas... Estão morrendo.

Ela cai ao chão de novo, dessa vez soluçando. Me abaixo ao seu lado pondo meus braços ao seu redor enquanto ela me abraça fortemente.

- Eu não irei mais voar, Tayler - ele fala contra o meu peito

- Eu sinto tanto - mover céu e inferno para fazê-la sorrir. A pego nos braços, ela estava mais leve, tinha perdido peso. - vamos dar um jeito. Prometo.

- Não faça promessas que não pode cumprir.

- Então eu prometo cuidar de você.

Ela me olha com seus olhos cinzas brilhantes por causa das lágrimas. Meu deus como eu queria beija-la. Alan limpa a garganta. Havia esquecido que ele estava no quarto. Emily ainda treme com os soluços contidos pela minha camisa já encharcada.

- Senhor ... - um bruxo estava parado na porta desconfortável, esperando o Alan

- O que houve?

- Tem três pessoas no portão principal. Querem falar com a Emily.

- O que são? - pergunto.

- Eu não sei. Os vampiros que estavam de guarda não reconhecem o cheiro de dois, mas disse que um é lobismem. São poderosos pois a áurea deles brilham.

Ficamos em silêncio. Ajudo a Emily a se levantar.

- Eu vou ver o que querem - ela fala.

- Você está fraca ainda - ele vira para o bruxo - reúna os sentinelas e traga-os aqui.

Ele corre para repassar as ordens. Emily se afasta de mim e segue atrás do Alan sozinha. Ela me dá um discreto sorriso antes de descer as escadas.
Chegamos na sala e não demora para ouvirmos a porta da frente se abrir , várias vozes acompanhando. Três encapuzados estão a frente do comboio de sentinelas, seus mantos brancos chamando atenção. Emily arfa e passa correndo por mim, se jogando nos braços do encapuzado mais alto que com o choque do corpo dela deixa o capuz escorregar.

- Vince - ela o abraça e ele sorrir. Tinha algo de familiar em seu rosto - Genevieve - ela abraça a garota que tinha abaixado o capuz - o que estão fazendo aqui?

- Eu senti o que aconteceu com você - o tal Vince fala.

- E ele foi nos procurar.

- Olá - a voz tensa do Alan interrompe apontando para a Emily e Vince - por que vocês se parecem?

- Alan...

- Somos gêmeos - Vince fala simplesmente - mas só de aparência. Temos uma ligação.

- O que? - ligação? Que porra é essa?

- Não se preocupe, você é meu irmão - ela fala para o Alan

O terceiro encapuzado dá um pequeno riso mas eu vejo quando tanto o Alan quanto a Emily enrigessem. Ele retira o capuz. Parecia uma versão mais nova do Alan.

- E eu? - ele pergunta, divertido.

- Aydan? - Alan pergunta horrorizado.

Emily

Dou um passo para trás batendo no Alan. Ele estava petrificado com o rosto numa máscara de surpresa e perplexidade.

- Aydan? Vo-você está vi-vivo?

- Sim - ele olha para mim com seus olhos amarelos, os mesmos do lobo da floresta - não vai me dar um abraço irmão?

Alan se move para frente, inseguro, mas depois o abraça fortemente.

- E você Emily? Vem cá me dar um abraço!

Ele vem na minha direção e eu me aproximo do Tayler que fica na minha frente por reflexo. Era surreal ter os dois no mesmo espaço depois de séculos. Uma raiva fria percorre o meu corpo.

- Emily? Qual o problema? - Alan pergunta.

- Ele mentiu. Ele mentiu por todos esses séculos e agora simplesmente aparece do nada e quer que o receba de braços abertos? Vá a merda! - eu tremia de raiva.

- Emily!! Ele...

- Não Alan - Aydan interrompe - ela tem o motivo dela.

- Você não parece surpresa de vê-lo - Alan questiona.

- Eu o vi na floresta, no dia do baile - resolvo abrir o jogo

- Por isso não quis falar? - pergunta

- Diria que eu estava louca.

Eles riem. Qual a graça? Olho para o lado e vejo Vince me observando, ele continuava igual à última vez, seus cabelos iguais ao meus estavam bagunçados, seus olhos antes azuis agora estavam negros mostrando sua essência

- Podemos conversar em particular?

- Não - Tayler responde por mim.

- Posso saber o por que? - Vince me pergunta.

- Por que eu sou o Sombra dela.

- Certeza que é só por isso? - Geneviève franzia o rosto. Ela só fazia isso quando queria saber o que os outros sentiam. Suas emoções. Ela era boa em descobrir o que os outro sentiam.

Tayler engole em seco e assente. Peço para me seguirem até o escritório, deixando o Alan e o Aydan conversando. Tayler e Vince estão na minha frente , então puxo Geneviève para se sentar ao meu lado.

- O que o Aydan estava sentindo e como ele veio com vocês?

- Ele sentia culpa, alívio, felicidade. Muitas emoções. Encontramos ele na ilha do Clã, ele nos ajudou a escapar.

- Vocês foram capturados?

- A ilha del Angeles foi invadida, as barreiras caíram e muitos fugiram, outros como eu e o Vince foram capturados.

- Qual o problema com o Vince? - olho para ele que está perdido em pensamentos.

- Ele sentiu você. O que não acontecia antes. Disse que precisávamos vir até você.

- Precisa voltar conosco - Vince fala bruscamente.

- Não posso - balanço a cabeça

- Claro que pode.

- Não - bufo de raiva - eu não posso!

- Não entendo.

Era melhor acabar com isso. Puxo a blusa e mostro minhas costas. Silêncio sufocante preenche o recinto e sinto as mãos do Tayler levantando a blusa. Olho para eles, Vince pálido e ela de boca aberta

- O que houve? - Geneviève pergunta

- Veneno.

- Não é veneno - Vince se levanta e segura minha mão. Uma arma é apontada para sua cabeça.

- Solte-a ou estouro seus miolos

- Preciso conferir algo - ele não se move, mesmo sobre a ameaça - Por favor?

- Tudo bem Tayler - o tanquilizo.

Ele retira a arma. Vince pega uma pequena adaga e fura meu dedo. Uma pequena gota de sangue se forma, ele então põe na boca.

- Como eu pensei. Não é veneno apenas, tem sangue de Demônio Maior misturado. Seu corpo está reagindo a ele, talvez seja por isso que eu tenho sentido você...

- Ow - Tayler interrompe - você é um demônio?

- Achou que fosse um anjinho? - ele fala irônico.

- Chega. O que pode me acontecer?

- Seu corpo vai morrer, sua essência sumir, um monte de coisas. - ele olha o relógio - precisamos ir.

- Tudo bem. Obrigada - abraço ambos.

- Não precisa nos acompanhar. Nos vemos por ai!

Eles saem, fechando a porta suavemente. Tayler está sentado com as mãos na cabeça. Me sento no chão à sua frente e ponho a mão no seu joelho.

- O que foi?

- Você morre no fim - ele sussurra - isso não é justo.

- Talvez seja esse o meu destino - eu já estava conformada.

- Nós fazemos o nosso destino.

Ele não sabia que eu poderia ter uma saída, que eu poderia sobreviver. Eu iria para o Clã, faria o que eles quisessem e descobriria uma maneira de acabar com eles. Tayler tinha um olhar estranho, que não combinava com seu rosto esculpido. Sem perceber, ponho a mão em seu rosto. Ele suspira e enclina a cabeça.

- Deus. Eu sinto muito - parecia que ele travava uma batalha interior.

- Pelo o ... - ele segura meu rosto e cola os lábios no meu, me interrompendo. Levo um segundo para relaxar e retribuir. Coloco minhas mãos em seu cabelo, puxando como eu queria fazer desde o dia do baile, ele geme e aprofunda o beijo, massageando minha língua lentamente. Ele tinha gosto de avelã e cigarros. Ele me levanta e põe em seu colo sem interromper o beijo. Tão rápido como começou, ele nos afasta.

- Desculpa - ele fala ofegante, ele arregala os olhos e me afasta, ficando de pé. Cinco segundos depois o Alan entra e olha de mim para ele.

- Tudo bem aqui? - ele pergunta, inspecionando nós dois. Gostaria de saber como eu deveria estar aparentando.

- Sim. Nada acontecendo - Tayler responde

Nada acontecendo? NADA!? Então o que diabos aconteceu?

- Nada acontecendo - passo pelo Alan e vou para o meu quarto.

A noite havia caído e nem ao menos eu havia percebido. Seria melhor ir hoje, não poderia correr o risco de ser pega pois aí nunca mais me deixariam só.
Está noite eu voltaria para o Clã.


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