A Marca dos Caídos - Livro I...

By RWSaint

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O mundo em que vivemos é repleto de mistérios que meros olhos humanos não poderiam compreender. Anjos, demôni... More

Prólogo
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPITULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO VIII.I
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
NOTA
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XX.I
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO XXX
Agradecimentos
Recadinho

CAPITULO VII

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By RWSaint

Emily

Fico um pouco distraída o observando dirigir, ele segurava o volante com uma confiança surpreendente e ao mesmo tempo relaxada, as veias que davam para ser vistas saltando iam até a manga da blusa preta que vestia e para completar usava uma calça também preta com botas pesadas de guerrilha . Não podia negar, ele ficava bem de preto, parecia um bad boy com seus cabelos negros rebeldes, seus olhos verdes se movimentavam constantemente vendo a estrada a frente e de vez em quando se dirigindo rapidamente para mim. Desde que saímos , ele ficava nessa de olhar-estrada-olhar-a-Emily.

- O que você tanto olha? - pergunto

- Você realmente esta bem?

- Sim, quantas vezes terei que falar isso até você acreditar?

A tontura que senti ainda pouco me pegou de surpresa, tudo ficou escuro de repente e se ele não tivesse me segurando eu tinha caído da escada.

- Você precisa ser sempre tão ignorante?

Não o respondo e permanecemos assim em silencio o resto da viagem, passei o tempo alternando entre olhar pela janela e olhar o carro e de vez em quando, raramente mesmo, olhar as veias saltadas. Qual o meu problema? O sol já começava a ir embora quando finalmente chegamos ao shopping, saltei do carro o mais rápido possível e segui na frente até a entrada. Odiava ter que escolher um vestido, por mim entraria em qualquer loja mas prometi a mim mesma que iria tortura-lo um pouco .

Sigo até a parte que ficavam as lojas , entro e saio delas fingindo desinteresse nas peças. Ele me segue em silencio mas percebo que está entediado porque não para de suspirar cada vez que não demonstro interesse na loja. Chegamos a ultima loja de roupa, o que era triste pois teria que escolher um vestido aqui mesmo.

A vendedora, uma mulher ruiva de trinta anos no minimo se aproxima sorrindo. Ela vê o Tayler e seu sorriso dobra de tamanho, perderia ate para o gato sorridente do País das Maravilhas.

- Olá, meu nome é Eva. No que eu posso ajuda-los ?

- Preciso de um vestido.

- E eu de um terno - ele fala e a vendedora quase tem um mini ataque na minha frente, ela se afasta rapidamente para procurar o que pedimos e volta menos de um minuto depois com um terno branco. Olho para o teto pedindo paciência.

- Eu encontrei esse aqui - ela mostra para ele - espero que seja do seu agrado senhor. Podemos até fazer um preço especial para você se quiser.

Apostava que sim.

- Obrigado.

Ela sorrir e sai para procurar o meu vestido, aleluia. Cruzo os braços e ergo um sobrancelha na direção dele.

- O que!? - ele finge cara de desentendido

- Espero que seja do seu agrado senhor - faço uma imitação barata da voz da vendedora enquanto ele tenta sufocar a risada.

- Não tenho culpa se sou tão atraente para as mulheres.

- Não é tudo isso, senhor - que ótimo, agora você mente até para si mesma? - Vá logo provar isso.

Ele pisca e segue em direção ao provador masculino, meia duzia de mulheres seguem sua bunda ate ele desaparecer pela porta. Reviro os olhos e sorrio.

Vou me sentar no banco que ficava de frente aos provadores para esperar ele sair. A vendedora me aborda novamente com uma montanha de vestidos no braço, mas um vestido bege com alças finas e saia rodada chama a minha atenção, era bastante simples e bonito com um laço vermelho que amarrava nas costas. Quando eu ia pega-lo , a ruiva deixa todos os vestidos caírem ao chão sem mais nem menos, olho para a mulher para perguntar qual era o problema dela e vejo que ela olha algo atrás de mim

Me viro e vejo o Tayler sair do provador, o terno tinha caído como uma luva e destacava o corpo musculoso dele. Não tinha uma única mulher no recinto que não estava estancada no lugar olhando para ele, até os maridos de algumas olhava de rabo de olho.

- E então ? - ele pergunta sem perceber o que passava ao redor ou fingia não perceber.

- O que?

- Ficou bom?

- O que? - pergunto feito uma retardada.

- O terno?

- Não sei, tanto faz - desvio o olhar dele e encontro o olhar da vendedora que me olhava como se eu fosse alguma marciana.

- O que achou? Você quer que eu passe vergonha ? Olhe que eu posso ir até sem roupa.

- Você não teria coragem

- Quer apostar? - o encaro e ele me encara de volta.

- Está ótimo. Satisfeito?

- Sim, já escolheu o seu?

Pego o vestido do chão, já que a vendedora ainda estava paralisada no mesmo lugar encarando o Tayler.

- Sim.

- Okay. Espere eu me trocar - e some novamente no provador.

- Senhorita? - a tal Eva do decote volta a vida - ele é seu namorado?

- Q-que ?

- Seu namorado ? Ou seu irmão ?

- N-não - gaguejo.

- Oh! Tá certo

Escutamos quando ele sai e entrega o terno a vendedora que já sabendo que não é nada meu volta a flertar com ele, dizendo que existia outra opções de terno e que ficaria muito feliz em mostrar. Ele olha para mim e move os lábios silenciosamente dizendo 'namorado?' e aponta para si mesmo.

Maldita maldição vampírica.

Entro no provador feminino para ver se o vestido ficava realmente bom. Me dispo e penso no que a vendedora perguntou. Namorado? Nunca!! Eu não poderia gostar de um egocêntrico metido a besta.

Anjo...

A voz me surpreende tanto que ofego e quase caio na manobra de tentar vestir o vestido. Mas de onde essa voz vinha? E por que aparecia do nada?

- Esta tudo bem ai ? - a voz do Tayler é abafada do outro lado da porta.

- Sim.

Respiro fundo e resolvo tentar entrar na jogada.

Tem alguem ai? - pergunto mentalmente.

Nenhuma resposta. Que ótimo! Agora eu andava escutando coisas. Termino de me vestir e saio do provador, vejo o Tayler sentado no banco que eu estava antes com a mão no queixo e pensando na vida, quando sente minha presença ele pára por uns instantes e se levanta.

- O que acha?

Ele abre e fecha a boca algumas vezes.

- Não é a hora de parecer um peixe morrendo - falo, mas ele ainda não responde.

Me viro para entrar no provador e tirar a roupa quando sinto sua mão no meu ombro. Ele me gira e olha para mim tao perto que eu conseguia ver a íris esverdeada dele com pequenas listras douradas , ele olha para cima e vê meu cabelo no coque improvisado que tinha feito e o desfaz.

- Perfeito - ele fala vagamente.

Me afasto rapidamente dele que franze a testa para a minha reação.

- Obrigada.

- Por nada. Agora se troca para podermos ir?

Balanço a cabeça e entro. O que tinha acabado de acontecer?

Cinco minutos depois já tínhamos pagado as roupas, o que foi quase impossível já que a balconista ficava insistindo para ele comprasse outra peça e já que ele recusou, ela deu um desconto absurdo para que saísse todo sorridente. O que deu certo no fim das contas.

Seguimos para a saída do shopping, já passava das dez horas da noite e o nosso carro era um dos últimos nos estacionamento, enquanto caminhavam os até lá o Tayler não parava de olhar para os lados, como se procurasse algo. Ele estava fazendo isso tão visivelmente que eu comecei a procurar por alguma coisa que pudesse ter chamado a atenção dele.

- O que você está procurando?

- Nada. Rápido.

Ele acelera os passos e sigo logo atrás. Quando estou dobrando para ir para o lado do passageiro, sou rudemente puxada para trás e o encaro procurando alguma explicação mas tudo o que da para ver na escuridão são seus olhos negros em alerta. Ele põe o dedo na boca pedindo que eu fique em silencio e de dentro da borda da calça ele retira uma arma. Como eu não percebi essa coisa ? Fácil, você estava preocupada demais reparando as veias dele. Não sei que cara faço, mas ele fica mais serio e põe o dedo novamente na boca para enfatizar silêncio.

Ele se levanta e coloca metade da cabeça para fora perto do capô. Alguns passos são ouvidos e vejo suas costas tensionar, mas os passos não vinham da frente e sim da traseira do carro. Sem pensar muito, retiro a adaga que eu sempre levava mas ele segura meu pulso num aviso silencioso para que eu ficasse quieta, nego veementemente com a cabeça e ele faz cara de contrariado.

- Que diabos, fica aqui. Eu sou o sombra - ele sussurra

- Mas eu não preciso de um sombra, lembra? - sussurro de volta.

Nos encaramos por alguns segundos numa briga de olhares, que eu finalmente venço. Ele me põem atrás dele e ambos seguimos para averiguar quem era que estava vindo. Ele é o primeiro a virar com a arma em punho, mas pára logo em seguida e fica reto .

- O que porra você esta fazendo aqui ? - ele pergunta

Resolvo ver quem era. Um homem da altura do Tayler, mas muito mais forte se fazia ver na iluminação precária da rua, ele era loiro e parecia muito com os jogadores de futebol americano que tinha na escola. Ele estava com as mãos erguidas no ar, já que o Tayler não tinha abaixado a arma ainda.

- É bom ver você também cara - o estranho fala calmamente, como se apontar uma arma fosse algo banal.

- Me responda.

- Dá para você abaixar a arma? Assim ele responde - eu falo para o mandão ao meu lado. Ele me olha de esguelha, mas faz o que eu pedi. Olho para o estranho - quem é você e o que faz aqui?

- Prazer madame - ele faz uma mesura - meu nome é Jesse e estou atrás desse carinha ai.

- Por que?

- Bem... - ele olha para o Tayler e engole em seco - a Jenny fugiu camarada e a capturaram.

Não fazia ideia de quem era essa Jenny, mas falar dela foi o suficiente para eu sentir uma pequena ventania quando o Tayler se deslocou rapidamente para segurar o colarinho do tal Jesse.

- O QUE???

- Merda cara, me larga.

- Não, até você se explicar.

Eu olhava para os dois estatizada sem me mexer. O Tayler estava furioso, dava para ver suas narinas inflarem toda vez que ele tomava um suspiro rápido. Toco o braço dele, isso o faz sair do transe e olhar na minha direção, ele suspira e larga o Jesse que cai de bunda no chão.

- Aai!! - o grandão se levanta - obrigado?

- Como assim a capturaram?

- Ela fugiu, quis ir atrás de você. Eu tentei detê-la e você sabe que sim, mas alguns lobisomens a capturaram.

- Você é um vampiro. Melhor, um sombra. Como uma garotinha escapou de sua linha de visão ? - Ele já estava perdendo a paciência novamente.

O estranho, que não era mais estranho, levanta a camisa e mostra uma pequena marquinha perto do coração. Já tinha cicatrizado, mas ainda dava para ver a rodinha rosa de um tiro.

- Porque ensinou a ela a atirar?

Não sei se foi a cara do Tayler ou se foi a cara de indignação do Jesse, o fato foi que eu simplesmente comecei a gargalhar loucamente. Ambos olhavam para mim como se tivesse criado outra cabeça , pouco tempo depois o próprio Jesse começa a rir e o Tayler não aguenta e dá umas risadinhas. Enxugo as lagrimas que brotaram no cantos dos olhos.

- Desculpa. Eu não sei quem é essa garota mas já sou muito fã dela.

- Pois é, doeu.

- Droga Jesse. E agora?

- Eu vou acha-la e traze-la de volta. Eu prometo. - ele põe a mão no coração e o Tayler o imita.

- Eu acredito.

Já não tinha mais ninguém no estacionamento e o barulho do celular do Tayler nos assusta. Ele retira do bolso e põe na orelha.

- Sim Alan? - Reviro os olhos. - sim, esta tudo bem. Só encontramos um velho amigo meu, veio me trazer algumas noticias.

Ele se afasta de mim e do Jesse para falar melhor.

- E então gracinha, qual seu nome?

- Se me chamar de gracinha, você morre - falo para ele ainda observando o Tayler andar de lá para cá - meu nome é Emily.

- Ah sim! Ele tinha me falado de você.

- Falou o que?

- Que tinha sido contratado para ser seu sombra. Todos da Shadows ficaram bastante surpresos na verdade.

- Não foram os únicos. Eu não sabia que ia ter ele me seguindo.

O Jesse da uma risadinha.

- Ele leva o trabalho muito a serio.

- Quem é essa Jenny?

- Ninguém que você precisa saber. - Tayler dá uma encarada para o Jesse que levanta as mãos - O Alan pediu para você nos acompanhar.

- Para que?

- Não sei. Vamos logo.

Vamos para o carro e me acomodo no banco do passageiro, enquanto ele e o Jesse vão na frente. Eu e o amigo do rabugento que não abriu a boca durante quase toda a viagem entramos numa conversa sobre armas e como a Jenny tinha dado um tiro nele. Rimos bastante quando ele conta, fazia tempos que eu não ria daquele jeito. O Jesse era engraçado e de fácil conversa, não tinha a cara cínica que nem o amigo e nem vinha com piadinhas.

- Sabe, acho que vou precisar de um aliado para irritar o Tayler .

- Uhul. Estou dentro, sei muitos podres dele e... Aaai! - ele esfrega o braço no local onde o Tayler tinha dado um soco. Olha na minha direção e sussurra - conversamos depois gatinha.

Ergo uma sobrancelha e ele pisca. E recebe outro soco no braço.

- Qual é o seu problema?

- Para de flertar com ela idiota - Tayler responde cerrando os dentes. A gargalhada estrondosa do Jesse enche o carro.

Depois dessa troca de gentilezas, eles entraram numa conversa sobre a Shadows. Os deixei falando enquanto pensava nessa tal Jenny, tinha tomado uma decisão e iria comunicar ao meu irmão assim que chegasse. Resolvo fazer uma ultima pergunta.

- Jesse? - ele se vira na minha direção - os sobrenaturais estão procurando abrigo? Para fugir de serem capturados.

- Alguns. Por que?

- Nada. Obrigada.

Olho para o retrovisor e encontro os olhos do Tayler franzidos me encarando. Dou de ombros e olho pela janela a lua clara no horizonte. Eu ia ajudar quem precisasse. O Clã queria guerra e guerra eles teriam.
























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