Uma vastidão.
Era isso que eu conseguia ver.
Tudo que eu conseguia ver em meu campo de visão era um deserto.
Eu coloquei minha mão no chão e peguei um pouco da areia que por algum motivo era vermelha.
Eu não sabia onde estava, que lugar era esse ?.
Tudo que eu sabia era que tinha acordado nesse lugar estranho.
Era um mundo onde tudo que existia era um enorme deserto vermelho, o céu era negro como a noite mais sombria que já fora vista pelo homem.
O chão em que eu pisava era árido e seco como de um verdadeiro deserto.
Nas próximas horas eu fiz tudo que foi possível.
Eu andei, andei e andei por um tempo incalculável.
Afinal o tempo parecia não ter efeito nesse mundo.
Porém independente do quanto eu andasse nunca chegava ao fim, eu também percebi que a minha resistência tinha aumentando drasticamente afinal eu tinha caminhado muito, mas meu corpo não demonstrava nenhum sinal de fadiga ou coisa parecida.
Independente do quanto eu andasse eu não sentia fome, sono ou até mesmo cansaço ou qualquer coisa que fosse vital para a existência de um ser vivo, eu parecia não precisar.
Depois de tanto tempo andando eu parei, a alguns metros de distância havia dois homens parados um ao lado do outro, por algum motivo eles pareciam ser familiares para mim.
Por algum motivo os homens estavam embaçados para mim, o que tornava impossível eu dizer quem poderia ser.
Como em um movimento em câmera lenta, eu me aproximei das duas figuras, minha visão aos poucos foi se esclarecendo gradualmente. Aos poucos, uma sensação de reconhecimento e surpresa começa a florescer em meu coração, conforme a lenta forma dos homens ia se tornando claro.
"Maegor"
Eu pude escutar uma voz baixa me chamando, a direção em que voz vinha era contrária a das figuras embaçadas.
" Maegor"
A voz era estranha, estava distorcida e por isso eu não conseguia reconhecê-la, mas era familiar.
Eu então voltei a caminhar em direção as figuras misteriosas e tentei ignorar a voz distorcida que ensitia em chamar o meu nome.
" Maegor! filho!"
Ao ouvir isso eu parei momentaneamente.
" Mãe ?" Eu murmurei enquanto parava novamente de caminhar e olhava para trás.
Agora eu conseguia ouvir claramente sua voz, minha mãe parecia suplicar por mim.
O que estava acontecendo ?.
Ao ouvi-la me chamar mais uma vez eu tomei a decisão de caminhar em direção a sua voz, conforme eu caminhava as duas figuras foram ficando para trás e então uma luz começou a surgir a minha frente.
Conforme caminhava a luz aumentava e tomava conta de todo o ambiente, por um momento ficou tão forte e reluzente que fui obrigado a fechar os olhos devido a claridade.
Ao abrir os olhos novamente eu pude perceber que aquela paisagem estranha e sobrenatural havia desaparecido.
Eu coloquei a mão no rosto e percebi que estava mais suado do que o normal, ao olhar ao redor eu pude ver que o dia havia chegado em Westeros, minha mãe estava guardando as coisas que trouxemos para o acampamento.
" Que sonho esquisito" Eu murmurei.
Minha mãe então se voltou para mim e então falou.
" Temos que nós apressar Maegor" Falou minha mãe em um tom um pouco fora do seu habitual.
" Aconteceu algo ?" Eu perguntei com um tom de curiosidade.
E então...
Um rugido ensurdecedor tomou conta do vale, um som que fez até mesmo os ossos e a terra tremer. O som ao mesmo tempo era uma ameaça e um cântico do desespero, como um grito desesperado vindo das profundezas mais sombrias do mundo, uma melodia arrepiante e quente que ouve-se sob o rugido de chamas e escamas.
Um dragão vermelho cortava as nuvens no céu com alta velocidade, sua sombra percorreu a terra com um movimento elegante e mortal. Este ser poderoso e primitivo que parece um rei entre todas as criaturas, capaz de detruir civilizações inteiras com um sopro de seu fumo, com uma cauda estrondosa no ar, e asas forjadas em fogo e crueldade, é um ser de temor e respeito.
Um dragão voava sobre as montanhas, com sua presença incandescente, um símbolo de poder quase divino. A sua presença fazia toda a criatura viva se refugiar, seja criatura mais fraca ou bestas do inferno.
E com esse grito ensurdecedor, o dragão anunciou sua presença, um grito que é mais do que som, é um grito que está impregnado de fúria, de raiva e de terror, que apita em seu eixo até chegar aos seres humanos que estão na Terra. E ao mesmo tempo, há algo de magnético nessa rugidão, uma atração carnal que está no qual qualquer ser vivo sente em sua veia.
O rugido do dragão ecoava pelos céus, como se fosse um grito de desafio para os céus em si. O fumo ardente que sai de seu abismo acendido, a corrente de chamas que ergue seu gargalo e escamas que reluzem em um cheiro quente, fazem com que o dragão seja o centro da atenção do mundo, e em seu grito, a única coisa que podemos fazer é nos refugiar e rezar, ou preparar-nos para o confronto.
O grande dragão como num ato de demonstração de poder cuspiu uma torrente de chamas ao céus, que fez com que uma porção de nuvens se dissessem.
" O seu pai chegou!" Falou minha mãe com desgosto:" E está fazendo um espetáculo nos céus do vale"
Meus olhos estavam totalmente focados no dragão que voava acima de nós, uma coisa era você ver um através de uma televisão e um celular, agora ver um voar acima de você era surreal.
Mudança De Cena
Conforme cavalgarmos pelo Vale, o castelo de Runestone foi ficando cada vez mais visível.
O grande castelo estava localizado ao sul de Lucerna e ao norte da cidade de Vila Gaivota. Runestone havia sido construído acima do maior dos três picos de Runburgh e só poderia ser alcançado por uma longa ponte que pode obviamente ser destruída pelos defensores, tornando o castelo inacessível. Nas profundezas de Runestone há um grande lago subterrâneo que possui uma grande quantidade de água disponível e peixes para a guarnição e população do castelo. Ao redor do Castelo de Runestone fica a cidade de Runburgh.
Ao nos aproximarmos do Castelo, vimos o dragão vermelho no topo de Runestone. A criatura gritava com intuito de espantar a todos no castelo.
" Porcaria" Minha mãe praguejou e rapidamente galopou o cavalo para o castelo o mais rápido possível.
Quando chegamos aos portões, fomos recebidos pelos guardas do castelo.
" Minha senhora" Falou o líder dos guardas de Runestone.
" Qual a situação ?" Questionou minha mãe.
O homem engoliu seco então falou o que estava acontecendo.
" O príncipe Daemon tomou o castelo, não podemos nos aproximar por conta do dragão" Explicou o guarda.
Minha mãe soltou um suspiro de desgosto e então falou.
" Levem todos para fora do castelo, só retornem quando eu ordenar"
" Sim senhora!"
Con isso todos os guardas, cavaleiros e serventes se retiraram do castelo deixando apenas minha mãe e eu, que então desmontamos dos cavalos que rapidamente cavalgaram para o mais longe possível, eu não os culpava.
Conforme nós aproximamos o dragão nos percebeu e soltou um rugido distorcido, claramente nós avisando para mantermos distância.
Que merda!
Então esse era caraxes. O dragão que era conhecido por ser formidável em batalhas. Famoso por sua ferocidade, ele era esguio e de cor vermelho-sangue.
" Mantenha a calma, Maegor" Falou minha mãe baixinho. " Entre no castelo"
Eu olhei em descrença para minha mãe, o dragão estava claramente defendendo a entrada do castelo! Só um suicída se colocaria frente a um dragão claramente irritado que estava defendendo algo.
" Eu vou morrer se fizer isso!"
Eu sussurrei para minha mãe.
" Confie em mim, seu pai pode parecer louco, mas eu aposto que ele não vai alimentar seu dragão com a carne de seu próprio filho" Explicou minha mãe.
" Por que não esperamos ele sair da fortaleza ?" Eu questionei esperançoso que minha mãe aceitasse minha sugestão.
Minha resposta foi minha mãe me empurrar para frente e então cruzar os braços enquanto observava calmamente.
Porcaria... Eu Respirei fundo e caminhei lentamente em direção as portas de entrada do castelo. Meus olhos não saíram nem por um segundo do enorme dragão que estava rugindo no topo do castelo.
Caraxes pulou de cima do castelo e ficou entre mim e a porta de entrada do castelo, o dragão se moveu em minha direção com certa cautela. Nesse momento eu podia sentir o seu hálito quente que tinha um cheiro horrível.
O dragão começou a sentir o meu cheiro como um cão faria para reconhecer alguém, mas então para minha surpresa, ele retraiu a cabeça e então num rápido movimento levantou voou para então ficar novamente em cima do castelo.
Puta merda...
" Ele está realmente guardando o castelo" Eu pensei enquanto olhava para Caraxes.
Eu então me virei para minha mãe, que apenas gesticulou para que eu entrasse no castelo.
E assim eu fiz.
Eu segui em direção ao salão principal, que era onde minha mãe recebia os visitantes, ao entrar no salão eu vi um homem de cabelos loiros prateados com uma expressão perigosa no rosto. Ele estava bebendo um pouco de vinho em uma taça, assim que cheguei ao centro do salão, o olhar do homem se voltou para mim.
Daemon Targaryen, conhecido como o príncipe rebelde.
Meu pai.
"Você é mais alto do que eu esperava." Falou o homem enquanto girava sua taça de vinho na frente do rosto." Você tem os olhos do seu avô."
" Isso não é grande coisa, olhos violetas e cabelos prateados são característica marcantes da casa Targaryen" Eu falei sem muito interesse em suas palavras.
" Eu não quis dizer a cor." Daemon balançou a cabeça negativa " Você tem um olhar aventureiro e corajoso"
Eu soltei uma risada divertida.
" Muito profundo, quem ouvisse isso nunca imaginaria que você abandonou sua esposa e filho" Eu falei em divertimento com olhos levemente estreitos.
Daemon apenas soltou uma risada enquanto se levantou e começou a andar ao meu redor, o mesmo estava verificando cada centímetro do meu corpo como se eu fosse um objeto precioso.
"Eu estava ocupado com uma guerra, não tive tempo para vir conhecê-lo" Explicou meu pai calmamente.
Eu soltei uma risada seca e então falei.
" Mas teve tempo para desrespeitar minha mãe com uma meretriz, soube até que ela engravidou e você roubou um ovo de dragão para que seu filho bastardo pudesse crescer sendo acompanhado por um dragão"
" Quantos anos você tem?" Questionou meu pai.
" Não sabe nem a idade do próprio filho" Eu falei enquanto soltava um suspiro cansado.
Daemon sorriu em divertimento.
"Você herdou a língua afiada da sua mãe!" Falou Daemon de forma divertida, o mesmo então voltou para a cadeira que pertencia a minha mãe."Uma ótima característica para se ter quando você é homem."
"O que realmente veio fazer aqui, pai ?"Eu perguntei descaradamente." Você ordenou que seu dragão tomasse o castelo, assustou todos os guardas e serviçais".
Daemom me lançou um sorriso misterioso.
"Direto ao ponto. Muito bom" Daemon assentiu. "Estou aqui para conhecer o meu filho, isso é tão errado ?"
Eu apenas fiquei em silêncio com essa pergunta do meu pai.
" Você disse que eu abandonei você e sua mãe, e está certo, mas agora estou aqui!"
Eu levantei minha sobrancelha de forma confusa sobre o que ele estava pensando. "O que quer fazer ?"
" Até agora você viveu como um Royce." ele disse, levantando-se de seu assento mais uma vez " Eu vou ensiná-lo a viver como um verdadeiro Targaryen."
" Como assim ?" Eu questionei.
[Skorkydoso olvie gaomagon ao gīmigon bē se history hen aōha lentor, maegor ?]
"Quanto você sabe sobre a história da sua casa, Maegor ?" Meu pai questionei usando seu valiriano fluente.
Vai realmente querer testar o meu valiriano ?.
[Skore lentor issi ao talking bē, dad?]
"De que casa você está falando, pai ?" Eu perguntei de volta enquanto fazia questão de mostrá-lo a minha fluência no valiriano.
[Se mērī mēre bona really matters]
"A única que realmente importa" Falou daemon em divertimento.
[Syt issa both lenton matter, tolī ry nyke nykeā royce se nykeā targārien!]
"Para mim as duas casas importam, afinal eu sou um Royce e um Targaryen!"
Daemon soltou uma risada divertida." O Guardião do Dragão lhe ensinou bem. A história da casa Targaryen, eles lhe ensinaram isso?"
" Ensinaram. Embora, seja curta"
Daemon apenas acenou com a cabeça. "Então, o que pensa sobre a história da nossa casa ?"
" É uma história de fogo e sangue." Eu respondi.
" Então você sabe o que nos tornou os reis e rainhas dos sete reinos!"
"Dragões."
"Dragões." daemon repetiu enquanto acenava com a cabeça. "Você não tem um."
" Acredito que deva agradecer isso a você, acho que o ovo que deveria ser para mim você acabou levando para o meu irmãozinho bastardo" Eu falei em deboche.
" Isso é crueldade, seu irmão morreu antes mesmo de nascer" Explicou meu pai enquanto caminhava em direção a uma das janelas do castelo e então começou a observar a paisagem.
" A crueldade eu devo ter herdado de você" Eu falei sem remorso.
" Provavelmente"
Um silêncio tomou conta do cômodo enquanto eu apenas observava meu pai que ficou em silêncio enquanto observava pela janela.
"Você gosta desse lugar ?" Perguntou meu pai calmamente.
"É um lugar tranquilo para se viver, não tenho do que reclamar" Eu respondi enquanto cruzei os braços.
Meu pai estreitou os olhos e então soltou um suspiro.
"Você não se sente preso ?" Daemon perguntou novamente.
" Não entendo sua pergunta, pai" Eu respondi com certa confusão.
Daemon suspirou e então falou.
"No final, você é meu filho" Falou Daemon. "Você deve ter algo de semelhante comigo. Talvez o desejo de liberdade ?"
"Liberdade?" Eu repeti."Eu ainda não sei bem o que quer dizer, pai"
" Bom" Daemon cantarolou. "Você ainda é uma criança"
Daemon então saiu da janela e caminhou em direção a porta.
"Me acompanhe, Maegor"
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Daemon Targaryen: