burning red | gn

Von sameatena

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a cor vermelha foi feita para eles. Mehr

uma catástrofe eminente
vermelho é a cor
é insanidade querer você
se eu vencer, eu quero você
preciso me manter distante
sentimentos embaralhados
somos incontroláveis
não tem meio termo
me viciei em você
eu quero tentar...por você.
eu não vou decepcionar você.
dois pesos, duas medidas
tempestade disfarçada de calmaria
a tempestade chegou
quero ele de volta
grandes emoções
vitórias diárias
campeão
epílogo

uma trégua

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Von sameatena

Quando respirou o ar puro do lado de fora, Alexandre se deu conta do quanto foi afetado pela postura, pela beleza e principalmente pelo atrevimento insuportável daquela mulher que seria sua chefe de equipe.

Estaria mentindo se negasse como seu corpo esquentou com apenas alguns minutos de discussão com aquela... diaba.

Estava acostumado com mulheres aos seus pés fazendo de tudo para agradá-lo. Poderia dizer que gostava desse tipo de tratamento, era bem óbvio que gostava.

Mas estar cara a cara com a primeira que o desafiou, que o mostrou que seria capaz de colocá-lo no eixo.. e tirá-lo do sério, mexeu com algo primitivo dentro do piloto.

Ele acionou a chave destravando o veículo e assim que se sentou sozinho no banco cheirando a couro da melhor qualidade, fechou seus olhos e se recordou dos detalhes que reparou naquela mulher.

Quadris largos, mas com a cintura tão fina que poderia caber em suas mãos. Os seios médios e empinados, com o cabelo castanho claro chegando até o início da bunda.

Soltou um suspiro animalesco ao se lembrar do tamanho da bunda da diaba dentro daquela calça.

O pescoço cheio de pintas, a boca desenhada de um jeito que enlouqueceria qualquer marmanjo e aquele maldito ponto de luz no meio dos seios.. era desnecessário.

Não precisava disso tudo.

Deu um murro no volante ao se lembrar de como o seu pau pulsava dentro da calça jeans durante quase toda a reunião.

— Satanás de mulher. – murmurou raivoso, saindo dali com toda a velocidade.

Não pensou duas vezes antes de estacionar na vaga do prédio de seu agente, advogado e amigo mais fiel. Ota era o único que conseguia – ou ao menos tentava, pôr Alexandre Nero no lugar.

— Ia perguntar como foi a reunião, mas pela sua cara..

O piloto entrou no apartamento jogando as chaves em cima da mesa e indo até o bar para se servir do uísque.

— Você ao menos sabia sobre essa mulher, Ota? Eu não acredito que ninguém foi capaz de me falar que o velho tinha uma filha. – ele reclamou antes de virar uma dose sem gelo.

Otaviano sorriu e sentou no sofá.

— Ah, você conheceu a Giovanna.

— Claro que conheci, né. Aquela diaba marcou a reunião usando o nome do pai dela para me atrair, Otaviano. Ela fez questão de dizer olhando na minha cara que não sou bem vindo em sua equipe, ela nem acredita que sou bom o suficiente, porra.

— E você pode culpá-la? Você precisa acordar pra vida de uma vez por todas cara. Sua carreira seria brilhante se você não fosse tão imprudente, tão impulsivo.

— Eu já sei de tudo isso, você não me deixa esquecer.

O piloto bufou e encheu o copo com mais uma dose do uísque, parecia que ia explodir a qualquer momento.

— Você vai fazer 39 anos, cara. Acho que chegou a hora de parar de brincar de ser piloto e encarar suas próprias responsabilidades de verdade. Eu estou aqui para ajudar em tudo que você precisar, mas tem certas coisas que só dependem de você mesmo. — o homem grisalho falava calmo, sereno.

Otaviano sempre foi o mais certinho. Os dois eram amigos desde muito tempo atrás. Alexandre sabia que ele tinha razão, mas odiava admitir em voz alta.

— Eu não quero lidar com aquela mulher. Eu pensei que fosse lidar com o pai dela, e não com uma menina que se diz chefe de equipe e quer me dar ordens como se fosse a dona do mundo.

— Ela é a dona. – o amigo afirmou. — Quem está no comando de tudo é ela, e devo te dizer que você não está lidando com nenhuma menina. Giovanna é uma mulher muito inteligente, acho que ela não vai gostar de te ouvir falando assim.

Alexandre franziu o cenho estranhando a forma como o amigo falava daquela mulher, parecia que a conhecia.

— Você a conheceu pessoalmente? – teve que perguntar.

— Sim. Quando fui tratar da sua contratação com Hilton por coincidência ela estava na sala dele. Percebi que eles são muito unidos e que o velho confia nela.

— O que prova que ele não bate bem da cabeça.

— Ou que bate bem até demais. — Otaviano completou.

Alexandre deixou o copo no aparador e passou a mão no rosto em completa agonia. Não queria ceder, mas graças a sua infeliz atitude de transar com a esposa do dirigente da Mercedes, se não aceitasse entrar nos eixos dentro da Ferrari poderia dar adeus para a temporada.

— São apenas dez meses, Nero. Você não acha que vale a pena ter um pouco de comprometimento na sua carreira enquanto você ainda tem uma?

— Não vem você também com essa porra de palavra. Ela me disse isso a reunião inteira.

— Acho que já gostei dela.

Alexandre lançou um olhar mortal para o homem que se levantou com as mãos no ar, em um sinal de rendição.

— Tudo bem, não está mais aqui quem falou.

— Preciso ir. — ele buscou a chave outra vez e andou na direção da porta. — Tenho mais o que fazer.

— Seu idiota, acha que cuidar da sua carreira é fácil?

Ele bateu a porta abafando a voz irritada de seu melhor amigo da vida inteira. Eles sempre se entendiam.

No caminho para a casa sua mente mais uma vez o traiu e pensou naquela mulher infernal de tão bonita. Por que ela tinha que ser tão.. atraente. Tão maliciosa, tão sexy, tão topetuda, autoritária, arrogante.

Sua vontade em relação a ela variava no fato de querer enfiar suas mãos naquele cabelo e puxar a cabeça dela para trás enquanto fode bem forte.. Até estrangular seu pescoço fino com ela deitada naquela mesa.

Não poderia.

Transar com a esposa do manda chuva da Mercedes foi um erro do qual se arrependia amargamente, mas foder com a filha de Hilton Ferrari seria uma dor de cabeça da qual ele não estava afim de ter naquele momento.

Estava quase chegando no condomínio luxuoso, quando seu celular apitou no banco do carona com a notificação de mensagem.

Então ao invés de ir pra casa, ele fez a curva forçando o carro do jeito que sabia fazer de melhor e seguiu para a casa do único amigo que tinha nesse meio das pistas.

Assim que passou pelos portões da mansão avistou Charles conversando com uma morena de biquíni que estava próxima a piscina. Percebeu que não tinha tanta gente e agradeceu por isso, não estava afim de barulho.

Quando saiu do carro notou os olhares em sua direção, ainda mais por parte das mulheres.

— Chegou em menos de cinco minutos, fera. – Charles olhou o relógio de pulso com um sorriso no rosto.

— O que prova que sou um piloto melhor que você. – ele disse e por fim sorriu, recebendo um abraço do piloto.

— A casa é sua, você sabe disso. Antes de se enfiar em um dos quartos com alguma mulher, vamos brindar a sua contratação. – ele disse indo buscar duas doses.

Leclerc era de longe o melhor piloto que Alexandre viu em toda sua vida. Admirava o potencial, a garra e acima de tudo o coração do piloto que agora seria o seu amigo de equipe.

— Bem vindo ao vermelho, meu amigo. Agora você está na porra da melhor equipe da sua vida. – ergueu o copo no alto. — Só não vale acabar com a minha fama dentro dos corredores da Ferrari, seu canalha.

— Valeu, lec lec. Você sabe o tamanho da admiração que tenho por você, mas se prepare que agora eu cheguei.. Não vou te dar descanso. – falou convencido.

— Você não vale nada. Canalha.

Os dois se sentaram na parte dos sofás que havia na área de lazer da mansão, mas antes Alexandre fez questão de falar com os outros pilotos que estavam ali, alguns nem tão conhecidos assim.

— Quando comentei com você sobre a possibilidade de entrar na equipe, em algum momento passou por essa sua cabeça me contar sobre uma tal de Sra. Ferrari?

Diante da indagação do amigo, Charles deitou a cabeça de lado e sorriu olhando na direção do piloto.

— Conheceu a Gio? – Alexandre franziu o cenho com a intimidade. — O que achou de ter uma chefe de equipe mulher?

— Fala sério, ela é... – deliciosa, sua mente safada fez questão de completar. — Irritante.

Charles alargou ainda mais o sorriso diante da irritação dele, afinal não poderia negar que sua chefe de equipe era realmente osso duro de roer no melhor dos sentidos.

— Você nem a conheceu direito, cara. Giovanna tem um potencial gigantesco comandando a Ferrari, conseguiu o maior número de títulos desde que passou a comandar e ainda por cima é um colírio para os olhos. Fala sério, ela é muito gata.

— Gata de se olhar, insuportável de se ouvir. – ele disse com a voz rouca, mal humorada.

Nesse momento uma morena se aproximou sentando em seu colo e passando as mãos com unhas pintadas entre o pescoço e os cabelos dele. Charles continuou.

— Você precisa se acostumar a receber ordens dela, cara. Em todas as viagens da equipe ela vai junto, entrevistas, sessão de fotos, sessão de autógrafos, tudo. Nada passa batido pelos olhos dela.

— Discutimos hoje mais cedo. – ele confessou e afastou a morena mais para o lado em sua perna. — Ela disse na minha cara que não acredita que eu possa vencer.

Charles soltou uma gargalhada alta, fazendo a loira ao seu lado sorrir também.

— Agora entendi o seu mal humor, cara. Ela não esconde suas opiniões e nem tem medo de encarar ninguém. Sua vida vai mudar com ela no comando, isso eu te garanto.

— Isso se eu ficar.. Estou pensando seriamente em pagar a multa e cair fora. – ele confessou, bebendo seu uísque.

— Tá maluco? Você não vai fazer isso. Se sair vai perder a oportunidade dessa temporada.

— Eu sei.

Precisava encerrar sua noite de uma forma bem melhor do que havia começado o seu dia. Percebeu a morena lhe lançar um olhar sugestivo e se aproximou para sussurrar o que ela gostaria de escutar em seu ouvido.

Tudo para esquecer aquela diaba.


Giovanna fez seu ritual de skin care depois de tomar um banho e vestir uma camisa com o escudo da Ferrari, que por acaso chegava praticamente em seus joelhos.

Aproveitou que estava sozinha em casa e pediu aquela barca de japonês que estava proibido devido a sua dieta, mas que naquele momento seria a única coisa capaz de acalmar seu estresse. Tirando seu melhor amigo, claro.

Giane era subdiretor de equipe, e além de ser um ótimo profissional fazia parte da família. Giovanna era a única que sabia sobre a sua orientação sexual, assim como ela o ajudou a se livrar de um relacionamento abusivo com um homem totalmente tóxico.

— Cheguei junto com o sushi. – ela escutou a voz vindo da sala. Como disse, ele era família e tinha as chaves.

Quando ela apareceu no mesmo cômodo que ele, Giane percebeu que o humor dela seria um dos piores naquela noite. Realmente a notícia da contratação de Nero foi o maior dos sustos que já tomou desde que entrou para a equipe Ferrari.

— Oi. – ela murmurou, indo deixar um beijo no rosto do amigo, em seguida andando para a cozinha. — Estou de dieta, mas acho que vamos precisar de vinho.

— Ah, com certeza. – Giane berrou do outro cômodo.

Entre comida japonesa e vinho, os dois sentaram perto da varanda que tinha uma vista incrível.

— Me conta como foi o encontro com o nosso mais novo piloto. Estou quase morrendo de curiosidade.

— Não poderia ter sido pior. – ela resmungou, bebendo de sua taça. — Eu sabia sobre a fama dele, mas eu nunca imaginei que ele poderia ser ainda pior pessoalmente.

— O que ele fez de tão grave?

— Tudo. Ele é insuportavelmente arrogante. Ele se acha o rei do mundo, você precisava ver. Mas coloquei ele no seu devido lugar. Vê se eu posso com isso? Papai deveria saber que somos incompatíveis, Giane.

— Calma. Se existe uma pessoa capaz de colocar esse piloto na linha, esse alguém é você.

— Mas acontece que eu não quero ter que colocar um marmanjo desses na linha. Ele deveria ter noção das suas atitudes, suas responsabilidades. Ele não vai ser pago para entrar na linha, vai ser pago para vencer.

— Eu sei, xuxu. Mas acontece que homens como ele são incontroláveis... até não serem mais. Acho que talvez a decisão do seu pai não tenha sido tão ruim assim.

— Como não, xuxu? – ela se indignou. — Ele não fez a menor questão da minha opinião.

— Ele sabe do seu desgosto por esse piloto, né? Ele sabia que você não ia aceitar. Agora chega de falar disso, você não tem como mudar essa contratação. Me conta se ele é mesmo tão gato como nas fotos e na televisão.

Giovanna desviou os olhos para o céu carregado com as mais bonitas estrelas para não ter que olhar nos olhos de seu melhor amigo. Jamais conseguiria mentir.

— Eu nem reparei, Giane. Eu te disse que só discutimos e eu o expulsei da minha sala. Ele é ordinário, ficou me elogiando, flertando comigo como se eu fosse igual essas mulheres desesperadas por ele.

— Vai dizer que não reparou em nada? nada?

Giovanna bufou e se levantou do chão levando a taça até a pia para lavar, estava mais relaxada, porém foi só esse assunto surgir que sentia seu coração agitado.

— Não vai te matar admitir que o cara é um gostoso. Dá pra odiar e achá-lo uma delícia ao mesmo tempo.

— Não faz meu tipo. – ela deu de ombros concentrada na água da torneira. — Além do mais você sabe que eu não saio com pilotos da minha equipe.

— E quem foi que falou isso? – Giane sorriu. — Você pensou nessa possibilidade sozinha, xuxu.

Ela quase expulsou o homem de sua casa, mas no final das contas dormiram juntos de conchinha como sempre faziam desde que Giane se assumiu gay.

Uma semana depois.

Assim que colocou seus pés na sede da Ferrari, ele notou as pessoas andando de um lado para o outro, o cheiro de gasolina e óleo de motor no ar, todos os mecânicos junto com seus auxiliares conversando sobre os motores.

Ele passou pela recepção e foi direto para os boxes, seus treinos começavam nessa manhã e ele poderia conhecer sua equipe de mecânicos, aqueles que trabalhariam com ele durante as provas.

Pôr coincidência, um de seus mecânicos era o senhor de macacão sujo do primeiro dia que pisou nesse lugar e os dois se deram bem logo de cara. Ele se chamava Roger e entendia mais de motores do que qualquer pessoa desse mundo inteiro.

— Temos muito trabalho pela frente, mas como o seu treino começa hoje consegui adiantar bastante coisa do seu carro. – Roger disse se aproximando do veículo.

— O chassi já passou pela vistoria?

— Sim. Giovanna fez questão de ir conferir isso de perto e conseguiu adiantar todo o processo.

Óbvio que tinha dedo daquela mulher. Afinal de contas o que ela não era capaz de conseguir?

— Cadê a carcaça? Já está pronta?

— Venha ver.

Quando ele bateu os seus olhos ficou impressionado. O fundo do carro era preto com detalhes em vermelho bem vivo, ardente.

— Impressionante. – sussurrou andando em volta da carcaça.

— Ainda falta vários adesivos de patrocinadores, mas já da pra ter uma noção. Giovanna quer manter a discrição na primeira prova.

Alexandre precisou admitir, ela era realmente boa nisso.

Quando ele olhou na outra direção do vidro enxergou o exato momento em que Giovanna andava na direção de outra cabine, provavelmente do engenheiro mecânico.

Aproveitou que ela não fazia ideia que ele estava parado lhe observando e tirou uns segundos para apreciar como ela parecia confortável naquele lugar. Ela parecia estar a vontade, em casa.

Notou em como ela estava sexy dentro de uma saia preta com as pernas grossas e definidas de fora, em cima tinha uma espécie de blusa colada e decotada nas costas que a deixava incrivelmente atraente aos olhos de todos.

Mas ela nem parecia se dar contar do quanto era gostosa ou então sabia e nem se importava em deixar todos com a baba escorrendo. Não conteve o sorriso quando notou o momento que ela vestiu uma jaqueta da Ferrari antiga e muito bonita, coleção de 2012.

Ela escutava tudo que o homem ao seu lado dizia, mas a forma como ela andava com as mãos na cintura deixava claro o quanto era autoritária e exigente. Ele franziu seu cenho ao notar um homem alto entrando na sala, mas o que o deixou completamente incomodado foi as mãos do homem abraçando a cintura dela por trás e beijando seu pescoço.

— Você está me ouvindo, Nero? – ele se assustou com a voz do mecânico.

Tentou disfarçar que estava olhando para ela, mas o mais velho não era nenhum inocente.

— Eles são amigos. Giane é subdiretor da equipe.

Alexandre fingiu não se importar, mas antes de abrir a boca para dizer isso foi surpreendido com os olhos dela em sua direção o avaliando como se estivesse ouvindo a conversa ali dentro, mesmo isso sendo impossível.

— Com licença. – ele disse antes de sair dali e andar na direção da sala onde ela estava.

Giovanna percebendo a aproximação, engoliu seco. Não queria mais uma discussão, ainda mais com plateia.

Antes de empurrar a porta de vidro ele deu dois toque com os dedos atraindo a atenção dos demais.

— Bom dia. Giovanna, será que eu posso falar com você a sós? – sua voz era calma, rouca.

Queria se desculpar com ela. Se iriam mesmo trabalhar por meses juntos, teriam que arranjar uma forma para se entenderem.

Todos responderam o cumprimento e em seguida todos os olhos foram na direção da morena esperando que ela o respondesse.

— Oi, é um prazer te conhecer. Me chamo Giane e sou o subdiretor da equipe. – estendeu a mão na direção dele.

— Eu sei quem você é. – Alexandre foi seco ao responder e apertou a mão do homem contra a sua vontade.

— É urgente? Estou ocupada. – Giovanna interrompeu com a voz impaciente.

— Sim. É urgente. – se limitou a dizer.

Ela suspirou e andou na direção da porta.

— Vamos até a minha sala. Já volto, Cris. – ela acenou para o engenheiro. — Daqui a pouco eu desço pra gente ir tomar café, xuxu. Me espera. – ela soltou um beijo na direção do amigo.

Quando a porta da sala que ela podia chamar de sua foi fechada, o clima ali dentro mudou drasticamente. Ficou denso, abafado, quente. Não era nem possível uma coisa assim graças ao ar condicionado do ambiente, então só poderia ser apenas a presença daquele homem ali.

— Pois não? – ela começou logo após se sentar em sua cadeira.

Ele enfiou as mãos no bolso da calça e tentou ser o mais amigável possível.

— Gostaria de pedir desculpas pela maneira como nosso último encontro terminou. Eu realmente não sabia que a Ferrari estava sob o seu comando.

— Você veio se desculpar comigo ou dizer de uma forma menos ofensiva que se soubesse que teria que lidar com uma chefe mulher não teria assinado seu contrato?

— Não foi isso que eu quis dizer, Giovanna. Será que dá pra você guardar suas garras?

— E continua me ofendendo. – ela estalou a língua com um sorriso sínico ao girar sua cadeira. — Bela maneira de se desculpar com a sua chefe.

Ele perdeu a pouca paciência que tinha.

— Qual o seu problema comigo afinal? – ele andou até parar de frente para a cadeira dela.

Giovanna continuou girando com os olhos fechados até sentir a cadeira parar de rodar de forma brusca, assim que abriu os olhos se deparou com ele perto.

Muito perto.

— O que você..

— Eu quero saber o motivo dessa sua raiva comigo. Eu já entendi que não me quer aqui, que não acredita em mim e no meu potencial, mas deve ter alguma outra coisa que te deixe tão irritada com a minha presença.

Giovanna se perdeu dentro daqueles olhos. Os dois não perceberam que o silêncio se fez presente na sala, e que os dois estavam se encarando como dois inimigos.

— Eu não preciso te dar satisfações de nada. – ela tentou empurrar o peito dele, mas foi puxada pelas mãos até se pôr de pé.

Seus corpos colados.

Alexandre cometeu o erro de roçar seu nariz no dela de uma forma tão íntima, que recebeu em troca um gemido baixo que escapou dos lábios dela.

— Esse seu jeito está me deixando maluco. – ele confessou. — Ou entramos em uma trégua ou vamos acabar com a vida um do outro antes da temporada de fato começar.

Foi as palavras que ele disse, mas o que de fato queria dizer era que iam acabar na cama um do outro.

Giovanna pareceu se dar conta de como estavam perto e se afastou ajeitando os cabelos atrás da orelha.

— Eu não confio em você. Não gosto de lidar com gente que não confio, mas como não tenho escolha.. Eu aceito suas desculpas. Apesar de ter certeza que vamos brigar e discutir amanhã outra vez.

Ele não conseguiu segurar o riso. A diaba tinha razão.

Voltou a se aproximar dela com os olhos fixos nos seios dela por debaixo da blusa. Ela não usava sutiã, e isso fez com que ele se corroesse por dentro, seu pau pulsou.

— Já que vamos discutir amanhã, deixa eu dizer de uma vez o que eu penso e a gente briga hoje para amanhã eu te pedir desculpa outra vez. – ele começou. — Aquele seu namorado não sente ciúmes que você venha para cá sem a porra de um sutiã?

Giovanna precisou de uns segundos para entender que ele realmente tinha dito aquilo. Ela olhou para baixo por reflexo e notou que seus bicos estavam marcados devido ao tesão que sentia em discutir com esse homem.

— Tenho certeza de que isso não é da sua conta. – ela o encarou.

— Foda-se. Se você fosse minha, eu seria o único que ia ter essa visão. Não dividiria com ninguém.

Alexandre desceu os olhos mais uma vez sem vergonha alguma e sentiu sua boca enchendo de água. Poderia ser loucura, mas toda vez que discutia com ela sentia todo o seu corpo respondendo, era um tesão que tomava conta de sua corrente sanguínea que não tinha explicação.

— Eu não sou sua. Na verdade, sou sim. Sou sua chefe.

Ele perdeu o controle com ela sendo tão autoritária.

— Sendo assim, chefinha.. da próxima vez que for ter algum tipo de contato ou ficar no mesmo ambiente que eu, te aconselho a fazer uso da lingerie. – ele já estava prensando a mulher contra a parede da sala. — Não vou prestar atenção em nada que sair dessa sua boca tendo a visão que estou tendo agora.

Antes que fizesse algo que poderia se arrepender, ele se afastou percebendo que a mulher estava vermelha.

Giovanna poderia negar até a morte, mas nunca sentiu tanta adrenalina e tesão em sua vida.

Todas as coisas que saiam da boca daquele homem tão cafajeste, mexiam com algo dentro dela. Talvez por isso a raiva, o ódio, a vontade de se ver livre dele.

— Sugiro que pense muito bem da próxima vez que se insinuar dessa maneira pra mim. Como eu disse, eu sou sua chefe. Apenas isso. Não confunda as coisas.

Ele voltou a enfiar suas mãos nos bolsos antes que fosse tarde demais e agarrasse aquele pescoço dela sobre essa mesa e.. Chega!

— Sinto muito se a minha sinceridade te ofende de alguma forma, Giovanna. Nunca fui bom em esconder minhas vontades. – sussurrou antes de se afastar.

Ela fechou os olhos assim que escutou o barulho da porta, mas voltou a abri-los quando o escutou dizer.

— Te espero no teste do meu carro amanhã. Quem sabe assim você para de duvidar da capacidade do seu piloto.

Ele bateu a porta assim que saiu.

Ela poderia jurar que a sua calcinha estava molhada.

Sempre lidou com todos os tipos de pilotos, mas nunca um tão convencido como Alexandre Nero.

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darvey au (é mais ou menos o contexto do fim da S6 e toda a S7, mas não tem mt a ver com oq aconteceu na série)