burning red | gn

By sameatena

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a cor vermelha foi feita para eles. More

uma trégua
vermelho é a cor
é insanidade querer você
se eu vencer, eu quero você
preciso me manter distante
sentimentos embaralhados
somos incontroláveis
não tem meio termo
me viciei em você
eu quero tentar...por você.
eu não vou decepcionar você.
dois pesos, duas medidas
tempestade disfarçada de calmaria
a tempestade chegou
quero ele de volta
grandes emoções
vitórias diárias
campeão
epílogo

uma catástrofe eminente

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By sameatena

Vocês piscaram e eu voltei mais uma vez! rsrs
Essa história é bem especial para mim, pois foi a primeira fanfic que eu escrevi na vida quando ainda usava o falecido spirit, não sei se vão lembrar... Enfim, eu vou tentar deixar a essência da história, mas estou reescrevendo pois a fanfic era uma adaptação de um livro antigo que li uma vez e quero colocar nela todos os meus pensamentos e minhas opiniões.

Bom, sem mais delongas estarei deixando vocês com o primeiro capítulo porque não gosto de enrolar!

beijocas.


Seus olhos estavam fechados, mas devida a claridade do sol que atravessou a janela assim que a cortina foi aberta com agressividade, o homem gemeu rouco.

— Fecha essa porra, eu quero dormir. – reclamou de um jeito agressivo, odiava acordar cedo.

Mas o seu agente estava pouco se importando com isso.

Sua função era manter Alexandre Nero na linha, ou ao menos tentar. E ele tentava muito.

— Eu não quero saber que horas você foi dormir na noite passada e muito menos com quem você estava fodendo.. Vai tomar um banho frio, você não pode se atrasar.

O homem deitado na cama se espreguiçou entre os seus lençóis brancos e franzindo as sobrancelhas encarou seu agente em pé parado perto das janelas.

— Me atrasar?

Otaviano bufou rouco e esfregou os olhos com as mãos.

— Era óbvio pra mim que você não ia ler o e-mail que eu te encaminhei, mas fala sério.. Você precisava.

— Do que você está falando cara. Óbvio que não olhei o meu e-mail, estava comemorando. Eu mereço, né?

Ser o mais novo piloto contratado da Ferrari era sim uma grande razão para beber até cair na cama com uma loira de peitos imensos. Estava muito feliz e nem se lembrava de ter recebido nada em seu celular, mas nem fazia questão também.

— As comemorações podem esperar, Alexandre. Eu sei que você realizou um sonho, mas sempre existe a parte chata no meio de uma contratação tão grande assim. Estamos falando da Ferrari, porra. Estamos falando dos maiores, da lenda viva Hilton Ferrari. Ele pediu que eu marcasse uma reunião com você, esse é o compromisso de agora, o e-mail não foi encaminhado ontem na hora da sua comemoração, eu mandei faz duas horas e você saberia se tivesse acordado mais cedo. – Otaviano disse com as mãos apoiadas na cintura.

Ele sabia mais do que ninguém a admiração que o amigo tinha pelo dono de uma das melhores, se não da melhor equipe automobilística do mundo. Alexandre também o admirava muito, afinal o velho começou do zero para conquistar tanta coisa que hoje lhe pertencia. Com toda certeza era uma coisa de se admirar, mas ainda sim não entendia o motivo da reunião.

— Ainda não entendo o motivo dessa reunião, Otaviano. Eu já não assinei o contrato?

Nas poucas vezes em que eles se viram, quando ainda era uma possibilidade ir para essa equipe, Alexandre fez questão de abrir o jogo quanto à sua falta de disposição em seguir ordens, e mais ainda, quanto à sua total falta de interesse em participar de reuniões e compromissos desnecessários. Em nenhum momento o velho pareceu incomodado, pelo contrário, ele se divertia diante dos desafio que tinha à sua frente.

Então era óbvio que o piloto não entendia a razão pela qual foi chamado apenas um dia após assinar o contrato.

O anúncio oficial do contrato foi liberado à imprensa na noite anterior, juntamente com a postagem em sua rede social que o próprio Alexandre fez questão de fazer.

— Eu não faço ideia dos motivos dessa reunião, apenas recebi o e-mail da secretária dele.

Que estranho. Era muito estranho. Nem mesmo os treinos, previstos para começarem dentro de alguns dias, poderiam ser usados como desculpa.

Alexandre caminhou há passos lentos até a sua suíte sob os protestos de seu amigo mais antigo que além de ser o seu agente, também era seu advogado. Como no e-mail estava claro que a reunião deveria ser apenas com o seu mais novo piloto, Otaviano deu as instruções do que ele poderia ou não dizer e seguiu para um compromisso de cunho pessoal enquanto Alexandre acionava o alarme do seu mais novo carro em sua garagem.

Uma Ferrari vermelha. Presente de boas vindas de seu mais novo chefe de equipe, o mesmo que havia marcado essa reunião desnecessária.

Dirigiu tranquilamente até chegar no local em que seria a sua mais nova casa. Por detrás dos óculos escuros ele observou o amplo salão com vista para a pista oval onde passaria a treinar em breve.

Com as mãos preguiçosamente dentro dos bolsos da calça jeans, ele se aproximou da parede de vidro frontal e estudou a área inferior da base. La embaixo, ele viu os dois homens de macações vermelhos entrando no boxer com pneus de teste. Ao lado, a cabine climatizada estava sendo monitorada por três outros homens, que viriam ser engenheiros mecânicos.

Ciente do atraso, ele continuou à procura da sala para a qual a recepcionista lhe designou instantes atrás.

Antes que pudesse dar mais um passo, ele escutou uma voz grossa chamando sua atenção.

— Bom dia. O que o nosso mais novo piloto faz por aqui uma hora dessas? – um senhor mais velho e com as suas mãos sujas de graxa se aproximava.

— Bom dia. Tenho uma reunião com o Hilton Ferrari. – ele foi rápido em responder. — Na verdade estou até um pouco atrasado.

Alexandre olhou seu relógio de pulso e constatou que estava apenas 45 minutos atrasado. Ao voltar seus olhos para o senhor vestindo um macacão vermelho completamente sujo de graxa, notou a confusão que estava em evidência.

— Tem certeza? O senhor Hilton nem esteve por aqui.. Bom, pelo menos não ainda.

Alexandre bufou. Era só o que faltava.

— Bom, de qualquer forma a sala dele fica no fim deste corredor. Seja bem vindo, Nero. – desejou e se afastou limpando as mãos.

Ele caminhou por onde o senhor havia indicado e notou uma mesa enorme de vidro onde uma senhora idosa lhe olhava com certa irritação, com certeza por conta de seu atraso.

— Bom dia. Tenho uma reunião com..

— É nessa porta atrás de você. – ela o interrompeu e voltou os olhos para o computador.

Disposto a acabar de uma vez por todas com isso, ele fez questão de empurrar a porta e entrar na sala ampla.

Assim que passou os olhos pelo lugar percebeu que não era a sala de Hilton Ferrari, nem teria a possibilidade de ser, afinal havia uma cadeira vermelha típica de mulher, um quadro com várias fotos de campeões da Ferrari por todos os anos e um macbook rosa em cima da mesa.

Havia uma parede de vidro com visão para a pista e ele percebeu que quem quer que fosse dono dessa sala, não deixava nada passar batido. Gostava de estar de olho em absolutamente tudo.

Estava tão distraído que não notou quando a porta abriu mais uma vez, nem mesmo escutou o barulho dos saltos no piso de porcelanato.

Porém, o cheiro foi impossível não sentir.

Giovanna não acreditava no que os seus olhos estavam vendo no momento em que notou a nova publicação no perfil da Ferrari. Fez questão de clicar na marcação que havia na foto fazendo o perfil de Alexandre Nero tomar conta da tela de seu iphone.

Como assim?

Era o que ela se perguntava.

Giovanna sentou na cama e coçou os olhos para ver se não era apenas uma alucinação, um pesadelo. Não era.

Ela rapidamente alcançou o controle da enorme tv que havia disposta em seu quarto de hotel e escolheu um dos canais de esportes. Foi quando a voz da jornalista ecoou pelo quarto fazendo ela sentir o impacto das palavras.

"Alexandre Nero, o piloto de mãe brasileira e pai americano, nascido e criado no Texas, é a aposta da Ferrari para competir os prêmio da principal categoria da F1, nessa temporada."

"Alexandre é conhecido por seu potencial e suas vitórias acumuladas desde os seus 20 anos, nas mais diversas categorias do automobilismo."

"Sua última tentativa de provar a que veio se deu na Mercedes. A passagem do piloto pela equipe, no entanto, se mostrou infrutífera, já que antes mesmo do fim da temporada Nero foi afastado por conta das diferenças irreparáveis entre ele e o dirigente da Mercedes."

Ela bufou alto e desligou a televisão com raiva.

Estava bem claro que aquilo era obra de ninguém mais do que seu querido pai, Hilton Ferrari. Ela sabia que as teimosias do mais velho ficavam cada vez piores, mas o fato dele contratar um piloto sem ao menos falar com a chefe da equipe, era sem sombras de dúvidas um erro.

Obviamente que ela conhecia a fama de Alexandre. Quem não?

O piloto era um dos melhores nas pistas, seus números eram ótimos e seus resultados melhores ainda, porém só havia uma coisa muito errada com ele.

Sua personalidade. Sua falta de comprometimento e acima de tudo a sua má reputação.

Era sempre fotografado saindo de festas, orgias, com as mulheres em volta. Tinha um temperamento forte para não dizer insuportável e mesmo assim seu pai tinha tido a coragem de contratar um piloto desses para a equipe.

Estava tão indignada. Não só pela contratação e sim por ter sido tudo pelas suas costas, afinal estava tudo pronto para receber o piloto na equipe, já que ele tinha macacão vermelho com o seu sobrenome e tudo.

Giovanna respirou fundo e decidiu mandar mensagem para o senhor Hilton Ferrari enquanto buscava ajeitar suas coisas para voltar o mais rápido possível.

Sua viagem de jatinho nunca foi tão incômoda.

Estava ansiosa, nervosa e acima de tudo irritada.

Quando pousou na pista que havia em frente a mansão onde seu pai vivia apenas com a sua governanta, ela foi entrando na sala pisando duro. Hilton estava sentado na frente da televisão assistindo tudo sobre a contratação.

O mais velho sentiu o cheiro do perfume da filha e antes mesmo de receber o sermão dela, levantou da poltrona.

— Minha filha querida, vem abraçar o seu velho. Como você chegou depressa.

— Eu estava aqui do lado, papai. – ela o abraçou mesmo estando brava. Amava seu pai com todas as suas forças.

— Filha, antes que você comece com o sermão..

— Não, nem vem.. Você precisa escutar, papai. Eu não posso lidar com as suas decisões imprudentes todas as vezes e ter que me virar do avesso para concertar tudo.

— Filha.. Ele é muito bom. Ele é melhor do que bom, ele é o cara. Por favor, olha isso. – ele apontou para tv.

Parecia que só se falavam disso em todos os canais.

Era uma catástrofe eminente.

— Papai eu não vou permitir que o senhor destrua tudo que o senhor mesmo batalhou para conquistar.

— Filha.. – ele tentou, sem sucesso.

— Poxa, o senhor sabe que a Ferrari está sob o meu comando e enquanto isso fica brincando de chefe de equipe, fechando contratações sem o meu aval.

Giovanna notou que seu querido pai não tinha em seu rosto enrugado pela idade um só traço de preocupação.

Vestido com suas típicas camisas caras e com o charuto do qual ele nunca se separava entre os dedos, ele sorria com satisfação. Orgulhoso de si mesmo.

Giovanna o amava incondicionalmente, mas esse amor que sentia nunca lhe impediu de questionar seu comportamento... digamos que, excêntrico.

Hilton Ferrari era o tipo de homem sem papas na língua, fazia o que queria, na hora que queria. Muitas das vezes, só avisava depois de o problema chegar ao ponto de não ter solução. Como agora.

Ela desligou a televisão e escutou seu querido pai bufar e revirar os olhos. Sério que ele se achava na razão?

— Dê uma chance ao cara, filha. Eu te garanto que não vamos nos arrepender.

— Eu não vou me arrepender mesmo. Porque isso não foi decisão minha. – ela cruzou os braços. — Eu não o quero na minha equipe.

Ela estava irredutível. Além de tudo que sabia sobre esse piloto, ela não entendia muito bem esse seu desgosto tão grande pelo homem, mas não gostava dele.

Nunca gostou.

Filha eu só to pedindo uma chance. Eu sei que sou um velho, sei que já passei da hora de me aposentar e eu que te escolhi para me substituir, mas eu senti que esse Nero vai nos fazer campeões de novo. Dê uma chance a ele.

Giovanna olhou no fundo dos olhos do homem que mais amava nesse mundo. Ele sempre estava certo, ele nunca errou, nunca se enganou e sua intuição sempre venceu.

— Apenas uma chance. – ela avisou seria e notou um sorriso brotar no rosto do mais velho. — Um erro, pai..

Ela resmungou fechando os olhos.

— Um único erro, e eu expulso esse cafajeste para longe da nossa equipe. – foi direta e reta.

— Você não vai precisar fazer isso, meu amor.

— Tem certeza, papai? – ela o encarou.

— Eu tenho certeza. Conheço pilotos a minha vida toda e sei reconhecer uma campeão nato. Confia no seu velho.

Torcia para que seu pai estivesse mesmo certo, ou do contrário teria grande prazer em se ver livre do piloto.

— Mande a sua secretária enviar um e-mail para quem quer que cuide da carreira dele, quero uma reunião com ele já que não tenho escolhas.

— Filha.. Pega leve com o cara.

Ela não respondeu. Ao invés disso soltou um beijo no ar e saiu da sala indo buscar seu carro na garagem.

Quando entrou em sua sala e reparou nas costas largas e fortes do homem grisalho, soltou um suspiro. Não tinha a menor necessidade disso tudo, ele era imenso.

Ele parecia concentrado demais em avaliar todo o lugar e quando Alexandre finalmente virou o rosto para olhar na direção que ela entrava, o espanto que o tomou ao se deparar com uma silhueta feminina foi notável.

Seus olhos negros subiram avaliando cada pedaço dela, parando por mais tempo pelos quadris, cintura e seios.

Ela cresceu rodeada por homens e sempre foi respeitada por todos de sua equipe. Sempre foi vaidosa, feminina. Então não tem pudor algum em se vestir da maneira que gosta, com as roupas que gosta.

Nessa manhã em específico ela usava uma calça preta de couro que parecia mais como uma segunda pele em seu corpo, na parte de cima optou por uma camisa de botões branca usando por baixo um sutiã de renda preta com os primeiros botões abertos. Nos pés a sua bota curta preta de saltos finíssimos.

— Devo acreditar que gostou do que está vendo, já que até agora não olhou nos meus olhos. — ela disse rouca, ao terminar de andar e pousar suas mãos sobre a mesa.

Um gesto que serviu apenas para que o olhar do piloto se tornasse duro e intenso, pois, sem querer, ao unir os seios, acabou revelando uma quantia considerável do decote formado pelos três primeiros botões abertos da camisa.

— Eu poderia listar todas as coisas que mais gostei em você desde que entrou, querida, mas acredito que vou me arrepender.— ele respondeu, finalmente olhando nos olhos dela.

Após colocar o seu celular sobre a mesa e se sentar na frente dela apoiando suas costas largas na cadeira, ele avaliou ainda mais a morena a sua frente.

Como se fosse ele o inquisidor ali, não ela.

— Quem é você, afinal? – ele perguntou juntando as suas sobrancelhas. Estava claro o interesse dele.

Óbvio que ele não perderia seu tempo procurando saber de nada sobre a sua nova equipe. Ela deveria imaginar.

— Eu sou a Sra. Ferrari, aquela que marcou esta reunião.

Imediatamente suas sobrancelhas se arquearam de maneira interrogativa enquanto o rosto ficou tenso.

— Sra. Ferrari? — ele se levantou, tornando óbvio os mais de vinte centímetros de diferença entre eles dois. Ele era enorme. — Mais como filha ou esposa do dono?

Ela revirou os olhos. Óbvio que ele pensaria com a sua mente poluída que seu pai poderia ser capaz de se casar com uma mulher com idade para ser filha dele.

— Filha. — ela disse, com certa dureza.

— E onde está o seu pai, querida? Pensei que eu estivesse atrasado, mas pelo visto me enganei.

— O meu nome é Giovanna. — ela o enfrentou. — E ao menos que prefira me chamar de Sra. Ferrari, você pode fazer uso dele na próxima vez que se referir a mim ou na hora de falar comigo. Qualquer coisa... menos querida.

Um sorriso fácil tomou conta dos lábios dele. Era como se a autoridade dela atiçasse nele coisas desconhecidas até então ... Ela desviou os olhos da boca dele e o olhou mais uma vez. Séria.

— Você é um absurdo de tão bonita, Giovanna. Eu iria adorar te conhecer melhor, mas estou aqui pelo seu pai. Ele quer uma reunião comigo. – sua voz era rouca, bem rouca.

A forma como ele a elogiava a cada frase dita deixava a mulher extremamente irritada. E o fato dele pensar que estava falando apenas com a filinha do papai, como se ela não fosse capaz de ser uma profissional apenas por ser filha do dono transformava sua irritação em ódio.

— Talvez você realmente seja lento, o que será um grande problema já que aqui precisamos que nossos pilotos sejam velozes, mas você não tem uma reunião com o meu pai, Sr. Nero. Está aqui por mim. Eu que ordenei a sua presença.

Ela notou os olhos dele pegando fogo ao se dar conta do que estava acontecendo naquele momento. Alexandre se sentou na cadeira na frente dela com o semblante sério.

— Você usou o nome do seu pai para me atrair até aqui? – ele debochou como se não se importasse por ter sido enganado.

— Você teria vindo se soubesse que a reunião seria comigo? — ela questionou.

— Não acho que você vá gostar de escutar a minha resposta. Mas já que estou aqui, por que não me diz a razão dessa reunião?

— Muito bem. — ela falou, ao cruzar seus braços. —
A primeira razão pela qual o chamei é porque acho necessário que você conheça a pessoa que está no comando dessa equipe. Pelo jeito que está falando comigo devo apostar que você não faz ideia.

— Me deixa advinhar.. Vai dizer que é você? – ele cruzou os braços e ela teve que se controlar para não olhar a forma como todas as veias saltaram em sua pele.

— Isso mesmo, Alexandre. A pessoa por trás de todas as decisões tomadas aqui dentro sou eu. – respondeu sem tirar os olhos dele.

Um breve e tenso silêncio se instalou na sala. O piloto parecia finalmente ter entendido as coisas.

— Por que eu não fui informado sobre isso? Assinei meu contrato ontem, passei vários dias em acordo com o seu pai e o advogado de vocês, mas em momento algum ele citou sobre você. – ele estava incomodado, ela podia ver.

— Meu pai agiu pelas minhas costas. Eu não sabia, nem fazia ideia da sua contratação até hoje mais cedo. – ela decidiu ser sincera.

— Entendi. — ele soltou uma risada falsa, mas ainda mantinha os olhos fervendo. — E o motivo de eu estar aqui quando poderia estar fazendo qualquer outra coisa é porque você não me quer na sua equipe. Acertei outra vez?

— O que eu quero já não importa, Sr. Nero. Meu pai, infelizmente, tem um bom olho, ou acha que tem, e se ele acredita que você é o piloto que todos dizem ser e com as maiores chances de vitória nesta temporada..

Ela deu de ombros, o que o deixou irritado.

— Mas você não acredita na minha capacidade. É isso?

— Você quer ouvir a verdade ou o seu ego é sensível demais para isso? – ela rebateu, sucinta.

— É mulher suficiente para me dizer o que pensa?

Giovanna sentiu seu sangue ferver.

— Serei honesta então. Eu não acredito que você esteja apto a vencer a próxima temporada. Assim como não foi capaz de vencer a última. Eu fiz o meu dever de casa de um jeito que você não fez o seu, querido. Suas atitudes impensadas irão chamar atenção negativa para a Ferrari e pôr em dúvida o bom-senso do meu pai, que foi muito irresponsável em investir o nosso dinheiro em um piloto sem comprometimento.

— Sem comprometimento? — Alexandre a cortou, sua voz explodindo de ódio.

— Você vai ser capaz de negar? Sei sobre a sua paixão pelas pistas, Alexandre. Mas sei também que o seu jeito impulsivo atrapalha o desenvolvimento das equipes que você corre. Não aceita receber ordens, não pensa em ser regrado... Essa foi a primeira vez que lhe chamei aqui e você não fez ao menos o esforço para chegar no horário marcado. Chama isso de comprometimento?

— Sinceramente, se eu soubesse que era esse o motivo da reunião nem teria aparecido aqui. – ele respondeu de forma rude, irritada. — Eu conversei com o seu pai sobre esse assunto e, se não estou enganado, tem uma cláusula no meu contrato que deixa claro que eu não participo de nada disso, não estou disponível para reuniões, para isso eu tenho o meu agente.

— Não é assim que funciona comigo. Eu vou precisar que coopere se quiser que essa parceria dê certo. Não estou nem aí se você paga um agente para cumprir as obrigações que na verdade são suas. Todos os meus pilotos participam de todas as reuniões das quais eu acho que devem, isso se chama comprometimento.

Essa palavra já estava o irritando profundamente e na sua cabeça só existia uma maneira de fazer a morena se calar.. E seria colando sua boca na dela.

— Agora eu entendi o motivo que fez o seu pai ter feito a minha contratação pelas suas costas. Ele conhece bem a diaba que tem em casa.

— Olha aqui, presta bem a atenção. – ela perdeu toda a sua paciência. — Você não está lidando com o meu pai. Eu sou diferente. Quem está no comando sou eu e você querendo ou não, vai receber as minhas ordens.

— Presta a atenção você, senhorita eu sou a dona do mundo.. Eu estou aqui para fazer o meu trabalho, que é correr. Não se meta no meu caminho, que eu não vou me meter no seu. Simples, resolvido.

Giovanna respirou fundo fechando os olhos. Qual era a merda do problema desse cara afinal?

— Estamos num impasse aqui. Eu não aceito. Você não é melhor do que ninguém para ter regalias aqui, todos vão receber as minhas ordens, inclusive você.

— Vem cá, me diz uma coisa. Quantos anos você tem? 22? Porque me parece que talvez você esteja brincando de chefe de equipe por ser filha do todo poderoso.

Naquele momento foi o estopim.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo?

— Sou o seu melhor piloto. Sou aquele que vai vencer em todas as categorias e trazer todos os títulos para a sua equipe. Isso se você não entrar no meu caminho.

— Eu não vou ceder, Alexandre. Meu pai não passou sua vida inteira colocando esse lugar onde está agora, para um piloto arrogante como você colocar tudo a perder.

Ele sorriu. O desgraçado sorriu. Estava se divertindo.

— Você está puta porque não deu a palavra final, não é? Deve ser tão mimada que não aceita que o seu pai tenha me oferecido a porra de um contrato bilionário sem nem pensar na sua opinião. – ele rebateu com arrogância.

— O que me deixa puta é o fato do meu pai me conhecer muito bem, e se ele trocou no máximo uma palavra com você deveria saber que isso não daria certo... Somos um tanto quanto incompatíveis. Em todos os sentidos.

— Pois bem, teremos que fazer funcionar.. Porque eu não sou apenas a sua melhor chance de vencer, eu sou também o piloto mais caro que já pisou nesse lugar. E não entendo a razão de você não relaxar e agradecer de joelhos por me ter na sua equipe. – ele sorriu ao final da frase.

Jamais. – ela tinha sangue nos olhos.

Alexandre desceu o olhar para o decote da camisa branca e notou o sutiã de renda preta escapando para fora junto com o par de seios deliciosos que a diaba exibia como se não fosse nada andar no meio de tanto macho sendo tão gostosa assim. Se perdeu no ponto de luz que havia cravado no meio dos seios, deveria ser um tanto curioso passar a língua por aquela joia enquanto a fodia de todas as maneiras que ela merecia.

— Será que se eu fechar os botões da camisa você vai se concentrar no meu rosto? – ela perguntou, fazendo ele sorrir sem vergonha alguma.

— Se você não fosse tão insuportável.. Eu teria o prazer de te acalmar do jeitinho que você merece. – ele disse rouco.

Giovanna sentiu uma labareda invadir seu corpo de uma maneira infernal, doentia. Antes que falasse algo que se arrependeria, ela andou até a porta abrindo em seguida.

— A reunião acabou. – ela avisou.

— Foi um prazer te conhecer, Sra. Ferrari. – ele ousou dizer antes de deixar a sala.

Giovanna bateu a porta de uma forma tão forte que com toda certeza tremeu toda a estrutura do prédio. Como o seu pai teve a coragem de contratar um homem desses?

Toda a tensão durante a reunião deixou muito claro que não terá condições dos dois estarem juntos no mesmo ambiente sem uma desgraça acontecer.

Isso significa que ou ele iria ganhar essa temporada para provar que ela estava errada, ou que ela o expulsaria dali antes mesmo dos treinos começarem.

Façam suas apostas.

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