Cheguei na balada agora. E essas ratas já estão me oferendo bebida. Aí não, né, migles?! Aí não!
Não.
— Amiga, cê quer uma cervejinha? - Lô pergunta.
— Não quero beber hoje. — Disse e elas me olharam surpresas.
Então elas saíram e me deixaram aqui sozinha.
— Eai. — Uma voz grossa falou perto de mim.
Ave Maria, cadê a paz?! Virei pro lado e vi o...
O...
— Eai, meu amigo Gabi. — Falei e ele deu risada.
— Saudade sua, hein. Dhiô vai vim no outro final de semana e quer te ver, ela falou com você?
— Também tava. Não, ela não me falou nada. Mas já que ela quer me ver, eu posso ir pra sua casa.
— Pode ser. Fala com ela depois. — Ele disse e eu assenti.
— Como tá com o time? Vi que você tá recebendo muito hate. E aliás, vi que o timão está interessado em você!
— O time tá... controlado. Eu tô nem aí pra esse povo. — Ele tá sim aí pra esse povo. — Pois é, eu falei nos altas horas que combinaria com a blusa do Corinthians, e quando surgiu essa proposta, a torcida foi a loucura.
— Gabi, eu te conheço o suficiente pra saber que você não tá sabendo se lidar com o hate, que você tá se fazendo de forte, mas no off você sofre. — Eu disse e ele suspirou.
— Pois é, cara. Cê me conhece mesmo. — Ele disse rindo e eu o acompanhei.
— Mas deixa esse povo pra lá mesmo! Eles não sabem o que dizem, você é um jogador incrível.
— Obrigada, Val. Obrigada de verdade, você é muito especial.
Sorri de lado.
— Eai, Gabigol. — As meninas chegaram e disseram juntas.
— Oi, meninas. — Sorriu. — E tchau. Vou indo. - Sorriu pras meninas e me deu um abraço.
E claro que ele não ia perder a oportunidade...
— Você tá gata pra caralho.— Sussurrou no meu ouvido.
— "Já tô preso envolvido." — Cantei no ouvido dele poesia acústica 9 e ele fez sinal de rendição rindo.
— Até o final de semana, fera. — Disse e ele me deu um beijo na testa, depois saiu.
A minha amizade com ele é doida, e ninguém sabe que a gente é amigo. Só conhecidos, sei lá.
— Tá, amiga! Que que foi isso, hein? Cuidado. — Lua disse.
— Oxe, calma. A gente tava falando sobre os hates que ele anda recebendo. Eu e eles somos apenas amigos. — Disse e as meninas concordaram.
[...]
Já era 3:00 quando senti uns enjoos, mas não tive vontade de vomitar.
- Ei amigass, bora pra casa? - Disse as duas que estavam bebendo.
Graças a Deus as duas não deram trabalho.
Vão dormir na minha casa.
Estou dirigindo agora.
Isso que dá!
Estella me liga, e eu atendo conectando a chamada no carro.
— oioioioioioi.
— O que você quer essa hora, pirralha?
— Nossa, maninha. A mamãe tava preocupada, você não tava respondendo ela.
— Saí pra uma balada com as meninas.
— Ah tá, filha. Tudo bem.— Minha mãe fala.
— Pois é, agora tenho que sair. Boa noite, amores.
— Boa noite! Se cuida.
Sorri e desliguei em seguida.
— Chegamoooooos! ACOOOORDEEM! — "Falei".
— Quem morreu? — Lorena perguntou e eu ri.
Logo elas saíram do carro.
Entramos na minha casa e as porcas nem escovaram, nem tomaram banho.
Fui fazer o mesmo que elas: dormir.
Mas eu sim! Escovei e tomei banho.
[...]
— Valerieeeee. — Escutei me chamarem.
Acordei.
— O que vocês querem? — Pergunto a elas.
— É por esse motivo você não querer beber? — Perguntou Lua.
Arregalei os olhos.
Ela estava com o teste na mão!
Porra mil vezes!!
Esqueci de tirar do banheiro. Que merda.
— Calma, gente. Eu posso explicar. Foi uma gravidez suspresa, inesperada. Só quem sabe é a tia Amélia, não tive coragem de contar pra ninguém. Eu fiquei... sem chão, fiquei pensando por muito tempo.
— Calma você, garota! — Lua disse e riu. — A gente te entende e tá do seu lado.
"Respirei aliviado."
— Ah tá, palhaças!! Amo vocês.
— Oooooooh, também te amamos. E já amamos esse bebê que você está gerando. — Disseram e eu sorri.
— Mas e se ele não aceitar?
— Aí a gente mata ele e manda ele se fuder, coloca uma camisa de força nele, coloca num barril e joga na água.— Lorena falou e eu gargalhei.
— Obrigada. — Sorri.
— Agora vamos comer.
[...]
Minha campainha tocou e a tia Amélia foi atender.
Estava de costas para a porta da cozinha comendo enquanto conversava com as meninas.
Do nada, uma pessoa tampa a minha cara com as mãos.
— Quem é? Tia Amélia? — Perguntei e as meninas riram.
Foi aí que senti um cheiro muito forte de perfume, e soube que era o uruguaio.
Me deu uma tontura enorme.
— Oi, meu uruguaio favorito.
— Se falasse o nome de outro, já sabe, né? — Perguntou e eu ri me levantando.
Abracei ele. Esse abraço me faz se sentir segura.
Mas aí me lembrei...
— Você não ia viajar com o time? — Perguntei.
Ele cumprimentou as meninas e se sentou na mesa.
— E vou, mas vamos só 12:00 horas. Vamo conversar, você disse que queria. — Disse e olhei pras meninas que assentiram.
Entrelacei nossas mãos e ele apertou ela. Acho que ele percebeu que eu não tava muito bem.
Sentei no sofá e respirei fundo, ele me olhou atentamente a segurou minha mão.
— O que eu tenho pra te falar, é... meio complicado pra mim, foi inesperado, e eu não sei se você vai gostar. E se você não gostar eu te mato, mas te entendo. Isso pode afetar a sua carreira, eu acho. E por isso vem em pensamentos que você não irá aceitar, mas... — Respirei fundo, peguei a mão dele e coloquei na barriga. Ele me olhou sem entender. — Tá vendo aqui? Tem um bebê aqui dentro. E é seu, é meu... é nosso.
Ele ficou parado. Sem esboçar nenhuma reação. E já estava ficando nervosa. Apesar dele já ter dito a possibilidade de termos filhos, mas acho que ele não queria naquele momento.
— Caralho, desculpa te assustar, mas...
Não continuei pois ele levantou bem rápido.
Gelei.
— Você tá de brincadeira? - Ele prrguntou sério e eu fiquei com os olhos marejados. — EU AMEI, AMOR!! EU VOU SER PAI.
EU VOU SER PAI.
Ele saiu correndo pra área externa e eu fui atrás.
Vi ele tirar a blusa e pular na piscina.
As meninas e a tia Amélia sorriram olhando a cena.
Sorri emocionada.
Ele aceitou.
Ele aceitou.
Ele aceitou!
Nunca fiquei tão aflita.
Depois ele voltou e sorriu envergonhado.
Que fofo!!
Tchau tchau😘
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