•XXVII

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Ter tido aquela conversa com o Piquerez me fez pensar muito, a semana interia. Já passou o natal, já nos reunimos... Enfim, hoje é 31 de Dezembro. 2023 foi uma coleção de memórias, vivi coisas que nunca imaginei que viveria.

Nem acredito que falta menos de 24 horas pra 2024. A minha mãe desde 6 horas da manhã que manda mensagem.

"Vou comprar isso, ou será que compro outro?" "Você acha que é melhor esse ou aquele?" "Filha, responde, você demora uma eternidade!" E tipo... ela é dramática. Muito. Mas eu entendo.

Hoje eu vou fazer um ensaio fotográfico, tava com tanta saudade de pousar. É meu ponto de paz. A Tati vem buscar daqui 5 minutos. E nem banho eu tomei ainda.

Aliás, não sei nem com que roupa vou usar hoje a noite. Esses últimos dias eu estou totalmente pensativa, não me importo muito com as coisas, sei lá...

Talvez quando eu falei que a conversa com o Piquerez me fez pensar muito, eu não tava sendo exagerada.

Fez eu pensar muito, de diversas maneiras. Mas vamos parar de pensar nisso! Imagina a Tati chegar aqui e eu não estiver pronta? Ela me mata.

[...]

—Ei, a minha mãe te mandou mensagem pra você aparecer por lá, né? — Pergunto a Tati após ela estacionar o carro e eu descer dele.

— Sim sim. Se der certo vou lá.

Vamos pro estúdio fotográfico e comprimento algumas pessoas de lá.

A melhor parte é quando eles elogiam a minha barriga. Surreal. Mais surreal do que isso... é como as fotos vão ficar incríveis com essa barriga!

Fico impressionada após a Luísa, aquela cobra... aparecer no estúdio com uma câmera.

— Olha quem vai te fotografar, Valerie. — Tati me olha.

— Não acredito nisso.

— Valerie, essa é a Luísa..

Uma mulher começa a falar mas eu não deixo ela terminar.

— Eu sei muito bem quem ela é. Mas vamos logo, tenho mais o que fazer.

— Você se acalma, Valerie. — Tati diz.

Começamos e terminamos o ensaio fotográfico, com farpas e farpas dessa louca.

— Quando eu sair daqui vou pra casa do Piquerez. Fiquei muito triste que não deu pra ele passar o ano novo com a família dele. — Diz.

— Tá. Mas cadê a lista? — Pergunto.

— Que lista, sua louca?

— A lista de quem perguntou. — Digo e ela revira os olhos. — Eu não quero saber disso, Luísa. Me poupe.

Saio de lá não aguentando mais.

A Tati não fala comigo, creio que tá deixando eu processar tudo. Ela sabe que eu vou acabar descontando nela. Odeio ser assim.

— Olha, eu vou passar lá na casa da tia, tá? — Ela diz quebrando o silêncio após um tempo.

O tempo bastante pra chegarmos na minha casa.

— Beleza. Tchau, Tati. Obrigada.

— De nada, meu amor. Sempre a disposição! — Pois é. Eu amo ela.

αutσgrαfσ. ★ - Joaquín Piquerez. Where stories live. Discover now