Caça às Bruxas (CONCLUÍDO)

Da tamires_menaldo

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Em meados do século XV, na época da Inquisição, a Igreja perseguia os bruxos acusando-os de heresia e condena... Altro

Introdução - Personagens e Playlist
Prólogo
Capitulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capitulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulos 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capitulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Epílogo

Capítulo 47

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Da tamires_menaldo

Castelo Forte dos Espinhos



Henrique acorda assustado sentando-se de um salto na cama, suando frio, com a respiração entrecortada e o coração acelerado, após ter um pesadelo, onde vira suas mãos ensanguentadas e um corpo sem vida de silhueta feminina a sua frente. Ele respira fundo, passando a mão por seus cabelos castanhos em desalinho, tentando se acalmar.


Quando seus olhos com as pupilas dilatadas se acostumam com a penumbra do quarto, o Rei fita a beira do colchão e depara-se com a Sombra da Morte parada em pé, com seu rosto disforme, olhando fixamente para ele, que fica assombrado e seu coração começa a acelerar novamente.


- Você não devia aparecer assim - adverte Henrique colocando a mão no peito.


- Eu simplesmente apareço - diz a Sombra em tom calmo -, você sabe disso.


- O que você quer? - pergunta ele aborrecido.


- Eu sou a portadora da morte - diz ela sem alterar o tom de voz e ainda o encarando -, então você já sabe.


- Quem você vai levar dessa vez?


- O seu filho por nascer e ele pode não ser o único.


- Eu já esperava por isso - diz Henrique desanimado e levantando-se da cama.


- A Rainha vai sofrer muito.


- Ela sempre sofre.


- Você deveria estar ao lado dela quando acontecer.


- E quando vai acontecer? - indaga ele parando ao lado do espectro negro.


- Ela já está começando a sentir as dores do parto prematuro.


- O que você quis dizer com: o meu filho pode não ser o único?


- Vai depender de você.


- Não entendi...


Antes que ele pudesse terminar a frase, a Sombra evapora diante de seus olhos.


- Por que essa maldita Morte sempre faz isso? - resmunga o Rei furioso.


Henrique resolve se banhar na tina que ficava em seu aposento e depois de arrumado encaminha-se para o quarto da Rainha do outro lado do corredor, encontrando-a prostrada na cama com duas servas cercando-a de cuidados.


- Meu Rei - diz Cateline erguendo a cabeça ao perceber a presença dele.


- Podem nos dar licença? - ordena Henrique às servas, que se retiram do quarto imediatamente.


Ele senta-se ao lado da Rainha na cama. Ela estava com a bata branca que vestia ensopada de suor, suas têmporas brilhavam pela oleosidade da pele clara e os cabelos loiros encontravam-se embaraçados.


- Como você está?


- Com dores no ventre, começaram durante a madrugada - arfa ela voltando a apoiar a cabeça no travesseiro de pena e fazendo careta ao se mexer -, mas ainda não está no tempo certo do bebê nascer para serem dores do parto.


- O bebê deve estar querendo nascer antes do tempo - diz ele gentilmente acariciando a barriga volumosa dela.


- Ai! - grita ela se contorcendo de dor ao virar o corpo de lado e dobrá-lo sobre a barriga.


- A dor está forte? - pergunta ele colocando a mão no ombro dela.


- Muito - geme a Rainha -, acho que senti um liquido escapar por minhas pernas.


Henrique olha em direção das pernas dela e vê o colchão molhado com uma poça de sangue.


- Eu vou chamar a parteira - desespera-se ele se levantando apressado.


- Não me deixe sozinha - pede ela segurando-o pela mão.


A Rainha ao sentir outra pontada dilacerante invadir seu ventre aperta, fortemente, a mão de Henrique, que a observa se contorcer de dor mais uma vez.


- Eu preciso chamar alguém para ajudá-la - insiste ele com os olhos fixos no sangue manchando os lençóis.


- Eu sinto que não há mais tempo - grunhi ela com expressão de dor e a voz falhando.


Henrique, então, decide ajeitar o corpo de Cateline na cama com a barriga para cima. Depois ele se posta agachado na beira do colchão junto as pernas dela, que já estavam abertas esperando o nascimento do bebê.


- Você vai precisar fazer muita força. - Ela assente, sutilmente, com a cabeça.


Cateline começa a berrar fazendo o máximo de força que conseguia.


- Mais uma vez.


A Rainha guincha novamente tentando empurrar o bebê para fora de seu corpo.


- Você já está vendo o nosso bebê? - pergunta ela arfando e se afundando nos travesseiros com o suor, abundantemente, escorrendo por suas têmporas.


- Ainda não, continue.


- Estou sem forças - resmunga ela tentando forçar mais um pouco, mas quase perdendo os sentidos.


- Cateline, não desiste - diz o Rei tentando mantê-la consciente.


Henrique, percebendo que ela não reagia e que mais liquido viscoso avermelhado escorria pelo colchão, fecha os olhos apelando para a sua magia negra para empurrar o bebê para fora de Cateline. Aos poucos, a cabeça do bebê começa a surgir até o corpo sair completamente. O Rei segura o filho nos braços percebendo que aquele corpinho salpicado de sangue estava sem vida.


Ele fica alguns minutos comtemplando o bebê morto em seus braços até notar que Cateline estava desacordada. Então coloca o corpo da criança sobre a cama e aproxima-se ao lado da Rainha percebendo que ela não respirava.


- Cateline - chama ele cutucando-a, levemente, no braço.


Sem resposta.


- Minha Rainha - chama ele novamente sacudindo-a levemente pelos ombros.


Sem resposta.


Henrique começa a gritar o nome da Rainha segurando-a nos braços, que estavam manchados de sangue assim como suas vestes, e encosta a cabeça dela em seu peito. Seus berros chamam a atenção das servas que passavam pelo corredor fazendo-as entrar no aposento apavoradas.


- A Rainha está morta - brada Henrique ainda abraçado ao corpo de Cateline.


As servas ficam paradas sem saber o que fazer olhando para o Rei agarrado ao corpo inerte da Rainha e para o natimorto envolto em sangue no canto da cama.



○○○



O sino da capela da fortaleza soava incansavelmente em aviso sobre a morte da Rainha, cujo o corpo foi colocado em cima de uma mesa de madeira posta no altar do pequeno templo, onde toda a Corte estava presente com os familiares sentados à frente assistindo ao Monge Amis, que trajava sua túnica carmesim com cinto de couro envolvendo sua cintura, clamar as orações em honras a Cateline.


Após o término das orações, o monge retira-se do altar para que as pessoas se despedissem pela última vez da Rainha e prestassem suas condolências aos familiares.


Aos poucos a capela ia esvaziando.


Agnes abalada pelas circunstâncias é levada por Hector para seu aposento.


Dimitri aproxima-se do Rei, que permanecera sentado em seu assento com os olhos fixos no corpo de Cateline.


- Vossa Majestade, eu sinto muito - diz o cavaleiro sentando-se ao lado do outro.


- Eu também - balbucia o Rei sem tirar os olhos do corpo da Rainha.


- Eu sei que esse não é o melhor momento, mas, Vossa Majestade, merece saber.


- Sobre o que? - pergunta Henrique ainda imóvel.


- Freya e os outros, incluindo minha irmã Beatrice, foram embora do castelo ontem à noite.


- O que? - surpreende-se o Rei virando, finalmente, a cabeça na direção do outro. - Imaginei que eles iriam embora em algum momento, só não pensei que iriam sem nem avisar.


- Achei, que como eles eram seus hóspedes, que Vossa Majestade devia saber que regressaram para o Mosteiro da Graça.


- Agradeço.


Henrique dá uma última olhada para o corpo de Cateline e levanta-se saindo da capela.


Dimitri aproxima-se do corpo da irmã e fica comtemplando o rosto lívido dela, que fora vestida com um vestido verde-claro confundindo-se com sua pele pálida. Ele coloca sua mão em cima das de Cateline, que estavam pousadas sobre seu peito e sente a pele dela fria.


- Adeus, Cat - despede-se o cavaleiro deixando as lágrimas rolarem livremente por seu rosto.


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