𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐄𝐒𝐓

By AyesQuinnSz

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𝐒𝐢𝐧𝐨𝐩𝐬𝐞: Após quatro anos fora, Bárbara retorna a Nova York, mas não apenas com sua melhor amiga e si... More

01. Quanto tempo ⛓️
02. Vizinha ⛓️
03. Louco ⛓️
04. Proposta ⛓️
05. Jantar ⛓️
06. Me beija ⛓️
07. Tapa ⛓️
08. Boate ⛓️
09. A verdade ⛓️
10. Boca marrenta ⛓️
11. Jogo ⛓️
12. Minha outra vez ⛓️
13. Quase lá ⛓️
14. Perdão ⛓️
15. Conquista ⛓️
16. Tatuagem ⛓️
17. Herdeira ⛓️
18. Trabalho ⛓️
19. Casado ⛓️
20. Amante ⛓️
21. Apoio ⛓️
22. Aliança ⛓️
24. Minha mulher ⛓️
25. Família ⛓️
26. Sua filha? ⛓️
27. Almoço ⛓️
28. Parecidos ⛓️
29. Febre ⛓️
30. Pesadelo ⛓️
31. Sensação ruim ⛓️
32. Semelhança ⛓️
33. Segredo ⛓️
34. Explicação ⛓️
35. Passado ⛓️
36. Ti amo, papai ⛓️
37. Paternidade ⛓️
38. Informação ⛓️
39. Jóia ⛓️
40. Perigo ⛓️
41. Brincadeira ⛓️
42. Alarme falso ⛓️
43. Irresponsável ⛓️
44. Discussão ⛓️
45. Alvo de vingança ⛓️
46. Entendidos ⛓️
47. Cegonha ⛓️
48. Bastardo ⛓️
49. Novo apelido ⛓️
50. Filhos ⛓️
51. Treinamento ⛓️
52. Ousada ⛓️
53. Folga ⛓️
54. Praia ⛓️
55. Aposta ⛓️
56. Nossa noite ⛓️
57. Amor eterno ⛓️
58. Casados ⛓️
59. Estilo ⛓️
60. Ciúmes ⛓️
61. Exposição ⛓️
62. Rolo ⛓️
63. Enjoada ⛓️
64. Impressão ⛓️
65. Grávida ⛓️
66. Ciumenta ⛓️

23. Enteada ⛓️

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By AyesQuinnSz

━━ 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐈𝐓𝐓𝐄𝐍𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓

Desço do carro, me despedindo de Carol e vou em direção ao prédio de uma das empresas de Victor. Vou até uma secretária e digo que vim para uma reunião e rapidamente ela me reconhece, por saber que tenho mesmo uma reunião marcada. A secretária me manda subir para o 18° andar e vou em direção ao elevador.

Quando as portas do elevador se abrem, vejo se cara Victor conversando com a secretária do andar e quando percebe minha presença, me olha rapidamente, com uma expressão séria e volta a discutir com a moça. Me aproximo devagar dele, vendo que está bem irritado com alguma coisa.

— Sim, senhor, Sr. Castelli. Vou fazer isso já. — vejo a secretária se atrapalhar em sua mesa e ela logo sai, carregando um monte de papéis. Victor bufa, se virando pra mim.

— Problemas?

— Como sempre. — revirou os olhos. Ele ergueu a manga do terno, expondo seu relógio, que deve valer meu rim, de tão caro. — Vamos. Temos negócios a tratar. — balancei a cabeça e então segui ele, para onde seria a reunião.

Victor abre a porta de uma sala e me deixa entrar primeiro e em seguida entra, fechando a porta. Seu sócio, que já nos esperava sentado, se levanta e estende a mão para mim, para um cumprimento.

— Prazer. Me chamo James. Sou sócio do Sr. Castelli. — James se apresenta, apertando minha mão.

— Bárbara. — digo em tom educado.

— Vamos começar logo isso. — Victor se senta na cadeira da ponta e eu me sento na cadeira ao lado, ficando de frente para James.

....

— Já tratamos de tudo? — Victor pergunta a James.

— Sim, senhor.

— Então pode voltar para seu trabalho. Tenho que conversar com a Srta. Bittencourt. — Victor sorri pra mim e noto a malícia em seus lábios. Cumprimento James, me despedindo dele e então nos deixa sozinhos na sala.

— Sobre o que quer falar comigo, Sr. Castelli? — ele se levanta, vindo até mim e me senta na mesa, abrindo minhas pernas e ficando entre elas.

— Queria matar a saudade da minha mulher. — dou um sorriso, quando sua boca vai para meu pescoço e eu de imediato, coloco a mão em sua nuca, acariciando ela com o polegar.

Adorava quando ele me chamava assim. MINHA mulher. Eu realmente sua. E ele meu.

— Sentiu minha falta, é? — digo um pouco manhosa, apenas para provoca-lo.

— Nunca deixei de sentir. — sua boca começa a subir, beijando meu maxilar, até que cola sua boca na minha, mas sem me beijar. — E você? Sentiu minha falta?

— Todos os dias. — sorrimos e nos beijamos. Victor pressionou seu corpo no meu e apertou minha cintura, me fazendo soltar um gemido. Paro o beijo.

— Antes de qualquer coisa, se quiser continuar com isso, vai se resolver sozinho depois. — Victor fica confuso. — Estou naqueles dias. — faço uma careta e o vejo ainda confuso.

— Que dias?

— Mar vermelho? — falo, mais óbvio e ele permanece sem entender. Reviro os olhos. — Tô menstruada, Victor. — a decepção o atinge em cheio, fazendo ele soltar um gemido de frustração.

— Que merda. Logo hoje que eu queria comer você aqui? — solto uma risadinha, vendo a decepção em seus olhos.

— Que pena, não é mesmo? — lhe dou um selinho, como consolação. Victor se separa e então eu noto a excitação no meio das pernas.

— Tá contente? — rio, dando de ombros. — Poderia ter me avisado antes, que está naqueles dias.

— Não sabia que seu plano era me comer. — faço um gesto inocente, fazendo-o me encarar.

— Você vai embora agora?

— Tenho que pedir um táxi. Carol está com o carro.

— Eu levo você embora. Só preciso me resolver antes. — evito rir, com a frustração dele, que está maior do que antes.

— Vai lá. Eu te espero aqui.

— Me deve uma.  — ele me beijou e foi até a porta, saindo e me deixando sozinha na sala.

Victor voltou na sala, minutos depois e eu deixei a sala, acompanhada dele. Algumas pessoas nos olharam, mas nem liguei. Entramos no seu carro e partimos para casa. Quando chegamos, ele para o carro perto do prédio e desce comigo, dizendo que vai me acompanhar até o portão.

— Não quer me apresentar sua nova casa não? — olhei-o. — Preciso conhecer seu quarto. — piscou, me fazendo revirar os olhos.

— Quer conhecer a minha cama também?

— De preferência. — sorriu. Olhei para frente, pensando no assunto.

Poderíamos subir, porque Carol e Aurora iam estar no parque e eu disse que estava indo pra casa, para trocar de roupa e depois ia no parque para me encontrar com elas. Então, ele poderia subir, porque Aurora não estava, para Victor ver ela. O risco de eles se encontrarem, não ia acontecer tão cedo assim.

— Tudo bem. Você pode conhecer meu quarto. — seu sorriso safado aumentou e então abri o portão do prédio.

Subimos no elevador, indo para o meu andar e quando as portas se abrem, saio e em seguida dele, indo em direção ao apartamento. Abri a porta de casa, me deparando com Carol sentada no sofá. Olhei totalmente incrédula e com puro pavor para ela, porque não era para estar aqui. Victor entrou atrás de mim, olhando Carol, que estava se levantando do sofá, ainda sem pronunciar nada, mas em choque, por ver Victor comigo. Eu estava em pânico por dentro, querendo escapar do momento que logo vai acontecer.

Victor vai ver Aurora pela primeira vez e isso não não estava nos meus planos de acontecer. Victor e eu se acertamos recentemente, nem queria contar sobre a existência de Aurora agora. Ah, meu Deus! Ele vai ver Aurora! Não era isso que estava nos meus planos! Era para Carol estar no parque com ela!

— Oi, Victor... — Carol fala, sem jeito e surpresa. Olho de canto para ele, que dá um sorriso bem pequeno a ela.

— Oi.

— O que está fazendo aqui? — pergunto, tentando não soar irritada e apavorada, colocando minha bolsa em cima da mesa. Carol engole em seco, sem dizer nada.

— Mamãe! — escuto Aurora gritar animada. Olho em direção ao corredor e sinto o olhar de Victor acompanhar o meu. Aurora aparece, segurando uma boneca e sinto o pânico aumentar. Me agacho, ficando no tamanho dela. Aurora me abraça.

— Oi, meu amor. — aperto mais ela. Mesmo ficando por um tempo pequeno longe dela, sinto saudades.

— Olha a buneca que a tia Calol me deu. — me mostra a boneca, sorrindo de orelha a orelha. A boneca era a Aurora, das princesas. Sua terceira Aurora.

— Que linda. — sorrio pra ela, que finalmente olha para trás de mim, vendo Victor.

— Quem é exe? — me levanto, tentando pensar no que responder. Mantenho o olhar baixo, ainda pensando o que responder.

— Meu.. meu amigo. — forço um sorriso, olhando para Victor, que não diz nada. Parece estar com os pensamentos longe daqui. Victor olha para Aurora, acordando doa pensamentos e se agacha, ficando do tamanho dela.

— Qual seu nome? — Aurora pergunta.

— Victor. — ele sorri. — E o seu princesa? — toca seu nariz, fazendo ela rir.

— Aulola. — seu sorriso se fecha, parecendo se assustar com a resposta. Encaro Carol, que ainda está quieta e volto a olhar eles. Victor está sorrindo de volta.

— Que nome lindo. — Aurora acha graça.

— Vem cunhece meu quaitu. — diz, pegando na mão dele e o puxando para o corredor, para ir até seu quarto. Victor se levanta, me olhando mas Aurora o puxa de novo, fazendo ele acompanhar ela. Carol se aproxima de mim.

— O que está fazendo aqui? — perguntei ela, com a voz baixa, para ninguém escutar.

— Desculpa. Desculpa, mil vezes desculpa. Eu não queria estar aqui, queria estar no parque, mas ela ouviu minha ligação com você e quis esperar. — Carol fala, desesperada. Suspiro, segurando meus braços. — E que merda ele está fazendo aqui?

— Trouxe ele para conhecer o apartamento, porque pensei que estivessem no parque!

— Foi burra de trazer ele aqui. Essa é a minha casa também, sabia? Você sabe que eu detesto ele.

— Agora já foi! Vamos fazer o quê? Uma hora ou outra ele ia conhecer Aurora também. — bufei, não querendo nem me acusar por agora da burrice que fiz de trazer Victor aqui.— Eu não queria que esse encontro acontecesse tão cedo. — falo baixinho, murmurando. — Eu e ele se acertamos agora.

— Vai contar que é filha dele? — ela sussurra, me fazendo a olhar de volta, incrédula.

— Não! — falo no mesmo instante. — Não. Ainda não. — volto a ficar cabisbaixa. Ficamos caladas.

— Vai lá com eles. — aconselha, depois de suspirar, parecendo pensar no que disse. Olho ela, pensando se devo ir mesmo, e ela indica com a cabeça, para eu ir e eu decido seguir seu conselho.

Dou as costas para ela, entrando no corredor, indo para o quarto de Aurora. Me encosto no batente da porta, vendo Victor sentado na cama dela, enquanto mostra seus brinquedos. Fico olhando eles por um tempo, pensando em como seria a relação deles, quando descobrissem que são pai e filha. Pretendo contar a ele, mas agora não.

Tenho medo dele não aceitar, de rejeitar Aurora e talvez a mim. Ele aparenta se dar bem como pai, de cuidar de Aurora, principalmente de a proteger. Ela nunca sentiu falta de um pai, porque nunca lhe faltou amor. Fiquei com a responsabilidade de ser mãe e pai, mas sei que se descobrisse que tem um pai e que está vivo, na frente dela, ela vai ficar muito feliz. Minha preocupação é com Victor...

Preciso criar coragem de contar a ele, mas não quero estender por muito tempo, mas quero ir com meu tempo. Não quero avançar as coisas. Quando tiver coragem e quando perceber que chegou a hora de contar, eu conto, mesmo temendo a reação dele.

Victor está olhando para ela, com atenção, como se estivesse interessado de saber o que ela conta, de mostrar seus brinquedos. Meu coração aperta, vendo que ela amou ele, logo de cara. Aurora nunca gostou tanto de uma pessoa, principalmente homem, então para sua primeira vez, estou bastante surpresa. Não sei se Victor gosta de crianças, mas pelo jeito sim. Ele está travado na cama, olhando para Aurora fixamente, enquanto mostra seu unicórnio de pelúcia. Parece estar sem reação, daquilo tudo.

— Olha tio! — Victor pisca, parece que voltando ao mundo em que está e pega o unicórnio de Aurora.

— Ah... É... Lindo ele. — Aurora sorri, então eu entro no quarto, tentando não agir estranha. Aurora sorri para mim, que forço um sorriso de volta e Victor me olha, sem entender nada do que está acontecendo.

— Vamu no paique, mamãe! — Victor olha para Aurora, percebendo de novo que me chamou de mamãe.

— Vamos sim, meu amor. — digo forçadamente, não demostrando meu pavor e desconforto por dentro.

— Vamu tio? — Victor me olha, sem responder. — Vamu no paique. — ela pega sua mão e o puxa para fora da cama.

— O tio não pod...

— Vamu! — ela puxa ele, fazendo saírem juntos do quarto.

Ah, meu Deus...

— Vamu tia Calol.

— Ele vai também? — Carol me olha, assim que saio do corredor, com uma voz de desgosto.

— Vai! Né tio? — Aurora olha para Victor, que não responde nada. Carol me olha, esperando alguma resposta minha diante daquela situação e eu não falo nada.

— O tio não pode, Aurora... — Victor diz e Aurora se chateia.

— Pu que? — faz beiço.

— Meu amor, o tio não pode ir com a gente, porque ele tem que trabalhar. — me agacho na altura dela, que me olha decepcionada.

— Ah, tio... Vamu no paiquinho. — ela balança as mãos deles, que estão juntas e faz uma cara fofa, em sua direção. Victor me olha e olha para Aurora, sem dizer nada. — Pu favo...

— T-tá bom. O tio vai com você. — Aurora começa a pular e sem ninguém esperar, abraça as pernas dele e agradece. Ele não espera por aquilo e não me diz nada.

O que eu poderia falar, diante disso tudo? Negar de todas as formas possíveis que Victor não ia passear com a gente? Aurora se grudou em Victor, que estou surpresa. Aurora nunca foi assim com um estranho. Principalmente homem. Estou totalmente maravilhada, surpresa e em choque com isso.

— Mamãe só vai trocar de roupa e a gente vai, tá? — falo a Aurora, que assente. Olho para Victor, que olha pra mim de volta e afirma lentamente com a cabeça, para que eu vá me trocar.

Saio dali e vou para o quarto, com Carol vindo atrás de mim e deixando Victor e Aurora sozinhos de novo. Carol fecha a porta e se aproxima de mim.

— Você viu o que ela fez? Ela abraçou ele, Bárbara! — falou baixo, querendo gritar, não processando o que Aurora fez.

— Eu vi. Não sei o que deu nela de fazer isso. Ela nunca foi assim com gente que não conhece. — tiro a camisa social e coloco uma blusa qualquer.

— E agora ele vai com a gente? — não digo nada. — Olha, se não fosse pela Aurora, eu não ia pro parque junto com aquele babaca.

— Tá bom. — digo de forma ignorante, passando por ela e abrindo a porta do quarto.

— Vamu no paiquinho! — escuto a voz de Aurora longe.

Quando me dou conta, provavelmente Victor saiu de casa, sendo puxado por Aurora e está com ela. Carol e eu saímos de casa e encontramos eles na frente do elevador, esperando. Victor me olha, mais uma vez, de forma perdida com aquilo tudo. O que era pra ser uma visita em casa, se tornou em uma descoberta. Bum!! Bárbara tem uma filha. É isso que Victor deve estar pensando. E com certeza vai querer explicações, porque até dez minutos atrás, nem sabia sobre a existência de Aurora. E agora, está sendo puxado por ela para todos os lugares.

Que maravilha, hein. Melhor começar a criar uma história na cabeça, para mim explicar a Victor tudo isso.

Enquanto andávamos até o parque, Aurora fica tagarelando com Victor, que respondia todas as suas perguntas, sempre hesitando. Carol estava do meu lado direito, sem dizer nada, só ouvindo Aurora e Victor falarem. De vez em quando, eu falava ou chamava a atenção de Aurora.

— Pu que vucê tá usando essa roupa? Tá calô.

— Vim de uma reunião.

— O qui é uma reuniaum? — Aurora ergueu a cabeça, voltando a olhar Victor.

— É conversar.

— Ah... — Aurora se surpreende. — Tio? — Victor a olhou. — Vucê tem quantus anos?

— 34. — vejo Aurora me olhar perdida.

— Ele é velho, meu amor. — digo a ela, que se esclarece de novo.

— Vucê tem filhu? Quelo blincar com eles. — Aurora se empolga, balançando minha mão. Olho para Victor e penso em tampar a boca de Aurora por um tempo.

— Eu... Não tenho filho.

Tem, sim. É uma menina bem tagarela, que está te enchendo de perguntas aleatórias. Conhece?

— Pu que? — Victor hesita.

— Meu amor, que tal parar com as perguntas, hein? — proponho. — O tio já está ficando sem voz já, de tanto responder suas curiosidades. — Aurora me olha, achando graça. E agradeço a Deus, por termos chego no parque.

— Olha, mamãe! Tá cheio de quiança! — observo os brinquedos, vendo as crianças brincarem.

— Está mesmo. O bom que você tem com quem brincar. — dou um sorriso.

— Vamos lá brincar, meu amor? — Carol a chama, estendo sua mão, fazendo ela largar a minha e pegar a de Carol. Aurora vai em direção as crianças com a tia, enquanto eu vou em direção ao banco.

Victor e eu fomos quietos até o banco, onde nos sentamos, com um clima estranho entre nós e eu observo Aurora brincar, quieta. Até que Victor fala, me fazendo estremecer por dentro.

— Desde quando tem uma filha? — fico parada, suspirando, antes de responder. Já tinha montado uma história na cabeça, sobre o aparecimento de Aurora a ele.

— Há... 3 anos.

— Você adotou ela? — eu o olho.

— Não! Claro que não.

— Então você pariu ela? Gerou ela, dentro de você? Engravidou dela? — demoro, mas afirmo com a cabeça. — Puta merda... Você ficou grávida? — ele me lança um olhar inacreditável e eu afirmo, depois de hesitar. — Co... Como?

Tá, vamos lá. Hora de dizer a história de mentirinha.

— Depois que eu fui para o Canadá, fiquei deprimida com a nossa separação e do jeito que ela terminou, então decidi sair com Carol e acabei me envolvendo com um cara e bem... Não usamos preservativo. — digo a ele, não olhando em seus olhos, para manter a mentira e não correr o risco de eu não conseguir mais dizer nada que não aconteceu.

— E cadê o pai dela? — mexo os dedos, tentando relaxar o nervosismo.

Está na minha frente.

— Ele não quis assumir. Eu era nova, então... Quando contei a ele que estava grávida, ele duvidou de mim, dizendo que o filho não era dele e me largou. Então criei ela sozinha.

— Que filho de uma puta. — rosna bravo. — Como ele pôde fazer isso? Largar o filho dele e sumir? — dei de ombros. Não acredito que estou dizendo isso pra ele.

— Nem fiz questão de procurar ele. Ia criar meu filho sozinha e não ia faltar amor de pai. — mantenho a cabeça baixa, olhando para meu dedos.

— Você não chegou a procurar ele, depois que ela nasceu? — neguei.

— Se ele rejeitou uma vez, ia rejeitar duas e eu não quis passar pela mesma humilhação duas vezes. — Victor fica quieto e o vejo olhar para Aurora.

— Ele nunca veio atrás de vocês?

— Não.

— Ela... Nunca perguntou sobre o pai?

— Aurora uma vez perguntou, mas disse que ele tinha viajado e não sabia quando ia voltar. Queria dizer que ele tinha morrido, mas não tive coragem. Não sabia se podia afetar ela. Mas Aurora nunca sentiu falta de um amor de pai, já que teve o meu, o de Carol e o da minha mãe.

— Elas são bem apegadas pelo jeito... — levantei a cabeça, vendo que ele se travava de Carol e Aurora e eu a vi brincando com as crianças.

— Carol sempre cuidou dela e me ajudou a fazer isso. As duas então sempre ficaram perto uma da outra. E Carol tem uma consideração enorme por Aurora.

— Percebi... — ficamos em silêncio. — Por que não me contou que tinha uma filha?

— Não queria colocar ela na nossa relação. Estávamos se acertando aos poucos. Mal tínhamos voltado, então decidi não contar sobre ela.

— Agora nos acertamos pra valer. — dei um sorriso e ergui a cabeça, torcendo para não mentir mais para ele.

Não me sentia bem inventando essa história, porque não queria mentir pra ele e prometemos um ao outro que não íamos esconder nada, então já estou quebrando nossa promessa. Que beleza!

— Você... Vai me largar, por eu... ter uma filha? — pergunto receosa.

— O quê? — ele se espanta. — É claro que não.

— Tem homem que não gosta disso... De ter uma relação, com uma mulher que é mãe solteira.

— Não me importo se é mãe e se tem uma filha. Não mesmo. E mesmo que eu não tenha jeito com criança, posso aprender a ter com Aurora. Vamos nos ver bastante agora, não é?

— É... — falo, depois de hesitar. — E me desculpa por Aurora. Ela fala demais às vezes.

— Tudo bem. — sorriu fraco.

— E desculpa pelo acontecido em casa. Não estava esperando aquilo. Pensei que elas estariam aqui. Não queria ter te dado aquele choque enorme, de ouvir uma criança me chamar de mãe.

— Tudo bem. Mesmo que eu tenha me assustado muito no começo, eu te desculpo. — dei um sorriso. — Só não me apareça mais com uma criança te chamando de mãe de repente. — eu ri. — Você me assustou.

— Desculpa, mia amore. — dei um selinho rápido. — Prometo não fazer mais isso.

— Bom mesmo. É só pra sua informação, é MIO amore. Não mia. Mia é pra você, que é mulher.

— Desculpa, MIO amore. — ele ri, quando te dou um beijo. — Só... Não conta pra ninguém sobre o que eu te falei, tá? — ele assente, pegando minha mão. — Te amo. — abraço ele.

— Anch'io ti amo, mia amore.

— Mamãe! — me separo dele, ao ouvir Aurora me chamar e olho em sua direção. — Quelo algodaum doce.

— Tem um moço vendendo alí no outro lado do parque. — Carol diz e eu me viro para trás, vendo o vendedor.

— A mamãe não trouxe dinheiro, meu amor. — passo a mão pelo short e vejo se tem algum dinheiro perdido nos bolsos, mas não tem nada.

— Eu tenho. — Victor abre o paletó, retirando de dentro a carteira e em seguida, pega uma nota de dinheiro e entrega a Aurora. — Está aqui, princesa.

— Bigada, tio. — Aurora pega a mão de Carol e começa a puxa-la em direção ao vendedor. — Vamu tia!

— Tô indo.

Aurora e Carol voltam, com um algodão doce a mais e penso para que é. Quando penso que é para Carol, estou errada, quando ela me responde que é para Aurora.

— Aurora! Pra quê dois? — a repreendo, fazendo-a rir sapeca.

— É gotoso. — reviro os olhos, dando uma risada e coloco a mão no rosto.

— Qué tio? — oferece a Victor.

— Não quero, princesa. Pode comer.

— Vai brincar mais? — pergunto e Aurora confirma, comendo e terminando o algodão doce. — Tá bom, então.

━━ • ✶ • ━━

• 𝐃𝐢𝐚 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐢𝐧𝐭𝐞...

━━ 𝐕𝐈𝐂𝐓𝐎𝐑 𝐂𝐀𝐒𝐓𝐄𝐋𝐋𝐈

Caralho... Ela tem uma filha. Bárbara tem uma filha. Há três anos. E o pai é um desgraçado, filho da puta. Se eu não tivesse subindo ontem no apartamento, eu nem ia sequer saber sobre a menina. Bárbara ia me esconder ela até quando? Tudo bem, nos acertamos não faz muito tempo, mas ela poderia ter me contato antes, não poderia? Acho que aceitaria melhor a ideia de Bárbara ser mãe, me contando, não de repente.

Fiquei super assustado e perdido, quando Aurora chamou Bárbara de mãe e vi que elas eram realmente mãe e filha. Mas não sabia se era de verdade ou não. Até que Bárbara confirmou minha dúvida, dizendo que engravidou dela. Me assustei mais ainda, porque não imagino a Bárbara de antes, engravidando de um desgraçado e criando um filho sozinha. Isso não entra na minha cabeça. Nem que ela seja mãe, tão nova assim.

Caralho, eu não consigo imaginar que Bárbara engravidou, ainda na faculdade e teve que provavelmente largar o curso por conta da gravidez e para cuidar de Aurora. Não consigo imaginar a Bárbara com uma barriga enorme de grávida e depois cuidando e criando um bebê sozinha. Uma bebê, no caso.

Acho que nunca tinha visto uma criança tão... linda, como vi Aurora pela primeira vez. Ela não tem muito traços da mãe, então penso que deve ter puxado o desgraçado do pai. Mas não deixa de ser linda. Não vejo criança bonita na idade de Aurora e nem me lembro a última vez que vi uma, mas a beleza da menina é surreal. Bárbara teve uma filha linda e isso ninguém pode negar. Pena que deve ter puxado a beleza do desgraçado do pai.

Mas espera aí... Bárbara me disse que não se envolveu com mais ninguém, depois do nosso término. Não foi pra cama com nenhum homem mais. Ela confirmou que eu fui seu primeiro e último. Mas isso foi também, antes de discutirmos sobre meu casamento. Mas então ela se deitou com um homem, depois de mim, que deu numa gravidez inesperada. Bárbara mentiu pra mim sobre isso. Disse que eu fui o último.

Tá legal, acho que não posso julgar ela, porque está certa. Mal nos acertamos, para contar que tem uma filha. Ainda estávamos naquele momento de sexo o tempo todo e nem sabíamos como ia estender aquilo. De que forma se estenderia. Posso entender ela nesse sentido. Provavelmente colocar Aurora na nossa relação, não era uma boa opção no momento. Poderia, acho, que prejudicar a gente. Não que eu não fosse querer-la, só porque é mãe e que tem uma filha, mas poderia causar alguma discórdia, suponho.

E... Puta merda, eu tenho uma enteada agora? Sou... Padrasto? Caralho, o que era pra ser uma relação a dois, se tornou a três em pouco tempo. Eu tenho uma enteada agora. Uma enteada de 3 anos, que é extremamente linda e... tagarela. Puta merda, eu não sei lidar com criança. E se isso prejudicar meu namoro? E se eu não souber tratar bem Aurora e Bárbara decidi se separar de mim?

Ah, puta que me pariu...

Isso não pode acontecer. Tenho que aprender a lidar com uma criança, principalmente em um relacionamento. É como se eu fosse um pai, cuidando e educando uma criança, junto da mãe. Mas acho que não pode dar alguma coisa de errado na minha relação com Bárbara, porque Aurora, por incrível que pareça, gostou de mim. Ela foi e voltou tagarelando comigo do parque. Confesso que quis tampar a boca dela por um minuto, mas sua energia e sua felicidade me impediu de querer fazer mais isso.

Confesso que ainda estou digerindo a ideia de que Bárbara é mãe agora e que tem uma filha pequena pra cuidar, mas vou tentar aceitar isso. Não é uma coisa ruim. Jamais. Mas não esperava por isso. Nem nos meus pensamentos e sonhos.

Me obrigando a parar de pensar um pouco nisso, desligo o chuveiro e enrolo a tolha na cintura, saindo do box. Coloquei minha roupa de sempre e desci do quarto, para tomar o café. Avistei minha mãe e minha irmã já na mesa e a única coisa que pensava em fazer, era em comer e ir trabalhar, para ocupar minha cabeça. Desde quando me despedi de Bárbara ontem, eu não tirava ela e Aurora da cabeça.

— Victor? — olho em direção da minha mãe, me fazendo sair do meu transe. — Escutou eu falar?

— Não.

— Perguntei se sabe do Arthur.

— Não. Deve estar comendo alguma puta aí. — bebo o café, para ver se eu acordo mais dos meus pensamentos. Não quero passar de novo, o dia inteiro pensando na minha mais nova relação a três.

— Eu ligo pra ele e não atende. Está fora de casa desde ontem.

— Deve estar ocupado com mulher. — dito isso, me calei, para poder tomar meu café da manhã tranquilo.

Digo a mim mesmo, que esses pensamentos, sobre Bárbara e Aurora, não vão mais me atormentar. Pelo menos não o resto do dia, porque tenho muitas coisas para fazer e não quero que pensamentos me proíbam de fazer isso.

Segredo da Bárbara 50% revelado 😁🤌🏻

Se quiserem mais um capítulo amanhã, comentem muiiiitoooo

Vou colocar uma meta de +40 comentários e se tiver muito mais que isso, posso postar mais um ainda hoje 🤍

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