35. Passado ⛓️

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━━ 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐀𝐑𝐀 𝐁𝐈𝐓𝐓𝐄𝐍𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓

Aperto a campainha, esperando Carol vir me atender e me remexo, nervosa, até que ela abre a porta e me olha, já esperando por mim alí. Antes de vir para cá, avisei ela e disse que precisava conversar com ela, então aqui estou. Entro no apartamento, rolando os olhos pelos cômodos, em busca de Aurora.

— Ela está dormindo? — indago a Carol, me virando para ela, que confirma.

— Podemos conversar sossegadas. A porta do quarto dela está fechada. — dou um aceno com a cabeça e me sento no sofá, logo em seguida ela.

— Eu acho que acabei com o meu relacionamento. — digo a ela, sem delongas.

— Por que está dizendo isso?

— Victor está furioso comigo. Mal olha na minha cara e quando olha, está com ódio de mim. — olho para minhas mãos, apertando ela de nervosismo.

— Você contou a ele tudo? Que não queria ter o bebê? Que estava mal e não queria seguir com a gravidez? Ou que tentou dizer a ele sobre Aurora?

— Sim, mas ele não quer falar comigo mais sobre isso. Eu tento terminar de contar a ele, mas ele não quer me ouvir. Está furioso, sendo que nem ouviu o resto da história. — levo as mãos até meu rosto, escondendo ele. — Eu não sei o que eu faço, Carol. Eu não quero me separar dele.

— Olha... Por mais que eu não aceite ainda essa ideia de vocês terem voltado, não quero que vocês terminem, agora que tem a chance de viverem como família. — ela diz, passando a mão pelas minhas costas.

— O que eu faço? — ergo a cabeça.

— Espera essa raiva dele passar. Quando ele estiver mais tranquilo, vocês dois terminam de conversar. Tenho certeza que ele vai te entender. Ele TEM que te entender.

— Mas e se ele continuar bravo comigo? E se ele quiser pegar a guarda dela? Ele pode. Se ele quiser, ele consegue, Carol. — falo desesperada, voltando a apoiar o rosto nas mãos.

— Ele não vai fazer isso. Por mais que ele seja o todo poderoso, ele não pode tirar Aurora de você, que é mãe.

— Eu só queria que ele me escutasse e que me entendesse. — choramingo, sentindo as lágrimas escorrerem.

— Amiga, não chora. — aconselhou, me abraçando. — Ele vai te entender. Pode demorar um pouco, para a ficha dele cair, de que tem uma filha, mas ele vai te entender.

— Eu só quero que ele me perdoe. — deito a cabeça em seu ombro, limpando as lágrimas.

— E as cartas? — ela pergunta. — Mostrou as cartas a ele? Vai que assim ele te entenda. — ergo a cabeça, olhando ela.

— Eu disse que escrevi uma carta a ele, para dizer sobre Aurora, mas nem sei se escutou.

— Então! Pega as cartas e mostra pra ele. Vai que ele consegue te entender melhor assim.

— E se não der certo?

— Ai vocês conversam sobre a situação a decidem o que vão fazer, se terminarem. Mas se isso acontecer, ele com certeza vai querer a guarda de Aurora. Nem que seja compartilhada.

Tem que ser a compartilhada. Ele não vai tirar minha filha de mim, Carol.

— Ele não é louco de fazer isso. E isso não vai acontecer, fica tranquila. Estou do seu lado, como sempre. — abraço forte ela, deitando novamente a cabeça em seu ombro. — Vai ficar tudo bem, tá? — afirmo com a cabeça. Suspiro, fechando os olhos e torcendo para que fique tudo bem mesmo.

𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐄𝐒𝐓Место, где живут истории. Откройте их для себя